quinta-feira, 17 de setembro de 2009

VI(r)VER O PATRIMÓNIO

O Município de Góis, uma vez mais, associou-se às comemorações das Jornadas Europeias do Património (JEP) 2009, este ano sob o tema VI(R)VER O PATRIMÓNIO, a convite do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR, IP). Nesse sentido, no passado dia 11 de Setembro, o Município de Góis organizou uma jornada inteiramente dedicada ao património cultural, adiantando-se na comemoração das JEP, que se irão realizar durante o fim-de-semana de 25 a 27 de Setembro do ano corrente.
Para iniciar a comemoração, o Município de Góis apresentou, no Posto de Turismo de Góis, materiais informativos no âmbito da promoção e divulgação do património cultural concelhio, que se encontram disponíveis para distribuição no mesmo espaço municipal.
Foi apresentado folheto sobre a PEDRA LETREIRA, imponente monumento de arte rupestre, que remonta aos primórdios da Pré-História Recente, que se situa na povoação de Cabeçadas, na freguesia de Alvares. Para realização do desdobrável de carácter informativo e divulgativo sobre a PEDRA LETREIRA, classificada como Imóvel de Interesse Público, no ano de 1997, o Município de Góis contou com o prestimosa colaboração do Professor Doutor João de Castro Nunes, ilustre investigador que estudou o referido monumento, e dos proprietários do terreno onde se situa o monumento.
O roteiro Uma Jornada às Memórias de Góis foi apresentado de seguida. Com este roteiro apresenta-se informação essencial sobre os espaços museológicos que existem no Concelho de Góis. Com este roteiro sugere-se a visita aos diversos espaços no sentido de conhecer excertos da história de Góis, memórias das suas gentes. Nesse sentido, realizou-se uma excursão aos espaços museológicos, onde fomos muito bem recebidos pelos seus responsáveis e dinamizadores. No Soito, na Cabreira, em Alvares e no Esporão primou-se pela hospitalidade. Bem hajam!
in www.cm-gois-pt

Etiquetas: , ,

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Colecção Museológica aberta ao público em Góis

Até que o projecto do Museu Municipal de Góis esteja concretizado, está aberta ao público, desde o dia 18 de Maio, dia em que foi assinalado o Dia Internacional de Museus, a Colecção Museológica de Góis, exposta na Rua Comandante Henrique Bebiano Baeta Neves, nº 11, 2º esq. [no espaço sobre a Conservatória do Registo Civil e Notariado]. Composta por um espólio doado ao Município por beneméritos, com o intuito de integrá-lo no futuro espaço museológico municipal, este património de cariz cultural pertencia a Carolina e Alfredo Simões Travassos, Armando Simões Travassos, Maria Margarida Coelho e Fátima Jesus Neves. De entre o acervo existente na referida colecção museológica encontram-se peças antigas de arte sacra, mobiliário, pintura, cerâmica [faiança e porcelana], joalharia, relojoaria e numismática.
Esta exposição vai ter um carácter temporário, “tendo em conta a vasta quantidade de bens e seguindo as tendências da museologia actual”, sendo que as visitas podem ser feitas mediante marcação prévia no Posto de Turismo de Góis. Para a vereadora da cultura da Câmara Municipal de Góis a abertura desta Colecção Museológica consiste num “marco cultural para Góis”, enquanto a autarquia aguarda “a concretização de um velho sonho que é o Museu Municipal que já faz parte de um projecto que temos em mãos”.
“Quisemos criar um espaço e dotá-lo de condições necessárias para assim poder expor ao público as colecções que já tinham sido doadas há alguns anos à Câmara Municipal de Góis”, explicou Helena Moniz, considerando que se trata também de “uma justa e merecida homenagem aos beneméritos que doaram alguns dos seus bens pessoais”. Enaltecendo que este gesto dos doadores demonstrou “não só o seu amor à terra, mas também a nobreza do seu carácter”, a vereadora da cultura advogou que “foi um gesto bonito e altruísta”, deixando o reconhecimento e gratidão por parte da autarquia goiense.
Segundo Helena Moniz, as colecções expostas são “valiosas”, com peças com “muito valor”, razão pela qual “dada a exiguidade do espaço e as condições de segurança, não teremos todas as peças expostas”, esclareceu. “Mas iremos fazer exposições temporárias, dando assim oportunidade de alternar as peças que possam ser vistas”, adiantou, mostrando a sua satisfação por “dar cumprimento ao objectivo a que me propus no ínicio do meu mandato”.
Recordando o “saudoso amigo José de Matos Cruz”, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Góis, Helena Moniz contou que “foi ele que iniciou este trabalho”, acrescentando que “foi pela mão de Matos Cruz que pela primeira vez tive contacto com as peças que aqui estão expostas e pude ser testemunha do afecto e do carinho que ele nutria por todas estas peças”, sobretudo porque inclusivamente “conheceu as pessoas que as doaram”, frisou.
Nesta ocasião, a vereadora da Câmara de Góis agradeceu ainda “a simpatia e disponibilidade com que os familiares destes beneméritos colaboraram com a Câmara Municipal para que esta iniciativa se pudesse concretizar”, não esquecendo os concessionários, e os funcionários, nomeadamente a “Dra Ana Sá”.
in www.rcarganil.com

Etiquetas: ,

terça-feira, 19 de maio de 2009

Colecção Museológica


No passado dia 18 de Maio, o Município de Góis abriu ao público a Colecção Museológica de Góis, no âmbito das comemorações do Dia Internacional de Museus, na Rua Comandante Henrique Bebiano Baeta Neves, n.º 11, 2º esq. (no espaço sobre a Conservatória do Registo Civil e Notariado), na Vila de Góis, pelas 14h30m.

A Colecção Museológica é composta por espólio doado ao Município por beneméritos, com o intuito de o integrar no futuro espaço museológico municipal. Entre os digníssimos beneméritos desse importante património de cariz cultural, contam-se Carolina e Alfredo Simões Travassos, Armando Simões Travassos, Maria Margarida Coelho e Fátima Jesus Neves.

De entre o acervo doado pelos digníssimos beneméritos destacam-se peças antigas de arte sacra, mobiliário, pintura, cerâmica (faiança e porcelana), joalharia, relojoaria, numismática. A sua exposição assumirá carácter temporário, tendo em conta a vasta quantidade de bens e seguindo as tendências da museologia actual, tornando-se um espaço de exposição mais apelativo com a alteração periódica dos seus conteúdos.





Etiquetas: ,

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Colecção Museológica



No próximo dia 18 de Maio, o Município de Góis abre ao público a Colecção Museológica de Góis, no âmbito das comemorações do Dia Internacional de Museus, na Rua Comandante Henrique Bebiano Baeta Neves, n.º 11, 2º esq. (no espaço sobre a Conservatória do Registo Civil e Notariado), na Vila de Góis, pelas 14h30m.

A Colecção Museológica é composta por espólio doado ao Município por beneméritos, com o intuito de o integrar no futuro espaço museológico municipal. Entre os digníssimos beneméritos desse importante património de cariz cultural, contam-se Carolina e Alfredo Simões Travassos, Armando Simões Travassos, Maria Margarida Coelho e Fátima Jesus Neves.

