terça-feira, 29 de abril de 2008

Pinheiro: Forestis quer saber "real dimensão" do foco de nemátodo na região Centro

A Forestis - Associação Florestal de Portugal quer que o Governo crie uma comissão independente, integrando investigadores universitários, para avaliar "a real dimensão" do foco da doença do pinheiro detectado na região Centro.

Depois de se ter reunido, segunda-feira, com a Associação dos Produtores Florestais do Concelho de Arganil, a Associação Florestal do Pinhal e a Associação Florestal do Concelho de Góis, a Forestis decidiu propor ao Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas a criação de uma comissão independente que, "para além de técnicos do ministério da Agricultura, integre técnicos e investigadores de duas universidades portuguesas".

"Este grupo deverá começar a trabalhar de imediato na identificação e delimitação da totalidade da zona afectada, para que se possa informar devidamente os proprietários florestais", sustenta a Forestis em comunicado enviado à agência Lusa.

Em causa está o foco de nemátodo, causador da doença do pinheiro, detectado pela primeira vez em 1999 na Península de Setúbal e que nos últimos dias voltou a ser encontrado em pinhais no distrito de Coimbra.

Para o presidente da Forestis, Francisco Carvalho Guerra, "não se compreende que, uma semana após ser tornada pública pelo ministério esta situação, ainda não existam medidas para acompanhamento aos proprietários a não ser a informação que as organizações têm veiculado localmente aos seus associados".

Para a Forestis, é também "estranho" que a reunião entre as associações de proprietários e o director da Circunscrição da Região Centro da Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), agendada para hoje, tenha sido desmarcada.

"As associações de proprietários florestais estão a acompanhar a situação e fazem questão de ser informadas e envolvidas na solução do problema", sustenta Carvalho Guerra.

Segundo refere, a Forestis e as suas associadas da região Centro "estão empenhadas em encontrar muito rapidamente formas de solucionar o problema".

Para isso, exigem que a DGRF elabore, "no curto prazo", um plano de intervenção que evite a proliferação do nemátodo nas regiões em causa.

Esse plano, sustenta, deverá incluir a prospecção no terreno, "para avaliar a real dimensão do problema", acções de informação e formação aos proprietários florestais, "para evitar a disseminação do nemátodo", e o apoio na coordenação do abate de árvores com sintomas e eventual comercialização do material lenhoso nas zonas de protecção, "para melhor compensar as perdas de rendimento".

"As associações estão dispostas a colaborar nestas três linhas de trabalho, para o que querem ver criadas as condições necessárias à execução dessas tarefas, à semelhança do que já se verificou anteriormente noutras zonas do país", referem.

Fundada em 1992 para fomentar o associativismo florestal a nível local, a Forestis diz ser, actualmente, a maior associação florestal do país, agregando 30 organizações de proprietários florestais em Portugal.

Juntas, a Associação dos Produtores Florestais do Concelho de Arganil, a Associação Florestal do Pinhal e Associação Florestal do Concelho de Góis representam cerca de 30 mil hectares de terreno e englobam 1.700 proprietários florestais.
Lusa/Fim
in www.rtp.pt

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas será que a "peste" na nossa zona só agora chegou ao conhecimento dos responsáveis?
Estou estupefacto pois já lá vai mais de um ano que se fala nisso. E também se fala que os responsáveis são aqueles quer permitiram o transporte a "céu aberto" dos troncos e restante material entre Setúbal e uma fábrica alí para os lados de Oliveira do Hospital.
Será tudo isto verdade ou serão só "bocas"?
Responda quem sabe.

29 abril, 2008 19:44  
Anonymous Anónimo said...

Alguém na altura chamou a atenção para o tal transporte a céu aberto ? Arranjar um bode espiatório é fácil....ajudar a emendar erros ,mais difícil.

30 abril, 2008 11:06  

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