IV Jornada Cultural da freguesia de Alvares sobre “Referências”
Tal como vem acontecendo desde 2003, de dois em dois anos, realiza-se na freguesia de Alvares, concelho de Góis, uma Jornada Cultural que tem passado pelas várias localidades da freguesia. Este ano, esta iniciativa teve lugar em Cortes, no sábado, e foi organizada pela Comissão de Melhoramentos local, constando do programa, para além de um debate sobre o tema “Referências”, o lançamento do livro “Memórias do Antigamente – Monografia de Cortes”, da autoria de Samuel Mateus. Nesta ocasião, foram focadas sobretudo algumas das tradições, potencialidades e personalidades da freguesia que constituem referências para os seus habitantes, como é o caso de Claudino Alves de Almeida que pautou-se por “amar a sua freguesia, lutar pelo seu concelho, acreditar na sua região”.
Refira-se que nesta Jornada Cultural participaram várias entidades, nomeadamente o Director Regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, a vereadora Helena Moniz, em representação da Câmara Municipal de Góis, o presidente da junta de freguesia de Alves, Victor Duarte, os dirigentes das Comissões de Melhoramentos de Alvares e de Cortes, António Rui e João Manuel Antão, respectivamente, o coordenador do tema “Referências”, António Simões, tendo sido convidada também Maria de Lurdes Castanheira.
O dia de sábado começou com a apresentação de uma exposição fotográfica e etnográfica na Casa de Cultura e Recreio Claudino Alves de Almeida, seguindo-se uma dissertação das crianças do pré-escolar e a actuação do Grupo de Cantares de Cortes que animou esta iniciativa ao longo do dia. Durante a manhã, decorreu o painel de debate sobre o tema “Referências” que culminou com um almoço volante no espaço da antiga escola primária de Cortes. Coube ao presidente da junta de freguesia de Alvares abrir a sessão, começando por enaltecer que esta Jornada Cultural é “um momento digno e de grande dinamismo para a freguesia”.
“As populações orgulham-se do seu passado, preservando-o e divulgando-o através dos diferentes projectos que foram concretizando”, referiu, exemplicando que os Núcleos Museológicos da Casa do Ferreiro e de Arte Sacra “testemunham a herança sociocultural desta comunidade”. Por outro lado, “a valorização e dignificação do fuste do nosso Pelourinho revalidam o peso da História”, sustentou Victor Duarte, acrescentando que é necessário “apostar nos bens naturais que temos”, nomeadamente no que respeita à Ribeira do Sinhel. O presidente da junta de freguesia de Alvares destacou ainda que outra das referências identitárias da freguesia é “o Bucho recheado à moda de Alvares que durante muitos anos foi o primeiro prato gastronómico da Região de Turismo do Centro”.
Salientando que a comunidade alvarense resultou do “encontro de vontades”, Victor Duarte garantiu que mantém as suas potencialidades porque “é um território com capacidade de atracção, com potencialidades turísticas, como sejam os recursos hídricos despoluídos, a albufeira do Cabril, a praia fluvial”. “É preciso pensar o presente olhando para o futuro”, apelou, advogando que a freguesia de Alvares “continuará senhora do seu destino se continuar a pensar em si como um mesmo território, onde todos se revêem como comunidade”.
Embora defendendo que é necessário aceitar a modernização, o presidente da junta advertiu que é preciso “lutar contra a extinção deste território no contexto de mudança”, assegurando em primeira instância a manutenção de equipamentos básicos inerentes à vida moderna, e atraindo novos residentes e novos investimentos. “Todos temos responsabilidades individuais e colectivas na construção do nosso futuro comunitário”, lembrou, revelando que uma das referências e exemplo da freguesia é Claudino Alves de Almeida que “com uma visão estratégica defendeu um objectivo comum de promoção para a sua gente”.
