segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cadafaz - Homenagem ao regionalismo da freguesia

2 de Agosto de 2009

Átrio da Igreja


PROGRAMA

09.00 - Arruada com Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Coja e Rancho Folclórico da Freguesia do Cadafaz;
09.30 - Missa pela alma dos regionalistas já falecidos;
10.30 - Inauguração do monumento existente no adro;
11.00 - Intervenção de todas as comissões de melhoramentos e convidados;
11.30 - Inauguração da garagem e carrinha da Junta de Freguesia seguida de um almoço no Parque Natural do Cadafaz (Covão).

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sábado, 4 de julho de 2009

Folhas Soltas do Cadafaz

Numa altura em que são vários os artigos acerca das Agremiações Regionalistas do Concelho de Góis, nunca será demais lembrar quem e como conseguiram concretizar o que foi feito "ontem" e do qual ainda hoje beneficiamos. É certo que uma povoação depois de bem edificada, só por fortes razões muda de local, portanto a necessidade absoluta de diligência e cooperação entre toda a sua comunidade quer presente ou ausente, para que o seu progresso vá tomando formas quer pessoais quer ambientais adequadas às suas condições geográficas. Foi certamente o que ia acontecendo ao longo dos anos, continuando numa nova Era em que por razões ainda mais prioritárias }l saúde, habitação e meio ambiente, ou seja, melhores condições em sociedade, neste caso do meio rural que, nos anos 30/40, levou alguns dos grandes Homens desta freguesia dotados de forte personalidade e conhecimento do que era necessário fazer pelas suas aldeias, desafiarem um novo futuro para as suas comunidades. Porém a ideia não teria sido fácil visto tratar-se de uma época em que tudo faltava principalmente bens monetários mas, perante os grandes obstáculos havia uma grande força de compreensão e ajuda mútua na solução dos variados problemas e, o seu trabalho (gratuito) deu frutos com a concretização de muitas obras das quais ainda hoje usufruímos de algumas, outras a falta da devida atenção na sua, conservação tem contribuído para a sua ruína. Pretendo pois referir-me à fundação da Liga de Melhoramentos. da Freguesia de Cadafaz criada em 12-6-1932, com 50 sócios tendo como lº Presidente Cláudio dos Santos. Infelizmente este faleceu em Junho de 1945, perdendo-se um dos grandes impulsionadores. Mas, a sua obra continuou sob orientação dos seus exemplares seguidores, também estes empenhados numa freguesia cada vez mala evoluída, quer fosse da margem direita ou esquerda do rio Ceira.
Mas ... melhor que um diploma ou medalha (hoje muito atribuída), a qualquer um dos que se sacrificaram pelo progresso das suas aldeias (e foram muitos) é um documento que tive o privilégio de ler e apreciar do Exmo Sr. Presidente da Câmara de Góis em 1955 e que passo a citar uma pequena parte do texto, com o devido respeito: -"Preâmbulo do relatório de gerência. relativo a 1955 Exmº Senhor Dr. Armando Simões Presidente da Câmara Municipal de Góis. Mantenho as considerações elogiosas feitas no relatório anterior acerca da actuação das Agremiações Regionalistas confirmando que tem sido através delas que muitas vezes se tem protegido as finanças Municipais satisfazendo encargos e comparticipações, e certo que algumas obras com participadas pelo estado não se realizariam por incapacidade financeira da câmara para ocorrer a todas as solicitações mas a quotização dos sócios e o produto de festas e subscrições trazem ao desenvolvimento do Concelho recursos que constituem uma nova e importante fonte de receita. Também é digno de registo e do conhecimento público a colaboração das Juntas de Freguesia não só no fomento da área da sua jurisdição mas no auxílio que esses funcionários sem renumeração e cheios de trabalho prestam à Câmara na execução, dos múltiplos serviços que a Câmara lhes solicita ,e a que a lei obriga· como o recenseamento eleitoral etc. etc. "
Perante o acima citado esta alusão. de reconhecimento às Agremiações e Juntas de Freguesia pelo então Sr. Presidente da Câmara Dr. Armando Simões, não poderá ficar esquecida, antes pelo contrário, deverá ser transmitida aos nossos jovens de hoje e entidades porque além de ser uma grande homenagem aos que foram partindo ao longo dos anos, é também uma forma de reconhecimento aos que ainda fazem parte da nossa e vossa comunidade e que vão ficando no esquecimento e desatenção por quem' de direito.
Esta é a intenção do meu muito simples artigo, apenas enriquecido com frases de alguém com muito valor, integridade. (Aut.Dr.M.P.N.R.Ar.H.G.).
PORQUE: "OS feitos humanos não devem receber os aplausos de quem os faz, mas sim de quem os sabe ver".
A. Silva
in Jornal de Arganil, de 2/07/2009

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Oitenta anos de Regionalismo - O traço de União

Ainda debaixo das fortes emoções vividas ao longo dum ano de intenso trabalho, com muitos, altos e baixos pelo meio, algumas hesitações, descrenças intermitentes a deixarem dúvidas, envolvidas dum arreganho feito de persistência de quem acredita e se entusiasma com a iniciativa que quer levar ao fim; vamos agora tentar alinhavar um balanço final desta inesquecível efeméride, promovida pelo Conselho Regional da Casa do Concelho de G6is.
As festividades do octogésimo aniversário do regionalismo goiense, foram levadas a efeito por cidadãos comuns, vividas por pessoas populares e celebradas pelas gentes do povo, sem destaques nem elevações de qualquer ordem pessoal. Teve a colaboração prestimosa da Autarquia do Concelho e um facto; mas acima de tudo, tentava dar oportunidade as Juntas de Freguesia de ajudarem o regionalismo, entre as quais, a maioria, esteve presente numa colaboração apreciável, o que deveras nos surpreendeu, dado o seu habitual distanciamento destas lides. Foram jornadas de afirmação muito positivas, nunca antes vividas, em que as forças regionalistas do concelho não deixaram de estar presentes, com destaque honroso para as colectividades promotoras.
Os factos estão aí para nos dizerem que, quando as pessoas querem, quando os homens metem ombros ao trabalho, a obra realiza-se dentro da normalidade. Com mais ou menos brilhantismo, com mais ou menos solenidade tudo se faz com o colorido da nossa gente, sem nariz empinado que destoa no meio de povo humilde. As festividades foram um êxito inédito, porque o povo das respectivas, freguesias esteve presente e participou de forma espontânea; as festas eram do povo e para e povo, o que fez ressurgir, de novo, a alma do regionalismo. Assim se realizou uma demonstração de fervor a que nunca tínhamos assistido, e disso damos agora conta. Nestas lides, apesar do imenso trabalho, sobressai sempre o lado bom e compensado r das coisas, o qual está acima duma festa, que é a alma dum povo.
Somos um concelho de largo território montanhoso, com as aldeias muito dispersas e distantes. Cada qual com as suas tradições, com seus hábitos e costumes, cujo traço comum e, apenas, a Serra; nem os rios correm para a mesma bacia hidrográfica! Existe então uma serra que une e separa as aldeias, como se fosse um mar revoltoso! Difícil é encontrar outro traço de união entre as povoações. Quando for encontrado um projecto global que ligue estas aldeias no mesmo ideal, então estará resolvido o problema da falta de identidade deste desarticulado concelho. O quê não será fácil! Mas será um desafio enorme que se põe ao poder local que aí vem. Haja coragem para isso!
Curiosamente, a ideia do traço de união, ou de projecto global para o Concelho de Góis, esteve sempre presente na base do programa de trabalho do Conselho Regional e que tão bons resultados deu, pela forma faseada como foi implementado, respeitando sempre as diferenças culturais de cada freguesia. O início foi algo atribulado sem sabermos bem como cozinhar a ideia, não o escondemos. Mas depois encontrou-se o folgo necessário para se ultrapassarem os vários obstáculos que foram surgindo. Trata -'se dum caminho possível que pode levar-nos a encontrar a união deste território administrativo que ainda está muito fragmentado.
Muito embora possa parecer estranho, acreditamos piamente de que as colectividades, em boas mãos, possam dar um bom contributo para se encontrar o tal traço de união, não para meterem tudo no mesmo saco, mas para unir todas as diferenças que as distingue. Aqui pode surgir um novo campo de actuação para as colectividades, cuja chave de entrada estará nas mãos do poder local. Seria um passo grande para que o regionalismo tomasse a dianteira ao bairrismo.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 18/06/2009

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cadafaz - Adiada inauguração do Monumento ao Regionalismo

A Junta de Freguesia de Cadafaz informa todos os regionalistas e populações que a inauguração do Monumento ao Regionalismo da Freguesia, prevista para o dia 10 de Junho, foi adiada para o dia 2 de Agosto.
in Jornal de Arganil, de 4/06/2009

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terça-feira, 2 de junho de 2009

