Estranho fenómeno no meio regionalista
Longe vão os tempos em que os padrões de vida se prolongavam no tempo de modo estável, as carreiras profissionais de desenhavam num sentido definitivo e os ciclos de vida sucediam-se entre o rejuvenescimento e o envelhecimento de forma natural. Com esta previsibilidade, todos os projectos de vida eram programados a médio e a longo prazos, sem grande margem de erro, o que dava estabilidade à marcha lenta duma sociedade dita pacífica.
Hoje, porém, todos os ritmos de vida do cidadão comum foram alterados e com eles as colectivdades regionais também vieram a sofrer profundas mudanças de funcionamento: deixaram de ter actividade e vida organizativa estáveis, parecendo terem perdido a razão de existir. Estas mudanças derivam duma sociedade em acelerada mutação, cujos resultados apresentam sinais de imponderabilidade.
Face a estes pequenos fenómenos sociais, as colectivades, bem ou mal, lá se vão adaptando às novas realidades dum quotidiano que lhes permita prolongar a vida, com o intuito de sobreviverem a esta crise social, no que diz respeito à preservação do sentimento de solidariedade tão característico do nosso regionalismo. Daquele regionalismo que visa defender os interesses da sua aldeia.
Deste modo e há uns tempos a esta parte, vem acontecendo, no Concelho de Góis, regressos às origens das colectividades regionais sedeadas na capital o que, em primeira análise, nos parecia lógico e ajustado, uma vez que ficavam instaladas nos seus redutos onde mais fácil seria zelarem e velarem, de perto, pelo bem comum.
Contudo, e segundo informações que temos vindo a receber, estas decisões não produziram o efeito desejado, antes pelo contrário, relegaram os órgãos sociaisd dessas colectividades para uma apatia tal, que os levou a perderem o fervor tão necessário ao seu desempenho e a ficarem inertes, sem chama, indiferentes. Vá-se lá saber porquê!...
Trata-se dum fenómeno estranho, algo incompreensível, o qual, à primeira vista, não tem explicação lógica, uma vez que as colectividades estão instaladas no lugar de referência, no seu terreno de cultivo, onde podem fazer germinar boa semente com óptimos resultados.
Dentro do seu habitat, o beirão parece ter um comportamento social, contraditório.
Mostra-se mais interessado em tratar apenas do seu quintal, ou engajar-se em lobbys de interesses particulares, contrários aos do bem colectivo da sua aldeia. Isto é muito estranho para quem, à distância, valorizava tanto o seu torrão-natal. Será que a cidadania deixou de ter aplicação?
Ou será que estas organizações só fazem sentido dentro das colónias de migrantes, longe das suas aldeias de origem? Como que a quererem reanimar as pequenas pátrias, semelhantes às das suas memórias que as saudades lhe acarretavam! Que estranho?!
Como se poderá explicar isto?
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 21/02/2008
Hoje, porém, todos os ritmos de vida do cidadão comum foram alterados e com eles as colectivdades regionais também vieram a sofrer profundas mudanças de funcionamento: deixaram de ter actividade e vida organizativa estáveis, parecendo terem perdido a razão de existir. Estas mudanças derivam duma sociedade em acelerada mutação, cujos resultados apresentam sinais de imponderabilidade.
Face a estes pequenos fenómenos sociais, as colectivades, bem ou mal, lá se vão adaptando às novas realidades dum quotidiano que lhes permita prolongar a vida, com o intuito de sobreviverem a esta crise social, no que diz respeito à preservação do sentimento de solidariedade tão característico do nosso regionalismo. Daquele regionalismo que visa defender os interesses da sua aldeia.
Deste modo e há uns tempos a esta parte, vem acontecendo, no Concelho de Góis, regressos às origens das colectividades regionais sedeadas na capital o que, em primeira análise, nos parecia lógico e ajustado, uma vez que ficavam instaladas nos seus redutos onde mais fácil seria zelarem e velarem, de perto, pelo bem comum.
Contudo, e segundo informações que temos vindo a receber, estas decisões não produziram o efeito desejado, antes pelo contrário, relegaram os órgãos sociaisd dessas colectividades para uma apatia tal, que os levou a perderem o fervor tão necessário ao seu desempenho e a ficarem inertes, sem chama, indiferentes. Vá-se lá saber porquê!...
Trata-se dum fenómeno estranho, algo incompreensível, o qual, à primeira vista, não tem explicação lógica, uma vez que as colectividades estão instaladas no lugar de referência, no seu terreno de cultivo, onde podem fazer germinar boa semente com óptimos resultados.
Dentro do seu habitat, o beirão parece ter um comportamento social, contraditório.
Mostra-se mais interessado em tratar apenas do seu quintal, ou engajar-se em lobbys de interesses particulares, contrários aos do bem colectivo da sua aldeia. Isto é muito estranho para quem, à distância, valorizava tanto o seu torrão-natal. Será que a cidadania deixou de ter aplicação?
Ou será que estas organizações só fazem sentido dentro das colónias de migrantes, longe das suas aldeias de origem? Como que a quererem reanimar as pequenas pátrias, semelhantes às das suas memórias que as saudades lhe acarretavam! Que estranho?!
Como se poderá explicar isto?
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 21/02/2008
Etiquetas: adriano pacheco, regionalismo
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