Trilhos da Ribeira de Ádela / Caminhos da escola
26 de Abril. O dia parecia ter acordado mais cedo. O movimento no Colmeal começou quando a Lua ainda olhava para nós, instalada lá no alto no meio daquele céu azul que prenunciava bom tempo.
Pessoas e carros iam chegando ao ponto de encontro para a primeira etapa que os havia de levar aos Cepos.
A escola primária, aquela antiga Escola Primária, ali estava de portas abertas para receber de novo os alunos, os seus alunos, que décadas atrás se sentavam nas carteiras para aprender as primeiras letras, a tabuada, os rios e os seus afluentes, as serras, as paragens e os apeadeiros dos comboios, os reis e os seus cognomes, enfim, o que se ensinava e o que tinha que se aprender.
Café da avó e filhós, uma gentileza do Centro Social, esperavam todos estes forasteiros que fizeram dos Cepos uma aldeia bastante animada. Uma invasão pacífica de dezenas e dezenas de amantes da natureza e de ex-alunos desejosos de começarem a percorrer de novo aqueles caminhos, os “seus caminhos”, que tantas vezes fizeram, para um lado e para o outro, com condições climatéricas tão adversas a que não se podiam furtar.
A subida pelo cemitério, a passagem por Chã da Cabeça e depois pelos castanheiros, fez-se bem. A descida que se seguiu começou a avisar as pernas de que não teria havido uma adequada preparação física.
Nas encostas soalheiras, “mirones” localizados em pontos estratégicos, iam tentando descortinar ao longe por entre as árvores ou em caminho aberto o grupo de participantes.
Na chegada a Ádela viam-se caras a transparecer um certo afogueamento. Os efeitos do calor e do esforço eram visíveis. Um sumo preparado com muita simpatia e um chafariz com a sua água fresca ajudaram a dar um pouco de alento para que se continuasse em direcção ao Açor.
Com uma “paragem técnica para reabastecimento”, preparada ao mais ínfimo pormenor pela Associação Amigos do Açor liderada por Amílcar de Almeida, os duzentos participantes tiveram alguma dificuldade em descolar a caminho do Colmeal.
E havia razões para tal. Broa (de Aldeia Velha), bucho de porco recheado, pastéis de bacalhau, bola de frango, pão-de-ló, bolos secos, bifanas, queijo, fiambre, etc. e produtos artesanais locais como o mel, a ginja, o queijo ou o medronho.
Uma exposição de quadros de Josefina de Almeida, livros e uma pequena brochura preparada pela Dr.ª Lisete de Matos especialmente para esta ocasião, “A Verdade e a Lenda de António d’Almeida Freire – Cirurgião” em que homenageia ao mesmo tempo Fernando Costa, um nome que ficará para sempre muito ligado ao regionalismo e ao desenvolvimento da freguesia.
A caminhada até ao Colmeal fez-se sem dificuldades de maior.
No Parque de Merendas das Seladas, onde algumas jovens árvores ainda não dão aquela sombra que se deseja, cerca de duzentas e oitenta pessoas almoçaram e conviveram num ambiente de alegria e descontracção.
O Presidente da Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal numa curta intervenção agradeceu a presença de todos, o empenho e o entusiasmo colocados nesta realização e a colaboração recebida de várias entidades, nomeadamente da Câmara Municipal de Góis, ADIBER, Juntas de Freguesia dos Cepos e Colmeal, Centro Social e Comissão de Melhoramentos dos Cepos, Som Argus e das Senhoras que mais uma vez ofereceram as sobremesas.
Também os Presidentes das Juntas de Freguesia dos Cepos e do Colmeal, e o Presidente da Comissão de Melhoramentos dos Cepos, dirigiram breves palavras aos presentes e felicitaram a União Progressiva da Freguesia do Colmeal por esta realização.
No final foram distribuídas várias lembranças aos participantes que dos Cepos ao Colmeal, recrearam os “Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola”.
Uma referência especial para a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Arganil que fez a primeira parte da caminhada até ao Açor e as participações de um “jovem” de noventa anos e de um outro, de apenas seis, que fizeram todo o percurso. Bem hajam pelo exemplo que nos deram.
A Senhora Vice-Presidente e Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Góis, apesar dos vários compromissos agendados, teve a amabilidade de se deslocar ao Parque de Merendas das Seladas para nos felicitar e encorajar para realizações futuras.
Vamos pensar na próxima realização. Esta, tal como o dia, acabou aqui.