Festa da Freguesia de Góis encheu Casa do Concelho

Inserido nas comemorações do 80.º aniversário do regionalismo goiense, realizou-se no passado dia 23 de Maio, na Casa do Concelho de Góis, em Lisboa, a festa da Freguesia de Góis. À semelhança das festas das restantes freguesias do concelho, o evento foi um sucesso que encheu completamente a Casa de Concelho de conterrâneos e amigos de Góis.
Com dois autocarros, de dois andares, que se deslocaram do concelho e contando com aqueles que embora a morarem em Lisboa, não esquecem a sua terra Natal, a cada de Concelho, em Lisboa, recebeu um avultado número de presenças que partilharam saberes, experiências e recordações de Góis, numa festa que, para além de mostrar o artesanato, pintura e gastronomia local conseguiu animar todos com a sua boa música, tentando manter viva a chama do Regionalismo.
O evento, promovido pelo Conselho Regional da Casa do Concelho de Góis, contou também com a organização da Junta de Freguesia de Góis na elaboração do programa que preencheu a animada tarde de sábado.
O cenário era encantador, com as paredes preenchidas por belíssimas pinturas da autoria de: Sandra Gonçalves, Pedro Pinto, Manuel Rodrigues, Helena Bandeira (Lenita) e José Rocha Barros. Todos tiveram ainda a hipótese de apreciar e comprar produtos regionais de fabrico artesanal, elaborados pelos artesãos Olinda Tomás e José Joaquim Cerdeira.
Para dar início ao programa tomou a palavra o Dr. Luís Martins, presidente do Conselho Regional da Casa do Concelho que começou por agradecer a presença de todos, pedindo em seguida um minuto de silêncio pelo falecimento de mais um director da casa do Concelho: o saudoso Adelino Veiga, falecido no passado mês de Abril.
Fez um balanço das comemorações do 80.º aniversário do Regionalismo goiense, realizadas na Casa Concelhia e referiu que "nas cinco sessões comemorativas houve várias actuações no campo cultural", acrescentando que se tentou "divulgar a nossa cultura, nos seus diversos âmbitos: a nível musical, folclore, gastronomia, artesanato, pintura, escrita, etc." e terminou agradecendo a todos os que colaboraram nos cinco eventos realizados.
Em representação da ADIBER, a Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira agradeceu o convite, cumprimentou todos os presentes e manifestou o gosto com que a ADIBER sempre trabalhou com a Junta de Freguesia de Góis, que segundo acrescentou: tem à sua frente um presidente, Alberto Jorge Reis, que ao longo das últimas três décadas tem feito uma excelente gestão autárquica, elogiando também o trabalho dos que têm feito equipa com ele.
Lurdes Castanheira saudou ainda a Casa do Concelho pelo evento realizado e pela forma como sempre souberam acolher os goienses e as suas instituições.
Neste "encontro de naturais e amigos da freguesia de Góis", em seguida, tomou a palavra Graciano Rodrigues, em nome da Junta de Freguesia de Góis, que agradeceu a presença de todos e justificou a ausência da vereadora da cultura, Helena Moniz, que, conforme disse: "apesar de já estar em Lisboa teve que regressar a Góis de urgência, por motivo de falecimento de um familiar próximo". Graciano acrescentou ainda o gosto que a vereadora teria em estar presente ainda o gosto que a vereadora teria em estar presente na festa da freguesia de Góis, muito em especial por ter sido a freguesia que a viu nascer e que escolheu para residir. A título de curiosidade Graciano lembrou ainda que Helena Moniz já foi presidente da Assembleia de Freguesia de Góis, cargo que desempenhou com todo o amor, disse.
Em nome da Junta de Freguesia, Graciano Rodrigues apresentou a programa a realizar ao longo da tarde.
Agradeceu aos pintores e artesãos que se disponibilizaram para expor os seus trabalhos e aos funcionários da Junta de Freguesia pela forma como colaboraram na realização da festa.
Fez ainda uma breve descrição das obras realizadas, nos últimos anos, pela Junta de Freguesia, evidenciando a vertente humana onde investiram fortemente no último mandato.
Em nome da Assembleia de Freguesia de Góis, Rui Miguel Catarino cumprimentou todos os presentes e passou a ler uma mensagem da presidente da Assembleia de Freguesia, Carla Sofia Moreira, na qual se notou nitidamente o amor que a Carla nutre pela sua terra e o gosto em dizer que é goiense, tentando transmitir aos presentes o "bichinho" de divulgar o concelho de Góis, no sentido de aproximar cada vez mais as pessoas da sua região, tentando colmatar a desertificação.
Seguiu-se o presidente da Direcção da Casa do Concelho, José Dias Santos, que, depois de cumprimentar a mesa, com uma saudação especial, dirigiu-se ao sócio número um da Casa do Concelho, Armando Gualter Nogueira. Agradeceu a presença de todas as pessoas que se deslocaram de Góis, para virem a suma casa que, conforme referiu: "é um cantinho de Góis em Lisboa".
Em seguida, tomou a palavra o presidente da Assembleia Municipal de Góis, José António Pereira de Carvalho que começou por cumprimentar e saudar todos os goienses presentes, revendo entre eles "amigos de longa data, bem como todos aqueles que gostariam de estar presentes mas que o não puderam fazer pelos mais variados motivos", disse, referindo também que se encerra com "Chave de Ouro" o ciclo de Festas das Freguesias do concelho.
Fez ainda referência às belezas naturais de Góis, aos muitos eventos ali realizados anualmente, assim como ao acolhimento dado a quem nos visita, "é terra de gente sã, ordeira e trabalhadora, sede das principais entidades concelhias, como será o caso do Centro Social Rocha Barros, Santa Casa da Misericórdia de Góis, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis, Associação Educativa e Recreativa de Góis, com as suas ramificações em sede de Banda e do Futebol, empresas de Faianças, de Alumínios, de Madeiras, entre muitas outras", disse o edil aconselhando à visita de uma freguesia "Com Vida".
Fez também uma breve descrição do que foi apresentado ao longo das diversas festas das freguesias do concelho de Góis, afirmando que "por aqui foi apresentado o que de melhor existe na nossa região".
Louvou o trabalho que a casa de Concelho de Góis tem desenvolvido, e mostrou-se convicto, que a Casa do Concelho deve ser encarada como um parceiro social, junto do poder local.
O presidente da Assembleia Municipal terminou com uma palavra de optimismo para os jovens, naturais ou oriundos do concelho de Góis, a quem saudou particularmente e incentivou a lutarem pelas suas convicções.
Marcaram também presença na mesa de abertura o sócio número um da Casa do Concelho, Armando Gualter Nogueira e o presidente da Junta de Freguesia de Góis, Alberto Jorge Reis.
Terminada a sessão de abertura, o programa continuou em torno do tema: "Desertificação - passado, presente e futuro", que contou com uma apresentação de Graciano Rodrigues que apresentou gráficos com o diagnóstico desde 1911 até 2001, do fenómeno da desertificação, nas diferentes freguesias do concelho de Góis.
Despovoamento e Regionalismo foi o tema abordado pelo Eng. João Nogueira Ramos, que fez uma abordagem dos diversos modos de povoar e despovoar, vendo o lado positivo do despovoamento que, no seu ponto de vista, acabou por também trazer coisas positivas para o concelho, reportando-se ainda para alguns factores que podem estar na origem do desenvolvimento de uma região.
Para fazer uma abordagem histórica de Góis e da sua gênese, seguiu-se o Mestre João Simões que foi ao mais ínfimo do tema iniciando por apresentar como apareceu o planeta terra, falando dos mais remotos tempos da génese goiense e das diversas transformações até ao tempo actual.
Fez também uma alusão ao pelourinho, incitando para que este volte a ser colocado e falou ainda do grande potencial que tem o concelho de Góis.
Com o tempo muito curto para conseguir transmitir todos os seus conhecimentos, alusivos ao tema, o Mestre João Simões encerrou "com chave de ouro" disponibilizando-se para partilhar o seu saber com quem se manifestar interessado.
Finda a sessão, seguiu-se a actuação da Orquestra Ligeira da Associação Educativa e Recreativa de Góis "Force Band", onde os mais jovens elementos da Filarmónica de Góis mostraram os seus maravilhosos dotes musicais com uma fabulosa interpretação, que encerrou ao som da marcha de Góis "O Ceira Corre..."
Para terminar, bem à moda de Góis e todos puderem dar um "pezinho de dança" e cantarem ao desafio, subira, ao palco os acordeonistas Acácio Daniel Bandeira, de Cortecega e Luciano Neves Martins, da Folgosa.
No final de todo o programa seguiu-se um jantar volante, onde não faltaram as iguarias regionais e o bom vinho de Góis.
in O Varzeense, de 30/05/2009

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quinta-feira, 21 de maio de 2009

80.º aniversário do Regionalismo Goiense - Festa da Freguesia de Góis

No próximo dia 23, na Casa do Concelho de Góis, na Rua de Santa Marta, n.º 47, r/c D.to, em Lisboa, vai realizar-se a Festa da Freguesia de Góis, integrada nas comemorações do 80.º aniversário do Regionalismo goiense.
Com organização da Junta de Freguesia de Góis e Casa do Concelho de Góis (Conselho Regional), a Festa tem o seu início marcado para as 15 horas, com sessão de abertura, exposição de pintura e de artesanato; 16, "Desertificação - passado, presente e futuro" (apresentação de Graciano Rodrigues); e "Despovoamento e Regionalismo" (eng. João Nogueira Ramos); 16.30, "Góis e a sua génese" (mestre João Simões); 17.30, actuação da orquestra ligeira da Associação Educativa e Recreativa de Góis - "Force Band"; 18.30, música de concertinas e cantares ao desafio; e 19.30, jantar volante.
in A Comarca de Arganil, de 13/05/2009

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Perda no Regionalismo da Freguesia do Cadafaz

Foi no passado dia 8 do corrente mês de Maio que o Adelino Veiga, nos deixou. Com 77 anos de idade e depois de alguns anos de sofrimento, com uma doença ingrata que não conseguiu vencer, mesmo com a sua força de vontade e o empenho da medicina, o retirou do convívio de muitos amigos e familiares.
Era casado com a D. Zulmira Henriques dos Santos Veiga, sobrinho das Senhoras Guilhermina, Adelina e Alice Veiga, já falecidas, cunhado dos Srs. Mário Henriques dos Santos, casado com a D. Maria Alice Martins e da D. Maria Alice Henriques dos Santos, casada com o Sr. Manuel Neves Alves. Era ainda tio do Jorge Veiga, Arménio Santos, Armando Santos, Adélia Santos, Nuno Santos e Alice Santos Neves. Adoptou ainda em determinada altura, uma jovem integra, que o serviu aquando da sua infância, tendo com ele encetado alguns eventos que ficarão na memória de todos e os ligaram fraternalmente, chorando a sua morte como pertencentes à sua família, tal a ligação com o Adelino.
Nasceu no lugar da Cabreira, freguesia de Cadafaz e concelho de Góis, novo emigrou para Lisboa, onde exerceu a sua actividade ligada ao calçado, chegando a chefiar uma indústria do sector. Cedo abraçou uma causa que sustentou até à morte - o Regionalismo. Fez parte dos corpos sociais de algumas instituições, onde se evidenciou pelo seu trabalho, entre elas a Casa do Concelho de Góis e a Comissão de Melhoramentos da Cabreira. Na última fez vários mandatos como presidente da direcção, cargo que ocupou até à sua morte.
Foi a sepultar no cemitério de Cabreira, onde se reunira, para o acompanhar à sua última morada, algumas centenas de pessoas amigas e familiares, muitos dos quais se deslocaram de longe, para não faltar ao piedoso acto.
Que Deus dê o eterno descanso ao Adelino e conforte os familiares.
Daniel Neves
in Jornal de Arganil, de 21/05/2009

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terça-feira, 19 de maio de 2009

Freguesia do Cadafaz em festa

Tal como havia sido comunicado, a Freguesia do Cadafaz teve a sua participação nas comemorações do octogésimo aniversário do regionalismo goiense, na Casa do Concelho de Góis, no passado dia 18 de Março, dentro do estilo próprio que bem caracteriza o povo desta freguesia serrana. Tal como, as freguesias que a antecederam nesta efeméride, também a do Cadafaz se esmerou para encher de gente o salão da Casa concelhia; gente que é povo e que se anima com o mais alto fervor regionalista.
A mesa d’ honra era composta pelo Presidente do Conselho Regional Dr. Luís Martins, Presidente da Casa Sr. José Dias Santos, Presidente da Assembleia Municipal Sr. José António de Carvalho, Sr.a Vereadora Helena Moniz, Presidente da Junta de Freguesia do Cadafaz Casimiro Vicente, Presidente da União do Cadafaz Armindo Neves e Valentim Rosa em representação da ADIBER. Depois de ser aberta a sessão com as boas-vindas da parte do Conselho Regional, todos os restantes componentes da mesa deixaram as saudações e a alegria de estarem presentes.
Entre os representantes das colectividades que preencheram o segundo ponto do programa, destacaram-se pelo seu desempenho Armindo Neves, como moderador e apresentador das várias entidades com a eloquência que lhe é reconhecida, e o Sr. Engº Carlos Martins com a sua brilhante intervenção, em que entre outros aspectos, lamentou a inabilidade do poder local em não ter sabido aproveitar a dinâmica do regionalismo e aglutiná-la em favor do desenvolvimento rural, recuperando lagares e moinhos, roteiros e lugares de memória, com vista ao desenvolvimento do turismo rural a sério, onde deveria caber também um museu do volfrâmio e a gastronomia regional.
Destacou-se também Casimiro Vicente, Presidente da Junta de Freguesia do Cadafaz, na organização e coordenação de toda a parte logística que envolveu o lauto banquete que fez transportar lá da serra, deixando os participantes boquiabertos, e com água na boca, com a enorme variedade de petiscos e iguanas da região.
Além disso, fez-se também acompanhar do técnico silvicultor, Engº Carlos Machado, para apresentar um projecto integrado de gestão de recursos naturais que pretende implementar naquela região, envolvendo a agro-pastorícia e o turismo rural, centro de idosos e salão de multiusos, que está a ser estudado pela empresa Silvo Consultores, a qual se mostra empenhada em gerir os recursos em parceria com todos os interessados.
Tratando-se de uma nova visão sobre o aproveitamento de recursos e do desenvolvimento das potencialidades da região que pode vir a promover um desentorpecimento da economia local. Isso chamou a atenção dos interessados como algo de importante a ter em conta, por um lado e, por outro, como é de que o projecto seria posto em prática no terreno, já que poderia vir a ter implicações com os proprietários locais. Este assunto mereceu da parte da senhora Vereadora Helena Moniz várias questões que lhe foram esclarecidas no momento.
Assim se passou uma tarde totalmente preenchida de belo convívio, confraternização, muita alegria, música para todos os gostos e por fim a actuação do rancho folclórico da freguesia do Cadafaz, que a todos brindou com as suas danças.
Adriano Pacheco
in O Varzeense, de 15 de Maio de 2009

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

80.º Aniversário
do Regionalismo Goiense


Festa da Freguesia de Góis

23 de Maio de 2009

Casa do Concelho de Góis
Rua de Santa Marta, nº 47, r/c dto.
1150 – 293 LISBOA


Programa

15:00 Sessão de Abertura
Exposição de pintura
Mostra de Artesanato

16:00 Palestras
"Desertificação - passado, presente e futuro" - Graciano Rodrigues
"Despovoamento e Regionalismo" - João Nogueira Ramos
"Góis e a sua génese" - João Simões

17:30 Orquestra ligeira da AERG - "Force Band"

18:30 Música de concertinas e cantares ao desafio

19:30 Jantar Volante


Organização

Junta de Freguesia de Góis
Casa do Concelho de Góis – Conselho Regional

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Freguesia do Cadafaz comemorou os 80 anos do Regionalismo goiense

A Casa do Concelho de Góis, com a colaboração do seu Conselho Regional, tem estado a comemorar por freguesias, o 80.º aniversário do Regionalismo Goiense.
No passado sábado, 18, foi a vez da freguesia do Cadafaz e mais uma vez a Casa do Concelho de Góis se encheu, tendo vindo de Góis e do Cadafaz algumas pessoas, designadamente autarcas concelhios e da freguesia.
São grandes as tradições regionalistas da freguesia do Cadafaz em Lisboa, tendo-se distinguido alguns naturais daquela freguesia quando da fundação das primeiras colectividades regionalistas na capital, designadamente na fundação da Casa da Comarca de Arganil, e pouco depois na fundação da Liga de Melhoramentos da Freguesia do Cadafaz (1932) e o Grupo dos Amigos de Capelo, antes Comissão (1929).
Mais tarde, cada uma das localidades que formam a freguesia foram criando a sua colectividade, que nas localidades que representam foram realizando obra notável de carácter regionalista.
À sessão com que abriram as cerimónias na Casa do Concelho de Góis, presidiu o dr. Luís António Martins, presidente do Conselho Regional, ladeado por José António de Carvalho, presidente da Assembleia Municipal de Góis; Helena Moniz, vereadora da Câmara Municipal de Góis; Casimiro Vicente, presidente da Junta de Freguesia do Cadafaz; Valentim Antunes Rosa, Armindo Neves e José Dias Santos, presidente da direcção da Casa.
Após as saudações do dr. Luís Martins e José Dias Santos, que aludiram ao acto que se comemorava, manifestando a sua satisfação por verem mais uma vez aquela Casa cheia, o que bem revela que está vivo o interesse regionalista no concelho de Góis, chamando a atenção para a exposição fotográfica que se encontrava na sede, de Adelino Veiga, da Cabreira, que sempre se dedicou a fotografar temas regionais, mas que por motivos de saúde não se encontrava presente.
Valentim Antunes Rosa disse representar a ADIBER e a dr.ª Maria de Lurdes Castanheira que, por motivos de força maior, não se encontrava presente como pensava estar.
Armindo Neves, presidente da União Recreativa do Cadafaz, começou por dizer ser uma honra para si participar naquele Encontro Regionalista tão significativo para a freguesia do Cadafaz, dando conta do programa que se seguia, sublinhando que a dr.ª Tânia Neves, não poderia estar presente para apresentar o seu livro «Maternidade e Paternidade», como estava programado. Ocupou-se do que tem sido o movimento regionalista na freguesia do Cadafaz e pediu um minuto de silêncio em memória dos sócios falecidos da União Recreativa e saudava Alberto Martins que festejava os seus 101 anos de idade.
Helena Moniz apresentou as saudações da Câmara Municipal de Góis e do seu presidente que por motivos de serviço não permitiram estar presente, afirmando que é sempre com muita satisfação que a Câmara acompanha estas manifestações regionalistas no concelho de Góis, procurando encontrar soluções para muitas das aspirações locais que lhe são colocadas, manifestando o seu apreço pela acção das colectividades regionalistas.
José António de Carvalho, presidente da Assembleia Municipal de Góis, disse que mais uma vez se deslocava àquela Casa por motivos regionalistas, o que fazia com muito agrado. Recordando as suas passagens por aquela Casa dos goienses em Lisboa e do significado daquele Encontro e o quanto representa para a região goiense a actividade das colectividades regionalistas, às quais manifestou o seu apreço.
Organizada uma nova mesa presidida por Armindo Neves e composta por representantes das colectividades da freguesia do Cadafaz, falou em primeiro lugar o eng.º Carlos Martins, presidente da assembleia geral da União Recreativa do Cadafaz, que começou por se ocupar do Regionalismo na freguesia e da sua passagem pelas reuniões naquela Casa desde há muitos anos. Teve palavras de apreço para com os representantes das colectividades da freguesia e recordou os marmoristas da freguesia do Cadafaz que em Lisboa tiveram grande intervenção na actividade regionalista.
Lembrando que as colectividades regionalistas se deviam hoje dedicar mais à cultura, deixando as obras para as Câmaras, o eng.º Carlos Martins apontou como uma iniciativa importante a criação de um Museu do Volfrâmio e a recuperação, nem que fosse apenas para fins turísticos, os moinhos de água e os lagares, procurando desenvolver a gastronomia e o artesanato. O Cadafaz pode correr o risco de desaparecer se não for feita alguma coisa pela sua existência, perante a desertificação que se verifica cada vez mais nas aldeias serranas, admitindo que numa futura Reforma Administrativa muita coisa pode acontecer em vilas e aldeias em que as pessoas vão sendo cada vez menos.
Falaram seguidamente os representantes das restantes localidades da freguesia, cada um apresentando as suas opiniões, bem como as aspirações de cada uma das localidades, aludindo o dr. Jorge Alves aos compartes na freguesia, que devem definir em assembleia geral aquilo que a cada um compete, entendendo que o que está em causa no interesse geral é a construção de um Lar de Idosos.
Numa segunda parte, interveio ainda o eng.º Carlos Martins, representante de uma empresa de gestão florestal que, com acordo do presidente da Junta de Freguesia, Casimiro Vicente, apresentou um plano do que poderia ser possível realizar na freguesia do Cadafaz, aproveitando possíveis fundos comunitários: «Projecto Integrado da Gestão dos Recursos Naturais».
Para além do Lar de Idosos e de um Parque de Campismo, enveredar pelo turismo cultural, aproveitando recursos florestais era uma hipótese. O mel, o queijo, o medronho, são produtos que a Serra pode produzir.
E a ninguém é proibido sonhar ou dar largas à sua imaginação. A Serra tem os seus recursos que, para frutificarem precisam de imaginação, mão d'obra e dinheiro.
Veio depois a música e o folclore com a actuação do Rancho Folclórico da Freguesia do Cadafaz. E depois dos «Sons do Ceira», os «Sabores do Ceira».
Um jantar volante, em que não faltaram as mais saborosas iguarias regionais.
Nisso se empenhou o presidente da Junta de Freguesia e naturalmente diversos colaboradores, já que o trabalho terá chegado para todos.
Um Encontro que terminou em festa, a recordar as velhas tradições regionalistas da Freguesia do Cadafaz.
No dia 23 de Maio será a festa/encontro da Freguesia de Góis a participar nesta comemoração dos 80 anos do Regionalismo goiense.
António Lopes Machado
in A Comarca de Arganil, de 29/04/2009

