terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Pelos caminhos da Serra da Lousã - Vale do Ceira - Rota do Xisto


Viajar cá dentro, é um slogan que os portugueses, ao longo do tempo, se têm vindo a habituar, facto determinante e positivo.
Localizando um ponto de referância: o alto da serra da Lousã, junto das potentes antenas de comunicação. Deste local, os nossos olhos alcançam, bem perto, a capela do Santo António, os poços para armazenamento da neve, as centenárias carvalhas, a pista para aviões, antenas de comunicação à navegação aérea e os pinheiros de montanha.
Seguindo na direcção de Santo António da Neve, os olhos do viajante albergam uma beleza natural, de onde se vislumbram paisagens verdejantes, contornando as serras, o que torna este sítio, num local de sonho para os amigos da natureza.
Ao chegar a Santo António da Neve, o viajante perde-se no tempo, com a vista oferecida pela natureza. Deste local é oferecida uma panorâmica deslumbrante.
A cada momento, os olhos verificam a natureza de cor diferente, aconselhando-se uma máquina de filmar, fotográfica ou mesmo um binóculo.
O viajante, fica por aqui um pouco de tempo, o suficiente, para admirar este espectáculo, criado pela mãe natureza para benefício do homem.
São avistados deste local, limites e terras das cinco freguesias do concelho de Góis, terras e limites dos concelhos vizinhos e também terras e limites de cinco distritos da Zona Centro de Portugal.
A imaginação humana, sente-se pequena, na sua existência.
Estando junto à capela de Santo António, o viajante vai pedir-lhe, que rode na sua posição e deixe de estar de costas viradas para o concelho de Góis, pedindo-lhe também, que nas suas preces com Deus Pai lhe solicite em nome dos homens, amigos da natureza, que afaste, para bem longe os inimigos e destruidores, obrigando o homem a proteger a natureza, e já agora, faz também uma prece no sentido de fazer cair alcatrão em forma de neve, nas estradas em terra batida, para que o viajante na serra, transite em segurança.
O viajante movimenta-se no sentido do concelho de Góis, Estrada Nacional n.º 2, e avista a típica aldeia de Povorais e o Penedo de Góis, do lado poente.
Enquanto o viajante desce, verifica a natureza em diversos tons, vendo no seu lado direito um vale imponente, a freguesia de Alvares, a sua gente, laços de cultura, a boa água da ribeira do Sinhel, a ser visitado num outro percurso.
Quando o viajante chega à Estrada Nacional n.º 2, vire no sentido da esquerda, aproveitando a vista nascente do Penedo de Góis e a aldeia de Vale Torto, seguindo esta via, até ao próximo ramal, onde encontra uma placa indicando várias aldeias, siga a de Vale do Ceira, na rota do xisto.
No seu lado esquerdo, verifica um vale deslumbrante, traçado com estradas florestais, de encosta a encosta, local cobiçado por amigos do desporto motorizado. Efectivamente, com algumas correcções ali introduzidas, se tornaria num belo local para a prática de desporto, em várias modalidades.
O viajante, chegando ao alto, e antes que a estrada comece a descer, está num local obrigatório de paragem.
Verifica uma paisagem num cenário imponente para a serra, para o rio Ceira e seu vale.
Avista-se daqui: o Cabeço da Mata, Malhadinha, Serra da Gatucha, Monte do Rabadão, Serra do Açor, Monte do Carvalhal, Buçaco, Caramulo, Lapa e Arada.
Sendo que, os amigos da natureza, consideram este local, como um marco geográfico da Zona Centro e Norte de Portugal.
O viajante segue, descendo, calmamente, e é alertado quanto à existência da vida animal no trajecto pela serra da Folgosa: coelhos, perdizes, cotovias, peneireiros, aves de carácter rapino, javalis, raposas, veados, doninhas, esquilos, sendo que ultimamente, não é difícil encontrar também cavalos de montanha.
Avista-se a típica aldeia de Corterredor, no próximo ramal, páre, não havendo tempo suficiente para visitar as freguesias de Cadafaz e Colmeal neste circuito. Então, volte à sua esquerda Folgosa-Góis, neste trajecto vai verificar uma paisagem sobre o rio e vale do Ceira.
Quando o viajante chegar à aldeia da Folgosa visite os bairros da barroquinha e desloque-se à fonte antiga, com a sua água cristalina, fria no Verão e quente no Inverno, água aconselhada, em tempos, por um médico especialista em doenças de fígado, rins e bexiga.
Depois do visitante se deliciar com a água cristalina e com a maravilhosa paisagem, siga à procura de outro ponte de interesse, a capela de S. Simão, construção antiga, com o tecto em madeira de castanho, construído em forma de duas abóbadas e separadas por um arco em pedra.
Procure saber da existância de casas, outrora habitadas e disponíveis para comercializar, actualmente.
O viajante, procure o António Augusto Martins, Manuel das Neves (casa cimeira) e Luciano Martins, pois estes homens falar-vos-ão da cultura da aldeia e dos locais a serem visitados: a casa de convívio, a paisagem, o ar puro, sítio da cortada, um impressionante corte no monte, obra feita pela mão do homem, hoje admirado pelo visitante, a sua paisagem para a serra, a corrente calma do rio com as suas águas cristalinas...
A estrada em que o viajante se encontra, tem ligação desde Góis a toda a margem esquerda do Vale do Ceira - Rota do Xisto, e com a Estrada Nacional n.º 2, pelas aldeias de Cerdeira, Esporão ou Carvalhal Miúdo.
As paisagens avistadas, com estradas para o lado direito, do Vale do Ceira e para o rio, lembram paisagens no Douro e no Gerês.
Norberto Alves Henriques
in O Varzeense, de 15/04/2007