O regionalismo anémico ainda produz ideias
Decorre o ano das comemorações do octogésimo aniversário do regionalismo goiense, consequência directa do aniversário da Sociedade de M. de Roda Cimeira (a mais antiga colectividade do concelho) que, por direito próprio, tomará a dianteira nas festividades promovidas pelo Conselho Regional da Casa do Concelho de Góis, dando assim o tom ao colorido do regionalismo concelhio num rasgo de crença e vitalidade.
A visibilidade que tem sido dada a este efeméride merece bem o espaço que tem ocupado na imprensa, já que ela transporta consigo o impulso bem necessário ao regionalismo goiense, num momento em que se torna importante revitalizar ânimos, num propósito de inflamar a chama trepidante do regionalismo que pode andar esmorecido, cabisbaixo, mas que ainda não morreu. Torna-se por isso indispensável o empenhamento das forças envolvidas nestas andanças para se estimularem novas vontades. Não podemos encarar este evento cultural como se tratasse duma homenagem a um "passado carcomido" que já fez o seu percurso de vida, que já se alimenta dum peso histórico ancestral quando ainda é presente activo, que já celebra a efeméride da sua glorificação quando ainda tem muito para dar, no longo caminho que tem para calcorrear. O movimento regionalista, é bom que se entenda, não se desactiva por força dum decreto de lei qualquer como quem aumenta os impostos, porque ele emana dum sentimento que está enraizado na profundeza da alma do povo serrano e vive do seu próprio entusiasmo. Que se desenganem os profetas da desgraça!
É certo que perdeu a abrangência do seu espaço em resultado duma evolução natural da sociedade que se saúda, colocando as coisas no seu devido lugar. Mas o sentimento de solidariedade, a alma inflamada de paixão terrunha de que é portador, não morreu. Apenas está dormente e a qualquer momento pode explodir com toda a força de trilhar outros caminhos. Ainda assim, é lá no seio deste movimento, que novas ideias fervilham e trazem ao de cima algo diferente que outros depois utilizam, como suas, no meio duma criatividade árida e confrangedora.
No regionalismo genuíno - não é novidade para ninguém - o muito ou o pouco que se possa fazer nunca vem na sequência duma recompensa honorária que possa surgir ao "virar da esquina". Tudo é feito com aquele desvelo e paixão que serve de alavanca impulsionadora, muito embora essa paixão possa estar envolvida duma carolice desajustada que, muitas vezes, se mistura e se confunde com o desinteressado amor ao torrão natal. Mas isso são contas... doutro rosário.
Nestas coisas como em tudo na vida, é sempre bom saber "separar o trigo do joio".
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 14/08/2008
A visibilidade que tem sido dada a este efeméride merece bem o espaço que tem ocupado na imprensa, já que ela transporta consigo o impulso bem necessário ao regionalismo goiense, num momento em que se torna importante revitalizar ânimos, num propósito de inflamar a chama trepidante do regionalismo que pode andar esmorecido, cabisbaixo, mas que ainda não morreu. Torna-se por isso indispensável o empenhamento das forças envolvidas nestas andanças para se estimularem novas vontades. Não podemos encarar este evento cultural como se tratasse duma homenagem a um "passado carcomido" que já fez o seu percurso de vida, que já se alimenta dum peso histórico ancestral quando ainda é presente activo, que já celebra a efeméride da sua glorificação quando ainda tem muito para dar, no longo caminho que tem para calcorrear. O movimento regionalista, é bom que se entenda, não se desactiva por força dum decreto de lei qualquer como quem aumenta os impostos, porque ele emana dum sentimento que está enraizado na profundeza da alma do povo serrano e vive do seu próprio entusiasmo. Que se desenganem os profetas da desgraça!
É certo que perdeu a abrangência do seu espaço em resultado duma evolução natural da sociedade que se saúda, colocando as coisas no seu devido lugar. Mas o sentimento de solidariedade, a alma inflamada de paixão terrunha de que é portador, não morreu. Apenas está dormente e a qualquer momento pode explodir com toda a força de trilhar outros caminhos. Ainda assim, é lá no seio deste movimento, que novas ideias fervilham e trazem ao de cima algo diferente que outros depois utilizam, como suas, no meio duma criatividade árida e confrangedora.
No regionalismo genuíno - não é novidade para ninguém - o muito ou o pouco que se possa fazer nunca vem na sequência duma recompensa honorária que possa surgir ao "virar da esquina". Tudo é feito com aquele desvelo e paixão que serve de alavanca impulsionadora, muito embora essa paixão possa estar envolvida duma carolice desajustada que, muitas vezes, se mistura e se confunde com o desinteressado amor ao torrão natal. Mas isso são contas... doutro rosário.
Nestas coisas como em tudo na vida, é sempre bom saber "separar o trigo do joio".
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 14/08/2008
Etiquetas: adriano pacheco, regionalismo
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