segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ÁDELA - FESTAS EM HONRA DE S. LOURENÇO E N. Sª. DA LUZ

(clicar na imagem para ampliar)


Sexta-Feira, 7 de Agosto
22h00 – Início dos Festejos
22h30 – Procissão de Velas em honra de S. Lourenço
23h00 – Inicio Arraial com CONCURSO DE KARAOKE

Sábado, 8 de Agosto
09h00 – Início do Arraial
14h00 – Abertura do Bar e da Quermesse
15h00 – PROCISSÃO em Honra de S. Lourenço e Nª Sª da Luz
16h00 – MISSA
17h00 – Tradicional Leilão de Oferendas
19h00 – Actuação Rancho Folclórico SERRA DO CEIRA (Colmeal)
21h30 – Actuação do Agrupamento Duo Musical FLASH

Domingo, 9 de Agosto
10h00 – Provas Desportivas Infantis
14h00 – Reabertura do Bar e da Quermesse
18h00 – Tradicional SARDINHADA
23h00 – BAILE com Aparelhagem sonora e Karaoke
00h00 – Encerramento dos Festejos

Etiquetas:

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ádela - Assembleia Geral da Comissão de Melhoramentos

A Assembleia Geral da Comissão de Melhoramentos de Ádela realizou-se ao princípio da noite de 11 de Abril, na sala anexa à capela de S. Lourenço em Ádela, de acordo com a convocatória.

Iniciados os trabalhos foi dada a palavra à Direcção, tendo o respectivo Presidente feito um breve resenha dos lavores do último ano, onde foram trazidas à coacção as actividades desenvolvidas, salientando as várias deslocações efectuadas de Lisboa a Góis e a Ádela para tratar de aspectos burocráticos relacionados com a legalização das casas propriedade da Comissão e do projecto da casa de convívio.

Também aludiu à participação activa nas comemorações dos oitenta anos do regionalismo goiense, estando a sala da reunião revestida com alguns dos painéis que estiveram expostos nas referidas comemorações.

O segundo ponto da ordem de trabalhos (construção da casa de convívio) foi o que mais acalorada discussão trouxe ao plenário, com inúmeras e positivas intervenções da assistência.

No final foi decidido que a casa será construída no Terreiro do Fundo como estava previsto, por ser o ancestral ponto de reunião dos adelenses.

Ficou assim descartada a sugestão da remodelação da casa do cimo para esse efeito por ser mais periférica. Foi também decidido pôr esta casa à venda, o que é agora possível visto já ter sido feita a escritura respectiva, estando a mesma devidamente legalizada.

Para efeitos desta operação decidiu-se dar prioridade a associados da colectividade e outros naturais de Ádela, os quais terão sessenta dias para apresentar propostas de compra em carta fechada.

Findo este prazo, se não houver propostas, a casa será entregue para venda a uma empresa especializada da região.

Entrou-se em seguida no ponto final da ordem de trabalhos onde foram prestados esclarecimentos acerca de diversos assuntos de interesse para a terra, após o que o Presidente encerrou a sessão.
in http://adela.byethost5.com

Etiquetas:

sábado, 4 de abril de 2009

Assembleia Geral da C. M. de Ádela

A Comissão de Melhoramentos de Ádela irá realizar a sua Assembleia Geral, na sala anexa à Capela de S. Lourenço, em Ádela, pelas 21.00 horas do dia 11 de Abril.

Etiquetas:

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Comissão de Melhoramentos de Ádela - Almoço anual

Tal como foi noticiado, o Almoço anual da colectividade realizou-se este ano no dia 29 do mês de Março no restaurante do Estádio Universitário de Lisboa, que é um local muito aprazível para este tipo de eventos.

A Comissão de Melhoramentos enviou como é habitual, por correio, convite aos seus associados e amigos, tendo o acontecimento sido também publicitado nos meios de comunicação da nossa região e na internet.

Foi como se esperava uma tarde de agradável convívio entre adelenses e seus familiares e amigos, onde se incluem representantes da Casa do Concelho, de Aldeia Velha, da Malhada, do Colmeal e do Sobral.

Apesar da crise podemos dizer que a afluência foi muito boa, a disposição das mesas permitiu a parentes e conhecidos uma conversa salutar acompanhando uma ementa variada e saborosa. Foi com grande satisfação que se verificou que o tradicional leilão do final do repasto teve bastantes licitações em relação mais diversos produtos.

De salientar as palavras elogiosas proferidas pelos representantes das organizações convidadas para com a nossa Colectividade, o que muito nos apraz registar.
in http://adela.byethost5.com

Etiquetas:

terça-feira, 31 de março de 2009

Ádela - Reunião da Direcção da Comissão de Melhoramentos

Realiza-se, no dia 1 de Abril, a reunião de Direcção da Comissão de Melhoramentos de Ádela, pelas 21.00 horas, na Casa do Concelho de Góis, com a participação do Conselho Fiscal para apreciação de contas com vista à próxima Assembleia-geral.

Etiquetas:

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ádela - Almoço da Comissão de Melhoramentos

A direcção da Comissão de Melhoramentos de Ádela vai realizar no domingo, dia 29 do corrente, no restaurante do Estádio Universitário de Lisboa, o tradicional almoço anual da colectividade para o qual está a contar com a presença, de grande número de associados, familiares e convidados.
Estes almoços da colectividade têm servido ao longo dos anos, não só para trocar impressões acerca dos problemas da nossa terra mas fundamentalmente para confraternizar e rever amigos o que é sempre salutar. Entre os convidados, para além dos conterrâneos, encontram-se igualmente elementos que vêm em representação de outras terras, factor esse que promove o estreitamento de laços de amizade entre aldeias vizinhas, e por vezes ajuda à cooperação em termos de problemas comuns que afectam o Município.
Embora a assembleia geral da Comissão já tinha sido marcada para breve, como é habitual, aproveitaremos esta ocasião festiva para trocar impressões acerca dos problemas mais prementes relativos à nossa terra, donde se destaca o mau estado da rua principal da povoação e da estrada de ligação à sede de freguesia, problemas esses que só poderão ser resolvidos com colaboração autárquica. O mesmo se passa com o estradão de prevenção de incêndios que há vários anos está "pasmado" no cruzamento da estrada da Horta.
Das actividades da Comissão de Melhoramentos certamente virá a lume como o projecto da Casa de Convívio que terá de ser profundamente modificado devido às alterações impostas pela Câmara Municipal de Góis.
Para ajudar a custear esta obra haverá que proceder à venda da Casa do Cimo, cuja frontaria nascente dá para o largo recentemente aberto, onde a Comissão de Melhoramentos pensa erigir um memorial dedicado aos fundadores da colectividade.
in A Comarca de Arganil, de 18/03/2009

Etiquetas:

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ádela

Fotografia em http://adela.byethost5.com

Etiquetas: ,

terça-feira, 17 de março de 2009

Almoço da Comissão de Melhoramentos de Ádela

O Almoço anual vai realizar-se este ano no dia 29 do corrente mês de Março no restaurante do Estádio Universitário de Lisboa, tal como sucedeu o anterior.

A Comissão de Melhoramentos espera que os seus associados e amigos afluam em grande número para que este seja um grande momento de confraternização.

Os convites vão ser enviados pelo correio como habitualmente.
in http://adela.byethost5.com

Etiquetas:

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ádela



Video de FCARREIRASILVA

Etiquetas: ,

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Notícias da Comissão de Melhoramentos de Ádela

Tal como tínhamos previsto, a participação das colectividades da freguesia nas comemorações dos oitenta anos do regionalismo goiense foi de grande nível e a Casa do Concelho de Góis foi pequena para acolher tanta gente!

Para depois disto parece-me que o Presidente da União Progressiva da Freguesia do Colmeal já anda a pensar em algo mais para mater o regionalismo da Freguesia em movimento e creio que está aberto a sugestões…

Diz-se que a próxima reunião dos compartes se realizará em Março mas a data ainda não a sabemos.


DAS ACTIVIDADES DA COMISSÃO DE MELHORAMENTOS DE ÁDELA, PARA O FUTURO PRÓXIMO, SALIENTAMOS:

a) Preparação de uma reunião de Direcção com a participação do Conselho Fiscal para apreciação de contas com vista à próxima Assembleia-geral.

b) Alteração do modo de cobrança das cotas para a qual foi enviada circular com pedido de resposta a todos os associados.

c) Modificação do projecto da casa de convívio ditada pelas alterações impostas pela Câmara Municipal de Góis.

d) Venda da casa do cimo para realizar capital destinado à construção da casa de convívio.

e) Lançamento da discussão do projecto de embelezamento do largo dos fundadores.
in http://adela.byethost5.com

Etiquetas:

domingo, 28 de dezembro de 2008

Freguesia do Colmeal - as nossas colectividades

Associação Amigos do Açor

De acordo com “memórias do passado” já em tempos teria havido um grupo informal, denominado Grupo dos Amigos de Açor, criado em 1965, mas que se desfez ao longo da década de 70. Ainda se dá conta da sua presença no III Encontro de Convívio de todas as Colectividades da Freguesia, realizado em 1979, em Lisboa.
Mais recentemente, já neste século, os seus moradores sentiram a necessidade da constituição oficial de uma associação, tendo em vista “ contribuir para a melhoria das condições de vida da população, através da acção nos domínios económico, social, da cultura e do lazer, da preservação do património natural e construído e da melhoria das infra-estruturas”. E também porque quando o Poder Autárquico pretendia ouvir as populações, fazia-se sentir a falta de uma voz representativa da aldeia.
A Associação Amigos do Açor nasce por iniciativa dos seus moradores actuais e com ajuda de alguns emigrantes, animados de uma grande vontade de participarem colectivamente no desenvolvimento local e regional.
Nas “esperanças do presente”, um terço dos seus habitantes sai diariamente para trabalhar noutros locais, o que caracteriza o Açor como uma das aldeias serranas do concelho de Góis com maior densidade de activos por conta de outrem. A população tem variado ou decrescido pouco (comparativamente com outras aldeias da freguesia do Colmeal) nos últimos quarenta anos (1970 - 22 habitantes; 1981 - 15; 1991 – 17; 2001 -16 e 2003 - 18).
Num Plano de Actividades estabelecido para o ano de 2003 eram bem visíveis as preocupações e as necessidades mais prementes da aldeia.
Encontrando-se em início de actividade, a Associação iria empenhar-se na sua afirmação e visibilidade, como instrumento de acção local e parceiro e interlocutor no desenvolvimento regional.
Entre as preocupações e necessidades mais prementes e no domínio das infra-estruturas, encontramos a melhoria do alpendre junto à Capela, a reparação das captações de água da Sáfara e reparação e continuidade da estrada “velha”. O acabamento das obras da Levada da Fonte do Açor, a ligação da Levada Encoastrada à Capela e o alindamento das Alminhas e dos fontanários. Estudo da recuperação do açude junto ao Moinho Pequeno, na Ribeira de Ádela e sua transformação em praia fluvial, com o objectivo de lazer, atracção de visitantes e preservação e humanização do ambiente natural.
Notória a disponibilidade para participação em projectos de âmbito mais alargado, numa perspectiva de desenvolvimento global e sustentado e também na área de organização de confraternizações e convívios, no sentido de consolidar a pertença e o espírito de comunidade.
Na primeira eleição realizada para os corpos sociais, foram designados Catarina Maria Almeida de Matos, Amílcar de Almeida e Josefina de Almeida para presidentes, respectivamente, da Assembleia-Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal."
in "memórias e esperanças", de João Nogueira Ramos, Edição da Casa do Concelho de Góis, 2004


Comissão de Melhoramentos de Ádela

“Formou-se pouco tempo após a União Progressiva, muito antes de se ter iniciado a ruptura da representatividade colectiva da freguesia, que veio a suceder no início dos anos 50. Tal facto deve-se, certamente, à sua situação geográfica. “Sentem-se mais ligados ao concelho de Arganil, dada a proximidade da povoação dos Cepos. Os seus moradores não mantêm frequentes relações com a povoação do Colmeal. Não vão à missa dominical à sede de freguesia, têm com ela insignificantes relações económicas e são quase inexistentes as suas relações sociais. Por estas razões, procuraram associar-se os seus moradores, porque sentiam que só deste modo, era possível melhorar a sua situação material”.
A Comissão de Melhoramentos de Ádela dava os seus primeiros passos a 23 de Setembro de 1936, em reunião havida na Rua da Barroca, 97 – 2º, em Lisboa, com a presença de vinte e cinco conterrâneos, considerados os seus fundadores. “A acta dessa reunião é um documento valioso em que vale a pena meditar. Nela estão descritos os objectivos a atingir e as carências da aldeia distante…”.
Seriam então eleitos, José Domingos Diogo, Carlos de Almeida e José Jacinto de Almeida, para presidentes, respectivamente, da Assembleia-Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal.
O primeiro melhoramento foi a compra de uma maca para a condução dos enfermos, o que seria feito à custa de muitos sacrifícios. Fora também deliberado pedir a assistência técnica para o projecto de abastecimento de água, obra que viria a ser inaugurada em 1948. Mais tarde, em 1960, acrescentavam-se mais dois fontanários.
Tendo suspendido a actividade durante alguns anos, a colectividade veio a reorganizar-se, definitivamente, a partir de uma comissão nomeada em Janeiro de 1944 e da aprovação dos estatutos, na Assembleia-Geral de 14 de Junho, que indicavam os fins a prosseguir: “ a) Associar os adelenses e promover o desenvolvimento da povoação de Ádela no âmbito social, económico e cultural; b) Participar empenhadamente nas actividades políticas de desenvolvimento regional, em cooperação com associações congéneres”.
Entre as personalidades que muito ajudaram e prestigiaram a Comissão de Melhoramentos, é justo destacar José Domingos Diogo, fundador e primeiro Presidente da Direcção, António Domingos dos Santos e, mais recentemente, Manuel Simões Nunes.
Para além das obras já referidas, assinale-se também como significativas, entre outras: a primeira estrada que permitiu levar à povoação as primeiras viaturas, aquela que liga a Selada das Eiras, nos princípios dos anos 60; a instalação do primeiro telefone, mantido durante muito tempo a suas expensas; o calcetamento das ruas; vários pontões sobre as ribeiras e o alcatroamento da estrada de Selada das Eiras.
Têm cerca de 230 sócios efectivos e encaram com bastante optimismo a acção da sua Comissão. “Ádela muito deve à sua Comissão de Melhoramentos, na qual os adelenses têm muito orgulho”, sendo referido também o apoio que a autarquia lhe tem dado, numa colaboração frutuosa para ambas.
O principal projecto a curto prazo é a Casa de Convívio, um desejo há muito acalentado pelos adelenses, e que, certamente, vai dar outras perspectivas à vida da povoação. Já possuem terreno e projecto e, em breve, a Casa será uma realidade.
E desejam alindar o seu Largo, prestando homenagem aos seus 25 fundadores.”
in ”Memórias e esperanças”, de João Nogueira Ramos, Edição da Casa do Concelho de Góis, 2004


Liga dos Amigos de Aldeia Velha e Casais

"Antes do nascimento da Liga, houve uma comissão de âmbito local, liderada por Manuel Francisco, tendo feito a abertura do ramal da estrada que ainda hoje serve a aldeia.
Em 1964 foi constituída a actual colectividade, embora a respectiva escritura tenha sido feita em 1970, abrangendo quatro Casais, qualquer deles hoje já sem residentes: Coiços, Loural, Porto Chão e Ribeiro de Além.
Seriam seus fundadores Álvaro Manuel Almeida Braz, António Alcindo Almeida, António Joaquim, Henrique Braz Mendes, Joaquim dos Reis Almeida, José Braz, José Maria Alves, José Martins Mendes, Manuel dos Anjos Antunes e Mário Braz dos Santos. Na primeira eleição realizada para os corpos sociais, foram designados José Braz, Henrique Braz Mendes e José Martins Mendes, para presidentes, respectivamente, da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal."
in "Memórias e esperanças", de João Nogueira Ramos, Edição da Casa do Concelho de Góis, 2004


Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais

"Os seus inícios remontam ao ano de 1913, quando se formou uma comissão de moradores, para instalação de um chafariz. Depois, em seguimento aos acontecimentos de Fátima, em 1917, esta comissão, com ajuda da população, faria a nova capela, dedicada a Nossa Senhora de Fátima.
Por volta de 1946-48, formou-se uma nova comissão, juntando também pessoas da União do Colmeal, para fazer uma escola, que seria construída apenas pelos locais, com ajuda financeira do Ministério da Educação.
Em 1953, seria constituída uma outra, a Comissão Pró-Estrada da Povoação da MAlhada, de iniciativa de João Nunes de Almeida, António Silva, António de Almeida e Manuel da Costa Reis, que ia lutar para que a lendária estrada Rolão-Colmeal passasse pela Malhada, uma obra que ainda está bem viva na memória colectiva dos malhadenses, um dos seus símbolos, pelo trabalho arrojado empreendido e por os ter tirado do isolamento em que viviam.
Esta comissão ia estar na base da constituição da actual Comissão de Melhoramentos.
Em Novembro de 1953, reunia-se a Assembleia-Geral e entre os seus fundadores, seriam eleitos para presidentes da Assembleia-Geral e da Direcção, respectivamente, José Maria de Almeida e João Nunes de Almeida.
A colectividade inclui os casais de Carrimá, Foz da Cova e Quinta de Belide."
in "Memórias e esperanças", de João Nogueira Ramos, Edição da Casa do Concelho de Góis, 2004
Textos de A. Domingos Santos
in A Comarca de Arganil, de 24/12/2008

Etiquetas: , , , , ,

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Comissão de Melhoramentos de Ádela

A Comissão de Melhoramentos de Ádela criou o seu site na internet. Para o visitar clique aqui.


«Ádela é uma aldeia da Beira Interior, situada nos contrafortes da serra do Açor, no Concelho de Góis. Visite a nossa aldeia e desfrute da paisagem do ambiente de paz, tranquilidade e do ar puro da serra. Esqueça o stress citadino e venha relaxar com a natureza!»