Pela Direcção da UPFC
A. Domingos Santos
in Jornal de Arganil, de 8/05/2008
Pessoas e carros iam chegando ao ponto de encontro para a primeira etapa que os havia de levar aos Cepos.
A escola primária, aquela antiga Escola Primária, ali estava de portas abertas para receber de novo os alunos, os seus alunos, que décadas atrás se sentavam nas carteiras para aprender as primeiras letras, a tabuada, os rios e os seus afluentes, as serras, as paragens e os apeadeiros dos comboios, os reis e os seus cognomes, enfim, o que se ensinava e o que tinha que se aprender.
Café da avó e filhós, uma gentileza do Centro Social, esperavam todos estes forasteiros que fizeram dos Cepos uma aldeia bastante animada. Uma invasão pacífica de dezenas e dezenas de amantes da natureza e de ex-alunos desejosos de começarem a percorrer de novo aqueles caminhos, os “seus caminhos”, que tantas vezes fizeram, para um lado e para o outro, com condições climatéricas tão adversas a que não se podiam furtar.
A subida pelo cemitério, a passagem por Chã da Cabeça e depois pelos castanheiros, fez-se bem. A descida que se seguiu começou a avisar as pernas de que não teria havido uma adequada preparação física.
Nas encostas soalheiras, “mirones” localizados em pontos estratégicos, iam tentando descortinar ao longe por entre as árvores ou em caminho aberto o grupo de participantes.
Na chegada a Ádela viam-se caras a transparecer um certo afogueamento. Os efeitos do calor e do esforço eram visíveis. Um sumo preparado com muita simpatia e um chafariz com a sua água fresca ajudaram a dar um pouco de alento para que se continuasse em direcção ao Açor.
Com uma “paragem técnica para reabastecimento”, preparada ao mais ínfimo pormenor pela Associação Amigos do Açor liderada por Amílcar de Almeida, os duzentos participantes tiveram alguma dificuldade em descolar a caminho do Colmeal.
E havia razões para tal. Broa (de Aldeia Velha), bucho de porco recheado, pastéis de bacalhau, bola de frango, pão-de-ló, bolos secos, bifanas, queijo, fiambre, etc. e produtos artesanais locais como o mel, a ginja, o queijo ou o medronho.
Uma exposição de quadros de Josefina de Almeida, livros e uma pequena brochura preparada pela Dr.ª Lisete de Matos especialmente para esta ocasião, “A Verdade e a Lenda de António d’Almeida Freire – Cirurgião” em que homenageia ao mesmo tempo Fernando Costa, um nome que ficará para sempre muito ligado ao regionalismo e ao desenvolvimento da freguesia.
A caminhada até ao Colmeal fez-se sem dificuldades de maior.
No Parque de Merendas das Seladas, onde algumas jovens árvores ainda não dão aquela sombra que se deseja, cerca de duzentas e oitenta pessoas almoçaram e conviveram num ambiente de alegria e descontracção.
O Presidente da Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal numa curta intervenção agradeceu a presença de todos, o empenho e o entusiasmo colocados nesta realização e a colaboração recebida de várias entidades, nomeadamente da Câmara Municipal de Góis, ADIBER, Juntas de Freguesia dos Cepos e Colmeal, Centro Social e Comissão de Melhoramentos dos Cepos, Som Argus e das Senhoras que mais uma vez ofereceram as sobremesas.
Também os Presidentes das Juntas de Freguesia dos Cepos e do Colmeal, e o Presidente da Comissão de Melhoramentos dos Cepos, dirigiram breves palavras aos presentes e felicitaram a União Progressiva da Freguesia do Colmeal por esta realização.
No final foram distribuídas várias lembranças aos participantes que dos Cepos ao Colmeal, recrearam os “Trilhos da Ribeira de Ádela/Caminhos da Escola”.
Uma referência especial para a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Arganil que fez a primeira parte da caminhada até ao Açor e as participações de um “jovem” de noventa anos e de um outro, de apenas seis, que fizeram todo o percurso. Bem hajam pelo exemplo que nos deram.
A Senhora Vice-Presidente e Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Góis, apesar dos vários compromissos agendados, teve a amabilidade de se deslocar ao Parque de Merendas das Seladas para nos felicitar e encorajar para realizações futuras.
Vamos pensar na próxima realização. Esta, tal como o dia, acabou aqui.
Pela Direcção da UPFC
A. Domingos Santos
in Jornal de Arganil, de 8/05/2008
Etiquetas: ádela, colmeal, fotografia
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home