De entre o acervo doado pelos digníssimos beneméritos destacam-se peças antigas de arte sacra, mobiliário, pintura, cerâmica (faiança e porcelana), joalharia, relojoaria, numismática. A sua exposição assumirá carácter temporário, tendo em conta a vasta quantidade de bens e seguindo as tendências da museologia actual, tornando-se um espaço de exposição mais apelativo com a alteração periódica dos seus conteúdos.
in www.cm-gois.pt

Etiquetas: ,

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Abertura da Colecção Museológica de Góis dia 18 de Maio

No próximo dia 18 de Maio, o Município de Góis abre ao público a COLECÇÃO MUSEOLÓGICA DE GÓIS, no âmbito das comemorações do Dia Internacional de Museus, na Rua Comandante Henrique Bebiano Baeta Neves, n.º 11, 2º esq. [no espaço sobre a Conservatória do Registo Civil e Notariado], na Vila de Góis, pelas 14h30m.
A COLECÇÃO MUSEOLÓGICA é composta por espólio doado ao Município por beneméritos, com o intuito de o integrar no futuro espaço museológico municipal. Entre os digníssimos beneméritos desse importante património de cariz cultural, contam-se Carolina e Alfredo Simões Travassos, Armando Simões Travassos, Maria Margarida Coelho e Fátima Jesus Neves.
De entre o acervo doado pelos digníssimos beneméritos destacam-se peças antigas de arte sacra, mobiliário, pintura, cerâmica [faiança e porcelana], joalharia, relojoaria, numismática. A sua exposição assumirá carácter temporário, tendo em conta a vasta quantidade de bens e seguindo as tendências da museologia actual, tornando-se um espaço de exposição mais apelativo com a alteração periódica dos seus conteúdos.
in www.rcarganil.com

Etiquetas: ,

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Museu, Património e Turismo

Dr.ª Ana Marques de Sá, da Câmara Municipal de Góis, interveio, e muito bem, no "Encontro Arqueologia e Autarquias", incluído nas Jornadas Europeias do Património, que decorreram em Cascais, apresentando os resultados preliminares dos seus trabalhos arqueológicos no antigo Hospital de Góis e as perspectivas que se prevêem de musealização e de instalação de um Centro de Interpretação do Vale do Ceira.
É sempre agradável vermos o nosso concelho ser escutado com deferência e conviver a este nível.

No regresso, deparei-me a reflectir em dois aspectos:
1-Em Outubro de 1957, a Câmara Municipal aprovou a criação de um Museu Municipal, na vila de Góis, tendo sido nomeado como director, Prof. Doutor João de Castro Nunes (felizmente ainda entre nós). Cinquenta e um anos é muito tempo, parece-me ser altura de andarmos um pouquinho mais depressa, isto é, passar dos projectos e das boas intenções à prática. E nada adianta, a não ser levantar poeira, anunciar em grandes letras na Praça da República, centro por excelência do concelho, que se toma publicamente esse compromisso, e depois mostrar não se ter unhas para o cumprir.
2-Continua-se a pensar em projectos megalómanos, esquecendo-nos do trabalho trivial, para o qual até não são necessários grandes investimentos, e que ajudam, a curto prazo, o desenvolvimento da terra.
Faz-se um muito bem elaborado projecto para a zona histórica de Góis, já lá vão talvez meia dúzia de anos, aguardando-se a bênção do céu, e não se faz o mínimo para se ter um simples Centro Histórico (que não o temos, embora continuem, impropriamente, assim a denominá-lo).
Planeia-se um grande museu, quando nada se faz entretanto para criar um simples espaço museológico, adequado à nossa pequena comunidade, para guarda e mostra dos nossos valores e relíquias.
Sonha-se (e anuncia-se indevidamente) grandiosos empreendimentos turísticos para a Quinta do Baião, que iriam, dizem, revolucionar a região, mas os turistas continuam, e continuarão, a terem que pernoitar em Arganil, Lousã ou Coimbra, quantas vezes desistindo de visitarem a nossa terra, por falta de alojamento.
Sabemos bem que o sonho comanda a vida e, quando se sonha, o mundo pula e avança. Mas antes de pular, temos que caminhar, que o caminho se faz caminhando.
JNR
in http://www.portaldomovimento.com

Etiquetas: , ,

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Encontro "Arqueologia e Autarquias"

No próximo dia 27 de Setembro a Câmara Municipal de Góis irá estar presente em Cascais, no Encontro Arqueologia e Autarquias, através da apresentação "Antigo Hospital de Góis: resultados preliminares da intervenção arqueológica e perspectivas de musealização" pela Arqueóloga Ana Marques de Sá.

"Arqueologia e Autarquias" é o tema do encontro que a Câmara Municipal de Cascais e a Associação Profissional de Arqueólogos( APA) promovem entre os dias 25 e 27 de Setembro de 2008, no Centro Cultural de Cascais.
A iniciativa destina-se a dirigentes e técnicos de autarquias com competências de gestão e execução de acções de âmbito municipal nas áreas da Cultura, Planeamento e Ordenamento do Território e Obras.
Em debate estará o papel dos órgãos de poder local no estudo, salvaguarda e divulgação do património arqueológico, praticamente tão antigo quanto a afirmação da arqueologia em Portugal.
O papel das autarquias tem vindo a consolidar-se progressivamente, sobretudo a partir da década de 80 do séc. XX, sendo neste momento o exercício da actividade arqueológica nos municípios um dos mais significativos no conjunto das diferentes entidades públicas e privadas que a ela se dedicam.
No momento em que se assiste à transformação do modelo de gestão do património cultural na administração central, as autarquias assumem cada vez mais a responsabilidade executiva da gestão do património arqueológico nas suas múltiplas vertentes. Neste contexto, a promoção deste encontro assume-se como espaço reflexão e debate sobre o exercício da arqueologia nas autarquias.
Pretende-se que o encontro “Arqueologia e Autarquias” permita a quadros técnicos e dirigentes da área partilharem as experiências globalmente positivas que, um pouco por todo o país, tem levado a que os municípios se afirmem, cada vez mais, como um dos parceiros mais credíveis na gestão do património arqueológico.

Etiquetas: ,

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Inauguração de obras no Dia do Município de Góis

O Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, deslocou-se na passada quarta-feira a Góis para presidir às comemorações do Dia do Município de Góis, ocasião em que foram inauguradas várias obras na vila, nomeadamente a requalificação do Largo Francisco Inácio Dias Nogueira [Largo do Pombal], as novas instalações do Posto de Turismo, a sede da Associação de Juventude de Góis e a requalificação da Marginal, Av. Eng. Álvaro de Paula Dias Nogueira. No âmbito destas comemorações, a Câmara Municipal de Góis atribuiu, como é habitual, durante a sessão solene comemorativa que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal de Góis, as medalhas de mérito e bons serviços aos goienses que “mereceram ser distinguidos por uma vida de trabalho e dedicação”. Refira-se que após esta cerimónia teve lugar uma palestra sobre o 80º aniversário da institucionalização do Movimento Regionalista no concelho de Góis.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Góis, o dia 13 de Agosto é o feriado municipal porque “está associado à data da doação do castelo de Góis e Bordeiro pela rainha D. Teresa com o infante D. Afonso, a Anaia Vestrariz e esposa D. Ermesinda, a 13 de Agosto de 1113”. “Como foi o primeiro registo encontrado com a referência a Góis, foi adoptado e transformado em feriado municipal”, explicou José Girão Vitorino no início da sessão solene que contou ainda com a presença do Governador Civil de Coimbra, Henrique Fernandes, presidente da Assembleia Municipal de Góis, José Carvalho, vice-presidente da autarquia goiense, Helena Moniz, entre outros autarcas e entidades representadas.
Em relação às homenagens prestadas no Dia do Município, o presidente da autarquia goiense referiu que “recordamos todos aqueles que desde então nasceram, cresceram, viveram, trabalharam e lutaram para que o concelho de Góis ganhasse mais vida”, tendo sido agraciados com as medalhas de mérito os fundadores da empresa “Irmãos Bandeira”, a Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira e a título póstumo José de Matos Cruz. Quanto às medalhas de bons serviços foram entregues aos funcionários António Alberto Figueiredo Machado, Maria Cecília Caldeira Nascimento, Jorge Bandeira dos Santos, Alcindo Martins Ferreira e José Casimiro Santa Cruz Costa.
José Girão Vitorino realçou ainda alguns dos projectos que a autarquia tem levado a efeito no concelho, esclarecendo que a principal aposta da Câmara foi “para projectos transversais que pudessem ser realizados e contribuir para o enriquecimento da nossa comunidade”, referindo-se em concreto à Casa da Cultura e ao Museu de Góis. “Ambos os projectos permitirão a recuperação urbana do coração de Góis”, acrescentou, considerando que vão contribuir sobretudo para a “aproximação das gerações, cultivo da memória colectiva, fomento educativo e cultural de toda a população do concelho”. Para além disso, “permitirão guardar e honrar os diversos espólios da nossa gente”, bem como “contribuir para a realização de diversos certames educativos e culturais”, reforçou.
O presidente da Câmara anunciou ainda que outro dos projectos passa por implementar um centro de investigação, preservação, valorização e divulgação do património natural e cultural do concelho, neste caso, o Centro de Interpretação do Vale do Ceira [CIVACE], cuja sede funcionará no centro histórico da vila de Góis, onde funcionou o antigo hospital. Este Centro, que vai dinamizar um museu com exposições sobre diversas temáticas, “desenvolverá actividades no âmbito dos patrimónios cultural e natural do concelho de Góis, assumindo-se como um motor de desenvolvimento local e regional”. De acordo com o autarca, há também a preocupação em desenvolver o projecto “As aldeias do Xisto” e as praias fluviais do concelho, com o intuito de promover o turismo.
“Pode nascer um novo projecto turístico em Góis, fruto dos vários investimentos realizados nos anos anteriores pela autarquia ao longo do Ceira”, revelou Girão Vitorino, esclarecendo que já foram estabelecidos alguns contactos com vários investidores privados interessados na implementação de um projecto estruturante para a Quinta do Baião. Ainda em relação aos investimentos efectuados pela autarquia goiense, “assumimos ainda a defesa da floresta com determinação”, afirmou o presidente da Câmara, enaltecendo que “avançámos com alguns projectos de sensibilização florestal, de vigilância e de preservação deste bem natural”. Tendo em conta a necessidade de melhorar os quartéis de bombeiros do concelho, o edil anunciou que em breve vão realizar-se obras no quartel dos bombeiros de Góis e na secção de Alvares.
Ao nível da Educação, segundo o autarca, a Câmara Municipal está a lutar “para a criação do Centro Escolar da freguesia de Alvares”, uma vez que “as necessidades são reais e devem ser vistas humanamente”. Por outro lado, “procuramos atrair investidores e empresários que queiram criar as suas empresas entre nós”, alegou, defendendo que “as zonas industriais de Vila Nova do Ceira e da Alagoa, na freguesia de Góis, podem desempenhar um papel decisivo neste capítulo”. Neste âmbito, Girão Vitorino recordou que já se encontra disponível o programa FINICIA, promovido pela Câmara Municipal, em parceria com o IAPMEI, ACIC, Caixa de Crédito Agrícola – Beira Centro e GARVAL, com o qual “se pretende colmatar uma lacuna local, ao nível do apoio financeiro aos nossos empresários das micro e pequenas empresas”.
No uso da palavra, o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local congratulou-se pelo facto da Câmara Municipal de Góis homenagear algumas entidades no Dia do Município, destacando que foi homenageada “uma empresa de origem local que aqui criou emprego, um promotor das origens que pugnou pelos valores locais e uma comissão de um concelho tão vasto, com características tão peculiares, que obriga a respostas de proximidade”. “Devemos olhar para os desafios do futuro”, apelou Eduardo Cabrita, saudando o presidente da Câmara Municipal de Góis que considerou “uma referência desta forma de sentir o poder local”.
Constatando que o concelho de Góis “perdeu cerca de de da população em relação a 1960, afectado pela busca de melhor futuro na emigração ou em áreas urbanas”, o Secretário de Estado declarou que nos dias de hoje a situação inverteu-se e “há nestas localidades qualidade de vida, começando a ser valorizadas com a actuação dos Governos ao nível do ensino, abastecimento de água e caminhos de ligação”. “A mais valia desta área é a floresta”, continuou, realçando o “trabalho exemplar” que tem sido feito pelo município de Góis “na revitalização económica da floresta e na prevenção dos fogos florestais”. De acordo com o governante, o desenvolvimento deste concelho depende também de uma aposta na Educação e no Turismo, através das praias fluviais que permitem “estabelecer uma relação com a natureza”. “Verificamos que a autarquia percebeu onde estão esses factores de desenvolvimento com a requalificação do centro da vila e da zona ribeirinha, trazendo aqui novos investimentos”, concluiu.
Refira-se que nesta sessão discursaram ainda o presidente da Assembleia Municipal de Góis, José Carvalho, e os representatentes dos homenageados, neste caso, Fernando José Bandeira, em representação de Augusto e Eugénio Bandeira, Rita Teresinha, filha de José de Matos Cruz, e Jaime do Carmo, presidente da Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira, Comissão que este ano comemora o 80º aniversário. Após esta cerimónia teve lugar uma palestra sobre o regionalismo, que teve como oradores João Baeta, António Lopes Machado e Carlos Poiares, que se debruçaram sobre as temáticas “Movimento do Regionalismo visto numa perspectiva da região da Beira Serra” e “O papel da Casa do Concelho de Góis no reforço do movimento regionalista no concelho”. Durante a tarde, a Filarmónica da Associação Educativa e Receativa de Góis levou a efeito a cerimónia de lançamento do seu primeiro CD, e à noite, decorreu um concerto com as bandas de FILVAR – Filarmónica Varzeense e a Filarmónica de Góis, que actuaram no Largo do Pombal.
in www.rcarganil.com

Etiquetas: , , , ,

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Arte Rupestre com centro de interpretação na Serra da Estrela

O Centro de Interpretação de Arte Rupestre da Serra da Estrela (CIARSE) vai ser inaugurado sábado na freguesia de Vide, Seia, num projecto orçado em cerca de 300 mil euros.

A instalação do Centro resulta de uma parceria entre a Associação Portuguesa de Arqueologia (APIA) e a Junta de Freguesia de Vide e acolherá uma exposição permanente dedicada à Arte Rupestre dos Rios Alva e Ceira.

Ao longo de investigações realizadas desde 1998 foram catalogadas 500 lajes nos concelhos de Seia, Góis, Arganil, Oliveira do Hospital e Covilhã.

Em declarações à Lusa, Nuno Ribeiro, presidente da APIA, mostrou-se satisfeito pelo «culminar de um trabalho longo de investigação e que agora poderá mostrar ao público os seus resultados».
No CIARSE funcionará um laboratório de Pré-história que continuará a estudar a arte rupestre da região

Lusa/SOL

Etiquetas: ,

quarta-feira, 26 de março de 2008

Museu

Mais uma vez, vimos informar que pretendemos organizar um museu rural - um projecto que está dependente da colaboração das pessoas de Vila Nova do Ceira, no sentido de dispensarem material para o efeito, pelo que, vimos solicitar a contribuição de todos para nos fornecerem peças que possam vir a enriquecer o nosso museu agrícola, nomeadamente: alfaias agrícolas ou qualquer outro utensílio que mostre um pouco os usos e costumes das gentes de Vila Nova do Ceira.
in O Varzeense, de 15/03/2008

Etiquetas: ,

quinta-feira, 20 de março de 2008

Soito - Núcleo Museológico

Visite na aldeia do Soito (Colmeal-Góis) este belo espaço, onde encontrará peças que lhe farão recordar os seus tempos de jovem e outras, de anos ainda mais remotos.
Um excelente trabalho de pesquisa e de recolha que merece ser apreciado.
No fim de semana alargado de Páscoa, aproveite e não deixe de percorrer com os olhos o que se foi perdendo com a passagem dos anos. Como era no tempo dos meus pais?... no tempo dos meus avós?...
Venha viajar no tempo!






in http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com

Etiquetas: , ,

domingo, 2 de março de 2008

Reportagem Museu das Aldeias Vivas

"O céu, o sol, a lua e a terra, aqui tudo é nosso"

Numa altura em que arranca o inédito e inovador projecto de criação do Eco-Museu Interpretativo das Tradições do Xisto e da Natureza na serra da Lousã, a NS' visitou as aldeias onde incide a iniciativa

Entre as onze crianças que há 65 anos residiam em Aigra Nova, freguesia e concelho de Góis, cirandava pela aldeia Júlia Maria Nazaré. A única menina que queria frequentar a escola. Chegou a concluir a terceira classe, mas os pais não lhe permitiram que continuasse os estudos. Chorou dias a fio. Hoje apenas recorda o sucedido, mas já não com tristeza, porque a vida que levou e leva preenche-a. Dona Júlia, como é carinhosamente conhecida na região, é a única habitante permanente da aldeia. Atravessou muitos processos de mutação que atingiram as populações serranas e o País. Aos 75 anos, diz-se preparada para o novo desafio.
A aldeia faz parte de um projecto inédito e inovador de criação de um Museu das Aldeias Vivas da Serra da Lousã e a ADXTUR - Agência Desenvolvimento Turístico que promove a Rede das Aldeias do Xisto. Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena são quatro das aldeias da rede de 24 inseridas no projecto de promoção de 16 concelhos da Região Centro.
Ao longo dos anos, dona Júlia foi lendo tudo a que tinha acesso, livros, jornais e revistas. Era a pessoa mais bem informada da aldeia. E a que lia e escrevia as cartas dos habitantes.
Hoje está apta para receber visitantes e turistas que a queiram acompanhar nas tarefas diárias enquanto pastora e contadora de histórias. E que histórias! Estar sozinha na serra com dezenas de cabeças de gado e de repente surgirem lobos vindo de todos o lado. Ou eles, ou ela, para já não falar das cabras. Mas dona Júlia consciencializou-se de que o lobo é medroso e enfrentou a situação. Esta, e dezenas de outras vezes. "O lobo uiva para demarcar território, mas é cobarde. Ataca os animais, não os homens. Há apenas que Ter capacidade para lhe fazer frente." A pastora gritava: "Agarra, agarra o lobo desgraçado e malvado." Os cães começavam a ladrar e os lobos fugiam.
Em Aigra Nova fica agora instalada uma das lojas da Rede da Aldeia do Xisto onde são vendidos produtos genuínos de qualidade seleccionada. Ali não estão à venda as meias e luvas que dona Júlia fazia enquanto guardava os rebanhos na serra, não por falta de qualidade, mas porque já não tem paciência para as tricotar. No entanto, é possível encontrar nestas lojas artigos feitos à mão por velhos e novos artesãos, que habitam nas 24 aldeias da rede, inspirados pelas gentes e cultura da região. Um feliz namoro entre a tradicional e moderno. Autênticas reinterpretações de processos e materiais tradicionais, como o linho e a forma como eram e é ainda hoje tecido, que dão origem a peças de design contemporâneo de inspiração rural. Além dos têxteis, do artesanato tradicional e do que envolve materiais endógenos, mas que deram origem a peças alternativas, poderão ser adquiridos queijos, vinho, ervas aromáticas, doçaria regional, acessórios de moda e de decoração. No primeiro andar da loja, funcionará a sede da Lousitânea. Nas traseiras, o museu-sede dos núcleos interpretativos. Nada que assuste dona Júlia. Antes pelo contrário: "É chegado o momento de revitalizar a terra", diz a pastora à NS'.
O Museu das Aldeias Vivas será constituído por 15 núcleos que poderão ser visitados autonomamente, na companhia de habitantes ou guias, entre eles dona Júlia. Os turistas e visitantes poderão ainda cruzar-se com a filha de dona Júlia, Lurdes de Nazaré, e o genro, Manuel Claro. Vivem actualmente em Arganil, mas já passam grande parte do tempo na aldeia a tratar do mel, do fabrico do mel, do fabrico da broa e de outras actividades ligadas ao campo e à vida na serra. Com este projecto pensam instalar-se definitivamente na aldeia e tornar-se guias animadores dos ateliers e oficinas que vierem a realizar.
Manuel Claro é outra força viva da natureza. Conhece a serra como ninguém e os perigos que esconde. Por lá coabita com cobras venenosas. Quando elas ousam aproximar-se, estuda-lhes os gestos, conhece-lhes as manhas e troca-lhes as voltas. Uma acabou num frasco de álcool, mesmo antes de Manuel Claro ter a certeza se tinha ou não sido picado por ela. Foi a única vez em que julgou ter sido vencido. Casa ser humano parece conhecer os seus limites e saber qual o papel a desempenhar na casa-mãe que é a serra. Nunca por ali se ouviu falar de finais trágicos para histórias que tiveram enredos complicados. Todas acabam com finais felizes.
Os espaços museológicos não são estanques, têm vida. São utilizados nas terefas diárias dos residentes, que no conjunto das quatro aldeias não chegarão às duas dezenas. Homens e muleheres que acreditam e vêem com bons olhos a chegada de novos moradores. "Há casas disponíveis e começam a surgir oportunidades de emprego." Quem disso parece não ter dúvidas é Elsa Maria Claro, mãe da única família que reside em Aigra Velha. Mulher de alma quente e de mãos frias, boas para produzir o queijo de cabra, cuja venda garante parte do sustento da família, Elsa Maria diz viver num oásis.
"O céu, o sol, a lua e a terra, aqui tudo é nosso", afirma de sorriso rasgado na cara crespada pelo sol de Inverno a trabalhadora rural que explode de orgulho ao ouvir da boca dos três filhos que este é o lugar onde querem ficar para trabalhar e constituir família.
Alexandra, a filha mais velha, estuda Línguas e Relações Internacionais na Universidade de Aveiro e já trabalha. Pese o facto de já falar inglês, francês, alemão e um pouco de árabe, só não voltou já para a terra porque, além de querer acabar o curso, assumiu a responsabilidade de acompanhar os irmãos na cidade até ao final dos estudos. Pedro, 17 anos, estuda Design de Equipamento. Mas aos fins-de-semana tem trabalho assegurado numa empresa de animação turística sedeada em Góis, onde é monitor de desportos de aventura. Há ainda Catarina, de 16 anos, a estudar Artes Visuais. Tal como os irmãos, a jovem sonha em regressar rapidamente a Aigra Velha, onde pretende aliar-se à equipa de desenvolve o projecto da Maternidade de Árvores - outros dos núcleos interpretativos inseridos neste museu vivo, na aldeia vizinha de Aigra Nova.
Há ainda o pai, André Claro, 47 anos. Não quer ser identificado como o chefe da família, mas apenas como um elemento de uma casa onde existe apenas uma carteira e a liberdade para que cada um escola o seu caminho. André foi sempre incentivado pelo pai a estudar. Concluiu a Quarta classe com distinção na escola primária de Ponte do Sótão. Tinha de por lá ficar toda a semana, por causa da distância da aldeia onde vivia. Apesar da insistência do pai e dos professores para que continuasse, optou por se dedicar à pastorícia.
Aos dez anos já percorria sozinha a serra com um rebanho de 400 cabeças de gado. Para vigiar as cabras contava com a ajuda de binóculos. Só de pastagens a região dispunha de cerca de 500 hectares. Contudo, nunca deixou de ler e estudar. Ainda hoje o bichinho pelo conhecimento lhe corre nas veias. Participa em acções de formação vocacionadas para a agricultura, pastorícia, apicultura e animação turística.
Elsa Maria diz que os filhos saíram ao pai, "são inteligentes, têm gosto por aprender e são empreendedores". Envolta no dinamismo dos restantes membros da família, esta mãe desdobra-se para dar conta de um rebanho de 50 cabras, que ordenha à mão para obter o leite com que fabrica o queijo artesanal. Orienta ainda as progenitoras para que, de forma planeada, tenham cabritinhos pelas alturas em que são mais procurados, na Páscoa e no Natal.
Esta aldeia, só por si e pelo trabalho desenvolvido pela família, alberga alguns dos 15 núcleos do Museu das Aldeias Vivas. A família está expectante em relação ao projecto. Há muito que recebem visitantes e turistas que procuram desvendar os segredos da serra e destes povoados que hoje constituem a Rede das Aldeias do Xisto. Em breve contará com uma nova família que pretende fixar-se no local. Apesar do sossego em que dizem viver sozinhos, "num paraíso natural onde ao acordar de manhã ouvimos os rouxinóis a cantar à janela", é de braços abertos que recebem vizinhos. "Este é o momento de inventar o processo de desertificação e abandono total das aldeias da serra."