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terça-feira, 14 de abril de 2009

80º

Aniversário

do Regionalismo Goiense



Festa da Freguesia de Góis

- 23 de Maio de 2009 -


Na Casa do Concelho de Góis

Rua de Santa Marta, n.º 47, r/c Dto

1150 – 293 LISBOA Tel: 213 545 051



Para mais informações:

Rua 5 de Outubro, 2 3330-341 GÓIS

Tel./Fax: 235 778 987 E-mail:
jfgois@sapo.pt
Visite-nos em:
http://www.freguesiadegois.pt

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Freguesia do Cadafaz vai ter a sua festa a 18 de Abril

Depois do estrondoso êxito alcançado pelas participações das Freguesias de Vila Nova do Ceira, de Alvares e ultimamente pelo Colmeal, nas comemorações do octogésimo aniversário do regionalismo goiense que tiveram lugar na Casa do Concelho de Góis, esperamos agora pela participação da Freguesia do Cadafaz, cuja Junta de Freguesia já comunicou a sua inteira disponibilidade para realizar e liderar o evento, dentro da sua concepção que, ao que sabemos, ser de grande inovação. Far-se-á, por isso, acompanhar de todas as pessoas que a quiserem acompanhar.
A Conselho Regional tem vindo acompanhar, a par e passo, o evoluir dos preparativos desencadeados pelos membros desta Junta, aliás como o fez aquando da representação das freguesias acima referidas, tendo, para isso, feito deslocar alguns dos seus dirigentes àquela região com a finalidade de prestarem todo o apoio logístico e organizativo, colocando as instalações da Casa à sua inteira disposição. Todo este esforço vai no sentido de animar e incentivar os organizadores, dando-lhes uma "forcinha" para que esta festa seja o sucesso desejado.
Pela informação que tem chegado ao Conselho Regional, estamos seguros de que a Junta da Freguesia do Cadafaz vai desenvolver todos os esforços para que o seu desempenho não fique aquém das outras sessões já ocorridas. É com agrado que registamos o entusiasmo e empenho que tem chegado até nós, esperamos, por isso, uma grande e forte adesão a este evento, por parte das gentes da Freguesia do Cadafaz sediados na capital e em qualquer parte do país, que sempre souberam corresponder aos anseios e propósitos da sua região.
À semelhança do enorme fervor regionalista, desencadeado por todas as outras embaixadas regionais que chegaram até nós, a Casa do Concelho de Góis espera, desta feita, ter casa cheia de gente da nossa região no dia 18 de Abril próximo, onde a animação, o colorido e o convívio, a fotografia e o artesanato, bem como os petiscos regionais e os bons vinhos, vão ali ter lugar para contentamento de quem quiser vivenciar esta alto momento.
O Conselho Regional não quer deixar passar esta data sem evocar e homenagear os altos serviços prestados pelo movimento regionalista, ao povo desta região e pretende agora estender esta prática a todo Concelho de Góis, como forma própria de o envolver neste sentimento que a Casa se empenhou nesta gigantesca tarefa para assinalar os oitenta anos de luta por melhores condições de vida. Trata-se apenas de uma pequena homenagem, da sua parte, a tão grande e meritório serviço prestado à região.
Com esta iniciativa envolvendo todas as forças vivas do concelho, esperamos deixar uma marca simbólica que ajude a unificar todo o espaço concelhio que tão disperso se apresenta.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 9/04/2009

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segunda-feira, 6 de abril de 2009

80.º Aniversário
do Regionalismo Goiense


Festa da Freguesia do Cadafaz

18 de Abril de 2009

Casa do Concelho de Góis
Rua de Santa Marta, nº 47, r/c dto.
1150 – 293 LISBOA



Programa

15:00 Sessão de Abertura
Exposição
Mostra de Artesanato

16:00 Aldeias da Freguesia do Cadafaz e o Regionalismo

17:00 Dr.ª Tânia Neves
Apresentação do Livro "Maternidade e Paternidade"

17:30 Sons do Ceira

18:30 Junta de Freguesia do Cadafaz
Projecto Integrado de Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento da Freguesia do Cadafaz

19:30 Jantar Regional

21:00 Rancho Folclórico da Freguesia do Cadafaz


Organização
Casa do Concelho de Góis – Conselho Regional
Junta de Freguesia do Cadafaz


Apoio
Casa do Concelho de Góis, Liga de Melhoramentos da Freguesia de Cadafaz, Comissão de Melhoramentos da Candosa, Grupo dos Amigos de Capelo, União Recreativa do Cadafaz, Grupo "A Bem da Sandinha", Liga dos Amigos de Mestras, Comissão de Melhoramentos de Corterredor, Comissão de Melhoramentos e Preservação do Tarrastal e a Comissão de Melhoramentos da Cabreira

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Casa do Concelho de Góis aprovou em assembleia geral o relatório e contas da direcção

Fotografia de JrC


No passado sábado, 21, à tarde realizou-se na sede da Casa do Concelho de Góis a sua assembleia geral para aprovação do relatório e contas, bem assim o parecer do conselho fiscal.
Presidiu o dr. Carlos Alberto da Silva Pereira, secretariado pelos dr. Luís Martins e Américo Simões.
Após algumas palavras de saudação do presidente da mesa, o presidente da direcção, José Dias Santos, apresentou o seu relatório e as contas, em que se resumia o que foi a actividade da Casa durante o ano.
Sublinhava-se no relatório que o Conselho Regional reuniu com bastante frequência e deu significativa colaboração à comemoração do 80.º aniversário do Regionalismo goiense. As festas das Freguesias designadamente de Vila Nova do Ceira e Alvares, que se realizaram em 2008 foram um êxito, e que o associado José Carlos Fernandes representou a Casa na IX Meia Maratona do Porto Santo, de que foi o grande vencedor, entregando à Casa a respectiva medalha.
Dizia-se ainda que foi solicitado à Câmara Municipal de Góis que fosse atribuída a título póstumo a Medalha de Mérito do Concelho a José de Matos Cruz, o que se veio a verificar, mas sem qualquer resposta ou referência à sua petição.
Propunham-se votos de louvor ao atleta associado José Carlos Fernandes, e de pesar a Francisco Martins das Neves, José Matos Cruz e Graciano Marques, três elementos de grande importância na Casa desaparecidos recentemente.
Quanto às contas, verificou-se que o saldo que transitou para nova gerência, de 28.324,37 euros, foi levemente superior ao que havia sido recebido no início da gerência, mas que esse resultado só foi possível graças ao rendimento das rendas recebidas da ADIBER, do edifício do antigo Colégio, pois o rendimento das quotas (pouco mais de 200 associados), não daria para as despesas gerais de funcionamento.
O parecer do conselho fiscal realçava o interesse e acolhimento que teve a comemoração dos 80 anos do Regionalismo goiense, assinalando com tristeza os falecimentos já citados dos três saudosos companheiros que tanto de si deram àquela Casa.
Agradecia-se a Manuel Barata Diniz, que mais uma vez se tenha encarregado dos trabalhos contabilísticos da Casa e propunha-se: a aprovação do relatório e contas da direcção; voto de louvor e agradecimento à direcção pelo trabalho e dedicação demonstrados; voto de agradecimento ao Conselho Regional pelo brilhante trabalho que tem sido levado a efeito nas comemorações dos 80 anos do Regionalismo goiense; e voto de sentido pesar pelo falecimento de Francisco Martins das Neves, José de Matos Cruz e Graciano Marques.
Postos à apreciação dos associados presentes, todos os documentos apresentados, bem como os votos propostos, foram aprovados por unanimidade.
Na segunda parte da ordem de trabalhos, «apresentação de qualquer outro assunto de carácter associativo e regionalista», intervieram diversos dos presentes, designadamente dr. Carlos Poiares, dr. Luís Martins, Avelino Martins, Américo Simões, António Lopes Machado, dr. Bandeira Bento, Américo de Jesus Brás, Bertilde Costa e eng.º Antunes, que dissertaram sobre os mais diversos temas associativos e regionalistas, em que se abordaram assuntos de grande pertinência.
Sobre a quotização dos associados, verifica-se que 6 euros por ano, estão completamente desactualizados e mesmo assim, com falta de cobrador para importâncias tão irrisórias, ainda é difícil fazer tal cobrança, fazendo-se um apelo aos sócios nesse sentido. Sobre os votos de pesar aprovados, nele se incluiu o eng.º Rui Cortês, antigo presidente daquela Casa falecido já este ano.
Sobre a atitude da Câmara de Góis para com a direcção da Casa, quando da comemoração do feriado municipal de Góis, lamentou-se o facto, mas entendeu-se que não deve ter havido qualquer má intenção do respectivo presidente que não tem passado bem de saúde, sendo unanimente aprovado um voto pelas suas melhoras, havendo ainda a considerar que, embora ali não estivessem nessas qualidade, os presidentes da assembleia geral, os presidentes da assembleia geral, dr. Carlos Poiares, e António Lopes Machado, presidente do conselho fiscal, foram convidados e fizeram intervenções sobre Regionalismo durante as comemorações do feriado municipal em Góis.
Fez-se ainda um apelo aos jovens para que se interessem pelos temas associativos e regionalistas, embora compreendendo-se que os tempos mudaram muito e que as razões que levaram à criação do nosso Movimento Regionalista são hoje muito diferentes e o Regionalismo tem que ser encarado segundo caminhos diferentes, designadamente no aspecto cultural, em que haveria muito a fazer.
Aquela Casa pode continuar a ser um centro de encontro dos goienses em Lisboa, podendo prestar assinaláveis serviços aos interessados do concelho. Interessa por isso que os goienses continuem a frequentá-la e a fazerem-se seus associados.
Foi por fim aprovado que em dias da assembleia geral, não deve haver qualquer reunião de outras colectividades, pois a Casa deve estar acima de tudo que se refere ao Regionalismo goiense.
António Lopes Machado
in A Comarca de Arganil, de 1/04/2009

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cadafaz - Festa da Freguesia na Casa do Concelho de Góis

Inserido nas comemorações do 80.º aniversário do Regionalismo goiense, vai realizar-se no próximo dia 18 de Abril, na Casa do Concelho de Góis, na Rua de Santa Marta, n.º 47, r/c, d.to, em Lisboa, a festa da Freguesia do Cadafaz.
Organizada pela Casa do Concelho de Góis (Conselho Regional) com o apoio da Junta de Freguesia do Cadafaz e a colaboração das agremiações regionalistas, Liga de Melhoramentos da Freguesia do Cadafaz, Comissão de Melhoramentos da Cabreira, Comissão de Melhoramentos de Candosa, Grupo Amigos de Capelo, União Recreativa do Cadafaz, Grupo A Bem da Sandinha, Liga dos Amigos das Mestras, Comissão de Melhoramentos de Corterredor e Comissão de Melhoramentos e Preservação do Tarrastal e à semelhança das freguesias de Vila Nova do Ceira, Alvares e Colmeal, pretendemos que esta festa se venha a constituir em mais um êxito e também nós, freguesia do Cadafaz, esperamos manter viva a chama do Regionalismo que, com todas as dificuldades existentes, as Comissões de Melhoramentos vão tentando manter. Esperamos que seja para todos nós mais um dia de alegria entre todos os cadafazenses, os que se deslocam das suas aldeias em transporte gratuito, em autocarro fretado para o efeito e os residentes em Lisboa.
O programa da festa será divulgado oportunamente, mas podemos já adiantar em relação à ementa consta que o presidente da Junta, Casimiro Alves Vicente, vai deliciar todos com uma variedade de comida à maneira da nossa região.
Luciano Henriques Lourenço
in A Comarca de Arganil, de 1/04/2009

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Colmeal em festa na Casa do Concelho de Góis

Enquadradas nas comemorações do octogésimo aniversário do regionalismo goiense, ocorreram no dia 31 de Janeiro, na Casa do Concelho de Góis, as festividades representativas da Freguesia do Colmeal, organizadas pela União Progressiva, em colaboração com a Junta e com todas as restantes colectividades desta Freguesia.
Como é do domínio público, trata-se dum evento cultural que tem vindo a ser apresentado pelas freguesias do concelho, projectado e coordenado pelo Conselho Regional, cujo sucesso ascensional tem ultrapassado as melhores expectativas, tendo-se, desta feita, atingido êxito memorável, quer em exposição de artesanato regional e de fotografia, quer pelo conteúdo do seu programa, quer ainda pela avultada assistência que registou, não esquecendo que se trata duma região em acelerada desertificação.
Mais do que falar da evolução do programa e das belas prestações que foram ocorrendo, somos - por razões emocionais - impelidos a descrever o que os nossos sentidos foram captando ao longo de mais de quatro horas de espectáculo, durante o qual nos detivemos perante gentes do Portugal profundo, tão igual a nós onde tudo cheira a povo verdadeiro, de mãos calejadas, de quem atitudes da mais pura sinceridade, quer através duma fotografia que nos toca pela sua autenticidade, quer através duma saudação de alguém que nos cumprimenta com alegria, quer ainda pelas manifestações folclóricas ancestrais, inocentes e genuínas.
O povo genuíno tem este lado encantador e misterioso da vida e quando não se descaracteriza, tem aquela matriz homogénea, igualitária, onde o mais humilde e simples cidadão tem uma prestação tão apreciável como a do mais destacado intelectual.
O exemplo vem-nos da Tocata, tal como dos contributos de escalões diversos que não destoam, antes se complementam. Não se confrontam, antes de unem. Não se destacam, antes de uniformizam na mais completa harmonia, o que nos mereceu a melhor das atenções pelo seu empenhamento e entrega. Destaque-se a geração jovem bem representada pelo Henrique Miguel Mendes.
Toda a evolução da festa nos mereceu o melhor interesse, numa Casa (salão, corredores e cave) que se tornou pequena para acolher duas a três centenas de pessoas. Por nos parecer bastante interessante, destacaremos a projecção de fotografia, algo criativo a apropriado para nos mostrar o que de mais belo existe em cada aldeia. Não só pelas imagens de cor e beleza, não apenas pelos recantos culturais e recortes admiráveis das serranias, mas pelo valor apreciável dum trabalho, em grupo, que transmitiu uma ideia segura de união e solidariedade, que já vai rareando nos tempos que decorrem.
Estamos a falar dum concelho extenso e disperso, pobre de recursos, mas muito rico de gentes e tradições multi-culturais onde a solidariedade, o amanho das terras e a pastorícia formam uma base de conhecimento inigualável, mas que deixa a nu um outro campo de necessidades, criador da demanda para outros destinos, onde emergiu o regionalismo pulverizado de saudade, tema, aliás, bem tratado na intervenção da Dr.ª Lisete Matos.
Se mais nenhum interesse tivesse este encontro com a história, bastar-nos-ia o impacto que teve ao reacender... da brilhante chama regionalista nesta Freguesia, onde, ao que nos foi dado a conhecer, os níveis de entusiasmo e relação de entreajuda estavam quase a roçar o desalento! Razão pela qual o Conselho Regional dá por muito bem empregue o esforço que tem vindo a desenvolver e espera concluir o programa que se propôs cumprir.
Por mera falta de espaço, ficarão sem menção outros assuntos de relevante interesse, apenas indicaremos a seguir os elementos da Mesa de Honra. Começando pelo destacado e entusiasta dirigente da União Progressiva, Dr. António Domingos Santos, Dr.ª Lisete Matos e os autarcas: Presidente da Junta de Freguesia Henrique Brás Mendes, Sr.ª Vereadora D. Helena Moniz, Presidente da Assembleia Municipal Sr. José Pereira de Carvalho; bem como a representante da ADIBER Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira e os anfitriões Sr. José Santos e Dr. Luís Martins. Todos os elementos se mostraram encantados com o êxito do evento.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 19/02/2009

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Movimento Regionalista - Prefácio ao livro da Socióloga Maria Beatriz Rocha Trindade

Depois de se ter notabilizado como pesquisadora dos problemas da Diáspora Portuguesa através do Mundo, a Profª. Drª. Maria Beatriz da Rocha-Trindade, que dirige o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) da Universidade Aberta de Portugal, vai lançar o livro A Serra e a Cidade (O triângulo dourado do Regionalismo).

Quer dizer, chega o estudo que faltava, embora não sejam de menosprezar os vários livros já publicados sobre o Movimento Regionalista em Arganil, Pampilhosa da Serra e Góis. No entanto, a documentação reunida pela autorizada ensaísta da nossa Emigração é pormenorizada, fundamentada e cientificamente interpretada. Afinal, as questões da Diáspora e do Regionalismo cruzam-se freqüentemente, conforme observou a autora no decurso de duas dezenas de anos de investigações na Imprensa e em numerosos depoimentos e acções que pôde acompanhar. .

A primeira parte do estudo que tivemos o privilégio de ler antes da publicação destaca “A Serra” – vistas e perspectivas da desertificação, referindo a seguir, entre outras questões, as aldeias dos 3 concelhos, além de analisar a “História da migração interna” e o Regionalismo das Gentes da Serra, “Associativismo Regionalista”, os eventos regionalistas, financiamento da actividade regionalista, “Os caminhos do sucesso e a construção da notoriedade”, “Novas imagens da Serra”: evolução e funcionalidade das estruturas associativas, o problema da Regionalização e do Regionalismo, o futuro do Regionalismo e, baseando-se em documentos (com vasta bibliografia) o dia a dia de um movimento que teve como pontos fulcrais as comissões, ligas e uniões de melhoramentos, etc. Releva as actividades em Lisboa da Casa da Comarca de Arganil e das Casas dos Conselhos da Pampilhosa da Serra e de Góis.

E é ao falar do Movimento Regionalista que a escritora Maria Beatriz Rocha-Trindade sinalisa o futuro: após as obras realizadas, a partir da 2ªdécada do século XX, acrescenta: “Aquilo que no passado poderia por algumas pessoas ser considerado apenas como acessório ou lateral passou a ter duas funções principais, nitidamente diferentes uma da outra: por um lado, visar a melhoria da qualidade de vida dos mais idosos, quer os residentes nas aldeias quer aqueles que a elas regressarão após a reforma; por outro, criar atractivos às populações mais jovens, tanto os residentes como os visitantes por ocasião de férias, além de proporcionar às crianças e jovens o gosto de estar na terra dos seus ascendentes.”

Não menos significativas são as interpretações sobre o Regionalização e o Regionalismo: “A criação (ou não) de Regiões Administrativas (...) foi submetida a referendo em 1998 e, nesse processo, foi rejeitada”. E diz ainda: “O conceito de Regionalismo, pelo contrário, nada tem a ver com a criação de Regiões Administrativas ou com a organização dos poderes do Estado. É (...) um sentimento que resulta da iniciativa da sociedade civil, logo de natureza estritamente não-governamental.”

