quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Promessa de Eternidade, de Abílio Bandeira Cardoso

Teu corpo, meu amor, de fé santuário,
rasgados os paramentos do teu altar
atravessa-se na luz, consome o ar
respiro-o na intensidade do calcário

Teu corpo, meu amor, meu sacrário
de benditas hóstias que quero tomar
com o vinho que tua boca gotejar
segundo teu rito... doutrinário

Teu corpo, meu amor, entre hinos
desenvolto de alvas vestes de fé
será meu sem repicar de sinos

E o meu corpo, amor, teu que é
entrega-se em ti, fundindo destinos
sem castiçais nem arras de sé...

Abílio Bandeira Cardoso

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