sábado, 26 de maio de 2007

Ainda a Cooperativa de Vila Nova do Ceira

Afinal são 175.000 mil euros (35 mil contos) e não os 75 mil euros (15 mil contos), como erradamente escrevi, quando em notícia anteriormente publicada a proposta da direcção foi aprovada na assembleia geral da Cooperativa Silvo Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira, que vão ser distribuídos pelos sócios com dividendos.
Esta proposta foi acolhida com alegria pelos presentes e por todos os que lá não estiveram quando tomaram conhecimento, pois há já muito tempo que não havia distribuição de dividendos.
Além desta agradável notícia outras merecem ser realçadas como o funcionamento do lagar onde foram laboradas mais de 200 toneladas de azeitonas que produziram azeite de requintada qualidade.
Outra notícia que nos agradou foi a Cooperativa ter amanhado uma terra que, provavelmente, só ia ser lavrada e semeando aveia que colheu, enfardou a palha para pasto, e vendeu estes produtos, dando ao proprietário cerca de 250 euros depois de ter pago todas as despesas.
Falou-se ainda na possibilidade de implantar a exploração de medronheiros aproveitando a aptidão da terra onde a sua criação é espontânea e a procura de aguardente para exportação.
Numa época em que rareiam as possibilidades de conseguir empregos para todos e nas mudanças que o Mundo está a ter a transformação das culturas das nossas Várzeas pode proporcionar, nestes três campos, ocupação para aqueles que pensam no seu futuro. Em primeiro lugar a implantação de olivais modernos nas terras que estão de relva, pode dar um rendimento logo ao segundo ou terceiro ano, com pouco trabalho e despesas mínimas, sem deslocações e com mão de obra barata, desde que orientados por técnicos que a Cooperativa proporciona.
Os espanhóis estão a comprar todas as terras disponíveis, no Alentejo, onde já têm grandes áreas de olival. Em muitas terras das Várzeas, como barroca das Borras, barroca de Campelo, barroca do Carpido, em volta de Telhada, Carapinhal, de Sacões, Monteira, Murtinheira, Vale d'Egas e Várzeas Grande e Pequena, que hoje estão cheias de eucaliptos, havia milhares de oliveiras que eram uma riqueza para a nossa terra.
Os eucaliptos começam a render após oito a dez anos. Um olival começa a render ao segundo ou terceiro ano, desde que implantado modernamente.
Uma coisa gostaríamos de lembrar, é que não se lancem a fazer olivais sem consultar os técnicos da Cooperativa para não se meterem em trabalhos.
A exploração das terras para pasto acho que está no programa da Cooperativa e sabemos que a saída é garantida.
Importa que quem tem terras devolutas as ponha à disposição alugando-as ou fazendo acordo com a Cooperativa.
A exploração de medronheiros está a ser equacionada e tudo leva a crer que vai avançar.
É para isso que foi criado o espírito cooperativo. Para que todos possam valorizar as suas terras, as suas florestas e aproveitar as ajudas que são postas à sua disposição pelos departamentos estatais ou comunitários.
Quando estes projectos estão em andamento uma coisa me preocupa. No fim do ano vai haver eleições. Não sabemos quem se vai candidatar e se terá conhecimentos e ambição para continuar com estes projectos e agarrar outros que possam aparecer. Se não se possuir devotamente, disponibilidade, ambição e espírito cooperativo e solidário, não vemos como serão os próximos anos.
Ser director só por vaidade não tem cabimento numa empresa que tem a grandeza desta, pois os associados espera, retirar benefícios em todos os sectores.
Mas se exige directores a viver o espírito cooperativo também se devem alertar os cooperadores na necessidade de dar mais movimento, nas suas compras, no posto de gasolina, na secção de compra e venda, no agrícola, contabilidade e no lagar.
Hoje congratulamo-nos por ter sido anunciada a distribuição de dividendos. Quando nos vamos congratular por uma parte disponível seja aplicada, investida, em algo que proporcione mais valias para os sócios?
Sabemos que não há pessoas insubstituíveis, embora a actual direcção tenha sido enxovalhada, vilmente acusada e cobardemente atacada, até na sua idoneidade moral, por pessoas que usam o estratagema de desgaste ao ouvido e sem ombridade de apresentar os seus pontos de vista nas assembleias. Por isso tem razão para deixar os cargos, mas acho que devia ser reeleita embora compreenda a sua saturação. A sua actuação nestes seis anos recomenda que continuem. Não deve ser dirigente da Cooperativa quem não tenha capacidade para isso.
JMC
in A Comarca de Arganil, de 24/05/2007

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