Já o coordenador do tema “Referências”, António Simões, abordou esta temática do ponto de vista científico, contando que “é a partir da cultura que as referências são construídas”, e realçando que “falar em referências significa dirigir o olhar para uma identidade da região e para os seus habitantes”, desde a paisagem, fazeres e saberes, crenças e hábitos.
No uso da palavra, o Director Regional da Cultura do Centro frisou que “todos nós nos sentimos ligados a alguma coisa que já passou mas que não morreu”, sendo que “pessoas, mas também objectos, instituições, colectividades, receitas ou tradições do pai e da mãe, já faleceram, mas não morreram”. “Compete aqueles que vêm depois transformar e enriquecer a ideia ou projecto que pôs em movimento qualquer coisa”, afirmou António Pedro Pita, explicando que “se nos limitarmos a fazer as coisas como foram feitas uma vez, morrem e tornam-se desinteressantes”.
Desta forma, “a melhor maneira de ser fiel às origens é transformar”, defendeu, esclarecendo, no entanto, que se aceitam transformações por exemplo ao nível da praia fluvial de Alvares mas “deitar abaixo o pelourinho ou deixar de fazer o bucho não”. “A cultura também é isto, não são só os livros, a pintura, música ou cinema”, sustentou o dirigente da Direcção Regional de Cultura do Centro, acrescentando que a cultura é ainda “a capacidade de nos entendermos sem falarmos a língua dos outros”.
Em representação da Câmara Municipal de Góis, a vereadora Helena Moniz, considerando “interessante” a escolha do tema desta Jornada Cultural da freguesia de Alvares, recordou que “todos nós ao longo da nossa vida temos as nossas referências, sejam elas familiares, sociais, culturais, e até geográficas”. Alegando que existem referências individuais e colectivas, ou seja, “aquelas que moldam a nossa maneira de ser” e “aquelas que estão relacionadas com a memória colectiva”, a vereadora da Cultura defendeu que “é importante relembrar e reavivar memórias do passado e delas retirar ensinamentos”. “Seja qual for o nosso caminho de vida, pautemo-nos sempre por referências que acreditamos serem as melhores”, aconselhou.
É de salientar que o presidente da Comissão de Melhoramentos de Alvares propôs-se a falar sobre os novos residentes, “aqueles que não tendo qualquer referências do local encontraram razões fortes para apoiar essa decisão”, estando muitas vezes na origem da mesma as frequentes visitas à freguesia, bem como “a conjugação com a capacidade financeira, possibilidade entre compra e rendimento, garantia dos serviços básicos, taxas e burocracia municipais”. Dando como exemplo de novos residentes em Góis, Maria de Lurdes Castanheira e o Padre Ramiro Moreira, António Rui salientou que os novos habitantes têm um impacto económico positivo na região, para além de contribuirem para a diminuição da desertificação, e influenciarem a cultura e a educação dos habitantes. Contudo, “para trazer novos residentes precisamos do Marketing”, sustentou, questionando se “será que a população está receptiva a recebê-los?”.
O presidente da Comissão de Melhoramentos de Cortes encerrou este debate, realçando que os participantes nesta Jornada Cultural sairam “mais ricos” desta iniciativa. Contando que Claudino Alves de Almeida é também uma das suas referências, João Manuel Antão referiu que a água “marca a freguesia”, já que as povoações estão ligadas por uma linha de água. Deixando o apelo para que as comunidades se unam, o dirigente desta colectividade anunciou que a V Jornada Cultural da freguesia de Alvares deverá realizar-se em 2011, em Alvares.
in www.rcarganil.com
Refira-se que nesta Jornada Cultural participaram várias entidades, nomeadamente o Director Regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, a vereadora Helena Moniz, em representação da Câmara Municipal de Góis, o presidente da junta de freguesia de Alves, Victor Duarte, os dirigentes das Comissões de Melhoramentos de Alvares e de Cortes, António Rui e João Manuel Antão, respectivamente, o coordenador do tema “Referências”, António Simões, tendo sido convidada também Maria de Lurdes Castanheira.
