Vêm lá os franceses!!...

Fotografia de Raul Lourenço

Conta a avó Trindade, de ouvir contar, que os franceses eram gente má: trespassavam os homens a baioneta, violavam as mulheres, alimentavam os cavalos nas arcas de milho. Aquando das invasões napoleónicas, ao mínimo sinal dos "olheiros" que vigiavam as serras, toca de badalar o sino! Agora está perro e meio podre (a capela é de 1789) e só se usa em caso de incêndio. Histórias...

[Mega; Góis; Coimbra]
in http://olhares.aeiou.pt

Sobre posições

Fotografia de Raul Lourenço

Mega; Góis; Coimbra - Agosto de 2004
in http://olhares.aeiou.pt

Depois de acordar...

Fotografia de Raul Lourenço

Fui-me deitar e caíam uns farrapos; quando acordei, vi isto. Apesar de nevar quase todos os invernos, um nevão como este, em Mega, é raro. Esta vem mesmo do fundo do baú, tirada com a primeira máquina que tive, em Fevereiro de 1999.
in http://olhares.aeiou.pt

Argêntea

Fotografia de Raul Lourenço

O vale de Mega, em dias assim, fica mesmo de prata.

[Mega; Góis; Coimbra - 2002]
in http://olhares.aeiou.pt

Finisterra

Fotografia de Raul Lourenço

Carlos de Oliveira (1978). Ou a metamorfose da Casa.

[Mega; Góis; Coimbra; 25-03-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

O diabo à solta...

Fotografia de Raul Lourenço

...no meio da luz. / Adaptação de “O diabo na rua, no meio do redemoinho”, em ‘Grande Sertão: Veredas’, de João Guimarães Rosa.
----
Mais diz: “Tem até tortas raças de pedras, horrorosas, venenosas – que estragam mortal a água, se estão jazendo em fundo de poço; o diabo dentro delas dorme: são o demo. (...) Arre, ele está misturado em tudo.”
----
Entretanto, a minha avó arrenegava o demo no lume e no fumo, com uma ladainha ao jeito dos pobres – “Santa Quitéria, senhora da serra, livrai-nos; Santo Antoninho das Neves no alto da serra, livrai-nos; São Bentinho da Porta Aberta, livrai-nos (...)”.
----
[Mega; 22-08-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Casa beirã

Fotografias de Raul Lourenço

A Terra

Fotografias de Raul Lourenço

“Somos parte da Terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família.” – excerto da ‘Carta do Chefe Seattle em 1854 ao Grande Chefe Branco de Washington’, primeira das duas partes do ‘Poema Ecológico’.

[Mega; Góis; Coimbra - Janeiro de 2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Gato em telhado de barro frio

Fotografia de Raul Lourenço

É o Tico, em Mega, a aproveitar o sol num telhado que estava branquinho quando acordei. Às duas da manhã da noite anterior estavam - 3ºC... Só mesmo junto do fogão a lenha, de resto, brrrrr...

[Mega; Góis; Coimbra - 09-01-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

L'eau rouge

Fotografia de Raul Lourenço

THE YOUNG GODS - Oh fuck! Heart-broken, mind-sick Ophelia has just cut her rists...

[Ribeira de Mega; 25-03-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Nicho

Fotografia de Raul Lourenço

Mega (Góis; Coimbra)
in http://olhares.aeiou.pt

Space oddity

Fotografia de Raul Lourenço

Versão melancólica.
----
[Mega, Góis, Coimbra; 26-11-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Histórias de catraios

Fotografia de Raul Lourenço

“Ao chegar depois à ribeira, sem esperar por ninguém, despiu-se, desnuou-se, e nadou desajeitadamente, meio aturdido pelo choque térmico e pelo mergulho de chapa. Os outros chegaram e nadaram também, todos nus, só depois se lembrando, cá fora, de que não tinham nada a que se limpar. Olhavam em volta com um nervoso tremeliquento que a molha não desculpava por inteiro, e António chamou-lhes caguinchas, firmado numa autoridade natural mais vasta do que a de ser o melhor aluno e o habitual mentor destas jornadas extra, enquanto tentava enrolar o tabaco na mortalha que as mãos húmidas ensopavam como o vira fazer ao pai.”

[«Histórias da Beira» no Poço da Ovelheira; Mega; 25-03-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Olhos sem alma

Fotografia de Raul Lourenço

Casa há muito abandonada - Mega (Góis; Coimbra)
in http://olhares.aeiou.pt

Sobre posições

Fotografia de Raul Lourenço

Telhados meguenses, com o maciço central da serra da Lousã ao fundo.
in http://olhares.aeiou.pt

O meu cristo - na adolescência

Fotografia de Raul Lourenço

é uma doçura de mel de abelha / é uma ternura a princípio com fim / é uma alegria a escorrer do marfim / é um cordeiro filho de ovelha / é um perdido encantado a sorrir / é um companheiro barbubo e gentil / é uma seta de um arco infantil / é um cão vadio indeciso a partir / é um meigo à mercê dum vento estival / é um caminhante da plena invernia / é um nu cavalgante da fantasia / é um tiro à queima da roupa moral / é um ser carnal de melindre e capricho / é uma razão um tanto diabólica / é uma tesão não muito católica / é um tímido à espreita preso no nicho / é uma bandeira caída nas trevas / é uma força a cheirar os subterrâneos / é um verde aflitivo nos subcotâneos / é um ai levantado no chão das trevas / é um soldado manchado em fugida / é uma palavra por aí conseguida

[Ribeira de Mega; Góis; Coimbra; Agosto de 2000]
in http://olhares.aeiou.pt

Vade retro beirão

Fotografia de Raul Lourenço

Sobre a porta do curral, no andar de baixo.
[Mega; Góis; Coimbra]
in http://olhares.aeiou.pt

O grito

Fotografia de Raul Lourenço

Mega; Góis; Coimbra; 02-07-2005
in http://olhares.aeiou.pt

No meio das árvores

Fotografias de Raul Lourenço

Passeata entre figuras amigas e familiares. Figuração do devaneio. Pensamento solto e ligeiro.
---
[Mega, Góis, Coimbra; 24-12-2005]
in http://olhares.aeiou.pt

Mega

Fotografias de Raul Lourenço

Os dizeres do xisto e os murmúrios da sombra na casa abandonada. Ou uma figuração do silêncio.
--
“O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.” (in ‘Grande Sertão: Veredas’, de João Guimarães Rosa).
---
in http://olhares.aeiou.pt