domingo, 3 de dezembro de 2006

Colhi teu perfume porque és flor
E teus cheiros embrenharam-se em mim
Aromas abandonados dum imenso jardim
Que cultivo no solo do meu temor

Medos são ervas daninhas em motim
Lutas entre o querer crer e a dor
Que tolhem os sentimentos em favor
Do crescimento duma solidão sem fim

Mas vou limpar todo esse abandono
Plantar e regar as raízes de ti
Florescer-te nos perfumes que senti

É hora de sementeira neste Outono
Augúrio da Primavera farta qu'entrono
Rainha do reino de mim, senhora de si

Abílio Bandeira Cardoso

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