Fórum sobre Coesão Social em Góis
Promovido pelo Núcleo Local de Inserção (NLI) de Góis, teve lugar no auditório da ADIBER, nos dias 16 e 17 de Junho, o II Fórum subordinado ao tema Coesão Social de premente actualidade, onde foram oradores personalidades do meio académico, das quais destacamos o goiense Dr. Carlos Poiares, docente da Universidade Lusófona.
O aliciante programa oferecia as melhores perspectivas para um aflorar de ideias sobre o tema em questão, cuja aplicação no terreno levanta sérias dúvidas e trouxe animação ao debate que, em princípio, parecia morno. Curiosamente, esta abordagem com as melhores receitas para a doença em causa, trouxe à flor da pele as enormes fragilidades económicas e sociais desta região, onde o grande "vírus" é a falta de presença humana (braços de trabalho) que faz alastrar o despovoamento, como uma "chaga" enorme sem cura à vista.
Feitas algumas intervenções, concluiu-se que estamos perante um problema preocupante que implica muito esforço, por parte das autarquias e da sociedade civil em geral, na renovação de práticas para estancar a "hemorragia humana" que se vindo a verificar. De resto, é bem realista a afirmação que foi feita de que "já seria bom aguentarmos as coisas tal como elas estão". Isto quer dizer que, neste domínio, estamos quase a bater no fundo. Pese embora as ideias brilhantes dos oradores, aliás notáveis, ainda não surgiu a fórmula tão desejada de se fazer o repovoamento, tal como fez o rei D. Sancho.
Falou-se também na implementação de novas dinâmicas que promovam atracção e fixação de empreendedores e de pessoas. Mas tudo isto é muito vago e teórico se não passarmos à nossa realidade, a qual pode ser encontrada no projecto turístico já largamente difundido. Quando este projecto arrancar (se arrancar!...) faz todo o sentido falar-se de dinâmicas e imprimir-lhe velocidade para que todo o sector económico, social e educativo acompanhe este movimento. Curioso! Esta receita não é nova, faz parte da escola da vida.
Perante a informação da ausência de médicos, provável, nas extensões de saúde do concelho durante o período de férias, várias vozes se fizeram ouvir no sentido de se encontrar uma solução para minimizar as dificuldades da população mais idosa. Face à pequena margem de manobra apontada pelo responsável do Centro de Saúde de Góis, concluiu-se que estamos diante duma escassez generalista de médicos, mas agravada pela nossa falta de peso político. Será que já não bastam as dificuldades geradas pela nossa interioridade?
Estamos em crer que não basta sentirmos a ausência de gentes nas nossas aldeias ainda que de vez em quando venhamos marcar presença; não basta gritarmos aos sete ventos o desespero de nos sentirmos "almas penadas" no meio desta imensidão e não basta estrebucharmos se nada fizermos para se encontrar uma solução. Os ventos segredaram-nos que vêm aí tempos difíceis! Importa que todos tenhamos consciência desta realidade e lutarmos para que ela não seja assim tão dura. Mais do que o "material" esta região necessita do ser humano; mas se não o podermos semear, pelo menos, não o deixemos fugir.
Este Fórum teve essa grande virtude, trouxe a nu as nossas enormes fragilidades, as quais não se robustecem de um ano para o outro , mas com a colaboração de todos podemos encontrar o caminho certo que nos tem escapado.
Nota do NLI de Góis:
Esta iniciativa, denominada "Coesão Social uma Responsabilidade Colectiva" teve como principal objectivo promover a reflexão e o debate sobre o contributo efectivo que as políticas sociais têm exercido ao nível do desenvolvimento económico e social das comunidades locais, avaliando as práticas e metodologias que estão associadas à sua implementação e foi dirigido a Autarcas, Dirigentes, Técnicos e Comunidade em geral.
Adriano Pacheco
in O Varzeense, de 15/07/2008
O aliciante programa oferecia as melhores perspectivas para um aflorar de ideias sobre o tema em questão, cuja aplicação no terreno levanta sérias dúvidas e trouxe animação ao debate que, em princípio, parecia morno. Curiosamente, esta abordagem com as melhores receitas para a doença em causa, trouxe à flor da pele as enormes fragilidades económicas e sociais desta região, onde o grande "vírus" é a falta de presença humana (braços de trabalho) que faz alastrar o despovoamento, como uma "chaga" enorme sem cura à vista.
Feitas algumas intervenções, concluiu-se que estamos perante um problema preocupante que implica muito esforço, por parte das autarquias e da sociedade civil em geral, na renovação de práticas para estancar a "hemorragia humana" que se vindo a verificar. De resto, é bem realista a afirmação que foi feita de que "já seria bom aguentarmos as coisas tal como elas estão". Isto quer dizer que, neste domínio, estamos quase a bater no fundo. Pese embora as ideias brilhantes dos oradores, aliás notáveis, ainda não surgiu a fórmula tão desejada de se fazer o repovoamento, tal como fez o rei D. Sancho.
Falou-se também na implementação de novas dinâmicas que promovam atracção e fixação de empreendedores e de pessoas. Mas tudo isto é muito vago e teórico se não passarmos à nossa realidade, a qual pode ser encontrada no projecto turístico já largamente difundido. Quando este projecto arrancar (se arrancar!...) faz todo o sentido falar-se de dinâmicas e imprimir-lhe velocidade para que todo o sector económico, social e educativo acompanhe este movimento. Curioso! Esta receita não é nova, faz parte da escola da vida.
Perante a informação da ausência de médicos, provável, nas extensões de saúde do concelho durante o período de férias, várias vozes se fizeram ouvir no sentido de se encontrar uma solução para minimizar as dificuldades da população mais idosa. Face à pequena margem de manobra apontada pelo responsável do Centro de Saúde de Góis, concluiu-se que estamos diante duma escassez generalista de médicos, mas agravada pela nossa falta de peso político. Será que já não bastam as dificuldades geradas pela nossa interioridade?
Estamos em crer que não basta sentirmos a ausência de gentes nas nossas aldeias ainda que de vez em quando venhamos marcar presença; não basta gritarmos aos sete ventos o desespero de nos sentirmos "almas penadas" no meio desta imensidão e não basta estrebucharmos se nada fizermos para se encontrar uma solução. Os ventos segredaram-nos que vêm aí tempos difíceis! Importa que todos tenhamos consciência desta realidade e lutarmos para que ela não seja assim tão dura. Mais do que o "material" esta região necessita do ser humano; mas se não o podermos semear, pelo menos, não o deixemos fugir.
Este Fórum teve essa grande virtude, trouxe a nu as nossas enormes fragilidades, as quais não se robustecem de um ano para o outro , mas com a colaboração de todos podemos encontrar o caminho certo que nos tem escapado.
Nota do NLI de Góis:
Esta iniciativa, denominada "Coesão Social uma Responsabilidade Colectiva" teve como principal objectivo promover a reflexão e o debate sobre o contributo efectivo que as políticas sociais têm exercido ao nível do desenvolvimento económico e social das comunidades locais, avaliando as práticas e metodologias que estão associadas à sua implementação e foi dirigido a Autarcas, Dirigentes, Técnicos e Comunidade em geral.
Adriano Pacheco
in O Varzeense, de 15/07/2008
Etiquetas: adriano pacheco, góis
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