segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Maternidade já colocou quatro mil árvores na serra da Lousã

Matilde nasceu há quatro anos. No mesmo dia, os avós deslocaram-se à Maternidade das Árvores na Mata, em Vila Nova do Ceira, concelho de Góis, onde semearam um carvalho que apadrinharam e deram o mesmo nome da neta. Em breve irão plantá-lo na serra da Lousã na companhia da neta, que poderá acompanhá-lo ao longo da vida.

A Maternidade das Árvores é um projecto inovador que nasceu há pouco mais de quatro anos por iniciativa da Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã. Tem estado instalada provisoriamente em terreno cedidos pela Cooperativa Silvo-Agro Pecuária de Vila Nova do Ceira, mas a partir de Fevereiro irá ficar implementada em Aigra Nova, também no concelho de Góis, mas em plena serra da Lousã.

Neste local, os terrenos foram cedidos gratuitamente pelos proprietários que, desta forma, abriram caminho para que a associação ambiental dê continuidade ao projecto. O objectivo é o de fazer nascer árvores e arbustos autóctones. Depois há que cuidar das espécies bebés até que se tornem autónomas, o que em média leva cerca de quatro anos, para que possam ser plantadas na Serra da Lousã para onde já foram trasplantados quatro mil pés.

Na maternidade haverá, inclusive, um berçário onde as plantas doentes serão cuidadosamente tratadas. "O local poderá vir a ser visitado por quem tiver disponibilidade e paciência para acarinhar e conversar com as plantas que, quando estão doentes, necessitam de muita atenção ", referiu ao JN Sandra Marques, coordenadora da Lousitânea.

Paralelamente, o espaço fica também transformado num Centro de Educação Ambiental, sobretudo orientado para as camadas mais jovens que "aqui podem aprender a ter uma atitude mais pró-activa e eficaz em relação ao Ambiente", diz Sandra Marques.

Espécies raras ou em extinção como o azereiro, azevinho, azinheira, carvalho alvarinho e negral, carvalhiça, castanheiro, folhado, gilbardeira, medronheiro, pseudoplátano, teixo, ulmeiro, entre tantas outras, serão ali reproduzidas para reflorestação. A recolha de sementes tem vindo a ser feita na Serra da Lousã, permitindo que os exemplares arbóreos se preparem para se de-senvolverem neste ecosistema.
in Jornal de Notícias, de 27/01/2008

Etiquetas: ,