sexta-feira, 16 de março de 2007

És meu rio sagrado, és meu templo de vida
Em flores a ti me lanço, em oração...
Em incensos respiras-me na boca perdida
Da fome que só em ti encontra o pão

És meu Ganges imundo, pureza escondida
Que em putrefactas preces de adoração
Sólida, purificas minh’alma impedida.
Líquida pureza, jorrada fé de contrição.

A crença nocturna em velas acesa
Liberto nas águas que prendo nas horas
Dos olhares húmidos mais puros que choras

É no teu corpo - lótus florescida , a beleza ,
Rainha do éden - a que minha alma princesa
Se curva nos ritos dos mitos a que oras.

Abílio Bandeira Cardoso

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