´É muito valiosa a contribuição da Profª. Drª. Maria Beatriz Rocha-Trindade ao salientar a importância do Movimento Regionalista dos 3 concelhos, até porque não tem similar em Portugal, nem sequer nos outros municípios da Beira-Serra, embora se trate de uma área empobrecida e em fase de desertificação, mas, por isso mesmo, não deve ser ignorada pelos poderes públicos, antes pelo contrário. Porém, essa é outra história... e vamos limitar-nos, por agora, ao registo das informações reunidas pela autora de A Serra e a Cidade, sublinhando que, salvo erro, somente no município de Arganil existem 59 entidades regionalistas, outras 48 em Góis e 63 na Pampilhosa da Serra. O total é impressionante: 170 associações regionalistas!

A estudiosa oferece dados sobre as datas de fundação: 3 no período da I República, 4 nos anos da ditadura militar (1926-1930) e na época do Estado Novo foram implantadas mais 42 associações e mais 4 (no período de 1960 a 1974), além de outras 6 após 1974. Aliás, os governantes de ontem e de hoje pouco se têm empenhado pelo progresso das vilas e aldeias. Infelizmente, não dispomos dos dados que permitam identificar os gastos governamentais nos anos ditatoriais e depois de 1974.
No capítulo da “Construção e Notoriedade”, a Directora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta aponta, “entre os filhos da Serra”, o Professor António Nogueira Gonçalves, que tanto contribuiu para prestigiar os intelectuais da Beira-Serra, mas certamente que o tempo e o espaço não lhe permitiram enumerar os inúmeros Mestres Universitários oriundos da Beira-Serra (são em torno da cinquentena desses Beirões que constam da Memória Professorum Universatatis Conimbrigensis de 1290 a 1937).
A autora do livro A Serra e a Cidade cita também entre os estadistas ligados à região o Prof. Dr. Marcello Caetano e na lista poderiam figurar José Dias Ferreira, António José de Almeida e outros, ao passo que na Literatura jamais poderão ser omitidos Brás Garcia Mascarenhas, Visconde de Sanches de Frias, José Simões Dias, António Francisco Barata, Alberto da Veiga Simões e o historiador António Gonçalves Matoso (e seu filho José Matoso), merecendo ser ainda lembrados, entre os contemporâneos, a-par dos pintores Guilherme Filipe e Augusto Nunes Pereira, os escritores António de Vasconcelos e José V. de Pina Martins, ao lado do poeta Vasco de Campos. E o poeta D. Luís da Silveira com mais de duas dezenas de poesias seleccionadas por Garcia de Resende para o Cancioneiro Geral?
Como figura ímpar da Religião é mencionado D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Eméritode Braga e escritor de grandes recursos; de resto, mais uma dezena de Bispos “da terra”poderiam ser apontados em Arganil (já biografamos 6 deles), de Seia e de outros municípios da nossa Serra, bem como alguns intelectuais, cientistas e artistas que nasceram ou estiveram ligados à região (o Dicionário de Autores da Beira-Serra inclui perto de 300 verbetes!)
Por tudo isto se deduz que será necessário consultar, futuramente, A Serra e a Cidade, de Maria Beatriz Rocha-Trindade, que nos oferece uma ampla visão do Movimento Regionalista nos Municípios de Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra.
João Alves das Neves
in http://joaoalvesdasneves.blogspot.com

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Regionalismo goiense: do apego à terra e da notalgia ao fantasma seratista (III)

- A Casa do Concelho de Góis enquanto dispositivo psico-afectivo ou melhorar vida


Importa começar por referir que o Regionalismo ainda permanece como um fenómeno pouco estudado, na sua génese, desconhecendo-se muitos dos seus traços etiológicos e da sua traça psicológica. Trata-se, como explica Nogueira Ramos (2004), p. 29), de "...fenómeno social que nos inícios do século passado despontou na Beira Serra, caracterizando esta pequena região...", a qual nem sequer correspondia, como não corresponde agora, a uma região em sentido institucional ou geopolítico. Será, decerto, um movimento que viu a alvorada a partir das necessidades reivindicativas de uns punhados de cidadãos empenhados em melhorar as condições de vida de zonas que, por força das inércias dos poderes e poderzinhos, estavam, desde sempre, votadas ao ostracismo, esquecidas dos lobbies que, outrora como agora, agitam a vida política e animam as actividades palacianas.
Poder-se-á assentar em que este movimento acentuou a constatação das carências, esquecendo a realidade do interior, já que a macrocefalia da capital empurrava os parcos laivos de progresso para Lisboa, às vezes para o Porto, quase sempre para o litoral, olvidando estes autênticos filhos de um deus menor, as populações das Beiras.
Que buscavam aqueles Homens que se envolveram no combate regionalista? Cargos políticos, estilo tachos? É óbvio que não. Até porque aqueles que os detiveram - os tachos ou grandes cargos - também não se lembraram muito destas populações. O reconhecimento público? Também não era por aí que navegavam: do Regionalismo não reza a História...
Buscavam, isso sim, a promoção da melhoria da vida para aqueles que por estas bandas residiam, seus amigos ou parentes, porque sabiam que a vida era aqui mais difícil e que o sol, quando nascia, apenas iluminava e aquecia alguns, sempre poucos, genericamente habitantes de outras coordenadas.
Nogueira Ramos (2004) sintetiza com mestria esta asserção: o reflexo na constituição da identidade cultural, que tem seguramente muito a ver com a fundação deste movimento. Na verdade, os Povos do interior são, como os demais, possuidores de uma matriz cultural que não se compadece com hegemonias, por mais eruditas que se queiram afirmar, nem aceita colonialismos. A tradição colonial portuguesa, produzida ideologicamente para o além-mar, começou a voltar-se para dentro: à medida que, Europa fora, os colonialismos iam sendo sacudidos pelos ventos da História, entre nós subsistiam por via de uma centriptação política já ancilosada, criando escravidões culturais, como se Lisboa estivesse no centro do mundo e o resto do país se limitasse a ser uma espécie de cenário. A aculturação dentro deste território representa um fenómeno ainda não investigado, mas que existiu e fez vítimas, desde logo a seriação de povos e culturas, a xenobofia - por exemplo, no que ao Alentejo tange, bem como nas representações nortenhas sobre Lisboa e o Sul ou sobre o gueto da zona oeste. Uma população é mais do que o elemento humano que a funda: é feita por actores e actos, e também pelo cenário, a paisagem, quase um caleidoscópio gigantesco, com odores e cores, gestos e gestas, amores e ódios, afectos e emoções. Quando os poderes se esquecem desta realidade e teimam em esmagar a autenticidade cultural, a matriz de tudo, ou as tradições, positivas e negativas, cedo ou tarde a revolta nasce. O Portugal demo-liberal, da monarquia constitucional e da miguelisto-absolutista, passou muito ao lado das preocupações de identidade dos povos; mas também da República, apesar de alguns dos seus mentores, mais influenciados pelo livre pensamento e pelo ideário maçónico, haverem propugnado por essa identidade, acabou por se render às conveniências da política, em acepção politiqueira e de caciquismo, tão usual entre nós. Portugal, país estruturalmente católico, era mais facilmente esquadrável na contenção da resignação e do conformismo: sofrer em silêncio, na expectativa da recompensa, razão maior do conformismo, essa praga que Oliverio tão bem retrata (Oliverio, 1985); daí a facilidade com que a mencionada matriz cultural foi sendo vítima de aprisionamento, germinando, contudo, - e felizmente!, o germe da subversão, consubstanciado no Regionalismo nascente.
A justeza das motivações demonstra-se pelo facto de o regionalismo ter sido sempre um fenómeno revestido de transversalidade, congregando monárquicos e republicanos, esquerda e direita, ateus, crentes e maçons, intelectuais e trabalhadores manuais, todos irmanados num objectivo maior, justo e perfeito: a equilateralidade, a equidade e a harmonia da vida social.
Com efeito, esta movimentação arrancou de preocupações e sentidos sociais: um fontanário ou um caminho, uma carreira, uma escola - como em Góis! - ou a ajuda a um irmão cego, internado na leprosaria, a quem se paga um acordeão, ou os jovens a quem se subvencionam os estudos, como sucedeu com os regionalistas da Casa de Góis, traduzem bem a mensagem e a intencionalidade social desta corrente de pensamento, reforçando-se, no que nos toca, com a bem sucedida campanha do Colégio, patrocinada em grande parte pelo Comendador Augusto Rodrigues, e executada com inúmeros sacrifícios pessoais, na presidência de Fernando Carneiro, com a inolvidável contribuição técnica do Eng Rui Cortez e os esforços, entre muitos, do Gualter Nogueira, do Frederico Nogueira de Carvalho e de Leonel Martins Gonçalves.
Escrevi corrente de pensamento porque é disso que se trata: mais do que corrente, em alguns casos, foi uma cadeia de união aquilo que nasceu sob o signo regionalista e, ao mesmo tempo, um conjunto de programas de intervenção.
A cidadania também marca presença neste fenómeno: mas esta proposição decorre directamente da antecedente, já que se privilegiou sempre o lado participativo do ser humano, equacionando-se, no âmbito do regionalismo, aspectos de magna relevância, designadamente a educação, questão saliente num país em que Salazar encerra as Escolas do Magistério Primário e inventara as regentes escolares em detrimento dos velhos mestres-escola, país com o maior indíce de analfabetos durante toda a transacta centúria e culturalmente atrasado. Procurando elevar a cultura das populações, o Regionalismo assumia contornos de subversão: pretendia tornar as pessoas em cidadãos, mais cultos e preparados e vivendo um pouco melhor. E as ditaduras não convivem bem com a elevação cultural... A velha contradição cidade-campo estava também presente: país essencialmente rural, em Portugal acentuava-se esta antítese, gerando dinâmicas confusas e complexas, com todas as fronteiras económicas, sociais e culturais que se erguiam entre as populações. O Regionalismo não queria acabar com a ruralidade nem combatia a urbanidade. Pretendia, todavia, dirimir a contradição e dotar de progresso o mundo rural, de molde a que deixasse de ser um sub-mundo, quase um lumpén. O que era também mal visto pelos poderzinhos de trazer por casa que pululavam e poluíam o país.
Na defesa da culturalidade e das condições de vida das pessoas nascidas e habitantes da Beira Serra, o movimento, ainda que não o propagandeasse, estava a engendrar uma nova racionalidade de vida, uma nova gramática vivencial, reforçando o apego das populações às terras, o orgulhos, uma espécie de nacionalismo e de espírito de pertença regional: repunha-se o orgulho de ser beirão, de ter nascido no mundo rural, por definição inóspito, e já não era vergonha dizer-se que os avós tinham partilhado a mesma sardinha por cinco ou seis irmãos. Serenamente, renascia Portugal: serenamente, sem assombradas fantasias nem ensombradas lutas, refazia-se Portugal, numa movimentação que sugere uma revolução de mentalidades.
(Palestra proferida na sessão solene comemorativa do feriado municipal de Góis)
Carlos Alberto Poiares
in A Comarca de Arganil, de 11/02/2009

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dia da Freguesia do Colmeal

Foi há uma semana e ainda não se calaram os ecos que nos continuam a chegar das mais diversas formas.
Estamos todos de parabéns: as colectividades envolvidas que demonstraram como é possível trabalhar em conjunto, a Junta de Freguesia que desde a primeira hora se disponibilizou para assegurar o transporte desde a sede de freguesia e todos aqueles, que muitos foram, a comparecer na Casa do Concelho de Góis, pequena demais para receber tantos Colmealenses. Dois autocarros vieram da sede da freguesia.

