A nossa cultura
A riqueza de um povo passa indubitavelmente pela sua cultura, quer seja esta erudita ou popular, quer seja esta restrita a uma minoria, supostamente instruída, ou consumida pelas massas populares.
Aliás, não se percebe muito bem os estereótipos que actualmente se criaram sobre o que é culturalmente aceitável ou, pelo contrário, o que é culturalmente reprovável.
Esta é, certamente, uma das principais razões que faz com que muitos dos equipamentos e infra-estruturas, vocacionadas e criadas para o "consumo de cultura" se encontrem hoje, literalmente, às moscas.
Estereótipos dessa natureza condicionam as ofertas, limitam as escolhas e afastam os cidadãos deste género de actividades de consumo, pois ao contrário do que se possa pensar a cultura é também um produto de consumo.
Por norma o primeiro a ser cortado da lista de prioridades dos cidadãos, quando a situação económica não é favorável, como é lógico e compreensível.
Não é por acaso que o senso comum diz, sem qualquer pejo, que as actividades relacionadas com a cultura dão prejuízo, não é por acaso que se atribui a grandes mecenas o papel de dinamizar actividades culturais, porque aos restantes cidadãos tal é limitado pela própria condição económica.
Na nossa região se fizermos uma análise detalhada da funcionalidade das salas, ou melhor das supostas salas, vocacionadas para eventos culturais, reparamos com muita facilidade ao que estas se reduziram.
São meros espaços de passagem de uns quantos filmes de fim de semana, com a opção de realização de algumas conferências e lançamentos de uns poucos livros, alguns deles destinados a encher prateleiras, para abrilhantar a utilização dos referidos espaços.
Verificamos ainda, que os espaços com capacidade para uma actividade multicultural são praticamente inexistentes e verificamos ainda que não existe uma sala capaz de albergar uma oferta cultural abrangente para toda uma região.
Hoje, coloca-se ainda e de forma bastante clara a questão "de que modo se poderá garantir o acesso a actividades culturais, sem que estas representem um encargo demasiado expressivo nos orçamentos das autarquias"?
A resposta consiste na definição de ofertas conjuntas no campo cultural, partilhando espaços e recursos, quer sejam estes humanos quer sejam materiais.
É necessário ainda, que organização de eventos sejam comuns e transversais a vários Municípios, de modo a que seja possível e viável atrair a mais variada oferta cultural, capaz de satisfazer todos os estratos da população.
Não podemos esquecer na nossa memória colectiva, que grandes vultos da cultura nacional passaram por esta região, alguns deles por cá se radicaram e deixaram valioso espólio, outros partiram mas não sem antes fazerem referência aos Concelhos de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Tábua.
Nuno Gomes
in Folha do Centro (edição electrónica), em 24/05/2007
Aliás, não se percebe muito bem os estereótipos que actualmente se criaram sobre o que é culturalmente aceitável ou, pelo contrário, o que é culturalmente reprovável.
Esta é, certamente, uma das principais razões que faz com que muitos dos equipamentos e infra-estruturas, vocacionadas e criadas para o "consumo de cultura" se encontrem hoje, literalmente, às moscas.
Estereótipos dessa natureza condicionam as ofertas, limitam as escolhas e afastam os cidadãos deste género de actividades de consumo, pois ao contrário do que se possa pensar a cultura é também um produto de consumo.
Por norma o primeiro a ser cortado da lista de prioridades dos cidadãos, quando a situação económica não é favorável, como é lógico e compreensível.
Não é por acaso que o senso comum diz, sem qualquer pejo, que as actividades relacionadas com a cultura dão prejuízo, não é por acaso que se atribui a grandes mecenas o papel de dinamizar actividades culturais, porque aos restantes cidadãos tal é limitado pela própria condição económica.
Na nossa região se fizermos uma análise detalhada da funcionalidade das salas, ou melhor das supostas salas, vocacionadas para eventos culturais, reparamos com muita facilidade ao que estas se reduziram.
São meros espaços de passagem de uns quantos filmes de fim de semana, com a opção de realização de algumas conferências e lançamentos de uns poucos livros, alguns deles destinados a encher prateleiras, para abrilhantar a utilização dos referidos espaços.
Verificamos ainda, que os espaços com capacidade para uma actividade multicultural são praticamente inexistentes e verificamos ainda que não existe uma sala capaz de albergar uma oferta cultural abrangente para toda uma região.
Hoje, coloca-se ainda e de forma bastante clara a questão "de que modo se poderá garantir o acesso a actividades culturais, sem que estas representem um encargo demasiado expressivo nos orçamentos das autarquias"?
A resposta consiste na definição de ofertas conjuntas no campo cultural, partilhando espaços e recursos, quer sejam estes humanos quer sejam materiais.
É necessário ainda, que organização de eventos sejam comuns e transversais a vários Municípios, de modo a que seja possível e viável atrair a mais variada oferta cultural, capaz de satisfazer todos os estratos da população.
Não podemos esquecer na nossa memória colectiva, que grandes vultos da cultura nacional passaram por esta região, alguns deles por cá se radicaram e deixaram valioso espólio, outros partiram mas não sem antes fazerem referência aos Concelhos de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Tábua.
Nuno Gomes
in Folha do Centro (edição electrónica), em 24/05/2007
Etiquetas: góis
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