Cabaré da Santa
A peça de teatro Cabaré da Santa estreou no passado dia 24 de Setembro, na Oficina Municipal do Teatro, em Coimbra.
Cabaré da Santa interrompeu as suas actuações nos dias 10 e 11 de Outubro mas já regressou à actividade. De Quarta-feira a Sábado pode assistir-se à peça, às 21h30, e Domingo às 19h.
Esta peça cómica, de Reinaldo Maia e Jorge Lourenço, foi encenada por Dagoberto Feliz e baseia-se na fuga da Corte Real Portuguesa para o Brasil, em 1808.
Para saber mais acerca do Cabaré da Santa estive à conversa com um dos actores, Filipe Carvalho.
Cabaré da Santa interrompeu as suas actuações nos dias 10 e 11 de Outubro mas já regressou à actividade. De Quarta-feira a Sábado pode assistir-se à peça, às 21h30, e Domingo às 19h.
Esta peça cómica, de Reinaldo Maia e Jorge Lourenço, foi encenada por Dagoberto Feliz e baseia-se na fuga da Corte Real Portuguesa para o Brasil, em 1808.
Para saber mais acerca do Cabaré da Santa estive à conversa com um dos actores, Filipe Carvalho.
Filipe Carvalho como Suely, em Cabaré da Santa
Foto de Paulo Abrantes
Foto de Paulo Abrantes
Como está a ser esta experiência?
O Cabaré da Santa está a ser uma experiência fantástica a vários níveis. O formato do espectáculo, no qual o público se senta em cadeiras à volta de uma mesa, com taças de vinho, cerveja, tremoços e amendoins, e que o coloca no mesmo plano dos actores, convoca a um contacto directo. É um imenso prazer. Não existem barreiras, estamos muito expostos. O público acompanha todos os nossos passos. Não existe escapatória!
Por outro lado, o Cabaré é recheado de músicas e, como gosto muito de cantar, este é um espectáculo que me dá muito gozo fazer, além do facto de falarmos com sotaque brasileiro…
Por fim, “brincar” com a história oficial da fuga da Corte para o Brasil e reinventar a história é, de facto, muito divertido. A verdade é que reescrevemos a história todas as noites, a “nossa” história.
Sei que teve que abraçar um novo papel, um papel diferente daqueles que já tinha feito. Imagino que tenha sentido um enorme desafio… Quer falar-nos um pouco sobre isso?
Os actores devem sempre encarar os novos papéis como um desafio. Quando me falaram do Cabaré, soube que haveria uma “troca de sexos”, homens a fazer de mulheres e vice-versa. Achei graça a esse facto. Num elenco de doze pessoas e um fantástico pianista, quatro actores masculinos fazem de travestis e duas actrizes fazem de homens. Pela primeira vez, foi-me atribuído um papel com essas características. No entanto, tinha alguns preconceitos em relação aos travestis mas a verdade é que com o decorrer dos ensaios fui-me divertindo cada vez mais e fui criando a personagem Suely.
O público está a aderir ao Cabaré da Santa?
O espectáculo está a ter várias sessões esgotadas, o que é muito gratificante para quem passa muitas horas a preparar e a ensaiar. Fazemo-lo para o público. Temo-nos dado conta que as pessoas voltam uma segunda e terceira vez, pois o espectáculo nunca é igual ao do dia anterior.
Além disso, o público tem tido um papel bastante activo. As pessoas divulgam a peça junto dos seus familiares e amigos. É a melhor divulgação que um espectáculo pode ter, além do cartaz que a Sofia Frazão concebeu que também é muito feliz e muito apelativo. Temos recebido muito carinho por parte do público. As pessoas saem muito bem dispostas.
O que pode o público esperar quando vai assistir à peça?
Em primeiro lugar, o público pode esperar um elenco e um pianista com muita vontade de fazer o espectáculo. Fazemo-lo com prazer e esperamos contagiar a plateia. É, como disse, uma peça recheada de muita música e humor. No fundo, o público pode esperar um serão bem passado, fazendo uma viagem na qual revisitarão a ideia do Cabaret e da Revista.
Quer deixar uma mensagem final, sobre a importância da ida ao teatro?
O teatro, além de espaço, de riso e emoção, é também, ou deverá ser, um lugar de produção de pensamento, no qual nos colocamos na possibilidade de nos redescobrirmos enquanto seres de uma sociedade tão acelerada e exacerbada. É um espaço onde nos podemos rir da nossa condição e nos questionarmos. É um espaço de encontro. O Teatro é, sem dúvida, um lugar de aprendizagem, onde o espectador absorve conteúdos necessários e valores essenciais para a formação do seu carácter e conhecimentos gerais. A importância de ir ao teatro está intrinsecamente ligada à qualidade do espectáculo apresentado: não só a sua qualidade técnica e artística fundamental para o desenvolvimento do sentido estético do espectador, mas principalmente nos valores que lhe são apresentados e que irão servir para a sua formação ética. Venham ao teatro!
