José Girão em entrevista à Gazeta Rural
“Góis é um concelho que luta contra a desertificação”
Góis teima em lutar contra o isolamento e travar a desertificação. José Girão, o presidente da Câmara Municipal, em entrevista à Gazeta Rural, aposta no turismo como forma de chamar gente ao concelho. As condições naturais para o turismo de montanha e cinegético são os trunfos a que o autarca deita mão, a par da recuperação das Aldeias do Xisto. Porém, a grande aposta são melhores acessibilidades, que a região reclama.
Gazeta Rural (GR): Góis é um concelho eminentemente rural. Como autarca e responsável, como é que o olha?
José Girão (JG): Góis é um concelho que luta contra a desertificação, onde tudo fazemos para manter as pessoas nas nossas aldeias. Tentamos dar qualidade de vida, em especial, com água, saneamento e bons acessos e fazemos tudo por tudo para que os médicos se mantenham nas Extensões de Saúde ainda abertas. A par disso, ajudamos as Comissões de Melhoramentos, procurando dar condições não só aos que cá estão, mas também trazer os filhos da nossa colónia de Lisboa que visitam a sua terra várias vezes por ano, especialmente nas festas dos meses de Verão. Por isso, repito, vamos tentando tudo por tudo para manter esta gente.
GR:Digamos que a aposta é no turismo?
JG: Sim. Continuamos a apostar no turismo, na qualidade das nossas águas, pois os nossos rios têm água de óptima qualidade, temos as nossas praias fluviais e estamos a investir também nas nossas aldeias de xisto. O que estamos a fazer é tentar pôr o concelho de Góis com boas condições para conseguir atrair as pessoas, durante todo o ano. Além disso, temos a concessão de uma reserva de caça municipal, onde fazemos o repovoamento de coelhos, e que está a ser um êxito, além de que nos nossos rios, com três concessões de pesca, temos peixe, como a truta. Fazemos também vários povoamentos para atrair pescadores e, visitantes, de uma forma geral. Lutamos para conseguir ter um hotel na Vila de Góis, pois temos espaço para essa instalação. Já abordamos alguns investidores e aguardamos que haja mais pessoas a quererem aqui investir.Góis é um concelho de montanha, que nos orgulha, que ainda tem muita floresta e que tem boa qualidade de vida. Temos tido uma grande luta como Governo por causa das nossas redes viárias, sem as quais dificilmente as pessoas se deslocam a Góis. Há uma promessa de uma boa via de comunicação, a partir da A1 em Condeixa, ligando Miranda, Lousã, Góis, Arganil e Côja, que passará a ser a tal via de desenvolvimento aqui para esta zona do interior. A freguesia de Alvares já tem ligação rápida ao IC 8 e, claro, havendo boas acessibilidades, o concelho também dá passos importantes no seu desenvolvimento.
GR: A floresta marca o concelho?
JG: Sim. Temos uma grande mancha florestal, onde estamos a fazer as limpezas. Temos apostado nas candidaturas, no sentido de fazer limpezas de matos, aceiros e abertura de caminhos, tendo, neste momento, treze em andamento. Ao longo destes anos temos aproveitado bem os fundos comunitários para esse efeito. É uma grande luta, mas felizmente no concelho de Góis os incêndios têm sido diminutos e a nossa mancha florestal mantém-se. Essa é a nossa grande luta. No Verão temos a nossa vigilância montada, coma ajuda do Governo, GNR e com as equipas de vigilância de sapadores. Conseguimos manter aqui sete equipas de vigilância no concelho de Góis, o que émuito bom, e nesta altura fazemos a tal protecção, o investimento nos aceiros e na manutenção, para chegarmos ao Verão e termos tudo mais ou menos limpo, em especial junto às estradas principais.
GR: Falou da aposta no turismo, essencialmente de montanha e cinegético. Em termos gastronómicos,o que é que se pode encontrar em Góis?