Etiquetas: ,

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Festas em honra de S. Lourenço e Sra. da Luz, em Ádela

Realizam-se nos próximos dias 9 e 10 de Agosto, festas em honra de S. Lourenço e Sra. da Luz, em Ádela. No dia 9 missa em honra de S. Lourenço e Sra. da Luz seguida de leilão às 15h30, jogos tradicionais às 17h30 e um espectáculo musical com o conjunto Kids da Vila às 21h30. No dia 10, por sua vez, uma sardinhada às 18h30 e, às 21h30, o conjunto Lamiré.
in www.rcarganil.com

Etiquetas:

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Caminhada «Trilhos da Ribeira de Ádela»: um olhar

1. Do social e do económico

Conforme divulgado, a caminhada partirá de Cepos, passando por Ádela e Açor para terminar no Colmeal, simbolicamente reabraçando quatro povoações com passado densamente interpenetrado, através da proximidade geográfica, das trocas produtivas, da escola comum, e dos laços familiares e afectivos que o tempo foi urdindo e persistem.
Enquanto meios ao serviço da relação e da interacção social, os caminhos da caminhada eram os utilizados pelas populações de Ádela e Açor para se deslocarem a Cepos e à sede Freguesia (Colmeal), e o inverso. A acompanhar a morfologia do solo, são caminhos ascendentes e descendentes, que conduzem ora ao topo de montes arredondados pela erosão dos tempos, de onde se avista um horizonte de beleza sem fim, ora ao âmago de ribeiras fundas, que espreitam o sol por nesgas de azul sereno. São caminhos de piso terreento e macio nuns sítios, pedregoso e duro noutros, aqui atapetados de caruma e outras folhas caídas, ali, de pinhas roliças e pedras abaladiças, que dá vontade de chutar, mas não convém, sobretudo as últimas!
Sendo muito aprazível do ponto de vista paisagístico e ambiental, o percurso é igualmente muito elucidativo sobre os modos de vida das populações e sobre o esforço físico que lhes subjazia, no passado. Assim, quando o cansaço ameaçar e os músculos doerem, talvez ajude pensar que caminhamos sendo portadores de objectivos leves de prazer e lazer, enquanto as pessoas que os abriram e trilharam, com os pés descalços ou mal calçados, os percorriam com objectivos de trabalho e sobrevivência, carregando às costas ou à cabeça pesados fretes. Eram idas e vindas incontáveis, subindo e descendo, a fim de cultivar os “combaros” e açudes dispersos pelas encostas e ribeiras fragosas; transportar as colheitas para casa; moer o milho (de Açor e Ádela chegava-se a ir moer ao Colmeal), e voltar com a farinha; trabalhar aqui ou ali; transportar sacos de areia e cimento, traves gigantescas, máquinas de costura e outros equipamentos ou móveis; ir a Fajão, à Pampilhosa da Serra ou a outras localidades; devolver a vida ida à terra, transportando os defuntos para serem sepultados (de Ádela e Açor para o Colmeal); ir à missa ao Domingo, deixando as tamancas escondidas numa silveira que havia no Porto Ribeiro (Colmeal) ou à entrada de Cepos; anualmente, para ir e vir das Festas, uma das poucas oportunidades de divertimento de que as pessoas dispunham. Em Açor festeja-se Nossa Senhora da Saúde, em Ádela, S. Lourenço e a Senhora da Luz, nos Cepos o Santíssimo Sacramento e, no Colmeal, o Senhor da Amargura, cuja capela se situa nas Seladas, onde decorrerá o almoço da caminhada. Ambas as freguesias têm como padroeiro S. Sebastião e continuam a dar o Bodo.
Antes do êxodo para a cidade e outras paragens, era um fervilhar de gente pelos caminhos, e era tanto andar que, como assinala Maria Beatriz Rocha Trindade, uma investigadora da Universidade Aberta que estudou o fenómeno do regionalismo, o espectro permanente do isolamento e do “andar a pé” ainda hoje se mantém vivo na memória das gentes da serra (“As Micropátrias do Interior Português”. In: Análise Social, nº 98. Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 1987). Vê-se, pelo que se acaba de escrever! Com excepção para as idas à missa e às festas (e, ainda assim, poderia ser necessário levar ou trazer alguma coisa), nunca se andava de cabeça ou costas folgadas, especialmente no regresso a casa. Se outra coisa não houvesse, uma lanhita manhosa servia perfeitamente para matar dois coelhos de uma cajadada só. Apesar da infância poupada, ainda hoje há quem regresse com uma pinha ou um pauzito na mão! Coelhos… é que já não há!
Os caminhos da caminhada eram também os dos vendedores ambulantes, dos compradores e capadores, do carteiro (Colmeal-Açor-Ádela e o inverso), e das crianças de Ádela e Açor, que iam à escola em Cepos por razões de maior proximidade. Os dois grupos juntavam-se ou separavam-se na Mata (descendo de Cepos, sítio onde se encontra o primeiro curral). Crianças que eram, despediam-se, às vezes, à pedrada, tudo para dar continuidade às palmatoadas e ponteiradas que tinham apanhado na escola! Todos recordam com carinho as amizades desse tempo. Alguns recordam com mágoa o medo que tinham do professor/a, o trabalho que os esperava no regresso e outras vicissitudes menos agradáveis. Outros, ainda, recordam com gratidão os almoços ou as merendas à fogueira quentinha da Etelvina, da Aldina, do “Ti” Zé Dias ou do “Ti” Alfredo Costa; as saias compridas que uma senhora nos vestia, enquanto secava a nossa da chuva do caminho; a tal senhora da rua dos Trigais que nos induzia a responder-lhe que o Zairito era o cão do meu tio; o susto sofrido quando o dono de um castanheiro desatou a gritar ameaças de dentro do respectivo toco, porque lhe estávamos a roubar as castanhas, abrindo com jeitinho os ouriços ainda pouco sorridentes; o contentamento do dia em que não pudemos ir à escola, porque um dos pontões sobre a ribeira tinha abalado com a enchente. Eram pontões de pinheiros atravessados e tábuas ou pedras a servir de piso, não raro feitos ou consertados pelas mulheres, na ausência dos homens. Foi então (1955) que foram construídos, mediante co-financiamento das Juntas de Freguesia de Colmeal e Cepos, os pontões em cimento que atravessam a Ribeira da Fonte Salgueira no caminho entre Ádela e Cepos (descendo de Cepos, segundo curso de água), e sobre a mesma ribeira e a do Sangrinheiro, mais abaixo, bem perto do sítio onde se juntam para formar a Ribeira de Ádela, no caminho Açor-Cepos. Foi uma obra conjunta muito expedita e rápida!
