Adriano Pacheco lançou "Dez Réis de Gente" em Vila Nova do Ceira
Com prefácio de João Coelho, gravuras de M.H.Mourato e fotos de Aires Henrique, “Dez Réis de Gente” é a mais recente obra literária Adriano Pacheco. O livro fala do povo beirão que saiu da terra Natal à procura de condições de vida que não encontrava no seu meio, fixando-se na capital. Nem sempre fácil, o percurso dos migrantes goienses é exemplificado pelo natural de Alvares, descrevendo o trajecto “do trabalho duro que nem todos queriam fazer, da míngua dos espaços que nem todos quiseram aceitar, da perseverança de melhores dias que nem todos souberam esperar e desta teimosia que chega a ser obstinação”, explicou Aníbal Pacheco no lançamento do livro, nas instalações da Cooperativa Silvo-Agro Pecuária de Vila Nova do Ceira. Entendendo que já foi tornado público a particularidade trabalhadora do povo beirão, bem como a sua capacidade de sofrimento, deixando a ideia, porventura, do desgraçadinho, Adriano Pacheco optou por evocar uma época que nem sempre é relembrada e mostra uma vertente mais garrida do temperamento beirão, o bairrismo e a força de lutar para atingir o que quer alcançar. “Temos um pouco de tudo isto, não somos assim tão coitadinhos”, frisou. Segundo o escritor, as personagens pitorescas encaixam nas gentes beirãs, dando a imagem típica da personalidade que as guia, a “têmpera rija, pertinaz” e a coragem sem limites. “Dez Réis de Gente” reconhece o trabalho, entrega e contributo dos que fizeram de Lisboa a cidade do seu dia-a-dia, mas nunca esquecendo a terra que os viu nascer. O livro regista a diáspora do povo que migrou, próxima da realidade e das motivações que não foram contadas. “Talvez por desdém”, comentou, tentando perceber a razão porque ainda ninguém tinha evocado o período da forma que é contado na obra, talvez “por ter nascido em berço de ouro, ou quem sabe por falta de humildade suficiente para se enxergar, de olhar por si abaixo”.
Considerando um livro de leitura obrigatória, para João Coelho a obra está no limiar do romance, já que apresenta contos que não surgem por acaso, como o pai que não deixa a filha namorar, ou o acolhimento dos beirãos na Casa de Malta. O autor do prefácio da obra designa o escritor como uma figura incontornável da história de Góis, porque “os seus livros são telas de cá, vistas com olhos de lá, mas com o coração aqui”, relatando diferentes épocas do concelho e motivando outros escritos sobre Góis. Na opinião da vereadora da cultura é fundamental que a história contada em “Dez Réis de Gente” seja dada a conhecer sem vergonha, uma vez que acresce o acervo cultural do concelho, ajudando a preservar as memórias e tradições do povo. “Dessa época brotaram muitas pessoas de grade valor que mesmo sem grau académico se tornaram doutoradas pela experiência de vida”, salientou Helena Moniz.
“Dez Réis de Gente” é o décimo livro da autoria de Aníbal Pacheco, oito anos depois da edição da primeira obra, “Tempestade na Alma”. As receitas das vendas das publicações têm sido canalizadas para colectividades regionais e instituições de solidariedade social do concelho. Também a mais recente obra foi apoiada pela ADIBER, que no entanto será a última. O projecto Leader+ que determina os apoios neste contexto terminou a 30 Setembro, pelo que qualquer pedido efectuado depois dessa data não será tido em conta pela ADIBER.
Diana Duarte
in Jornal de Arganil, de 18/10/2007
Considerando um livro de leitura obrigatória, para João Coelho a obra está no limiar do romance, já que apresenta contos que não surgem por acaso, como o pai que não deixa a filha namorar, ou o acolhimento dos beirãos na Casa de Malta. O autor do prefácio da obra designa o escritor como uma figura incontornável da história de Góis, porque “os seus livros são telas de cá, vistas com olhos de lá, mas com o coração aqui”, relatando diferentes épocas do concelho e motivando outros escritos sobre Góis. Na opinião da vereadora da cultura é fundamental que a história contada em “Dez Réis de Gente” seja dada a conhecer sem vergonha, uma vez que acresce o acervo cultural do concelho, ajudando a preservar as memórias e tradições do povo. “Dessa época brotaram muitas pessoas de grade valor que mesmo sem grau académico se tornaram doutoradas pela experiência de vida”, salientou Helena Moniz.
“Dez Réis de Gente” é o décimo livro da autoria de Aníbal Pacheco, oito anos depois da edição da primeira obra, “Tempestade na Alma”. As receitas das vendas das publicações têm sido canalizadas para colectividades regionais e instituições de solidariedade social do concelho. Também a mais recente obra foi apoiada pela ADIBER, que no entanto será a última. O projecto Leader+ que determina os apoios neste contexto terminou a 30 Setembro, pelo que qualquer pedido efectuado depois dessa data não será tido em conta pela ADIBER.
Diana Duarte
in Jornal de Arganil, de 18/10/2007
Etiquetas: adriano pacheco, livro
2 Comments:
Chamar a isto "Um Livro" é uma ofensa a qualquer livro que se encontre numa Biblioteca pública.
São pequenas histórias, que foram passadas de boca em boca e que este senhor assina como suas.
Não tem uma única referencia bibliografica, e como bem sabemos não há ninguém que não use referencias biblograficas, eu não digo que exista aqui ou alí um pouco de plagio, mas que ...
É uma vergonha, que a ADIBER gaste rios do nosso dinheiro com coisas destas, só porque o homem é amigo pessoal da Vice-P. como ele enche a Boca para dizer...
Tenham vergonha e não nos atirem areia para os olhos.
ANÓNIMO & QUEJANDOS
Quem leu o “Anónimo said” ficou a saber que se trata de alguém que regurgita ácido visceral, indício de quem sofre dum sentimento mesquinho e atrofiador. Rouba-lhe poder criativo, deixa-o seco, amarelecido, sinal de profunda amargura e rejeição.
Será que uma ficção baseada em vivências, também necessita de referências bibliográficas? Quem transporta este testemunho precisa de algo mais? Oh pobreza de espírito!...
Se assim fosse o Escritor Fernando Namora não teria escrito “A Casa da Malta” e “Retalhos da Vida Dum Médico” e outros. (Não nos pomos em pé de igualdade, apenas apontamos a similitude dos factos.)
Não estamos a falar de História, mas de novelas, de contos e de narrativas. Será difícil entender isto? Coitados dos professores…
Só os mentecaptos não entendem que criticar, de forma malévola, é fazer publicidade gratuita à “coisa”. Não há pachorra para tanta aridez…
Enviar um comentário
<< Home