quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

PS analisa conflitos entre a maioria

O PS de Góis vai reunir sábado com militantes do partido para analisar a situação política do concelho. O encontro, agendado para programar a campanha do referendo sobre a despenalização voluntária da gravidez, vai incluir mais um ponto, referente à situação do partido na Câmara Municipal de Góis, tendo em conta recentes rumores de algum desentendimento entre o presidente da uatarquia, Girão Vitorino, e os vereadores do seu partido.
José Cabeças, presidente da Comissão Política Concelhia do PS local admite que «pode haver algum conflito» entre a maioria PS, mas «não do presidente da câmara». «Penso que a haver algum problema será com os vereadores», diz, sublinhando que, a existir algum conflito, ele será explicado durante o encontro do próximo sábado.
Já esta semana, a Comissão Política do PSD local, através de comunicado à comunicação social, falou na existência de «problemas institucionais e reiterados» no seio da maioria socialista na Câmara de Góis, exigindo, por isso, explicações a todos os munícipes. Invocando diversas situações, ocorridas no mês de Dezembro, reveladoras de que algo não está a correr bem entre o presidente da autarquia e os vereadores, os social-democratas falam mesmo de uma «crise de legitimidade política funcional junto da maioria socialista».
Passando a factos, o PSD lembra que, na reunião para votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2007, os vereadores do PS criticaram a elaboração dos documentos em apreço por não terem sido consultados, e, numa outra reunião, relativa a uma decisão algo polémica sobre a instalação de umas bombas de gasolina, «os mesmos vereadores abstiveram-se, tendo a proposta sido aprovada com o suporte dos votos minoritários dos vereadores do PSD». Já a Assembleia Municipal, recordam os social-democratas, «funcionou sem a presença de dois membros do PS por ausência», enquanto que nas reuniões das assembleias de freguesia de Vila Nova do Ceira e Colmeal (de maioria socialista) foram feitas críticas directas relativamente à actuação da Câmara Municipal no seu relacionamento com as freguesias em causa.

Solidariedade ao presidente

«Não se tratem de actos fortuitos nem circunstânciais», afirma o PSD, sublinhando a existência de «problemas institucionais» que »demonstram o desmoronar da solidariedade e coesão interna da maioria socialista». Por isso, o partido exige que a Câmara Municipal «manifeste publicamente, enquanto instituição responsável, se sente estarem reunidas as condições políticas essenciais para prosseguir o mandato». A concelhia do PSD questionam ainda se o fundamento da Câmara Municipal e dos seus órgãos tem a cobertura política do Partido Socialista.
José Cabeças, por seu lado, afirma que, apesar de divergências que existiram entre o PS e o presidente de câmara, «que foram sanadas», actualmente o relacionamento com Girão Vitorino «é o melhor», acreditando que o autarca «está em sintonia com a comissão». José Cabeças lamenta o «diz que disse» existente em Góis sobre a possível conflitualidade entre a maioria na autarquia, mas admite que «há coisas na actual equipa que não estarão bem». «A comissão política já manifestou a sua solidariedade ao presidente», diz. Cabeças afirma, de resto, que dentro do PSD «as coisas também não estão bem», pelo que o problemas levantado pelos social-democratas servirá para «esconder as divergências» dentro do partido.
in Diário de Coimbra, de 1/02/2007