Primeiro acampamento da Alcateia
Não foi fácil escolher o local para onde ir acampar com a malta mais miúda do nosso grupo de escoteiros, não fossem esses elementos pertencentes à "Alcateia". A escolha foi simples, um pouco longíqua, mas muito educativa, fomos ver os lobos à serra de Mafra.
Primeiro foi necessário tirar-se um sábado e percorrer os caminhos para elaborar o programa que pretendíamos fazer com o grupo. Foi a chefe Cristina "akelá" com a Tita Moura que partiram à procura do sítio onde ficar e tudo o que seria necessário para que a viagem fosse feita com sucesso.
As dificuldades foram algumas, mas, como para um grupo de escoteiros, dificuldades não metem medo, foi arregaçar as mangas, trabalhar e as coisas que pareciam difíceis foram de dia para dia superadas e o nosso sonho foi fazendo sentido e tornando-se realidade.
Partiu-se no dia 23 de Março, sexta-feira, por volta das dezoito horas, numa camioneta que nos foi cedida pela Câmara Municipal para levar os nossos meninos até Coimbra, aí eles apanharam um autocarro que alugámos e partiram com destino ao acampamento. Aí já se encontravam a chefe "Akelá" e a chefe Célia com uma carrinha cedida pela Transserrano carregada de mochilas, alimentos, utensílios de cozinha e também as tendas, pois elas tinham partido primeiro, para já terem alguma coisita adiantada para quando o seu pessoal chegasse.
A viagem de autocarro foi engraçada, cantou-se muito, dormiu-se pouco e até houve tempo para quem tivesse improvisado uma mesa e "sacasse" do garfo e faca e do seu belo taperware e comesse como "gente" grande.
A chegada ao acampamento foi por volta das vinte a três horas. Os meninos vinham cheios de energia, felizes e com muita curiosidade. Depois foi dividir a chefia, o Zé Rui e a Tita com os meninos a fazerem jogos, a Cristina e a Silvia a montarem as tendas, a Célia a montar a cozinha e passadas duas horitas estavamos já todos a distribuir leitinho, fazer xi-xi e cama.
Para muitos, era a primeira vez que dormiam em tendas, foram agrupados, em bandos, por tendas. Estavam muito agitados, acendiam e apagavam as lanternas, calavam-se para tentarem ouvir o que a chefia dizia, mas depois de muita brincadeira lá adormeceram à pressa, pois iria haver muita coisa emocionante, para viverem no dia seguinte.
Pelas sete da manhã, o pessoal começou a acordar com as baterias carregadas, e com muita vontade de se divertirem. Foi engraçado vê-los todos em fila com os pratinhos na mão para comerem os seus cereais. Podem crer que fome não passaram. Depois de todos terem enchido bem a barriguinha, seguiu-se a bela caminhada até ao Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, one eles conheceram a história do lobo e apadrinharam o "Zimbro" ficando todos a saber que as histórias do lobo mau, apenas existem nas histórias aos quadradinhos, pois eles, de verdade, até têm medo do homem. Foi interessante ver os meninos super atentos e até notar que havia uma menina que a mãe lhe devia dar de comer enciclopédias em vez de comida, pois "magrita" é, mas com um saber de cultura geral já bastante elevado para a sua idade.
O almoço foi servido no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. De seguida, fomos até à Tapada de Mafra, onde vimos uma natureza muito bela mas, em algumas partes já queimada, vimos porcos-espinhos, javalis. