Vila Nova do Ceira: O sector apícola esteve em debate
Promovido pela Cooperativa Silvo Agro-Pecuária, realizou-se na passada sexta-feira, 16, na sua sede, um workshop de apicultura, que contou com a presença de diversos especialistas da área apícola. Este encontro visou informar os interessados dos programas existentes para apoiar a actividade, bem como dos apoios à formação profissional.
Deu início à sessão, Helena Pedruco, representante da Câmara Municipal de Góis, que frisou a satisfação da autarquia pela realização da iniciativa, referindo que esta se traduz num “contributo ao incentivo da apicultura do concelho”. Sendo o município, a entidade promotora do mel com DOP, mel Serra da Lousã, a responsável lembrou que anualmente, no dia 1 de Novembro, o município “disponibiliza um pavilhão para a venda, divulgação e incentivo ao consumo do mel e demais aproveitamentos da exploração apícola onde são promovidos”, premiando as melhores apresentações do produto, assim como toda a doçaria confeccionada à base do mel e frutos secos.
"Os apicultores devem associar-se, há já estruturas criadas para isso e devem ser aproveitadas" (representante da DRA do Centro)
Por sua vez, o engenheiro Ulisses, em representação da DRA do Centro (Direcção Regional de Agricultura), recordou a existência remota da utilização do mel e benefícios. "Há cerca de 5000 mil anos A.C. já se utilizava o mel", disse, salientando a importância dos produtos advindos da colmeia, tais como "o mel, o pólen, a geleia real" e até do próprio veneno que, tal como disse, "pode ser utilizado como medicamento". Para além dos produtos que resultam da própria actividade apícola, o engenheiro sublinhou a importância da apicultura quer ao nível da agricultura quer ao nível da agricultura, quer ao nível da silvicultura "pela sua própria polinização".
A apicultura que para muitos é encarada como um hobbie, também para outros é uma actividade profissional, onde daí retiram a sua subsistência e riqueza. O especialista falou que quer para uns quer para os outros, ambos devem estar conscientes das regras fixadas em legislação própria, observando "as condições higiénico-sanitárias, quer ao nível do apiário, quer ao nível das salas de extracção". "Há determinadas formalidades que não podem ser esquecidas", alvitrou o responsável, alertando os apicultores para a questão dos "registos obrigatórios, da apresentação anual da declaração de existências", lembrando a aproximação do mês de Junho, período obrigatório para a declaração de existências.
Segundo o responsável da DRA do Centro, o Estado através dos programas que tem encara a apicultura como uma "actividade muito importante", referiu, informando que existe um programa sanitário e um programa apícola nacional. O primeiro mais voltado para a parte da sanidade, e o apico-nacional numa perspectiva da melhoria das condições de produção e comercialização dos produtos ligados à apicultura. Finalizando a sua intervenção, destacou a importância do "associativismo agrícola", reforçando que só unidos é que os apicultores poderão pensar na apicultura como uma actividade económica e em termos de mercado. "Os apicultores devem associar-se, há já estruturas criadas para isso e devem ser aproveitadas", concluiu.
As "cooperativas não podem trabalhar individualmente, têm que começar a dar as mãos" (presidente da Fenafloresta)
Também Francisco Vasconcelos, presidente da Fenafloresta - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais, reconheceu a grande importância da actividade apícola, referindo que hoje se discute muito o sector cooperativo. "diz-se que o modelo cooperativo tem que ser alterado", que comparou "se pensarmos o que é uma colmeia e o trabalho das abelhas", talvez nesta arte "consigamos ir beber muita informação aquilo que pretendemos para o sector cooperativo". Não sendo apicultor, mas proprietário de uma exploração agrícola, Francisco Vasconcelos sublinhou o papel das abelhas no processo da polinização "as abelhas são um grande instrumento para fazer a polinização".
Da parte da Fenafloresta, o responsável tem em elaboração um projecto que é a criação de um produto único, "um produto cooperativo", uma vez que entendem que as "cooperativas não podem trabalhar individualmente, têm que começar a dar as mãos".
A Cooperativa Silvo-Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira pretende fomentar o mel como "um produto endógeno de elevado potencial"
Já António Dias, presidente da direcção da Cooperativa Silvo Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira, expôs os objectivos que levaram a associação a organizar a sessão. António Dias lembrou que a Cooperativa que dirige é proprietária de um lagar de azeite, anunciando que neste momento está em condições para poder laborar de acordo com as normas comunitárias, referindo "gostaríamos de rentabilizar as instalações e infra-estruturas do lagar, dando-lhe utilização durante a época em que não está activo" na laboração do azeite.
Outro objectivo da administração da Cooperativa é tentar a curto-médio prazo aumentar a receita, visando a sustentabilidade de um funcionário para esse lagar e para a melaria, licenciar uma sala de extracção ou seja uma melaria colectiva, disponibilizando um número de controlo veterinário. Este número de controlo veterinário, de acordo com o presidente da Cooperativa será utilizado por todos os apicultores que "realizem a extracção do mel nas nossas instalações" o que lhes permitirá comercializar o produto. Outra aspiração pretendida é a realização de cursos de formação profissional de acordo com as necessidades dos apicultores, munindo-os do contacto com métodos inovadores, promovendo e incentivando assim "a instalação de novos apicultores". E por último, a Cooperativa Silvo-Agro-Pecuária pretende fomentar o mel "um produto endógeno de elevado potencial" explorando e valorizando o vasto potencial da região na área apícola.
O workshop contou com a participação de vários especialistas na matéria, dos quais se destacam, Sara Pereira, assessora da direcção da Fenafloresta, que focou a sua intervenção em duas situações essenciais, explanou sobre os apoios comunitários para a fileira apícola e medidas de apoio florestal.
Por sua vez, Cláudia Mendes, coordenadora pedagógica da Confagri, dirigiu a sua intervenção para as questões relacionadas com a qualificação profissional da área da apicultura, respectivos instrumentos de apoio à formação profissional e apresentou os principais resultados obtidos com a formação profissional desenvolvida pela Confagri.
A sessão prolongou-se pela tarde com as intervenções do apicultor, Domingos Alves, com o tema "Apicultura: Perspectivas para o Futuro" e com a participação de um investigador da Universidade de Aveiro, António Queiroz, que abordou o assunto "Conservação e Valorização do Mundo Rural como Factor de Desenvolvimento Sustentável", seguindo-se um debate participado, encerrando os trabalhos com uma prova melífera por todos os intervenientes.
Susana Duarte
in A Comarca de Arganil, de 22/05/2008
Deu início à sessão, Helena Pedruco, representante da Câmara Municipal de Góis, que frisou a satisfação da autarquia pela realização da iniciativa, referindo que esta se traduz num “contributo ao incentivo da apicultura do concelho”. Sendo o município, a entidade promotora do mel com DOP, mel Serra da Lousã, a responsável lembrou que anualmente, no dia 1 de Novembro, o município “disponibiliza um pavilhão para a venda, divulgação e incentivo ao consumo do mel e demais aproveitamentos da exploração apícola onde são promovidos”, premiando as melhores apresentações do produto, assim como toda a doçaria confeccionada à base do mel e frutos secos.
"Os apicultores devem associar-se, há já estruturas criadas para isso e devem ser aproveitadas" (representante da DRA do Centro)
Por sua vez, o engenheiro Ulisses, em representação da DRA do Centro (Direcção Regional de Agricultura), recordou a existência remota da utilização do mel e benefícios. "Há cerca de 5000 mil anos A.C. já se utilizava o mel", disse, salientando a importância dos produtos advindos da colmeia, tais como "o mel, o pólen, a geleia real" e até do próprio veneno que, tal como disse, "pode ser utilizado como medicamento". Para além dos produtos que resultam da própria actividade apícola, o engenheiro sublinhou a importância da apicultura quer ao nível da agricultura quer ao nível da agricultura, quer ao nível da silvicultura "pela sua própria polinização".
A apicultura que para muitos é encarada como um hobbie, também para outros é uma actividade profissional, onde daí retiram a sua subsistência e riqueza. O especialista falou que quer para uns quer para os outros, ambos devem estar conscientes das regras fixadas em legislação própria, observando "as condições higiénico-sanitárias, quer ao nível do apiário, quer ao nível das salas de extracção". "Há determinadas formalidades que não podem ser esquecidas", alvitrou o responsável, alertando os apicultores para a questão dos "registos obrigatórios, da apresentação anual da declaração de existências", lembrando a aproximação do mês de Junho, período obrigatório para a declaração de existências.