A rede dos núcleos interpretativos
Em Aigra Nova ficará instalado um museu-sede dos núcleos vivos. Já visitável, mas ainda em mutação, dispõe de cinco temáticas: uma exposição permanente sobre a rede das Aldeias do Xisto; outra também fixa sobre a ocupação humana da serra da Lousã, com destaque para a importante actividade dos neveiros reais; haverá ainda um cantinho especial dedicado ao território base dos diferentes núcleos, Aldeias Vivas, Aigra Velha, Aigra Nova, Comareira, Pena e a zona envolvente dos imponentes Penedos de Góis e ribeiras adjacentes. Olhar atento ainda para a vida de uma casa típica de Aigra Velha: pequena, onde a cozinha se embrenhava no quarto, mas havia um espaço sagrado para esconder os alimentos. O espaço disporá de condições para albergar exposições temáticas e temporárias.
Depois é ir para a rua e descobrir a alma da serra, num raio de poucos quilómetros de fáceis acessos, sobretudo a pé. Em todas as aldeias existirá um painel informativo com a rede dos núcleos interpretativos e locais onde obter folhetos e outras informações. Se optar por um guia, a Lousitânea, através de marcação prévia, disponibilizará um que poderá ser um habitante de uma das aldeias com formação para o efeito.
Prepare-se para cruzar ou acompanhar por exemplo a Elsa Maria, o André Claro, o Manuel Claro, a dona Júlia, a Lurdes de Nazaré, ou outro qualquer habitante, enquanto visita p Moinho de Água de Rodízio, na Ribeira da Pena, em Pena. No forno comunitário, em Aigra Nova, ajudará a cozer, ou comer, a broa de milho e centeio, por vezes recheada de sardinha, bacalhau ou chouriço.
Quem optar por permanecer uns dias na região, já dispõe de alojamento nas aldeias da pena e da Comareira. Em breve haverá um Parque de Campismo Rural em Aigra Velha. Os percursos poderão ser feitos a pé, em BTT ou de automóvel. Alguns já se encontram sinalizados. Andar-se-á de burro de aldeia em aldeia, pois o projecto inclui a criação de uma Reserva de Burros em Aigra Velha ou na Comareira.
in NS', de 1/03/2008

Etiquetas: , , , , , ,

sábado, 1 de março de 2008

Reportagem Museu das Aldeias Vivas

"Numa altura em que arranca o inédito e inovador projecto de criação do Eco-Museu Interpretativo das Tradições do Xisto e da Natureza na serra da Lousã, a NS' visitou as aldeias onde incide a iniciativa."

A reportagem desta visita é publicada hoje, 1 de Março, na revista NS' que integra o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.

Etiquetas: , , , , ,

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Arganil: peça valiosa goiense desaparece de museu

Uma valiosa ara romana terá sido roubada do acervo do Museu Regional de Arqueologia de Arganil, depositado no edifício da autarquia, denunciou este sábado o seu responsável e proprietário, João Castro Nunes, noticia a Lusa.

O seu desaparecimento foi notado há cerca de um ano, dando origem a uma queixa que corre no Tribunal de Arganil, mas só esta quarta-feira se efectuou uma perícia ao acervo por dois peritos do Ministério da Cultura.

João Castro Nunes disse que «nessa perícia constatou-se que várias peças foram subtraídas, entre elas a pequena ara romana dedicada à divindade da indígena Ilurbeda e proveniente do concelho de Góis», que era «internacionalmente conhecida e objecto de várias publicações».

Para além dessa peça, considerada «bastante valiosa», a perícia constatou que um cofre foi arrombado e retirados os três volumes do inventário, «constituído única e exclusivamente pelo resultado das investigações, recolhas e aquisições».

Segundo o responsável, a pequena ara romana era «um documento de excepcional importância para o conhecimento dos locais de culto durante o processo de romanização do ocidente hispânico, designadamente na região de Góis, onde o culto àquela divindade está sobejamente comprovado».

João Castro Nunes, professor jubilado das Universidades Clássica Nova e Lusíada de Lisboa, adiantou que era sua intenção oferecer a ara ao Museu de Góis quando da sua concretização, que «parece estar para breve».

O acervo do Museu Regional de Arqueologia de Arganil, que oficialmente ainda não foi constituído, resultou das investigações, recolha e aquisições de João Castro Nunes, que o tinha confiado à guarda da Câmara Municipal.
in Portugal Diário

Etiquetas: ,

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Museu das Aldeias Vivas quer atrair mais turistas à serra

São quatro aldeias praticamente abandonadas. Conta-se pelos dedos das mãos o número de habitantes que residem actualmente em Comareira, Pena, Aigra Nova e Aigra Velha, todas no concelho Góis e pertencentes à rede das Aldeias do Xisto. Ao todo, não chegam às duas dezenas as pessoas que ainda por ali vivem.

Para inverter a situação e atrair novos moradores, visitantes e turistas, a Lousitânea (Liga de Amigos da Serra da Lousã) e ADXISTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto estão a desenvolver um inédito projecto de criação de um Museu das Aldeias Vivas.

No próximo dia de Carnaval, a 5 de Fevereiro, será dado o primeiro passo para avançar com a iniciativa que Sandra Marques, coordenadora da Lousitânea, reconhece ser "ousada". Na Aigra Nova será celebrado o tradicional entrudo e inaugurada a quarta loja da rede de lojas tradicionais das Aldeias do Xisto, onde passará também a funcionar a sede da Lousitânea.

"Este parece-nos ser o caminho para dar vida a estas aldeias, conservando e valorizando, ao mesmo tempo, o património cultural, histórico, natural e, sobretudo, humano, da Serra da Lousã", disse ao JN Sandra Marques.

O Carnaval, por exemplo, vivia-se pela Serra da Lousã, de forma simples. Roupas e objectos velhos, ou algo que disfarçasse o corpo e o rosto era o mote para a brincadeira. Ia-se pelas aldeias vizinhas e tudo era permitido, desde declamar quadras jocosas sobre os habitantes, atormentar as velhas e seduzir as novas. "Enfim, pregar partidas, como lembram os seus habitantes.

Esta tradição já o ano passado foi reconstituída com grande sucesso pela Lousitânea, que contou com o apoio das gentes locais. Aliás, os moradores são os grandes impulsionadores e entusiastas do projecto Aldeias Vivas, que contará com um ecomuseu interactivo das tradições do xisto e da natureza da serra da Lousã.

Na prática, nas quatro aldeias abrangidas pela iniciativa, passará a existir em Aigra Nova uma Loja do Xisto, a sede a Lousitânea, uma Maternidade de Árvores e um Museu das Aldeias do Xisto. Os turistas e visitantes poderão visitar ainda um conjunto de 15 núcleos interpretativos, fazer percursos pedestres, de BTT ou de carro.

Se optarem por o fazer de forma autónoma, encontrarão à entrada das aldeias painéis informativos. Podem, contudo, fazer estas visitas guiadas que serão complementadas com programas activos, em forma de ateliês ou oficinas que contarão com a participação da população local.

No dia 5 de Fevereiro, se visitar a região será possível ter já uma ideia do que vai ser este museu vivo. Haverá uma primeira recriação do ambiente tradicional das aldeias serranas com os pastores e as cabras, as mulheres que encaminham os porcos, o cesteiro, a sardinheira e os homens a carregar molhos de mato.