Na zona como na região, em geral, a actividade económica dominante era a agricultura de subsistência e a pastorícia. Pelos caminhos, poderão ser observados os “combaros” e lameiros, muitos deles já pouco perceptíveis por baixo dos matagais e silvados que os invadiram, embora se note, a reflectir o amor desmedido à terra-solo, que alguns têm sido limpos. Junto aos terrenos, encontram-se os currais, resistentemente ainda de pé ou já desmoronados. Serviam, essencialmente, para abrigar o gado que era deslocado para os terrenos mais distantes, a fim de por lá roer as ervas daninhas, e produzir o esterco necessário ao cultivo da terra. Dado que também serviam para guardar utensílios, é frequente conterem, por exemplo, velhas escadas da apanha da azeitona.
Apesar da escassez e do envelhecimento da população residente, a que acresce a opção natural dos activos pelo trabalho nos serviços, na exploração madeireira ou na construção civil, junto às povoações, os terrenos encontram-se mais limpos e um ou outro cultivado. Em geral, cultivam-se os de rega mais fácil, agora que a água falta e os poços e levadas se encontram degradados. À saída de Açor, a caminhada utilizará como percurso a levada da Fonte do Açor ainda activa. Esta levada tem o privilégio de vir mencionada num livro de investigação sociológica em que participou Augusto Santos Silva, actual Ministro dos Assuntos Parlamentares. Infelizmente, há uns anos foi soterrada em grande parte da sua extensão. Na ponta dos bocados, sobre forcões e varas, para ocuparem pouco espaço que hoje já não faz falta, encontram-se videiras que sugerem a produção de vinho e bagaceira.
Também as oliveiras têm ar de ser apanhadas, apesar de já não serem objecto dos cuidados que eram antigamente, como seja cavá-las à enxada, e estrumá-las com mato, vindo de longe ou perto. Muitas têm vindo a ser rebaixadas, de modo a poderem ser apanhadas por descendentes receosos das alturas ou idosos que já não podem subir escadas! O engenho serrano omnipresente! Por alguma razão simbólica, a que não será alheio o espírito de poupança das populações rurais, a azeitona ainda é bastante apanhada, sendo o azeite feito nos lagares de Bobadela, Espariz, Vila Nova do Ceira e outras localidades, situadas a distâncias significativas. A eficácia do esforço é duvidosa, considerados os custos de produção e os preços do produto no mercado, mas insiste-se. É mesmo compulsivo! Entre Ádela e Açor, encontram-se as tulhas e o lagar, tristemente já desmoronados, que antigamente serviam ambas as povoações. As tulhas eram pequenas casinhas, como as existentes no lagar da Cabreira, onde a azeitona era conservada em sal, até chegar a sua vez de ser moída.
No campo da pastorícia, existe gado – cabras e/ou ovelhas – em todas as localidades por onde a caminhada passará. Provavelmente não será visível, mas as “caganáteas” nos caminhos sugerem a sua presença recente. Também há abelhas esvoaçantes e colmeais que produzem excelente mel derivado maioritariamente das diferentes espécies de urze (moita, queiró, magurice e negrela). Vestígios de actividades passadas são, também, as tigelas da resina que se encontram escondidas debaixo do mato ou aquele pedregulho (início da subida para Ádela), trazido às costas sabe-se lá de onde, que ostenta um orifício redondo, a remeter para a extracção da pedra recorrendo à pólvora.
Nas povoações, o casario, constituído por velhas e novas, grandes e pequenas casas em xisto e alvenaria, é muito eloquente a falar da trajectória das famílias pelas andanças da vida e do mundo, reflectindo ligação às origens e, muitas, sucesso e mobilidade social ascendente. Tratando-se, em grande medida, de segundas e terceiras casas, remetem para um significativo poder económico, associado ou não a estatuto e prestígio social. Designadamente no tipo de pedra e nos restantes materiais que utilizam, as casas mais antigas, como outros componentes do património edificado, evidenciam a simbiose e a interdependência entre o homem e o ambiente circundante, ao mesmo tempo que patenteiam a arte e o engenho dos que as construíram, no presente ou no passado. Podem ver-se, a testemunhar a sucessão das épocas, telhados combinados de lousa, telha de canudo ou marselha, janelas com laje ao alto a servir de ombreira, padieiras e soleiras gigantescas em castanho ou laje, velhas portas que rangem sobre mancais e que fecham com tranqueta ou carvelho.
O carvelho só era usado nos currais, ao contrário do que sugere a sua aplicação generalizada em Fajão, no âmbito da recuperação como Aldeia do Xisto. Os utensílios velhinhos que se vêem usados como vaso para plantas reflectem o espírito de poupança rural e, para alguns, o apego aos objectos enquanto produto e reflexo da actividade humana. Repare-se, também, nas paredes e paredões que sustentam os “combaros” e os caminhos (servindo alguns, simultaneamente, para encaminhar as águas pluviais), nas pedras ao alto ou nos marcos que estremam com o vizinho terrenos ou sortes de mato já de si diminutos, mas que o sistema de herança igualitária transformou em ínfimos. Alguns marcos encontram-se pintados de branco ou exibem ao lado um outro em cimento. É uma estratégia destinada a facilitar a sua localização por parte dos descendentes, o que, uma vez mais, revela o amor à terra-solo. Tudo património construído, como os pontões, os poços e as levadas (inclusive a chamada Levada dos Mouros) que importaria preservar, e colocar ao serviço do futuro, transformando as aldeias e a serra em eco museu vivo, humanizado e aberto. Pena que tanto se invista nuns sítios e tão pouco em outros!


