sábado, 6 de dezembro de 2008

Vila Nova do Ceira - A Fonte da Regada

Desaforo, irresponsabilidade ou mau gosto?!

Esta fonte era muito antiga e abastecia deste precioso líquido os lugares de Serejal, a Regada, a Barreira, o Álamo e o Fundo da Rua. Ainda há cerca de cinquenta anos, foi reparada e fixada na sua parede principal, uma placa de mármore em honra de alguém cujo nome desconhecemos. Ultimamente todos os materiais que compunham este fontanário desapareceram, entre eles: os degraus em cantaria que serviam de escada para ir encher a água à bica moldada por artista canteiro e a dita lápide. Nunca nos constou que algum responsável pela coisa pública queixar-se da falta destes valores.
Mas o mais importante neste momento é que o que foi o chafariz da Regada é hoje um poço nojento, a céu aberto, sem qualquer resguardo com alguns metros de profundidade, junto de uma estrada nacional de grande movimento. Se alguém, velho ou novo, por qualquer motivo ali cair, morre no meio de uma imundície porque não consegue sair de lá com vida. Sem mais delongas perguntamos: quando se der alguma desgraça, que pode acontecer quando menos se esperar, quem vai ser responsabilizado por este acidente que há muito está à vista?
Mas as misérias nesta sítio, não ficam por aqui... Abismo, precipício escancarado, mistério, tudo que é imenso assombroso, inferno está aqui consumado. Mesmo ao lado, encontra-se um poço roto de grande dimensão coberto por uma placa em cimento e um enorme silveiral e outros arbustos para onde são canalizados todos os esgotos do saneamento básico existentes em Vila Nova do Ceira. Ele está a verter dia e noite para o rio Sótão, que vai desaguar a poucos metros de distância no Rio Ceira que por sua vez se encaminha para o Rio Mondego, depois de poluir as praias fluviais que encontra no caminho.
Este gravíssimo foco de poluição que está a substituir uma ETAR condigna, há tanto tempo prometida... Sem qualquer espécie de tratamento ou desinfecção é um atentado claro contra a saúde pública de grande importância sanitária na zona centro de Portugal. E os Delegados de Saúde Pública, e os deputados à Assembleia da República, qual é o seu papel nesta Região? E o Ministério da Saúde? O que faz toda esta gente a quem nós pagamos chorudos ordenados?
Vamos entregar este problema à Assembleia da República através dos nossos deputados.
António Fernandes
in Jornal de Arganil, de 4/12/2008

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