Poderá ainda observar o método de pilar as castanhas, o apicultor a tratar das colmeias, o cardar do linho, o malhar do centeio, como se aquece o forno, bem no ponto para cozer a broa, ou ver como o homem maneja o alambique. Este será o arranque para que tenha razões para voltar a esta região que também já dispõe de alojamento em turismo rural.
in Jornal de Notícias, de 21/01/2008

Etiquetas: , , , , , , ,

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Cabreira - Escola transformada em Museu

A Câmara Municipal de Góis e a Comissão de Melhoramentos da Cabreira assinaram em Março último um protocolo de cooperação, no qual a Câmara Municipal de Góis cede gratuitamente e por tempo indeterminado à Comissão de Melhoramentos da Cabreira o edifício da Escola Básica do 1.º Ciclo da Cabreira, para que, a Comissão de Melhoramentos da Cabreira possa aí instalar um museu etnográfico.
Refira-se que, a escola de Cabreira foi construída por subscrição pública em 1931-1932 e o seu custo total foi de trinta e cinco mil, duzentos e setenta e quatro centavos, sendo que, a subscrição rendeu vinte e seis mil, quatrocentos e vinte e sete escudos e setenta e cinco centavos e os materiais oferecidos perfizeram o valor de seis mil, cinquenta escudos e trinta centavos, foram ainda oferecidos dias de trabalho no valor de três mil, cento e vinte escudos, o que somou um total de trinta e cinco mil, quinhentos e noventa e oito escudos e cinco centavos. O custo total da obra, foi então, conforme já se referiu trinta e cinco mil, duzentos e setenta e um escudos e setenta e quatro centavos, tendo ficado um saldo de trezentos e vinte e seis escudos e trinta e um centavos, valor que foi utilizado para adquirir material escolar. É ainda de salientar que o Sr. Manuel Francisco Martins cedeu um andar para residência das professoras, durante muitos anos.
Adelino Veiga
in O Varzeense, de 30/10/2007

Etiquetas: ,

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Cinquenta anos!

Faz precisamente 50 anos que, em 19 de Outubro de 1957, publicava a Comarca de Arganil a seguinte notícia:

"Em Góis foi fundado um museu municipal. Numa das suas últimas reuniões, a Câmara Municipal de Góis aprovou uma proposta do seu vice-presidente sr. António da Rocha Barros Júnior, para criação de um museu municipal nesta vila, para recolha e protecção do património arqueológico e artístico do concelho. Para organizar e dirigir o respectivo museu, foi convidado o sr. Dr. João de Castro Nunes, tendo este distinto arqueólogo aceitado o convite."

Com esta singela notícia duas coisas saltam à vista.

A visão de um homem que soube ver e antecipar o que neste concelho ainda hoje faz falta – pontos de interesse que motivem o desenvolvimento do turismo – para além da obra que deixou em proveito dos mais desfavorecidos da sociedade de então, a obra social representada pelo Centro Social Rocha Barros. Obra essa que parece hoje enfermar de uma cultura menos esclarecida e inovadora daquela que o seu fundador imprimiu e, certamente, gostaria de ver ter continuidade.

Por outro lado que 50 anos estão passados e, do museu de Góis, apenas temos um painel em que, publicamente, se assume um compromisso, já que, de notícias que confirmem esse compromisso, por muito que procuremos nada encontramos.

E, se há cinquenta anos o património artístico do concelho seria escasso, o mesmo não se poderá dizer hoje em que importantes legados foram entregues ao Município. Estamos certos, de que os legatários não o fizeram para que estivessem em qualquer arrecadação ou cofre do município.

Retome-se a capacidade de visão daqueles que há cinquenta anos eram capazes de sonhar com algo que, meio século de sucessivas administrações, não foram capazes de concretizar.

Góis precisa, urgentemente, de gente com chama e capacidade de continuar a sonhar mas, partindo desses sonhos, lutar árdua, firme e tenazmente para transformar os sonhos em realidades.
in www.portaldomovimento.com

Etiquetas: ,

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Reavivar a memória do mineiro goiense

Homenagem ao mineiro goiense e a Stanley Mitchell é o ponto de partida para potenciar a ideia da construção de um museu mineiro.
O Movimento Cidadãos por Góis vai promover uma homenagem ao mineiro goiense e a Stanley Mitchell, um britânico que dedicou parte da sua vida à exploração do volfrâmio em Góis. A iniciativa realiza-se no próximo dia 11 de Agosto, às 15H00, na Casa do Artista, e está inserida nas festas municipais, realizadas pela autarquia.
A ideia, de acordo com Ivone Soares, do Movimento Cidadãos por Góis, constitui um pretexto para lançar o repto para a construção de um museu do mineiro.
A ideia de construir um museu mineiro não é nova, explicou Ivone Soares ao DIÁRIO AS BEIRAS. Grande parte das pessoas da região tem, directa ou indirectamente, um mineiro na família, fruto da abundância destes profissionais no concelho de Góis nas décadas de 30 e 40. É um tema que desde sempre “apaixona a população”, diz Ivone Soares .
Entre “memória e história”, da autoria de João Nogueira Ramos, é o livro que vai ser lançado na cerimónia. O livro, como explica Ivone Soares, aborda a vida de Góis nas décadas de 30 e 40 e transcreve as memórias de Stanley Mitchell, com factos inéditos da vida goiense. Relata ainda testemunhos de dezenas de antigos mineiros e dá a conhecer a história de volfrâmio em Góis.
A cerimónia pretende homenagear todos aqueles que se dedicaram à exploração do volfrâmio. “Não esquecer os perigos, as vivências dos mineiros”, é o objectivo, refere Ivone Soares.
Espera-se então a presença dos protagonistas da homenagem, vários mineiros que ainda estão vivos e que, “felizmente”, continuam a viver em Góis, em especial nas freguesias de Cadafaz e Góis. Também os familiares de Stanley Mitchell, um engenheiro mineiro que, na época, se instalou em Góis, onde desenvolveu a sua actividade na exploração do volfrâmio, vão marcar presença no evento.
O repto para a construção de um museu do mineiro em Góis está lançado. Com vontade, pelo menos do Movimento Cidadãos por Góis, e com espólio disponível para integrar o espaço cultural, Ivone Soares entende que a homenagem que se vai realizar, na Casa do Artista, pode ser “o pontapé de saída” para a realização do museu. Seria uma “mais-valia para o concelho que não é muito rico em termos de património”, conclui, lembrando que há hoje ainda imensos artefactos ligados à exploração mineira, preservados e em boas condições para integrar um possível museu.
Raquel Mesquita
in Diário As Beiras, de 3/08/2007

Etiquetas: , ,

terça-feira, 10 de abril de 2007

Conferência sobre o Museu de Góis, assembleia geral e novos corpos gerentes da Casa do Concelho de Góis

A Casa do Concelho de Góis registou, no passado sábado, uma muito boa assistência para assistir a uma conferência sobre «O Museu de Góis - a sua história para ao concelho e a sua ligação à causa regionalista». pela dr.ª Ana Paula Assunção.
Esta iniciativa, promovida pela direcção da Casa e pelo Conselho Regional, revelou assim muito interesse dada a assistência que ali compareceu, inclusivamente familiares do dr. Alfredo Simões Travassos (o sr. Conselheiro dr. Octávio Dias Garcia e esposa, Maria Luísa Travassos Dias Garcia e sua prima Maria Albertina Simões Travassos) - que deixou ao município goiense um valioso espólio em objectos de arte que se destinam ao Museu que se projecta.
A ideia do Museu já não é nova, mas estamos em crer que a obra vai ser concretizada com a participação da Câmara, a que preside José Girão Vitorino, que pelo assunto revelou já muita vontade e interesse, consciente de que se trata de um valor considerável para o concelho de Góis, já que os museus são sempre centros de arte e cultura procurados por turistas que visitam as localidades.
Bem documentada sobre o tema que escolhera, a dr.ª Ana Paula, que pensa defender tese de doutoramento sobre a histórica vila de Góis, o seu Museu e ligação à causa regionalista, a conferencista encantou os presentes com a facilidade com que falou sobre o tema escolhido e sobre o nosso movimento regionalista em Lisboa, que demonstrou conhecer.
Detendo-se sobre a história que envolve o Museu, com a participação da Câmara Municipal, que já adquiriu o edifício do velho hospital de Góis, da artista Alice Sande, que doou a sua casa de habitação anexa, e o dr. Alfredo Simões Travassos e sua esposa, que doaram um valioso espólio, tal como fizera o seu irmão Armando, que muito virão a valorizar o futuro Museu, a conferencista citou depois a dr.ª Maria Baetriz Rocha-Trindade, uma estudiosa sobre a história das migrações e designadamente do nosso movimento regionalista, sobre o que revelou igualmente ter vastos conhecimentos. Aludiu ao sentido de solidariedade que encerra o movimento regionalista, em que o dr. Simões Travassos foi um elemento destacado no concelho de Góis e mesmo em toda a região da antiga comarca de Arganil, tendo sido o primeiro presidente da direcção da Comarca de Arganil. Recordou a história do antigo hospital de Góis, onde ficará a funcionar o futuro Museu e apontou o esforço dos goienses que partiram da sua terra mas ficaram ligados a ela através do Regionalismo, a que tem dado grandes provas de dedicação e solidariedade, detendo-se sobre o papel das «micro-pátrias» formadas pelas comunidades locais.
Muito aplaudida pela facilidade e saber com que expôs o seu trabalho, o eng.º Nogueira Ramos agradeceu-lhe a sua vinda à Casa de Góis para apresentar tão importante tema, pois a Casa tem um papel importante na divulgação da cultura junto dos goienses, que tem sempre ali naquela Casa um local de acolhimento.