JG: A nível da caça e de pesca há pouco. As pessoas aqui não investem muito nesses pratos, que podiam muito bem ser feitos à base de truta. A nossa gastronomia é mais na base da chanfana tradicional da serra, e temos o cabrito, normalmente por encomenda. No ano passado fizemos aqui uma semana ligada ao cabrito, que foi um êxito. As pessoas gostarame este ano vamos tentar fazer novamente. É tudo uma questão dos pastores terem, para a altura da festa, os cabritos já guardados e isso vai acontecer. No sector da restauração, temos alguns bons restaurantes e, por encomenda, faz-se aqui um bacalhau à lagareiro muito bom. Diria que em Góis come-se bem e, por encomenda, tudo se faz e de grande qualidade, como cabrito, chanfana, bacalhau e outros.
GR: A Câmara está a fazer uma grande aposta nas Aldeias do Xisto?
JG: Temos as quatro aldeias de xisto. Foi um grande investimento, não só dos fundos comunitários, que participaram com 70% do investimento, como também com os restantes 30% a seremsuportados pela Câmara Municipal. Houve a aposta na reconversão das casas, desde a caixilharia, à cobertura, até ás fachadas, que as pessoas aproveitaram muito bem, pois hoje têm as suas casas recuperadas. Hoje temos umas aldeias que nos orgulham, onde apostamos, e onde queremos aumentar a população, pois há poucas pessoas, na suamaioria já com uma idade avançada. Felizmente que temos o grupo Lusitânia, que mudou a sua sede para a Loja da Aldeia, em Aigra Nova. Vamos construir o Museu das Aldeias, para o qual já adquirimos uma casa, já recuperada, e vamos agora adaptá-la a museu, pois o que pretendemos é dar mais vida naquelas aldeias. Há uma casa, que é da Câmara Municipal, e que foi alugada à Lusitânia para turismo rural, com cinco camas. Pretendemos mandar fazer um parque campismo, para conseguirmos cativar pessoas. Temos também na zona da Pena, a Casa Cerejinha, de turismo rural, e que ampliou recentemente as suas instalações. Estamos a tentar que o futuro seja mais positivo para aquelas quatro aldeias. Também estamos ligados a uma Associação Desenvolvimento para a promoção desta zona, e todos emconjunto, penso que vai ser um passo positivo para termos mais vida naquelas aldeias e da divulgação do turismo no concelho de Góis. Tenho muita confiança e, se os programas continuarem, penso que vai ser óptimo, porque temos mais algumas aldeias em condições de serem recuperadas, e a Câmara, emconjunto com os habitantes, vai de certeza absoluta abraçar essas candidaturas e fazermos das nossas aldeias autênticos presépios, como eram antigamente. O concelho de Góis é bonito, é lindo e penso que as pessoas gostamde nos visitar.
GR: Tem sedeada no concelho uma das empresas que mais se destaca no turismo de aventura, a Trans Serrano, que quer construir um parque de aventura. Como vê esta outra vertente?
JG: É muito positivo. A Trans Serrano está a tentar adquirir um espaço para construir a sua sede e fazer uma parque de aventuras, com vários equipamentos e que são bem necessários. É um grupo de jovens que está a trabalhar muito bem e que está a divulgar o concelho. O que verificamos é que quase todas as semanas temos grupos em Góis trazidos pela Trans Serrano. Se conseguirem atingir os objectivos e as metas que impuseram a si próprio e se conseguirem adquirir o espaço que pretendem, tenho a certeza absoluta de que, mais do que nunca, a Trans Serrano vai divulgar o seu produto e vai divulgar ainda mais o concelho de Góis. É muito positivo e a Câmara está de braços abertos para os ajudar.