Foi um dia memorável que nunca mais ninguém vai esquecer. José Dias Santos, presidente da casa concelhia, nunca tinha visto a “sua casa” tão cheia. Mesmo a transbordar. Salão, salas de entrada, corredor, piso inferior, escadas de acesso e também na rua os Colmealenses acotovelavam-se para conseguir um lugar. Era de todo impossível.

Desde muito cedo que o salão ficou repleto. Nas salinhas da entrada e também no piso inferior os artesãos expunham os seus produtos e os seus trabalhos. Quadros, tapetes, casas em xisto, mel, aguardente, medronho, queijo, broa, filhós, castanha pilada, vinagre de mel, medronho com mel, bijutarias, rendas, artigos em lã, etc., foram objecto de grande procura, sendo que muitos destes produtos esgotaram.

O salão principal estava completamente transfigurado. As habituais fotografias foram retiradas para dar lugar à exposição de quadros de Fernando Costa, gravuras de Ilda Reis, ponto de cruz em quadrilé de Silvéria Dias, azulejos e pinturas de Paula Ramos e Diana Ramos.
Uma colecção de fotografias com paisagens das várias aldeias e casais “forrava” parte das paredes. Também Josefina de Almeida esteve representada com cinco obras suas, na sala de entrada. Uma espectacular construção em xisto, com iluminação, de Mário Mendes Domingos, esteve patente ao público durante todo o encontro.

Aberta a sessão, o Sr. Dr. Luís Martins, presidente do Conselho Regional da Casa do Concelho de Góis, depois de agradecer a presença de todos naquela realização solicitou um minuto de silêncio em memória do sócio número um da Casa Concelhia, Sr. Graciano Marques.
Sentia-se orgulhoso por ver a casa cheia. Isso queria dizer que “quando se chama pelo regionalismo ele ainda está presente”. Não deixou de manifestar a sua preocupação pela dificuldade que se sente em cativar a juventude. Expressou a sua felicidade por ver como as comissões de melhoramentos da freguesia do Colmeal trabalharam em conjunto e por tornarem possível a grandiosidade deste “Dia da Freguesia”.

José Dias Santos, presidente da Casa do Concelho de Góis, depois de cumprimentar a mesa e todos os presentes, e muito em especial os que se deslocaram da freguesia, referiu que a Casa “é a parte que o concelho de Góis tem em Lisboa para receber todas as pessoas do concelho e que está sempre ao dispor de todos”.

A Dr.ª Lourdes Castanheira, representante da ADIBER, referiu-se às vicissitudes da freguesia do Colmeal, ligada ao mundo rural e com um défice populacional. Falou do envelhecimento dos seus residentes e da desertificação. “Também tem, apesar de tudo, algumas potencialidades. Recursos naturais onde se destaca a energia eólica, uma mais valia para a freguesia”. Falou ainda do novo programa comunitário que veio substituir o LIDER+ e que estará à disposição de todas as colectividades e instituições. Terminou felicitando o ressurgimento do Rancho Serra do Ceira.

Henrique Braz Mendes, presidente da Junta de Freguesia do Colmeal, sentia-se orgulhoso de ver a casa cheia. Agradeceu “o empenho que tiveram todas as colectividades da freguesia na realização deste encontro da gente do Colmeal”, e realçou ainda “a força e união da colectividade da União Progressiva da Freguesia do Colmeal”.

Dr.ª Lisete de Matos, presidente da Assembleia de Freguesia do Colmeal, cumprimentou a todos e as restantes freguesias do concelho e saudou ainda os concelhos que se “irmanam com o concelho de Góis na problemática do regionalismo, porque tiveram os mesmos problemas e a mesma experiência”. Demonstrando muito apreço pela iniciativa, salientou e enalteceu o esforço do voluntariado colocado ao dispor do regionalismo, terminando com os seus “parabéns aos promotores”.

Helena Moniz, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Góis, após transmitir os cumprimentos do edil, ausente por compromissos já assumidos anteriormente, falou sobre regionalismo não esquecendo “as pessoas que em tempos multiplicaram esforços para que os povos pudessem usufruir das infra-estruturas básicas para a melhoria da sua qualidade de vida”. Continuou, alertando para que “neste princípio de século chegou o momento de olharmos em frente e planearmos o futuro. As dificuldades são outras e revelam um cariz sócio cultural diferente”.
Realçou o trabalho da União Progressiva da Freguesia do Colmeal que “tem desenvolvido interessantes e inovadoras actividades de promoção turística, social e cultural”, reafirmando que “interessa que o nosso território defenda a sua identidade, a sua especificidade e preserve as suas memórias, vivências e tradições reavivando a sua memória colectiva”.

José António Pereira de Carvalho, presidente da Assembleia Municipal de Góis, relembrou os tempos idos do PREC em que a população da freguesia do Colmeal se opôs à retirada das placas toponímicas existentes e que faziam referência a eventos ou a personalidades ligadas ao anterior regime. Em seu entender “povo que não regista a sua história não tem nada para transmitir às gerações futuras”.
Muito se fez graças à intervenção das «Comissões» que, com sede estabelecida nesta Casa do Concelho de Góis, levou ao aparecimento de grandes figuras do Regionalismo, razão pela qual considero estas Instituições como fundamentais no desenvolvimento e progresso das suas terras”.

António Domingos Santos, presidente da Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, em nome de todas as colectividades da freguesia, cumprimentou os elementos da mesa e dirigiu-se a todos quantos enchiam a sala. Uma palavra especial para a imprensa regional que tem tido um papel muito importante como “voz” dos regionalistas e das suas aspirações ao longo de décadas.
Recordou o convite feito pelo Conselho Regional e o desafio a que se propusera no sentido de ter todas as colectividades da freguesia a seu lado, o que conseguira. Foi um trabalho de equipa, feito com alegria e entusiasmo, que culminou com esta enchente de conterrâneos e amigos, alguns dos quais das restantes freguesias e dos concelhos vizinhos de Arganil e Pampilhosa da Serra.

Referindo-se ao programa proposto para este “Dia da Freguesia do Colmeal” realçou o papel importante dos artesãos que tinham vindo das várias aldeias e casais com os seus produtos tão genuínos. Solicitou aos presentes para que aproveitassem a oportunidade para os adquirir, pois seria um incentivo para quem os produziu.
Recordou Fernando Costa e Ilda Reis, dois artistas colmealenses desaparecidos mas ali presentes com obras suas, que já estiveram expostas nos quatro cantos do mundo.
Não querendo e “evitando repetir temas” que seriam tratados no decorrer da programação, foi transmitindo a sua satisfação pelo trabalho de grupo, não deixando de recordar e sugerir uma visita demorada e atenta às exposições patentes no andar inferior – fotografias dos mais belos recantos das nossas aldeias, recortes da imprensa regional, fotografias e documentação antiga das colectividades.

Depois de aludir às próximas intervenções e da apresentação do livro “Memorial” da União, deu grande enfoque ao reaparecimento do Rancho Serra do Ceira, que parece estar de novo no bom caminho e na senda de novos êxitos.

Henrique Mendes, António Duarte e Miguel Mendes, três épocas, três visões diferentes de regionalismo, captaram em seguida a atenção dos presentes.
Recordados os tempos difíceis que os primeiros regionalistas encontraram, os muitos entraves com que passo a passo se iam deparando para conseguirem as estradas, a água, a electricidade, escolas, o posto médico, o telefone, o saneamento básico, etc.
O entusiasmo, o empenho, a falta de meios e de dinheiro, que sempre se ultrapassava com a vontade férrea que caracterizava os nossos regionalistas, foram postos em relevo.
Uma nova visão tendo em atenção as oportunidades e as ameaças que se colocam nos tempos actuais, numa tentativa de combater a desertificação que se vem sentindo nas nossas aldeias. É imperativo dar vida às nossas aldeias, atrair novos investidores e manter uma constante pressão junto das entidades locais.
Realçado o papel importante que se viveu para a concretização deste “Dia”, reunindo as colectividades e fazendo um trabalho conjunto, que se espera venha a ser o início de um novo período no regionalismo da freguesia do Colmeal e no concelho de Góis.

António Domingos Santos fez seguidamente a apresentação do “Memorial” da União Progressiva da Freguesia do Colmeal. Tal como o título indica, neste livro recordam-se todos os que ao longo da vida da colectividade passaram pelos seus corpos sociais. Não é a história da União. Talvez um dia se reúnam as páginas dispersas dos seus setenta e cinco anos e se faça o seu “Historial”. Será tudo uma questão de tempo e de oportunidade. Tendo convidado para a mesa homens e mulheres que fazem parte da vida da União como Horácio Nunes dos Reis, José Nunes de Almeida, Manuela Costa ou Antonieta Fontes, a primeira mulher a ser eleita para um cargo na colectividade, António Santos agradeceu a Lisete de Matos e à Gráfica que produziu o livro, toda a colaboração prestada para o que o “Memorial” ali pudesse ser apresentado.