Se quiser assistir à peça pode reservar os bilhetes através dos números 239714013 e 914617383 ou obter mais informações através do e-mail geral@teatrao.com. A peça irá decorrer até ao dia 2 de Novembro.
Para mais informações sobre O Teatrão aceda a www.oteatrao.blogspot.com.
in O Varzeense, de 30/10/2008
O Cabaré da Santa está a ser uma experiência fantástica a vários níveis. O formato do espectáculo, no qual o público se senta em cadeiras à volta de uma mesa, com taças de vinho, cerveja, tremoços e amendoins, e que o coloca no mesmo plano dos actores, convoca a um contacto directo. É um imenso prazer. Não existem barreiras, estamos muito expostos. O público acompanha todos os nossos passos. Não existe escapatória!
Por outro lado, o Cabaré é recheado de músicas e, como gosto muito de cantar, este é um espectáculo que me dá muito gozo fazer, além do facto de falarmos com sotaque brasileiro…
Por fim, “brincar” com a história oficial da fuga da Corte para o Brasil e reinventar a história é, de facto, muito divertido. A verdade é que reescrevemos a história todas as noites, a “nossa” história.
Sei que teve que abraçar um novo papel, um papel diferente daqueles que já tinha feito. Imagino que tenha sentido um enorme desafio… Quer falar-nos um pouco sobre isso?
Os actores devem sempre encarar os novos papéis como um desafio. Quando me falaram do Cabaré, soube que haveria uma “troca de sexos”, homens a fazer de mulheres e vice-versa. Achei graça a esse facto. Num elenco de doze pessoas e um fantástico pianista, quatro actores masculinos fazem de travestis e duas actrizes fazem de homens. Pela primeira vez, foi-me atribuído um papel com essas características. No entanto, tinha alguns preconceitos em relação aos travestis mas a verdade é que com o decorrer dos ensaios fui-me divertindo cada vez mais e fui criando a personagem Suely.
O público está a aderir ao Cabaré da Santa?
O espectáculo está a ter várias sessões esgotadas, o que é muito gratificante para quem passa muitas horas a preparar e a ensaiar. Fazemo-lo para o público. Temo-nos dado conta que as pessoas voltam uma segunda e terceira vez, pois o espectáculo nunca é igual ao do dia anterior.
Além disso, o público tem tido um papel bastante activo. As pessoas divulgam a peça junto dos seus familiares e amigos. É a melhor divulgação que um espectáculo pode ter, além do cartaz que a Sofia Frazão concebeu que também é muito feliz e muito apelativo. Temos recebido muito carinho por parte do público. As pessoas saem muito bem dispostas.
O que pode o público esperar quando vai assistir à peça?
Em primeiro lugar, o público pode esperar um elenco e um pianista com muita vontade de fazer o espectáculo. Fazemo-lo com prazer e esperamos contagiar a plateia. É, como disse, uma peça recheada de muita música e humor. No fundo, o público pode esperar um serão bem passado, fazendo uma viagem na qual revisitarão a ideia do Cabaret e da Revista.
Quer deixar uma mensagem final, sobre a importância da ida ao teatro?
O teatro, além de espaço, de riso e emoção, é também, ou deverá ser, um lugar de produção de pensamento, no qual nos colocamos na possibilidade de nos redescobrirmos enquanto seres de uma sociedade tão acelerada e exacerbada. É um espaço onde nos podemos rir da nossa condição e nos questionarmos. É um espaço de encontro. O Teatro é, sem dúvida, um lugar de aprendizagem, onde o espectador absorve conteúdos necessários e valores essenciais para a formação do seu carácter e conhecimentos gerais. A importância de ir ao teatro está intrinsecamente ligada à qualidade do espectáculo apresentado: não só a sua qualidade técnica e artística fundamental para o desenvolvimento do sentido estético do espectador, mas principalmente nos valores que lhe são apresentados e que irão servir para a sua formação ética. Venham ao teatro!
Se quiser assistir à peça pode reservar os bilhetes através dos números 239714013 e 914617383 ou obter mais informações através do e-mail geral@teatrao.com. A peça irá decorrer até ao dia 2 de Novembro.
Para mais informações sobre O Teatrão aceda a www.oteatrao.blogspot.com.
in O Varzeense, de 30/10/2008
Etiquetas: fotografia, geral, góis
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