quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

PS debate aborto

A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Góis realiza uma sessão de esclarecimento, no âmbito do referendo para a despenalização do aborto, no próximo Sábado, dia 3 de Fevereiro, no auditório da Casa do Artista, em Góis, pelas 17h30m.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O SIM em 10 razões
1ª Razão – De nada valeu o resultado do referendo realizado no passado sobre a interrupção voluntária da gravidez. Continuaram a morrer mulheres, fazendo do aborto clandestino a principal causa de morte materna.

2ª Razão – Os mecanismos actuais de planeamento familiar são ainda insuficientes ou não têm dado resultado, pelo que, e apesar de tudo, a complementaridade com uma nova fórmula legal pode trazer outro tipo de perspectiva.

3ª Razão – O assunto em causa é estritamente de saúde pública. É um tema político e deve ser analisado no domínio dos Homens e não da divindade. Não se trata de uma questão de fé – como tão bem demonstram os profusos casos de católicos praticantes a favor do sim – e tão pouco pode ser instrumental.

4ª Razão – A nossa omissão colectiva serve apenas condenáveis (essas sim!) “parteiras de vão de escada”, desobrigando o serviço nacional de saúde de uma atribuição que deveria ser manifestamente sua.

5ª Razão - Uma sociedade moderna preserva a liberdade individual como valor superior e confia nas decisões dos seus cidadãos, não impõe normas estéreis que são apenas letra morta para algumas descargas de consciência.

6ª Razão – No universo dos 27 países que compõem a União Europeia, Portugal tem das leis mais restritivas, sem que isso signifique uma redução dos casos detectados de aborto clandestino, promovendo, ao invés, a livre circulação de “clientes” para países com outras condições legais e de atendimento, como o caso de Espanha.

7ª Razão – Não bastando a (imagino!) penosa da decisão de quem decide abortar a actual situação discrimina totalmente as mulheres em função da sua situação sócio-económica, pois as ricas vão a Espanha e as pobres ficam-se por aí algures…

8ª Razão - A alteração legislativa por via do referendo será o cumprimento de uma promessa do PS e as promessas são para se cumprir, mas para tanto o resultado do auscultação pública só pode ser um!

9ª Razão – Quem conhece os tribunais sabe que, hoje em dia, raramente são aplicadas penas de prisão a propósito do aborto e quem conhece as prisões sabe, de igual modo, que não são o espaço destinado a este tipo de situações!

10ºª Razão - Acredito, apesar de tudo, nas virtualidades do referendo como forma de auscultação pública e, acima de tudo, de participação politica, porém a vitória do “não” reduz o referendo a uma mera votação sem consequências reais na vida de milhares de mulheres.

02 fevereiro, 2007 01:27  
Anonymous Anónimo said...

Mesmo sendo crime o aborto existe
Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado? É sobre esta questão que os portugueses serão chamados a pronunciar-se no referendo de 11 de Fevereiro. E a decisão exige reflexão e remete, claramente, para a consciência de cada um, para os valores que perfilha.
Hoje, em Portugal, abortar é crime. Mas isso não impede que sejam feitos milhares de abortos ilegais por ano. Quantos? E porquê? Não se sabe, ao certo. Desconhece-se, porque ao abrigo da criminalização do aborto, vigente, foi fácil contornar essa realidade ao longo de muitos anos. Lamentando uns quantos casos, complexos, dramáticos, às vezes macabros, que se tornavam públicos. Envergonhados com as imagens de mulheres levadas a julgamento porque abortaram. Chocados com a leviandade de outras situações.
Segundo um relatório de registo dos episódios de internamento da Divisão de Saúde Materno–Infantil e dos Adolescentes da Direcção de Saúde, em 2003 foram 1019 os casos de mulheres com complicações surgidas após as interrupções de gravidez que recorreram aos hospitais. E não se trata, nestes casos, de situações de abortos espontâneos.
Invocam, os defensores do não, o direito à vida do feto, vida que, defendem, existe desde o momento da concepção. O argumento é forte, é importante. E o dever de proteger o feto, tal como mais tarde a criança, é incontornável, mas hoje já é sacrificado nas condições restritas previstas na lei. E já é sacrificado nos milhares de abortos ilegais que continuarão a existir, mesmo que vença o não.
Contestam–se os números que afirmam que muitas mulheres morrem na sequência de abortos clandestinos. Serão manipulados? Talvez sim. Serão menos, muito poucas, as mulheres que morrem? Talvez sim. Mas também são vidas que se perdem, ou melhor, que se deixam sacrificar.
Avisam, os que defendem o não, que a vitória do sim significará uma liberalização do aborto, até às 10 semanas, entenda-se. Mas o facto é que hoje em dia, apesar da criminalização, nem sequer se pode dizer que é difícil fazer um aborto.
Longe de me considerar dona da verdade, vou votar sim no referendo. Porque acredito que as mulheres não deixarão de praticar o aborto, tal como acontece agora, apesar da penalização. Porque tenho esperança que a maior visibilidade dos problemas e das realidades que conduzem ao aborto forcem a criação de mecanismos de apoio, de facto, para estas mulheres.

