Desertificação, políticos e recenseamento eleitoral
Quando se fala na desertificação do interior do país, logo todos os políticos se põem em bicos de pés e fazem longos discursos, com grandes manifestações de intenções que não passam de palavreado. Como sempre, o que eles mais procuram são alguns momentos de tempo de antena, principalmente nas televisões, porque este é o mais mediático dos meios de comunicação.
O que eles mais gostam é de "botar" discurso.
Mas os discursos, os seminários, os congressos, etc., etc., sobre a desertificação não serviram nunca para combater a mesma.
Nunca nenhuma resolução foi levada à prática, tudo não passa de representações para passarem a ideia de que estão preocupados com o problema.
Infelizmente é mais uma situação adiada, como quase tudo neste país, pobre Portugal ao que chegou. Parece que só os incompetentes e aqueles que nunca souberam o que é trabalhar para no fim do mês ter ordenado é que chegam aos lugares decisores (tantos padrinhos e afilhados), hoje o que mais conta é a "cunha".
Porque vai ficando cada vez mais desertificado o interior, e no caso particular, o Concelho de Góis?
São muitas as causas, mas a principal de todas, é não haver perspectivas de futuro para os nossos filhos. Onde irão eles trabalhar?
Salvo raríssimas excepções, terão que procurar noutras paragens, o que aqui lhes é negado. Se nada for feito, cada ano que passa teremos um Concelho cuja população será menor e mais idosa.
Góis é um município pobre, esta é uma frase feita.
A natureza foi muito generosa com o nosso concelho e nós temos que aproveitar essa dádiva em toda a sua plenitude. Temos que tornar Góis um destino turístico durante todo o ano. Turismo gera empregos e riqueza, mas para que tal aconteça, não podemos deixar estragar o nosso património natural.
Temos também que saber atrair indústrias, mas que não sejam poluentes, criar condições para que as mesmas se fixem no concelho e também elas criem empregos e riqueza.
Pouca população, poucos eleitores, quer dizer que o Estado transfere pouco dinheiro para a autarquia. Os nossos votos pouco valem no todo nacional e os políticos, pouca ou nenhuma atenção dão à nossa terra. Para eles, não temos grande importância, nem sequer conseguimos eleger meio deputado para a Assembleia da República.
O que há a fazer? Como conseguir mudar este estado de coisas?
Só há uma maneira. Temos que utilizar as regras que existem e segundo a Lei, conseguir que todas as pessoas que são oriundas do nosso concelho se recenseiem em Góis.
Temos todos que falar e mobilizar os nossos familiares que residem por esse país fora, para que mudem o seu recenseamento, pois esta é a única maneira do concelho passar a ter vinte ou vinte cinco mil eleitores, e aí já ter alguma importância para os senhores políticos, e desta forma também receber mais euros do poder central.
Vamos todos ser políticos e de uma vez por todas dar o rumo certo à terra que tanto amamos!
José Manuel Bandeira
in O Varzeense, de 15/04/2006
O que eles mais gostam é de "botar" discurso.
Mas os discursos, os seminários, os congressos, etc., etc., sobre a desertificação não serviram nunca para combater a mesma.
Nunca nenhuma resolução foi levada à prática, tudo não passa de representações para passarem a ideia de que estão preocupados com o problema.
Infelizmente é mais uma situação adiada, como quase tudo neste país, pobre Portugal ao que chegou. Parece que só os incompetentes e aqueles que nunca souberam o que é trabalhar para no fim do mês ter ordenado é que chegam aos lugares decisores (tantos padrinhos e afilhados), hoje o que mais conta é a "cunha".
Porque vai ficando cada vez mais desertificado o interior, e no caso particular, o Concelho de Góis?
São muitas as causas, mas a principal de todas, é não haver perspectivas de futuro para os nossos filhos. Onde irão eles trabalhar?
Salvo raríssimas excepções, terão que procurar noutras paragens, o que aqui lhes é negado. Se nada for feito, cada ano que passa teremos um Concelho cuja população será menor e mais idosa.
Góis é um município pobre, esta é uma frase feita.
A natureza foi muito generosa com o nosso concelho e nós temos que aproveitar essa dádiva em toda a sua plenitude. Temos que tornar Góis um destino turístico durante todo o ano. Turismo gera empregos e riqueza, mas para que tal aconteça, não podemos deixar estragar o nosso património natural.
Temos também que saber atrair indústrias, mas que não sejam poluentes, criar condições para que as mesmas se fixem no concelho e também elas criem empregos e riqueza.
Pouca população, poucos eleitores, quer dizer que o Estado transfere pouco dinheiro para a autarquia. Os nossos votos pouco valem no todo nacional e os políticos, pouca ou nenhuma atenção dão à nossa terra. Para eles, não temos grande importância, nem sequer conseguimos eleger meio deputado para a Assembleia da República.
O que há a fazer? Como conseguir mudar este estado de coisas?
Só há uma maneira. Temos que utilizar as regras que existem e segundo a Lei, conseguir que todas as pessoas que são oriundas do nosso concelho se recenseiem em Góis.
Temos todos que falar e mobilizar os nossos familiares que residem por esse país fora, para que mudem o seu recenseamento, pois esta é a única maneira do concelho passar a ter vinte ou vinte cinco mil eleitores, e aí já ter alguma importância para os senhores políticos, e desta forma também receber mais euros do poder central.
Vamos todos ser políticos e de uma vez por todas dar o rumo certo à terra que tanto amamos!
José Manuel Bandeira
in O Varzeense, de 15/04/2006
1 Comments:
Quanto ao recenseamento no Concelho de todos os naturais que residem noutras paragens, é um facto que tal tem sido possível até ao momento, desde que se altere a residência no BI, uma vez que esta tem que coincidir com a do cartão de eleitor. Eu mesmo estou recenseado no Colmeal e resido em Lisboa.
Porém esta situação já actualmente traz problemas, uma vez que se queremos ter assistência médica no local onde de facto residimos, temos que aí ter a morada para esse efeito, o mesmo acontecendo para efeitos fiscais, quando temos isenção de IMI ou deduzidos no âmbito de IRS valores a título de juros e encargos de dívidas com empréstimos para habitação, ou valores respeitantes a rendas.
Porém no futuro, a inclusão de todos estes cartões num único (cartão do cidadão), implicará, em meu entender que apenas possamos ter um domícilio legal, o que poderá pôr em causa não só os recenceamentos actuais, mas também os futuros, tal como refere o autor deste artigo, pelo que teremos de ver se há alguma forma de ultrapassar a situação.
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