quinta-feira, 22 de março de 2007

Azul irreal, de Abílio Bandeira Cardoso

Deste-me um pedaço de céu, nele fui mar
Deste-me uma onda, nela fui alva espuma
Deste-me um sopro de brisa… bem devagar
Fiz-me bola, sem sabão, … voada na bruma

Voei no mundo, sem saber onde poisar
Se no azul do céu ou do mar, … parte alguma
Azul igual ao teu não pude encontrar
Nem no céu, nem no mar, ou em parte nenhuma

E como tentei!...Deus! … Como tentei achar!
Corri mares e céus… telas de tinta ideal
Corri a plataforma continental…

Nada desse azul que só consigo lembrar
No silencio, despedido, de teu olhar
Visto do meu, cristalizado de sal...

Abílio Bandeira Cardoso

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