02 fevereiro, 2007 19:29  
Anonymous Anónimo said...

O aborto clandestino existe e, embora seja o último recurso, é praticado todos os anos por milhares de mulheres, independentemente da sua condição social ou das suas crenças religiosas
É preciso dizer SIM! E dizer SIM é muito mais do que votar sim. Dizer sim é participar e esclarecer. Os professores têm as responsabilidades de todos os cidadãos e responsabilidades acrescidas como professores.
Têm o dever de participar e esclarecer.
Estamos fartos da conversa de que os Sindicatos, os Partidos e outras organizações não devem tomar posição por esta questão da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) ser uma questão de consciência! Uma abordagem tão simplista do problema corresponde à argumentação dos que querem que nada mude!
Será uma questão de consciência porque é preciso reconhecer que estamos perante um momento histórico fundamental para a defesa do direito à igualdade, para pôr fim às discriminações, para a defesa da saúde pública, para o direito à liberdade e segurança das pessoas, para a defesa do planeamento familiar, para a defesa do direito à informação e educação sexual, para a defesa da vida!
Em defesa da vida dizemos SIM porque defendemos a vida com direitos, porque a vida e a saúde de uma mulher não tem preço, porque defendemos o direito à maternidade–paternidade responsável e consciente, porque os casais devem poder decidir livremente sobre o número de filhos que querem ter, porque cada criança tem direito a ser desejada e feliz!
Já se perdeu tempo demais. O aborto clandestino existe e, embora seja o último recurso, é praticado todos os anos por milhares de mulheres, independentemente da sua condição social ou das suas crenças religiosas.
O aborto clandestino existe porque a lei actual não prevê as principais razões que levam as mulheres a interromper uma gravidez (falha de métodos contraceptivos, razões sócio–económicas e outras). Porém, a lei actual criminaliza as mulheres. É injusta.
As mesmas mulheres que são na maioria das vezes obrigadas a pôr em perigo a sua saúde e se sujeitam a morrer em resultado de um aborto clandestino. Tendo muitas vezes de recorrer às urgências dos hospitais, os custos do tratamento das complicações causadas pelo aborto clandestino são muito superiores aos de uma interrupção da gravidez realizada com condições de higiene e em segurança num estabelecimento de saúde legalmente autorizado.

Votar SIM para acabar com a criminalização das mulheres.
Votar SIM para acabar com o aborto clandestino.
Votar SIM para defender a saúde sexual e reprodutiva.
Votar SIM para defender uma maternidade consciente.
Votar SIM para defender a vida e a felicidade.

02 fevereiro, 2007 20:11  
Anonymous Anónimo said...

Parabens Partido Socialista de Góis pela iniciativa..

03 fevereiro, 2007 23:58  
Anonymous Anónimo said...

Eu voto SIM

05 fevereiro, 2007 09:21  
Anonymous Anónimo said...

Eu também vou votar sim.

05 fevereiro, 2007 16:18  
Anonymous Anónimo said...

A campanha não vai bem, tem vindo a descambar para a desinformação e para a confusão do desespero, não se esclarece com rigor, manipula-se a sensibilidade das pessoas e lança-se a confusão com imagens chocantes perfeitamente desnecessárias. Mas porquê? Quando o que está em questão é simples: dizer sim à despenalização das mulheres e permitir que estas, se assim quiserem, possam fazer a interrupção da gravidez num hospital com apoio médico?! É só isto, mais nada. Tudo o mais é barulho para confundir. Porque com a manutenção da actual lei, as milhares de cidadãs que não têm possibilidade de irem a ao estrangeiro fazer um aborto, continuarão fazê-lo por cá, em condições impróprias, algumas a ficarem mutiladas, sem possibilidades de poder ter mais filhos e pior, a falecerem em consequência da falta de condições para a sua prática em segurança. Ou seja, quem tem dinheiro vai a Espanha ou a uma clínica “discreta”, e quem não tem dinheiro?... Mas mais manipulador ainda é a actual aposta do Não: pretender que se mantenha o aborto como crime, mas que se suspenda a realização do julgamento da mulher que abortou. Esta é a prova cabal de que o “Não” quer brincar com a lei: sabem que o problema existe, mas mais vale deixá-lo escondido, “varrido para debaixo do tapete”, em vez de o resolvermos como país moderno, europeu e solidário que devemos ser. No respeito pela Mulher, contra a hipocrisia, voto Sim.

09 fevereiro, 2007 00:40  

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