Góis teima em lutar contra o isolamento e travar a desertificação. José Girão, o presidente da Câmara Municipal, em entrevista à Gazeta Rural, aposta no turismo como forma de chamar gente ao concelho. As condições naturais para o turismo de montanha e cinegético são os trunfos a que o autarca deita mão, a par da recuperação das Aldeias do Xisto. Porém, a grande aposta são melhores acessibilidades, que a região reclama.
Gazeta Rural (GR): Góis é um concelho eminentemente rural. Como autarca e responsável, como é que o olha?
José Girão (JG): Góis é um concelho que luta contra a desertificação, onde tudo fazemos para manter as pessoas nas nossas aldeias. Tentamos dar qualidade de vida, em especial, com água, saneamento e bons acessos e fazemos tudo por tudo para que os médicos se mantenham nas Extensões de Saúde ainda abertas. A par disso, ajudamos as Comissões de Melhoramentos, procurando dar condições não só aos que cá estão, mas também trazer os filhos da nossa colónia de Lisboa que visitam a sua terra várias vezes por ano, especialmente nas festas dos meses de Verão. Por isso, repito, vamos tentando tudo por tudo para manter esta gente.
GR:Digamos que a aposta é no turismo?
JG: Sim. Continuamos a apostar no turismo, na qualidade das nossas águas, pois os nossos rios têm água de óptima qualidade, temos as nossas praias fluviais e estamos a investir também nas nossas aldeias de xisto. O que estamos a fazer é tentar pôr o concelho de Góis com boas condições para conseguir atrair as pessoas, durante todo o ano. Além disso, temos a concessão de uma reserva de caça municipal, onde fazemos o repovoamento de coelhos, e que está a ser um êxito, além de que nos nossos rios, com três concessões de pesca, temos peixe, como a truta. Fazemos também vários povoamentos para atrair pescadores e, visitantes, de uma forma geral. Lutamos para conseguir ter um hotel na Vila de Góis, pois temos espaço para essa instalação. Já abordamos alguns investidores e aguardamos que haja mais pessoas a quererem aqui investir.Góis é um concelho de montanha, que nos orgulha, que ainda tem muita floresta e que tem boa qualidade de vida. Temos tido uma grande luta como Governo por causa das nossas redes viárias, sem as quais dificilmente as pessoas se deslocam a Góis. Há uma promessa de uma boa via de comunicação, a partir da A1 em Condeixa, ligando Miranda, Lousã, Góis, Arganil e Côja, que passará a ser a tal via de desenvolvimento aqui para esta zona do interior. A freguesia de Alvares já tem ligação rápida ao IC 8 e, claro, havendo boas acessibilidades, o concelho também dá passos importantes no seu desenvolvimento.
GR: A floresta marca o concelho?
JG: Sim. Temos uma grande mancha florestal, onde estamos a fazer as limpezas. Temos apostado nas candidaturas, no sentido de fazer limpezas de matos, aceiros e abertura de caminhos, tendo, neste momento, treze em andamento. Ao longo destes anos temos aproveitado bem os fundos comunitários para esse efeito. É uma grande luta, mas felizmente no concelho de Góis os incêndios têm sido diminutos e a nossa mancha florestal mantém-se. Essa é a nossa grande luta. No Verão temos a nossa vigilância montada, coma ajuda do Governo, GNR e com as equipas de vigilância de sapadores. Conseguimos manter aqui sete equipas de vigilância no concelho de Góis, o que émuito bom, e nesta altura fazemos a tal protecção, o investimento nos aceiros e na manutenção, para chegarmos ao Verão e termos tudo mais ou menos limpo, em especial junto às estradas principais.
GR: Falou da aposta no turismo, essencialmente de montanha e cinegético. Em termos gastronómicos,o que é que se pode encontrar em Góis?
