sábado, 6 de dezembro de 2008

Confude-se a Estrada da Beira com a Beira da Estrada

Existem tantas formas para chegar até Góis. O que é certo é que as curvas são inevitáveis, a certa altura, seja qual for o percurso escolhido.
Há coisas que realmente me espantam. Como é possível, após tanto trabalho cerebral, as ideias para dar a Góis algum progresso ficarem-se apenas pela anulação de curvas de uma estrada?
A vila de Góis está situada numa região montanhosa, "num vale estreito e profundo", o Vale do Ceira. Por isso, é natural, e quase me parece óbvio que, para lá chegar, seja preciso percorrer algumas estradas em forma de "S". Anular algumas destas curvas comportaria alguns gastos que me parecem ser mais necessários para outras preocupações. Além de que, a perda de Fauna e Flora me assusta só de pensar nessa ideia.
É certo que o estado de algumas vias e a sinalização das mesmas, em certos pontos específicos, se encontram em desgaste. Aí sim, talvez seja viável e imprescindível melhorar.
Por outro lado, e voltando ao cerne da questão, não me parece que o progresso de Góis, neste momento, dependa do corte de algumas curvas do seu acesso. A vila de Góis precisa de dinamização, precisa de medidas que fixem nela população; Precisa sobretudo de jovens e para isso são necessárias oportunidades de estudo e de trabalho, que lhes permitam ter uma boa formação e vontade de ficar.
Góis precisa de ser lembrado não só durante o Verão mas também no Inverno, porque Góis vive em qualquer altura do ano.
Se as soluções para os problemas de Góis passam apenas pelas suas belas curvas, não me parece que o conhecimento seja profundo acerca desta vila.
Os sítios mais belos são aqueles em que os acessos não são tão fáceis e é por isso que se tornam únicos. Para se chegar ao belo botão de uma rosa atravessam-se alguns espinhos.
Inês Sofia Antunes
in O Varzeense, de 30/11/2008

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