2. Da flora

Apesar da desertificação areenta e verde, que ameaça as espécies mais vulneráveis, e dos incêndios que têm reduzido a massa genética, a biodiversidade na zona é grande, sendo a flora muito rica em herbáceas, arbustos e árvores autóctones sobreviventes das alterações climáticas e da intervenção do homem com vista à sua própria sobrevivência. É uma miríade assombrosa de grandes e pequenas plantas que não sabemos classificar, mas que bem mereceriam ser objecto de estudo aprofundado. Entre as espécies autóctones, contam-se os castanheiros – alguns centenários ou já transformados, pela velhice ou pela doença da tinta, em tocos gigantescos que lembram fantasmas e monstros –, o carvalho por aqui designado no feminino, o folhado, a aderneira e o sobreiro. Predominam, no entanto, as espécies invasoras, como o pinheiro, o eucalipto ou as pestes das faias, que não param de se multiplicar tudo consumindo à volta. Não deixam, contudo, de ser árvores bonitas: os pinheiros com as suas medranças e cocas vazias dos bichos (processionárias) regressados à terra; os eucaliptos imponentes a emergirem do solo furando o céu à procura de luz e calor, as faias tingidas de amarelo, na altura da floração. Dando que pensar, são bem interessantes as árvores e arbustos que se encontram a morrer de pé, cobertos de musgo ou de um fungo esbranquiçado que os faz parecer nevados.
Surpreendentemente para alguns visitantes, há ervideiros (medronheiros) em vários sítios e a medronheira é excelente! Cobertos com a flor e o fruto ao mesmo tempo, são deslumbrantes em Outubro. Sendo arbustos, repare-se no porte arbóreo que alguns ostentam! Apesar do tempo que não foi favorável, em finais de Abril, espera-se que a serra se apresente fascinantemente vestida de cores e tonalidades que variam consoante a luz e as espécies de mato dominantes: o tojo, a carqueja e as giestas a vestirem-na de amarelo; os diferentes tipos de urze, de vermelho ou branco; o rosmaninho, de roxo; as cinco chagas (estevas) e os sargaços, de branco …
Passando às herbáceas a propósito dos sargaços, nas encostas solarengas, levantando-lhes as fraldas, talvez se tenha a sorte de encontrar pútegas. São lindas e comestíveis, quando maduras, espremendo as tetinhas redondas directamente para a boca ou para uma pedrinha a servir de prato, como fazíamos na infância. Igualmente comestíveis são os “peidos de velha”, que podem nascer mesmo no meio do caminho. São uns fungos de interior cremoso e castanho, que se transforma em pó quando seco. Se acidentalmente pisados, lançam uma grande poeirada! Abundam as ervas medicinais, e são incontáveis as “florinhas” encantadoras que nascem e alegram por toda a parte.
Quando da caminhada, as cantarinhas e as flores de pão e leite, de beleza e singeleza comoventes, já terão secado. Mas será possível observar, a emergirem de buraquitos nas paredes, os conselhos e o arroz com que cozinhávamos em pequenos, as violetas selvagens ou os estoirafóis garridos que poderão ser estoirados na palma da mão. Verificando-se previamente se estão livres de abelhas ou zângãos zangados!


3. Da fauna

Os mamíferos de médio e pequeno porte e as espécies cinegéticas são escassos. Têm sido dizimados pelos incêndios, pela fome resultante do pouco que os humanos cultivam para com eles partilhar, pelos laços e outras violências que matam, ao contrário dos do Principezinho (Antoine de Saint Exupéry) que cativam e prendem pelo afecto. A ausência de imagens neste tópico traduz, precisamente, a raridade dos bichos, mas também a imperícia da observadora! Ainda assim, dizem que abundam os javalis. Como não gostam de concentrações humanas, os caminhantes apenas poderão aperceber-se da sua presença mais ou menos recente, através do fossado das bermas dos caminhos e dos topos desmoronados das paredes que eles destruíram, à procura de raízes, formigas e outros bichitos desenxabidos. Fome, a quanto obrigas! Nos barrocos e pinhais, do topo das árvores poderão estar a espreitar, comodamente sentados ou a saltar de ramo em ramo, com o rabito farfalhudo a servir de alavanca, esquilos curiosos pretos e acastanhados. Apesar de rara, também da raposa será possível encontrar notícia, através dos excrementos diarreicos e do cheiro desagradável a “raposum” que deixa nos caminhos. Tola, a anunciar aos quatro ventos que anda por perto! De resto, apenas poderemos imaginar, a dormirem na toca fofa ou a tremerem de susto com a proximidade dos caminhantes, gatos-toirões e saca-rabos sobreviventes da adversidade que os aflige. Como às pessoas! Estando próximo o dia das cobras (1 de Maio), poder-se-á encontrar alguma a espreguiçar-se ao sol. Metem medo, mas são muito úteis e inofensivas, com excepção para as víboras. Mas essas costumam andar escondidas!
No campo das aves, mais observável, será possível ver o melro, o macho muito preto luzidio e de bico amarelo, a fêmea um pouco mais acinzentada, mas ainda assim muito bonita. Quando se deixam apanhar, a esgravatar a terra húmida à procura de minhocas, partem esbaforidos parecendo gargalhar trocistas da nossa falta de asas! Sendo arautos, tal como os gaios, estão apenas a avisar da nossa presença indesejada! Pretos são também os corvos que grasnam contentes, dizem que a trazer mau agouro. Em contrapartida, os seus primos gaios são exuberantemente garridos, atrevidos e vorazes. Comem ou levam tudo, contribuindo para a regeneração ambiental, através dos frutos que perdem pelo caminho! O cuco andará por aí a dizer cu-cu, já que entre Março e Abril ou é morto ou não quer vir. Poderá ser uma ave cinzentona de penas e comportamento, mas não deixa de ser uma companhia simpática! Embora persista um ou outro exemplar de ave de rapina, provavelmente o milhafre, raramente se vê. Na eventualidade de se verem perdizes, são só as sortudas que restaram da última largada e caçada. Embora já tenham sido mais, será possível avistar a rola e o pombo bravo, bem como aves miudinhas de que constituem exemplo o pardal e o pisco. Se fosse noite, ouviríamos a coruja a apupar chamando, encontraríamos um ou outro mocho a caçar insectos entontecidos pela luz, entristeceríamos ao reparar que os morcegos praticamente desapareceram. Como entristecemos sempre que vemos a diferença e a diversidade a perderem-se, ou a serem ameaçadas, sejam elas humana, ideológica, cultural ou ambiental.
Este é apenas um olhar, um ponto de vista de um determinado ponto de vista. Não sendo nem exaustivo, nem científico, com outros, ficaremos mais ricos.
Lisete de Matos
in Jornal de Arganil, de 15/05/2008

Etiquetas: , ,

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Trilhos da Ribeira de Ádela / Caminhos da escola