Como diz Lisete de Matos na nota de abertura “Setenta e cinco anos volvidos sobre a data da sua constituição, a União Progressiva da Freguesia do Colmeal está de parabéns por preservar no esforço de bem-estar e convívio, cultura e reforço da identidade. Também pela homenagem que presta aos seus antecessores, segura das exigências do presente e de que não há futuro sem memória do passado”.

Este “Memorial”, livro da responsabilidade da Direcção da UPFC “é uma homenagem simples como simples foram também aqueles que pensaram e criaram a União”, que, é considerada como “um alfobre e uma escola de regionalistas. Um exemplo que era seguido atentamente pelas outras colectividades”.

Já com a voz embargada pela comoção, pediu uma forte salva de palmas “para todos quantos figuram no “Memorial” a quem prestamos o nosso profundo agradecimento e a nossa homenagem”.

Com “Viajando pela Freguesia” todos tiveram oportunidade de ouvir textos alusivos a cada uma das aldeias e seus casais e ver fotografias lindíssimas dos recantos que nem todos conhecemos. Foi um período bastante interessante para intervalar um pouco a série de intervenções. Trabalho desenvolvido por cada uma das comissões e que servirá como roteiro futuro para mostrar o que de melhor e mais bonito temos para apresentar a quem nos visita.

Lisete de Matos, autora de vários livros e de artigos na imprensa regional, apresentou o tema seguinte “Regionalismo e o Futuro”.
Referiu-se às “migrações como uma das componentes estruturais da nossa sociedade e como sendo uma resposta às difíceis condições de sobrevivência nas regiões rurais”.
O êxodo que se verifica em toda a freguesia e na região, o que provoca o começo da desertificação que hoje se sente – “a população parte à procura de melhores condições de vida…, partem os homens que vão chamando os que ficaram”.
Mas verifica-se sempre uma “ligação dos protagonistas às origens… e o valor que atribuem à terra-solo, o Regionalismo, enquanto movimento associativo específico dos migrantes da zona, e singular nos seus objectivos”.

Um poema “Ser Regionalista”, muito bem elaborado e enquadrado no tema, de autoria de Fernando Tavares Marques, e lido por Lucília Silva e Nuno Santos, preencheu o espaço seguinte.

Percebia-se algum nervosismo entre os elementos do Rancho Serra do Ceira que se preparavam para a sua primeira apresentação em público após algum tempo de paragem.
Criado pelo padre Manuel Pinto Caetano, o Serra do Ceira foi “deslizando” pela freguesia do Cadafaz até se fixar no Esporão onde se foi mantendo até à imobilidade.
Com pessoas interessadas e entusiasmadas na freguesia do Colmeal, jovens e menos jovens estão disponíveis para que o Rancho seja de novo uma realidade. Trabalha-se afincadamente para que voltem a viver-se momentos de felicidade e de sucesso que muitos de nós recordamos com saudade.
A sala foi generosa nos aplausos com que os recebeu e numa primeira ajuda para a compra de fatos e de algum equipamento. A solidariedade beirã mostrou mais uma vez do que é capaz.

Seguiram-se os “Sons da Malhada” que, com as suas vozes e o seu instrumental, alegraram todos quantos mantinham a sala repleta e que já os esperavam ansiosamente.

Depois, a sala transfigurou-se novamente, agora para o jantar volante que foi servido a cerca de trezentos convidados. A finalizar, o baile serrano.
Para o Colmeal partiam entretanto todos aqueles que partilharam o “Dia da Freguesia” com os que habitualmente moram na área da Grande Lisboa.

Uma palavra de agradecimento para todos quantos colaboraram nesta realização, com relevo para a equipa que tomou conta da cozinha. Uma palavra muito especial para a grande ajuda que nos deram os nossos amigos e conterrâneos da “Mimosa”, “Guardanapo” e “Chopinho” e também um obrigado grande para a gerência da Seriposter pelos meios que nos disponibilizou.

Um dia memorável. Graças ao empenho das Comissões de Melhoramentos do Soito, de Ádela e de Malhada e Casais, da Associação Amigos do Açor, da Liga dos Amigos de Aldeia Velha e Casais, do Grupo de Amigos do Sobral, Saião e Salgado, da União e Progresso do Carvalhal e da União Progressiva da Freguesia do Colmeal.

A união foi possível!

UPFC
in http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Regionalismo goiense: do apego à terra e da notalgia ao fantasma seratista (II)

- A Casa do Concelho de Góis enquanto dispositivo psico-afectivo ou melhorar vida


Também quero destacar outras personalidades que são credoras do agradecimento público de todos os goienses: o dr. José dos Santos Pais, antigo presidente da assembleia geral, cargo que desempenhou após uma carreira jurídica e judiciária brilhante e depois de ter assumido pastas ministeriais nos governos provisório e constitucionais da Republica; o Eng João Nogueira Ramos, também Homem da História, impulsionador primeiro da construção da História da Casa de Góis, que iniciou com coragem e saber, Presidente do Conselho Regional, o único que o fez renascer depois do Prof. Baeta Neves ter cessado funções, antigo autarca, do qual se espera a continuação da produção histórico-científica sobre Góis e a sua casa concelhia; António Lopes Machado, Homem das letras , das viagens e, principalmente, do Regionalismo, a quem a Casa muito deve. Para o final reservei uma figura incontestável e incontestada do Regionalismo, um Homem que se pode considerar um regionalista de todos os costados: Armando Gualter de Campos Nogueira! A sua obra em prol do Regionalismo não cabe na economia de uma comunicação: é impossível pensar em regionalismo, pensarem Góis, sem evocar o Gualter. Dotado de personalidade alegre, extrovertida, imensamente afectivo, foi um dos maiores Amigos dos meus pais, pessoa a quem eu e a Isabel habituámos as nossas memórias infanto-adolescentes. Referência enorme das lutas pelo regionalismo, o Gualter é um marco indelével pelo exemplo que representa e um Amigo de todas as horas.
4. Ao longo das minhas aparições de adulto pelo Regionalismo contactei muitas pessoas, Mulheres e Homens de que guardo imagens perenes; uns, na Casa, alguns dos quais já frisei; outros, por paragens diversas, por exemplo na Câmara. Essa a razão por que desejo sublinhar aqui uma Mulher de grandes causas e de rara sensibilidade social, com a qual desenvolvi uma amizade, forjada nos bancos da Casa. Refiro-me à Dra. Maria de Lurdes Castanheira, na época em que nos conhecemos vereadora do município. Disse-lhe uma vez, numa reunião pública da Casa, que invejava Góis vereadora que tinha; e que, se pudesse, procuraria transferi-la para a Câmara de Lisboa, na qual seria imensamente útil. Estas as razoes para que, neste momento, lhe deixe um aceno de justiça pelo muito que fez - e a esperança que continue a rumar pelas rotas de combate a desertificação e de promoção da inclusão social.
5. Perguntar-se-á, talvez, por que razão a Câmara Municipal me dirigiu este convite. Eu próprio me interrogo sobre o assunto.
Quando convidado, coloquei a questão a um núcleo restrito de Amigos, uma espécie de roda de afectos, porventura algazarra de dúvidas. As respostas não se ofereceram animadoras: eras o único que estava em Agosto em Portugal, vaticinaram uns, a acrescentando porque és um pelintra, um forreta, que nem o teu bisavô Pemeta! Porque falas muito e não dizes nada, alvitrou outra voz; Cá para mim eles estão em penitência, obra do Padre Carlos Alberto, e em vez de irem todos a pé até Fátima, vão escutar uma fala tua, explicava a minha irmã, tradicionalmente optimista. Mas aditava: ainda se nunca te tivessem ouvido ... As opiniões dividem-se; porém - há sempre poréns nestas coisas, interpelando-me muito só posso concluir que a Isabel está coberta de razão: vantagens de ser muito mais velha que eu! A outra explicação possível será a da boa vontade dos escuta dores: na realidade, de regionalista tenho pouco: apenas o espírito, porventura, e o herdo, pois nada fiz que me converta em regionalista; da Casa, embora associado desde que nasci, nada me recomenda: estreei-me nas lides numa direcção que ficou malquista, quiçá exageradamente, registe-se; nos outros cargos só tenho permanecido pela simpatia dos meus amigos das Direcções mais recentes. A dúvida mantém-se, pois. Naturalmente que não represento aqui a Casa de Góis: essa função caberia sempre ao seu Presidente da Direcção, José Dias Santos, A palestra solicitada também não versa a Psicologia Forense e da Exclusão Social, portanto, também não é por aí; bem, se calhar até será, porque falar sobre Regionalismo é, de certa maneira, discorrer sobre a problemática da exclusão social e da promoção da sociedade inclusiva. Então, reorganizemo-nos: estou aqui em nome das minhas actividades académicas, para falar de exclusão social, resultante da desertificação, da pobreza, do abandonismo, da seriação, da estigmatização, da vida dorida da interioridade, a que a Casa de Góis pretendeu acorrer.
. Fico muito mais aliviado! E com a consciência mais tranquila. Mas com um prazer muito grande, por poder partilhar convosco algo que me preenche o tempo. Então, vivamos a constelação reorganizativa dois: estou aqui porque a vida, nas suas entrelinhas, me fez trocar o Direito pela Psicologia, a sede onde estas questões são também equacionadas, Nesta conformidade, permitam que me dirija a todos apenas como um goiense de segunda geração, um regionalista por filiação mas também por afiliação, representando-me a mim mesmo e, de certa maneira, face aos temas que vou abordar, como Director da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
(Palestra proferida na sessão solene comemorativa do feriado municipal de Góis)
Carlos Alberto Poiares
in A Comarca de Arganil, de 4/02/2009

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