quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Grande encontro festivo na Casa do Concelho de Góis

A Casa do Concelho de Góis encheu-se no passado sábado para assistir ao magusto da Comissão de Melhoramentos de Vila Nova do Ceira, que teve a presença do Grupo de Músicas e Cantares Tradicionais, que veio da localidade, tal como já aconteceu o ano passado e foi recebido com muito agrado pelas músicas e cantares que apresentou. É um agrupamento de seis homens e seis mulheres, liderado pelo eng. Adriano Baeta Garcia. É um agrupamento com qualidade, que nos apresentou músicas e cantares populares que agradaram à assistência.
Como «aperitivo» para este encontro que reuniu mais de 150 pessoas, tivemos ainda a apresentação do livro de Adriano Pacheco, «Dez Réis de Gente», que já tinha sido apresentado em Vila Nova do Ceira.
Foi assim uma festa muito concorrida, que bem revelou a importância da Casa do Concelho de Góis para receber nestas ocasiões os goienses nas iniciativas das suas colectividades regionalistas, ou individuais de carácter cultural.
À sessão da apresentação do livro de Adriano Pacheco, presidiram José Matos Cruz, eng. João Coelho, Helena Moniz, em representação da Câmara Municipal de Góis, e o próprio autor.
Todos falaram sobre o livro e o seu autor, que continua a ter uma actividade literária intensa, revelada noutros livros que tem já publicado, recorrendo especialmente à poesia e à ficção, sem deixar de abordar temas regionais.
Tal como ele próprio afirmou, "Passados oito anos, aqui temos o «Dez Réis de Gente» que fala de nós como povo; alguém que passa despercebido sem se dar conta dele, passando algum tempo, é vê-lo a trepar pelos penhascos acima, para chegar ao topo, sem atropelar ninguém".
Com capa de A. Mourato e prefácio do eng. João Coelho, o livro será futuramente lançado também em Pedrogão Grande, um concelho vizinho e muito ligado a Alvares, a terra de Adriano Pacheco. «Dez Réis de Gente», é um livro de memórias, de afectos e de solidariedade onde as palavras cheiram a povo. Um livro que Adriano Pacheco escreve com imensa paixão pela sua terra e em inteira identidade com as suas raízes, alargadas estas à Beira-Serra beirã - escreve no prefácio João Coelho".
Adriano Pacheco agradeceu o interesse que têm revelado pelo seu livro, inclusivamente as palavras que ali lhe foram dirigidas, à Casa de Góis e à ADIBER que lhe deu o seu apoio e colaboração na edição, afirmando a concluir a sua intervenção: "Se ouvirem falar, com entusiasmo, das tardes soalheiras do Outono, das águas mansas em escaldante Verão e do pôr do sol deslumbrante no cume dos montes: orgulhem-se porque é da vossa terra que estão a falar".


Um magusto que acabou por ser um jantar com muitos varzeenses
Após a apresentação do livro, o magusto da Comissão de Melhoramentos de Vila Nova do Ceira, a cuja direcção preside José de Matos Cruz, que acabou por ser um jantar em que não faltou comida para todos. E eram muitos, enchendo a casa como raramente se tem visto.
De Vila Nova do Ceira veio uma «embaixada» em transporte cedido pela Câmara Municipal de Góis, sempre pronta a colaborar com as colectividades regionalistas.
O magusto é sempre motivo de encontro e de convívio, que as nossas colectividades regionalistas não perdem. E esta presença dos varzeenses que vieram da terra, com o seu belo conjunto musical e com ofertas para o leilão, foi muito significativa, como acontece sempre nestes encontros regionalistas em que as pessoas se encontram e convivem tendo sempre perante as origens comuns.
Aquela Casa, presidida por um varzeense, José Dias Santos, com os colegas da direcção a darem a ajuda necessária, mostrou toda a sua disponibilidade para estas festas, revelando uma vez mais a sua importância como local de encontro e convívio dos goienses.
As músicas e cantares, apresentadas por Lurdes Alvarinhas, foram ouvidas com agrado e muito aplaudidas, o que revela bem o interesse e a qualidade que lhes estão inerentes. O reportório foi longo e variado e todos se mostraram encantados com a sua apresentação.
Para ajudar às despesas, foi feito um leilão de ofertas, em que revelam a sua compreensão os ofertantes como aqueles que intervieram no leilão, conscientes de que estas iniciativas tenham êxito. E este magusto/jantar foi um autêntico êxito. A Comissão de Melhoramentos de Vila Nova do Ceira fez recordar encontros doutros tempos, em que a colectividade marcou posição de relevo no nosso meio regionalista em Lisboa, em que tanto se empenharam figuras de destaque que não se esquecerão facilmente.
José de Matos Cruz, naturalmente satisfeito com esta iniciativa, agradeceu a todos a ajuda que deram para que este encontro redundasse em êxito, revelando a embaixada que veio de Vila Nova do Ceira e a disponibilidade daquela Casa, que é a casa dos goienses em Lisboa, presentemente com um varzeense a presidir à direcção.
António Lopes Machado
in A Comarca de Arganil, de 27/11/2007

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