26 de Abril. O dia parecia ter acordado mais cedo. O movimento no Colmeal começou quando a Lua ainda olhava para nós, instalada lá no alto no meio daquele céu azul que prenunciava bom tempo.
Pessoas e carros iam chegando ao ponto de encontro para a primeira etapa que os havia de levar aos Cepos.
A escola primária, aquela antiga Escola Primária, ali estava de portas abertas para receber de novo os alunos, os seus alunos, que décadas atrás se sentavam nas carteiras para aprender as primeiras letras, a tabuada, os rios e os seus afluentes, as serras, as paragens e os apeadeiros dos comboios, os reis e os seus cognomes, enfim, o que se ensinava e o que tinha que se aprender.
Café da avó e filhós, uma gentileza do Centro Social, esperavam todos estes forasteiros que fizeram dos Cepos uma aldeia bastante animada. Uma invasão pacífica de dezenas e dezenas de amantes da natureza e de ex-alunos desejosos de começarem a percorrer de novo aqueles caminhos, os “seus caminhos”, que tantas vezes fizeram, para um lado e para o outro, com condições climatéricas tão adversas a que não se podiam furtar.
A subida pelo cemitério, a passagem por Chã da Cabeça e depois pelos castanheiros, fez-se bem. A descida que se seguiu começou a avisar as pernas de que não teria havido uma adequada preparação física.
Nas encostas soalheiras, “mirones” localizados em pontos estratégicos, iam tentando descortinar ao longe por entre as árvores ou em caminho aberto o grupo de participantes.
Na chegada a Ádela viam-se caras a transparecer um certo afogueamento. Os efeitos do calor e do esforço eram visíveis. Um sumo preparado com muita simpatia e um chafariz com a sua água fresca ajudaram a dar um pouco de alento para que se continuasse em direcção ao Açor.
Com uma “paragem técnica para reabastecimento”, preparada ao mais ínfimo pormenor pela Associação Amigos do Açor liderada por Amílcar de Almeida, os duzentos participantes tiveram alguma dificuldade em descolar a caminho do Colmeal.
E havia razões para tal. Broa (de Aldeia Velha), bucho de porco recheado, pastéis de bacalhau, bola de frango, pão-de-ló, bolos secos, bifanas, queijo, fiambre, etc. e produtos artesanais locais como o mel, a ginja, o queijo ou o medronho.
Uma exposição de quadros de Josefina de Almeida, livros e uma pequena brochura preparada pela Dr.ª Lisete de Matos especialmente para esta ocasião, “A Verdade e a Lenda de António d’Almeida Freire – Cirurgião” em que homenageia ao mesmo tempo Fernando Costa, um nome que ficará para sempre muito ligado ao regionalismo e ao desenvolvimento da freguesia.
A caminhada até ao Colmeal fez-se sem dificuldades de maior.
No Parque de Merendas das Seladas, onde algumas jovens árvores ainda não dão aquela sombra que se deseja, cerca de duzentas e oitenta pessoas almoçaram e conviveram num ambiente de alegria e descontracção.
O Presidente da Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal numa curta intervenção agradeceu a presença de todos, o empenho e o entusiasmo colocados nesta realização e a colaboração recebida de várias entidades, nomeadamente da Câmara Municipal de Góis, ADIBER, Juntas de Freguesia dos Cepos e Colmeal, Centro Social e Comissão de Melhoramentos dos Cepos, Som Argus e das Senhoras que mais uma vez ofereceram as sobremesas.
Também os Presidentes das Juntas de Freguesia dos Cepos e do Colmeal, e o Presidente da Comissão de Melhoramentos dos Cepos, dirigiram breves palavras aos presentes e felicitaram a União Progressiva da Freguesia do Colmeal por esta realização.
No final foram distribuídas várias lembranças aos participantes que dos Cepos ao Colmeal, recrearam os “Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola”.
Uma referência especial para a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Arganil que fez a primeira parte da caminhada até ao Açor e as participações de um “jovem” de noventa anos e de um outro, de apenas seis, que fizeram todo o percurso. Bem hajam pelo exemplo que nos deram.
A Senhora Vice-Presidente e Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Góis, apesar dos vários compromissos agendados, teve a amabilidade de se deslocar ao Parque de Merendas das Seladas para nos felicitar e encorajar para realizações futuras.
Vamos pensar na próxima realização. Esta, tal como o dia, acabou aqui.
Pela Direcção da UPFC
A. Domingos Santos
in Jornal de Arganil, de 8/05/2008

Etiquetas: , ,

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Trilhos da Ribeira de Ádela / Caminhos da Escola





Depois da realização da "Mostra/Venda de artesanato e produtos locais" no Colmeal, no fim-de-semana da Páscoa, que consideramos ter sido bem sucedida, preparámos uma nova caminhada, este ano denominada "Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola".
Assim, no dia 26, foi recordada desde a Escola Primária dos Cepos, os caminhos que as crianças percorriam para ir àquela escola, por ser mais próxima das aldeias de Ádela e do Açor, percorrendo de seguida a caminho do convívio que no final se fez do Parque de Merendas das Seladas, no Colmeal.
Na antiga Escola Primária foi servido o pequeno-almoço aos participantes, antes de se iniciar o percurso que permitirá reavivar na memória das crianças de então, mulheres e homens de hoje, todos os episódios então vividos.
No dia seguinte, 27, foi realizada uma Assembleia da Freguesia no Colmeal.
Apostando numa política de descentralização que percorrerá as restantes aldeias da freguesia, que consideramos louvável e de muito interesse para a população, residente ou não, desde o primeiro momento demos o nosso acordo para ajudar a sensibilizar e mobilizar as pessoas para a necessidade e utilidade da sua presença.
A União Progressiva pretende ter um papel fundamental na sensibilização dos seus associados e da população residente para uma presença e participação nas reuniões onde se discutem e tratam de assuntos que a todos dizem respeito.
É um dever cívico a que não deveremos renunciar.
A. Domingos Gomes
in A Comarca de Arganil, de 29/04/2008
Fotografias em http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com

Etiquetas: , , ,

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Trilhos da Ribeira de Ádela / Caminhos da escola


