Os Goíadas, os de Góis
A coragem e a força desbravadas
E arrancadas p'lo rio ao vale profundo
Dentre picos de serras bem nevadas
Espelharam, de Góis, a "raiva"* ao mundo
No xisto se assumiram elevadas
Erguidas em castelos num segundo
Ruínas que legaram a firmeza
Às gentes de improstrada gran Nobreza
*nota: A raiva dos de Góis é o carácter de um senhor de Góis que preferiu atirar-se com o cavalo ao rio a fazer a vénia aos Filipes de Espanha. Facto que mereceu a expressão do Rei: "é a raiva dos de Góis".
Nove séculos Góis de si é dono,
Nem Filipes vergaram a herança.
Nunca o Ceira cedeu ao seu primaz trono
Nunca o trono perdeu perseverança.
Em cada filho tem um seu Patrono
Ungido por um nome de esperança
Guerreiros de valor, reza a história:
São de Góis, Góis coroa sua glória.
E os filhos deste tempo que é agora,
Um tempo que se esquece do passado,
Não deixam de dizer a toda a hora:
Eu sou de Góis, sou força e sou saudade.
Os que hão-de vir na água doutra nora,
Gritarão para o mundo, com vontade,
Possua o céu mil luas, sete sóis:
Sou orgulhoso, sou força e sou de Gois.
Entre montes a ponte inda é Real
Quatro torres apagam um dragão
Das cardenas não há nenhum sinal
Só a força ficou no seu brasão.
Um brasão que também é Portugal,
Portugal que esqueceu os que cá estão.
Também cantarei eu a toda a parte
Se o Ceira me trouxer engenho e arte.
Que o silêncio amordace até Camões
Que a voz falte aos poetas do Oriente
Do Olimpo não venham mais sermões
Porque agora cantar-se-á de gente.
Gente pura, criada dos torrões.
Que da terra se ergueu p´ra olhar de frente,
Olhar que também viu nascer heróis
Que a modéstia escondeu serem de Góis.
Abílio Manuel Bandeira Cardoso
in O Varzeense, de 30/03/2007
E arrancadas p'lo rio ao vale profundo
Dentre picos de serras bem nevadas
Espelharam, de Góis, a "raiva"* ao mundo
No xisto se assumiram elevadas
Erguidas em castelos num segundo
Ruínas que legaram a firmeza
Às gentes de improstrada gran Nobreza
*nota: A raiva dos de Góis é o carácter de um senhor de Góis que preferiu atirar-se com o cavalo ao rio a fazer a vénia aos Filipes de Espanha. Facto que mereceu a expressão do Rei: "é a raiva dos de Góis".
Nove séculos Góis de si é dono,
Nem Filipes vergaram a herança.
Nunca o Ceira cedeu ao seu primaz trono
Nunca o trono perdeu perseverança.
Em cada filho tem um seu Patrono
Ungido por um nome de esperança
Guerreiros de valor, reza a história:
São de Góis, Góis coroa sua glória.
E os filhos deste tempo que é agora,
Um tempo que se esquece do passado,
Não deixam de dizer a toda a hora:
Eu sou de Góis, sou força e sou saudade.
Os que hão-de vir na água doutra nora,
Gritarão para o mundo, com vontade,
Possua o céu mil luas, sete sóis:
Sou orgulhoso, sou força e sou de Gois.
Entre montes a ponte inda é Real
Quatro torres apagam um dragão
Das cardenas não há nenhum sinal
Só a força ficou no seu brasão.
Um brasão que também é Portugal,
Portugal que esqueceu os que cá estão.
Também cantarei eu a toda a parte
Se o Ceira me trouxer engenho e arte.
Que o silêncio amordace até Camões
Que a voz falte aos poetas do Oriente
Do Olimpo não venham mais sermões
Porque agora cantar-se-á de gente.
Gente pura, criada dos torrões.
Que da terra se ergueu p´ra olhar de frente,
Olhar que também viu nascer heróis
Que a modéstia escondeu serem de Góis.
Abílio Manuel Bandeira Cardoso
in O Varzeense, de 30/03/2007
Etiquetas: abílio cardoso, góis, poema
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