O dia de sábado começou com a apresentação de uma exposição fotográfica e etnográfica na Casa de Cultura e Recreio Claudino Alves de Almeida, seguindo-se uma dissertação das crianças do pré-escolar e a actuação do Grupo de Cantares de Cortes que animou esta iniciativa ao longo do dia. Durante a manhã, decorreu o painel de debate sobre o tema “Referências” que culminou com um almoço volante no espaço da antiga escola primária de Cortes. Coube ao presidente da junta de freguesia de Alvares abrir a sessão, começando por enaltecer que esta Jornada Cultural é “um momento digno e de grande dinamismo para a freguesia”.
“As populações orgulham-se do seu passado, preservando-o e divulgando-o através dos diferentes projectos que foram concretizando”, referiu, exemplicando que os Núcleos Museológicos da Casa do Ferreiro e de Arte Sacra “testemunham a herança sociocultural desta comunidade”. Por outro lado, “a valorização e dignificação do fuste do nosso Pelourinho revalidam o peso da História”, sustentou Victor Duarte, acrescentando que é necessário “apostar nos bens naturais que temos”, nomeadamente no que respeita à Ribeira do Sinhel. O presidente da junta de freguesia de Alvares destacou ainda que outra das referências identitárias da freguesia é “o Bucho recheado à moda de Alvares que durante muitos anos foi o primeiro prato gastronómico da Região de Turismo do Centro”.
Salientando que a comunidade alvarense resultou do “encontro de vontades”, Victor Duarte garantiu que mantém as suas potencialidades porque “é um território com capacidade de atracção, com potencialidades turísticas, como sejam os recursos hídricos despoluídos, a albufeira do Cabril, a praia fluvial”. “É preciso pensar o presente olhando para o futuro”, apelou, advogando que a freguesia de Alvares “continuará senhora do seu destino se continuar a pensar em si como um mesmo território, onde todos se revêem como comunidade”.
Embora defendendo que é necessário aceitar a modernização, o presidente da junta advertiu que é preciso “lutar contra a extinção deste território no contexto de mudança”, assegurando em primeira instância a manutenção de equipamentos básicos inerentes à vida moderna, e atraindo novos residentes e novos investimentos. “Todos temos responsabilidades individuais e colectivas na construção do nosso futuro comunitário”, lembrou, revelando que uma das referências e exemplo da freguesia é Claudino Alves de Almeida que “com uma visão estratégica defendeu um objectivo comum de promoção para a sua gente”.
Já o coordenador do tema “Referências”, António Simões, abordou esta temática do ponto de vista científico, contando que “é a partir da cultura que as referências são construídas”, e realçando que “falar em referências significa dirigir o olhar para uma identidade da região e para os seus habitantes”, desde a paisagem, fazeres e saberes, crenças e hábitos.
No uso da palavra, o Director Regional da Cultura do Centro frisou que “todos nós nos sentimos ligados a alguma coisa que já passou mas que não morreu”, sendo que “pessoas, mas também objectos, instituições, colectividades, receitas ou tradições do pai e da mãe, já faleceram, mas não morreram”. “Compete aqueles que vêm depois transformar e enriquecer a ideia ou projecto que pôs em movimento qualquer coisa”, afirmou António Pedro Pita, explicando que “se nos limitarmos a fazer as coisas como foram feitas uma vez, morrem e tornam-se desinteressantes”.
Desta forma, “a melhor maneira de ser fiel às origens é transformar”, defendeu, esclarecendo, no entanto, que se aceitam transformações por exemplo ao nível da praia fluvial de Alvares mas “deitar abaixo o pelourinho ou deixar de fazer o bucho não”. “A cultura também é isto, não são só os livros, a pintura, música ou cinema”, sustentou o dirigente da Direcção Regional de Cultura do Centro, acrescentando que a cultura é ainda “a capacidade de nos entendermos sem falarmos a língua dos outros”.