Março está no fim. A hora de Verão já chegou. O sábado de 26 de Abril está quase aí.
Os dias vão passar depressa e sem nos darmos conta estaremos a percorrer os mesmos caminhos que os rapazes e raparigas, hoje mulheres e homens feitos, faziam para a aprendizagem das letras e dos números.
Venha tomar connosco o café da avó e uma filhó na antiga Escola Primária dos Cepos.
Recorde a carteira onde se sentava, muitas das vezes com o corpito franzino enregelado pelo frio e pela chuva.
Reveja o quadro preto de ardósia onde escreveu as primeiras letras ou o recreio onde brincava às escondidas, à apanhada ou à cabra cega.
Reencontre colegas desses tempos. Volte para trás no relógio do tempo. Rejuvenesça.
Venha fazer esta caminhada connosco e vai ver que valerá a pena. Ádela, Açor e depois o convívio nas Seladas (Colmeal).
Não perca este dia que lhe vai ficar na memória.
Esperamos por si!
A. Domingos Santos
in O Varzeense, de 15/04/2008

Etiquetas: , ,

terça-feira, 1 de abril de 2008

UPFC organiza caminhada pelos 'Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola'



No próximo dia 26 de Abril, a União Progressiva da freguesia do Colmeal, concelho de Góis, vai realizar mais uma caminhada, desta vez pelos 'Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola'. De acordo com uma nota enviada ao RCA NOTICIAS, vão ser percorridos “os mesmos caminhos que os rapazes e raparigas, hoje mulheres e homens feitos, faziam para a aprendizagem das letras e dos números”, incluindo esta caminhada uma passagem pela antiga Escola Primária dos Cepos, Ádela, Açor e depois o convívio nas Seladas.
Já no dia seguinte, dia 27 de Abril [domingo], decorrerá a Assembleia de Freguesia no Colmeal, numa acção de descentralização que se pretende levar às várias aldeias e que em Setembro do ano passado foi iniciada no Sobral. “A população deve participar nos debates, que no geral, respeitam à freguesia e que naturalmente interessam a cada um em particular”, apela a União, acrescentando que nesta Assembleia os habitantes terão conhecimento dos problemas da freguesia, das propostas que a junta de freguesia apresentou ao município e podem colocar as suas questões, no período destinado à intervenção do público.
in http://www.rcarganil.com/

Etiquetas: , ,

sábado, 15 de março de 2008

Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola


Numa carteira de escola, como esta, sentavam-se décadas atrás os rapazes e raparigas.
Caminhos estreitos, veredas apertadas, onde as silvas e as pedras já eram conhecidas dos seus pezitos calejados. Chuva, geada, sol, calor, frio, tudo isto eles levavam consigo para a aprendizagem das letras e dos números. Eram a sua companhia. No final do dia, havia que fazer o caminho ao contrário.
No dia 26 de Abril (sábado) vamos recrear e recordar um desses trilhos, que muitos desses alunos calcorreavam com a sua sacola de pano a tiracolo e com a alegria própria dos seus verdes anos.
Outros saíam para os montes atrás do gado. A escola para estes era uma miragem. Uma escola de vida bem diferente e bem árdua.

Poderá efectuar a sua inscrição, grátis, para:
upfcolmeal@netcabo.pt
josealvarodomingos@sapo.pt
neves_almeida@hotmail.com
junta.cepos@oninet.pt

Mantêm-se os habituais contactos para as inscrições, tanto em Lisboa como no Colmeal.
Iremos dando notícias.
Venha porque vai valer a pena!
UPFC
in http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com/

Etiquetas: , ,

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Caminhos limpos, caminhada à espera

Encontram-se limpos os caminhos feitos de veredas ascendentes e descendentes que ligavam Ádela e Açor a Cepos e o inverso, assim se re-aproximando três povoações com passado densamente interpenetrado, através da proximidade geográfica, das trocas produtivas, da escola comum, e dos laços familiares e afectivos que o tempo foi urdindo e persistem. Do lado do Colmeal foram limpos há um ano, do lado de Cepos, recentemente. Parabéns às populações e, pela iniciativa, às Juntas de Freguesia de Cepos e Colmeal. Embora já não sirvam objectivos de sobrevivência, os caminhos representam um potencial importante ao serviço do lazer saudável, da preservação do património construído (com que esforço e determinação!), e do combate à desertificação verde que torna o território impenetrável.
Andando por um desses caminhos, podia senti-lo atento às diferenças, e a sorrir contente de se ver limpo e de novo utilizado. Os pés que o pisavam calçavam ténis de marca herdados da moda que passou, o andar da caminhante era vagaroso e desajeitado, frequentemente parado para observar isto ou aquilo. Nada que se parecesse com o andar firme, decidido e apressado dos que antes o trilhavam, com os pés descalços ou mal calçados de tamancas e tamancos que o moíam, moendo as pessoas. E leves! Eram leves os pés que o afagavam, ao contrário dos pesados que antes o calcavam, ora para cima, ora para baixo, transportando, à cabeça ou às costas, as colheitas ribeirinhas, o milho para o moinho, a farinha para a broa, as compras, o saco dos livros e da merenda frugal, o medo do professor no desencontro com os números, as lágrimas vertidas depois umas tantas palmatoadas …
Sentados, à beira de castanheiros velhinhos, de poisos e de currais resistentes ou desmoronados também eles contentes, repousavam finalmente da vida castigada as mulheres e homens que por ali labutavam, como a “Ti” Albertina, o “Ti” António Lourenço ou a “Ti” Emília (Muda). Enquanto as crianças brincavam, com a mãe a apressá-las chamando da colina em frente, o Zairito ladrava e farejava, já esquecido, tantos anos passados, que os coelhos e as perdizes também partiram com as pessoas. “Ó pequena, que cão é esse?”, perguntavam-lhe na rua dos Trigais, nos Cepos, só para a ouvirem responder, ingénua: “É o cão do meu tio!”
Até onde caminhando os caminhos nos podem levar! Agora que estão limpos, vamos percorrê-los de novo, reactivando pertenças, memórias e afectos que são um capital para o futuro? Fica lançado o desafio à sólida experiência da União Progressiva da Freguesia do Colmeal na organização de caminhadas, em articulação as Juntas de Freguesia de Cepos e Colmeal, e com as colectividades de Açor, Ádela e Cepos, todas as outras, e todos, podendo e devendo participar. Por mim, posso fazer de guia e cozinheira pouco dotada de algum petisco tradicional!
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, 30 de Novembro de 2007
in A Comarca de Arganil, de 13/12/2007

Etiquetas: ,