Perdido nas horas
nos ponteiros que são braços
de uma prostituta que dança
e que não param
Avançam pressas que nao existem
Tic tac..tic...tac...
O tempo não volta e tenho de me desprender
rasgar-me desses abraços que são ponteiros
perder-me noutros ponteiros.. noutros tempos
...noutros compassos...
Tic... tac...
Perder-me todas as vezes necessárias
...para me encontar
Tic... tac...
Subir as escadas do vento e despenhar-me
como última rosa sobre uma caixão
que entra na terra e se confunde com ela
Tic...tac...
Partir sem olhar para trás
apenas ficam ponteiros
e números
e momentos
Tic...tac...
à frente ficam voltas e voltas
num relógio infinito
que não para
nem um segundo
nem um ponteiro
tic...tac...
Procuro novas tabernas
enebrio-me no vinho do esquecimento
apalpo franjas de xaile soltas
que se prendem a vidas sem pudor
...como a minha
Tic...tac...
Danço breves passos em calçadas gastas
canto novos fados em cordas gastas
sinto espasmos de prazer em camas gastas
fundo-me entre pernas gastas
perco-me em horas gastas
e choro... lágrimas... gastas
Tic...Tac...
Um novo dia e novos passos
pelas calçadas do costume
com os sapatos do costume
nas horas do costume
Tic..tac..
O tempo é uma máquina infernal
que nos aprisiona
que nos acorrenta à rotina
e nos puxa
e nos empurra
ao som de ponteiros que nem sempre escolhemos
...e nos desgasta
Tic...tac...
Tudo se resume a amor e sucesso
um amor cada vez mais facil
um sucesso cada vez mais dificil
Tic..tac...
Os ponteiros empurram-nos para camas
fáceis, corrompidas, apressadas...
ou aprisionadas a outras rotinas de amor e sucesso
Tic ...Tac...
Não há tempo
abreviam-se seduções
abreviam-se rosas
abreviam-se copos de vinho à luz de velas
Abreviam-se fusões de corpos
em rápidos orgasmos
proporcionados por rápidas aberturas de braguilhas
e outras tantas aberturas de pernas
cujos joelhos teimam em facilmente se separar
Tic...tac...
Perde-se magia
cedem-se momentos
a favor dum sucesso
que nao liberta
mas prende
acorrenta em voltas repetidas de ponteiros
e aguilhotina toda a a magia
da vida
Tic...tac..tic...tac...
Abílio Bandeira Cardoso
nos ponteiros que são braços
de uma prostituta que dança
e que não param
Avançam pressas que nao existem
Tic tac..tic...tac...
O tempo não volta e tenho de me desprender
rasgar-me desses abraços que são ponteiros
perder-me noutros ponteiros.. noutros tempos
...noutros compassos...
Tic... tac...
Perder-me todas as vezes necessárias
...para me encontar
Tic... tac...
Subir as escadas do vento e despenhar-me
como última rosa sobre uma caixão
que entra na terra e se confunde com ela
Tic...tac...
Partir sem olhar para trás
apenas ficam ponteiros
e números
e momentos
Tic...tac...
à frente ficam voltas e voltas
num relógio infinito
que não para
nem um segundo
nem um ponteiro
tic...tac...
Procuro novas tabernas
enebrio-me no vinho do esquecimento
apalpo franjas de xaile soltas
que se prendem a vidas sem pudor
...como a minha
Tic...tac...
Danço breves passos em calçadas gastas
canto novos fados em cordas gastas
sinto espasmos de prazer em camas gastas
fundo-me entre pernas gastas
perco-me em horas gastas
e choro... lágrimas... gastas
Tic...Tac...
Um novo dia e novos passos
pelas calçadas do costume
com os sapatos do costume
nas horas do costume
Tic..tac..
O tempo é uma máquina infernal
que nos aprisiona
que nos acorrenta à rotina
e nos puxa
e nos empurra
ao som de ponteiros que nem sempre escolhemos
...e nos desgasta
Tic...tac...
Tudo se resume a amor e sucesso
um amor cada vez mais facil
um sucesso cada vez mais dificil
Tic..tac...
Os ponteiros empurram-nos para camas
fáceis, corrompidas, apressadas...
ou aprisionadas a outras rotinas de amor e sucesso
Tic ...Tac...
Não há tempo
abreviam-se seduções
abreviam-se rosas
abreviam-se copos de vinho à luz de velas
Abreviam-se fusões de corpos
em rápidos orgasmos
proporcionados por rápidas aberturas de braguilhas
e outras tantas aberturas de pernas
cujos joelhos teimam em facilmente se separar
Tic...tac...
Perde-se magia
cedem-se momentos
a favor dum sucesso
que nao liberta
mas prende
acorrenta em voltas repetidas de ponteiros
e aguilhotina toda a a magia
da vida
Tic...tac..tic...tac...
Abílio Bandeira Cardoso
Etiquetas: abílio cardoso, poema
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