Em representação da Câmara Municipal de Góis, a vereadora Helena Moniz, considerando “interessante” a escolha do tema desta Jornada Cultural da freguesia de Alvares, recordou que “todos nós ao longo da nossa vida temos as nossas referências, sejam elas familiares, sociais, culturais, e até geográficas”. Alegando que existem referências individuais e colectivas, ou seja, “aquelas que moldam a nossa maneira de ser” e “aquelas que estão relacionadas com a memória colectiva”, a vereadora da Cultura defendeu que “é importante relembrar e reavivar memórias do passado e delas retirar ensinamentos”. “Seja qual for o nosso caminho de vida, pautemo-nos sempre por referências que acreditamos serem as melhores”, aconselhou.
É de salientar que o presidente da Comissão de Melhoramentos de Alvares propôs-se a falar sobre os novos residentes, “aqueles que não tendo qualquer referências do local encontraram razões fortes para apoiar essa decisão”, estando muitas vezes na origem da mesma as frequentes visitas à freguesia, bem como “a conjugação com a capacidade financeira, possibilidade entre compra e rendimento, garantia dos serviços básicos, taxas e burocracia municipais”. Dando como exemplo de novos residentes em Góis, Maria de Lurdes Castanheira e o Padre Ramiro Moreira, António Rui salientou que os novos habitantes têm um impacto económico positivo na região, para além de contribuirem para a diminuição da desertificação, e influenciarem a cultura e a educação dos habitantes. Contudo, “para trazer novos residentes precisamos do Marketing”, sustentou, questionando se “será que a população está receptiva a recebê-los?”.
O presidente da Comissão de Melhoramentos de Cortes encerrou este debate, realçando que os participantes nesta Jornada Cultural sairam “mais ricos” desta iniciativa. Contando que Claudino Alves de Almeida é também uma das suas referências, João Manuel Antão referiu que a água “marca a freguesia”, já que as povoações estão ligadas por uma linha de água. Deixando o apelo para que as comunidades se unam, o dirigente desta colectividade anunciou que a V Jornada Cultural da freguesia de Alvares deverá realizar-se em 2011, em Alvares.
in www.rcarganil.com
7 Comments:
A LULU VIVE ONDE? SERÁ NA CASA DA QUINTA DO BAIÃO? VÃO VER SE ELA JÁ A PÔS EM SEU NOME VIA ADIBER :)
Dando como exemplo de novos residentes em Góis, Maria de Lurdes Castanheira e o Padre Ramiro Moreira, António Rui salientou que os novos habitantes têm um impacto económico positivo na região, para além de contribuirem para a diminuição da desertificação, e influenciarem a cultura e a educação dos habitantes.
E OS QUE FUGIRAM DE GOIS, SÃO BEM MAIS, MARKTING MEUS SENHORES MARKTING... POSSO RIR-ME???
Vejam bem que exemplos de "novos" habitantes. Há pelo menos uma vantagem: pelo que se sabe não vão deixar descêndencia...
E tu que falas em descêndencia és a tristeza dos teus pais... é a vida.
Ramiro Moreira e Lurdes Castanheira?! Venham mais cinco.
Olha lá ó meu totó, para que é queres mais cinco? Queres mais cinco Adiberes? Ou mais cinco padres Ramiro? Pois olha que veio só um exemplar de cada e chegam bem para chatear quem cá anda! Mas atenção, não se deve confundir o Padre com a Lulu. Para além de ambos para cá terem vindo ganhar a vida, e de ambos gostarem mais de dinheiro do que de almas, e de ambos não deixarem descendência, e de ambos fazerem parte da direcção do Lar de Alvares, não têm mais nada em comum. Embora concorde que o que têm já é demais. Além disso, conforme o interesse do momento, cada um é de seu partido. O padre dizem que gosta do PSD, a Lulu agora "gosta muito" do PS...
AH E GOSTOU EM TEMPOS DO "MEMBRO" DO PS
Olha lá, e que tens com isso? Também querias, não? Tivesses pedido, nunca se sabe se não tinhas sorte. Pelo que sei, marchava tudo...
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