Assembleia geral

Após a conferência, seguiu-se a assembleia geral da Casa para apreciação, discussão e votação do relatório e contas e o parecer do conselho fiscal do ano de 2006; e apresentação dos órgãos sociais para o triénio 2007/9.
Na impossibilidade de comparência do presidente da mesa, dr. Carlos Alberto Poiares, presidiu Américo Simões, secretariado por Manuel Barata Dinis e o dr. Luís Martins.
Dispensada a leitura da acta da última assembleia, depois do presidente da mesa justificar a razão de ser ele a presidir, o presidente da direcção, José Dias Santos, apresentou o relatório e contas.
Neste documento aludia-se às actividades da Casa, à vinda a Lisboa dos idosos de Góis que foran ali recebidos e a quem foi oferecido o almoço, a sessão de teatro ali realizada por iniciativa do Grupo dos Amigos do Sobral, Saião e Salgado, o baile de Carnaval, a vinda à Casa do presidente da Assembleia Municipal de Góis, o Forum das Casas Regionais, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa e relações com Casas congéneres.
Terminando com o desejo de virem a ser substituídos em futuras gerências por associados que tragam novas ideias e outra dinâmica, agradecia-se a todos os colaboradores mais próximos que ajudaram a direcção, não esquecendo aqueles que mais se empenharam nas comemorações dos 50.º aniversário da Casa.
Pelas contas, verificou-se que a verba mais significativa para a manutenção das despesas de funcionamento foi a recebida da ADIBER das rendas do antigo edifício do Colégio, pois a quotização, que rendeu 2.800 euros, dá para muito pouco e há ainda a dificuldade da cobrança, por não haver quem queira fazer esse tipo de trabalho. As disponibilidades da Casa depositadas, são de 25.564,34 euros.
O parecer do conselho fiscal, propunha a aprovação das contas, com um voto de louvor e agradecimento à direcção e de agadecimento a Manuel Barata Dinis por se continuar a ocupar graciosamente dos trabalhos contabilísticos.
Postos estes documentos à discussão, foram os mesmos aprovados por unanimidade, bem como os respectivos votos e agradecimentos, após diversas intervenções dos presentes, designadamente dos associados dr. Bandeira Bento, Victor Manuel Nogueira Dias, que veio de Góis assistir à assembleia, Avelino Martins, Américo Simões, eng.º Mogueira Ramos, Matos Cruz, Silvério Martins e Henrique Miguel Mendes, todos contribuindo para esclarecer e colaborar em qualquer dúvida ou ponto de vista.


Eleição dos novos corpos gerentes

Antes de ser apresentada a lista da direcção com os novos elementos a eleger, o eng.º Nogueira Ramos disse que não desejaria continuar a presidir ao Conselho Regional, mas propunha a cosntituição de uma comissão para estudar as competências e funcionamento daquele Conselho. O presidente da direcção, por sua vez, disse que não incluía na lista os elementos do Conselho Regional por não ter encontrado elementos disponíveis.
Consultados os estatutos, o assunto foi tema de diversas interpretações e análises, entendendo-se que aquele corpo directivo devia ser ali eleito de acordo com os estatutos, que não podiam ser alterdos, sem convocatória para esse efeito.
Interrompoda a assembleia por 10 minutos, foi conseguido um consenso, com a aceitação do cargo de presidente por parte de José Matos Cruz, ficando assim o assunto resolvido e apresentada uma lista completa de corpos sociais.
Dado o adiantado da hora, a lista foi aprovada por consenso, sem necessidade de votação.
O presidente da direcção agradeceu a Américo Simões a maneira como conduziu a assembleia e este teve palavras de apreço para os intervenientes pela maneira como todos colaboraram e contribuíram para que tudo se resolvesse da melhor maneira, citando o exemplo de Victor Nogueira Dias se ter deslocado de Góis para assistir à assembleia.

***

Assembleia geral - Prof. dr. Carlos Alberto da Silva Poiares, presidente; Américo Simões, vice-presidente; Manuel Barata Dias e Henrique Brás Mendes, secretários; e dr.ª Maria Manuel Ferreira da Costa e Graciano Marques, substitutos.

Direcção - José Dias Santos, presidente; Valdemar Barata Ferreira das Neves, vice-presidente; Francisco Martins da Neves, 1.º Secretário; Henrique Miguel Almeida Mendes, 2.º Secretário; Maria Bertilde Barata Costa, tesoureira; Adelino Fernandes da Veiga, Maria Fernanda Rodrigues Simões, Amador Sousa Dias e António Martins Pires, vogais; e Eliseu Batista Henriques, Víctor Manuel Costa Pacheco, Maria Raquel de Jesus Gonçalves Jaime, Maria Altina Barata Garcia e Maria Teresa Pereira Monteiro Santos, suplentes.

Conselho fiscal - António Lopes Machado, presidente; e Avelino Lopes Martins e dr. Carlos Rodrigues Simões, secretários.

Conselho regional - José de Matos Cruz, presidente; eng.º José Henriques Antunes e dr. Luís Filipe Martins, vice-presidentes; Adriano Pacheco, secretário geral; e Tadeu Dias Martins, presidente da direcção da Casa, secretário da direcção da Casa e presidentes das colectividades, vogais.
in A Comarca de Arganil, de 5/04/2007

Etiquetas: , ,

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Por Góis! - O papel das «micro pátrias«!1