Segundo o responsável da DRA do Centro, o Estado através dos programas que tem encara a apicultura como uma "actividade muito importante", referiu, informando que existe um programa sanitário e um programa apícola nacional. O primeiro mais voltado para a parte da sanidade, e o apico-nacional numa perspectiva da melhoria das condições de produção e comercialização dos produtos ligados à apicultura. Finalizando a sua intervenção, destacou a importância do "associativismo agrícola", reforçando que só unidos é que os apicultores poderão pensar na apicultura como uma actividade económica e em termos de mercado. "Os apicultores devem associar-se, há já estruturas criadas para isso e devem ser aproveitadas", concluiu.
As "cooperativas não podem trabalhar individualmente, têm que começar a dar as mãos" (presidente da Fenafloresta)
Também Francisco Vasconcelos, presidente da Fenafloresta - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais, reconheceu a grande importância da actividade apícola, referindo que hoje se discute muito o sector cooperativo. "diz-se que o modelo cooperativo tem que ser alterado", que comparou "se pensarmos o que é uma colmeia e o trabalho das abelhas", talvez nesta arte "consigamos ir beber muita informação aquilo que pretendemos para o sector cooperativo". Não sendo apicultor, mas proprietário de uma exploração agrícola, Francisco Vasconcelos sublinhou o papel das abelhas no processo da polinização "as abelhas são um grande instrumento para fazer a polinização".
Da parte da Fenafloresta, o responsável tem em elaboração um projecto que é a criação de um produto único, "um produto cooperativo", uma vez que entendem que as "cooperativas não podem trabalhar individualmente, têm que começar a dar as mãos".
A Cooperativa Silvo-Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira pretende fomentar o mel como "um produto endógeno de elevado potencial"
Já António Dias, presidente da direcção da Cooperativa Silvo Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira, expôs os objectivos que levaram a associação a organizar a sessão. António Dias lembrou que a Cooperativa que dirige é proprietária de um lagar de azeite, anunciando que neste momento está em condições para poder laborar de acordo com as normas comunitárias, referindo "gostaríamos de rentabilizar as instalações e infra-estruturas do lagar, dando-lhe utilização durante a época em que não está activo" na laboração do azeite.
Outro objectivo da administração da Cooperativa é tentar a curto-médio prazo aumentar a receita, visando a sustentabilidade de um funcionário para esse lagar e para a melaria, licenciar uma sala de extracção ou seja uma melaria colectiva, disponibilizando um número de controlo veterinário. Este número de controlo veterinário, de acordo com o presidente da Cooperativa será utilizado por todos os apicultores que "realizem a extracção do mel nas nossas instalações" o que lhes permitirá comercializar o produto. Outra aspiração pretendida é a realização de cursos de formação profissional de acordo com as necessidades dos apicultores, munindo-os do contacto com métodos inovadores, promovendo e incentivando assim "a instalação de novos apicultores". E por último, a Cooperativa Silvo-Agro-Pecuária pretende fomentar o mel "um produto endógeno de elevado potencial" explorando e valorizando o vasto potencial da região na área apícola.
O workshop contou com a participação de vários especialistas na matéria, dos quais se destacam, Sara Pereira, assessora da direcção da Fenafloresta, que focou a sua intervenção em duas situações essenciais, explanou sobre os apoios comunitários para a fileira apícola e medidas de apoio florestal.
Por sua vez, Cláudia Mendes, coordenadora pedagógica da Confagri, dirigiu a sua intervenção para as questões relacionadas com a qualificação profissional da área da apicultura, respectivos instrumentos de apoio à formação profissional e apresentou os principais resultados obtidos com a formação profissional desenvolvida pela Confagri.
A sessão prolongou-se pela tarde com as intervenções do apicultor, Domingos Alves, com o tema "Apicultura: Perspectivas para o Futuro" e com a participação de um investigador da Universidade de Aveiro, António Queiroz, que abordou o assunto "Conservação e Valorização do Mundo Rural como Factor de Desenvolvimento Sustentável", seguindo-se um debate participado, encerrando os trabalhos com uma prova melífera por todos os intervenientes.
Susana Duarte
in A Comarca de Arganil, de 22/05/2008
Etiquetas: cooperativa, fotografia, vila nova do ceira
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