JG: A nível da caça e de pesca há pouco. As pessoas aqui não investem muito nesses pratos, que podiam muito bem ser feitos à base de truta. A nossa gastronomia é mais na base da chanfana tradicional da serra, e temos o cabrito, normalmente por encomenda. No ano passado fizemos aqui uma semana ligada ao cabrito, que foi um êxito. As pessoas gostarame este ano vamos tentar fazer novamente. É tudo uma questão dos pastores terem, para a altura da festa, os cabritos já guardados e isso vai acontecer. No sector da restauração, temos alguns bons restaurantes e, por encomenda, faz-se aqui um bacalhau à lagareiro muito bom. Diria que em Góis come-se bem e, por encomenda, tudo se faz e de grande qualidade, como cabrito, chanfana, bacalhau e outros.
GR: A Câmara está a fazer uma grande aposta nas Aldeias do Xisto?
JG: Temos as quatro aldeias de xisto. Foi um grande investimento, não só dos fundos comunitários, que participaram com 70% do investimento, como também com os restantes 30% a seremsuportados pela Câmara Municipal. Houve a aposta na reconversão das casas, desde a caixilharia, à cobertura, até ás fachadas, que as pessoas aproveitaram muito bem, pois hoje têm as suas casas recuperadas. Hoje temos umas aldeias que nos orgulham, onde apostamos, e onde queremos aumentar a população, pois há poucas pessoas, na suamaioria já com uma idade avançada. Felizmente que temos o grupo Lusitânia, que mudou a sua sede para a Loja da Aldeia, em Aigra Nova. Vamos construir o Museu das Aldeias, para o qual já adquirimos uma casa, já recuperada, e vamos agora adaptá-la a museu, pois o que pretendemos é dar mais vida naquelas aldeias. Há uma casa, que é da Câmara Municipal, e que foi alugada à Lusitânia para turismo rural, com cinco camas. Pretendemos mandar fazer um parque campismo, para conseguirmos cativar pessoas. Temos também na zona da Pena, a Casa Cerejinha, de turismo rural, e que ampliou recentemente as suas instalações. Estamos a tentar que o futuro seja mais positivo para aquelas quatro aldeias. Também estamos ligados a uma Associação Desenvolvimento para a promoção desta zona, e todos emconjunto, penso que vai ser um passo positivo para termos mais vida naquelas aldeias e da divulgação do turismo no concelho de Góis. Tenho muita confiança e, se os programas continuarem, penso que vai ser óptimo, porque temos mais algumas aldeias em condições de serem recuperadas, e a Câmara, emconjunto com os habitantes, vai de certeza absoluta abraçar essas candidaturas e fazermos das nossas aldeias autênticos presépios, como eram antigamente. O concelho de Góis é bonito, é lindo e penso que as pessoas gostamde nos visitar.
GR: Tem sedeada no concelho uma das empresas que mais se destaca no turismo de aventura, a Trans Serrano, que quer construir um parque de aventura. Como vê esta outra vertente?
JG: É muito positivo. A Trans Serrano está a tentar adquirir um espaço para construir a sua sede e fazer uma parque de aventuras, com vários equipamentos e que são bem necessários. É um grupo de jovens que está a trabalhar muito bem e que está a divulgar o concelho. O que verificamos é que quase todas as semanas temos grupos em Góis trazidos pela Trans Serrano. Se conseguirem atingir os objectivos e as metas que impuseram a si próprio e se conseguirem adquirir o espaço que pretendem, tenho a certeza absoluta de que, mais do que nunca, a Trans Serrano vai divulgar o seu produto e vai divulgar ainda mais o concelho de Góis. É muito positivo e a Câmara está de braços abertos para os ajudar.
Etiquetas: aldeias do xisto, câmara municipal, gastronomia, góis, josé girão vitorino, turismo
1 Comments:
O senhor presidente da CMG para ajudar a combater a desertificação do concelho, deve ter em conta aqueles que pretendem construir habitação no concelho. Tornando mais céleres as decisões camarárias sobre os projectos apresentados pelos munícipes.
É que a demora excessiva na apreciação dos projectos e no seu despacho, leva à desmoralização e à desistência.
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