O ensaio que nos move2 rodeia-se de conceitos vários mas unidos no essecial que é, no fundo, pensar História, mobilizando metodologias e instrumentos de conhecimentos de várias áreas do saber, estabelecendo novas zonas de diálogo e de interpretação.
Quando se falar de Góis, não se tratará, portanto, de uma abordagem passiva de capitais de problemas, teorias e métodos.
Ao longo do nosso projecto de investigação, temos apostado em introduzir alguma ruptura na leitura e interpretação de documentos, objectos e locais, introduzindo hipóteses, ligando a investigação a um novo campo de possibilidades historicamente determinadas.
Norteia-nos, sem dúvida, um aproveitar todas as «migalhas de Hístória» no sábio dizer de Vítor Serrão ou da dúvida perante os vestígios que aparentemente consolidados, merecem ao olhar de Pedro Barbosa, uma nova explicação.
Quando metemos mão à revisitação da História de Góis para reinterpretar patrimonialmente um edifício, os primeiros contactos foram com os chamados «clássicos sobre Góis» - Mário Paredes Ramos, Henrique Secco, Baeta e Barata - que referem fontes e afirmações já reeditadas sucessiva e acriticamente.
Na senda senda de George Duby e de Fernand Braudel, atentaremos à mucro história «atenta ao tempo breve, ao indivíduo, ao acontecimento», a das pequenas notícias e do drama, a da superfície, «à história «conjuntural» e finalmente, história mais profunda» de longa, mesmo com muita longa duração, «que ela, conta por séculos».3
Com todos estes cuidados, temos vindo a ler e a reler o que outros e outras, felizmente, foram registando e contribuindo, desta forma, para que haja matéria de reflexão.
A dimensão Regional e Local da nossa Tese de Investigação para Góis tem vindo a ser consolidada e naturalmente que acreditamos que estas partilhas regulares de informação, num espírito de retribuição pelos muitos e diversos testemunhos que de uma forma alargada nos temos vindo a cercar e a receber, são uma forma de confirmar a pertinência do projecto que assumimos, conjuntamente com os professores.
Na verdade, quando recebemos o convite para falar da nossa investigação na Casa do Concelho de Góis, logo acarinhámos a ideia.
Uma das fortes e inovadoras teses de que nos rodeámos para a reinterpretação do espaço patrimonial de Góis foi o traço inegável da componente regionalista.
Os concelhos de Góis, Pampilhosa da Serra e Arganil, a norte da designada Zona do Pinhal apresentam características já sobejamente identificadas.
Zonas de depressão, de despovoamento, apresentam-se como paradigma das migrações internas, de zonas rurais do país que encontram em Lisboa um novo elo de ligação à terra, dando corpo a uma vontade colectiva, em formas estáveis de organização, onde a referência é a origem comum.
Quer no exterior quer dentro do país, esta tendência associativa de base regional ou local, é identificável nas Casas Regionais, Casas de Comarca ou de Concelho.
Lisboa é a grande capital onde todos os caminhos se cruzam.
Como bem refere Maria Beatriz Rocha-Trindade, o «desfavorecimento e o despovoamento» multiplicaram as iniciativas regionalistas.
São redes de solidariedade, de concretização de intervenção na migração, mas também, em gestos materiais, de obras de melhoramentos e de recreio, de rememoração do passado mais notável, de festejos e de renovação de laços com a terra, o lugar.
Quando emerge, nas décadas de 40 do século passado, este movimento «encontra o seu fundamento, não numa simples tradição, mas sim num sentimento colectivo do grupo que anseia por ver concretizadas as suas aspirações. (...). São as Beiras sem dúvida, o grande fulcro do Regionalismo Português».4
Esta componente, ainda presente no movimento associativo do século XXI, é um elemento fundamental para o entendimento da identidade de Góis.
É este Regionalismo que permite a criação de laços hibridos, de heranças, de cheiros do pão saído do forno, das caminhadas e do frio mas também de histórias que apetecem conhecer e transmitir.
Os primeiros que saem ainda têm memórias, os seguintes procuram-na.
O Regionalista acaba por assumir, nestas leituras, a ruptura com o isolamento. Não apenas social, económico mas também cultural.
E os laços que estabelecem e que raramente se cortam definitivamente acabam por promover uma renovação de atitudes, de proporcionar descobertas e identificação.
A estruturação destes comportamentos é de valor primacial: estruturam a passagem de testemunho, a linguagem que servirá de moldura a toda uma vida mental.
Ser regionalista é ser amigo da terra, do seu lugar, da sua micro-pátria, expressão feliz de Rocha-Trindade.
E por ela se fazem gestos, se dão de corpo e alma, homens e mulheres.
A causa regionalista está na génese da constituição e espólios justificativos, no mínimo, de futuras intervenções patrimoniais/museológicas em Góis.
É do conhecimento público a generosidade de Carolina e Alfredo Simões Travassos, de Armando Travassos, de Alice Sande, de Fátima Neves ou de outros e outras que venham a considerar a sua terra como merecedora de acolher colecções ou peças a que atribuíram particular valor, seja, pelo valor afectivo, seja pela própria raridade e material, seja pelo valor artístico.
Todas estas pessoas deram à sua terra algo.
Musealizar estes gestos, traduzir estas vontades num corpus teórico que consubstancie algo de positivo, inovador co campo dos modelos expositivos e programáticos da museologia contemporânea é uma premissa do projecto de investigação em curso; mas trata-se, igualmente, de contribuir para o reforço da coesão identitária local, de promoção de orgulho e de contribuição para a valorização da terra, gestos que - generosamente, reforço - acompanharam a intenção dos doadores de património a Góis. Como refere Armando Galvão, em testemunho sobre Alfredo Simões Travassos, «(...) na fidelidade da sua ligação ao meio de origem», encontramos uma parte da sua postura que, acabaria por se traduzir, na doação, feita também com a sua mulher, a Góis de uma valiosa colecção, de igual categoria à que se pode encontrar nas Reservas de Ourivesaria do Museu Nacional de Arte Antiga.
Musealizar esta componente da saída mas permanente presença dos migrantes goienses é, neste projecto de investigação, acompanhar uma tendência europeia de dar voz e visibilidade às margens, às migrações, à sobrevivência das comunidades e agarrar uma memória social que, só nestes aparentes pequenos gestos, se inscrevem na história. E pretendemos dar voz aos que, anonimamente, renovaram o património, continuaram a cozer o pão, a cheirar a terra molhada e sentir o frio a descer da serra.
Os projectos de investigação devem dar lugar a satisfação. O regozijo pelas descobertas e pelo valor histórico reapropriado, recuperado, reinterpretado.
Devolvido.
Não é este o lugar nem o tempo certo para afirmar, com novas fontes e novos suportes documentais, o protagonismo que Góis teve ao longo da sua história quer no contexto local, regional ou nacional.
Não é este o lugar ainda para vos apresentar o património de Góis na assistência médica em Portugal e o lugar de destaque que acabará por ver reconhecido neste século XXI.
Não é ainda aqui que a conjugação de todas as hipóteses de história e património permitirão aprender o projecto em que nos temos vindo a empenhar em estruturar, ciente que a história tem também e sempre uma função social.
De desenvolvimento e de criação de futuro.
São as apostas na inovação, na criação de competâncias, na criação de espírito crítico baseado no conheciento, na aposta da arte, como veículo de aproximação de pessoas, como bem ponta o último Congresso da UNESCO, em Lisboa; na instalação de curiosidade para ver o que de único se tem em Góis que poderão, com este pulsar Regionalista - amigo da sua terra - dar um contributi para o bem comum.
Quando se fala da questão cultural e turística, já ninguém, neste mundo de quase urgente criação de ofertas culturais de marca5, se atraverá a pôr em causa o valor de um Museu, de um património devidamente preparado para absorver, responder e satisfazer as verdadeiras peregrinações que alimentam a actividade turística a nível global.
Colocam problemas, de facto, de concervação, da qualidade das condições de apropriação e valorização do que apresenta, mas são, contudo, também e cada vez mais, a possibilidade de diversificar possibilidades de novas áreas de trabalho, novas saídas profissionais e, sobretudo, alimentação do tecido empresarial local ou mesmo regional.
Uma aposta na vida em qualquer localidade.
A estratégica ligação entre turismo e cultura, é, para os museus uma aposta decisiva.
A consideração de áreas comerciais, de venda de produtos e serviços, de colaborações entre instituições, o desenvolvimento de parcerias científicas e, acima de tudo, uma concertada visão de fututo, dão, hoje, aos museus, uma visibilidade e protagonismo que nunca tiveram.
Um museu acrescente prestígio e influência. Notoriedade.
Não sendo pela proliferação desenfreada de instituições que, a qualquer custo, se intitulam de museus, em nada cumprindo os requisitos para tal, consideramos que o Museu de Góis tem lugar no mapa museológico nacional e internacional.
Mas, como dizia o poeta, «pelo sonho é que vamos/comovidos e mudos».
E caminhamos.
Um trabalho de investigação, tal como defendemos, tem o dever de trazer algo de bom para as pessoas.
É nesse sentido que trabalhamos.
Creio que os regionalistas goienses não deixarão de estar nesta demanda.
Ana Paula Assunção
__________________

1 Conceito de Maria Beatriz Rocha-Trindade In a Cidade, Jornadas Inter e pluridisciplinares, Universidade Aberta, Lisboa, 1993.
2 Texto que apresenta as linhas de intervenção realizada na Casa do Concelho de Góis a 31 de Março de 2007 por convite da mesma, o que agradecemos publicamente.
3 Duby, George, Para uma História das Mentalidades (1971), Terramar, 1999, pág. 35.
4 Casa da Comarca de Arganil, XXV Aniverário, Lisboa, 1954, p. 17, 19.
5 Bastará atentar às recentes notícias e debates em torno da deslocação de uma parte das colecções do Louvre para o emirato Abu Dahbi. Courrier Internacional, n.º 103, 23 a 29 de Março de 2007, «Arte e globalização. Os museus também estão à venda?», pp. 36, 37.
in A Comarca de Arganil, de 5/04/2007

Etiquetas: , ,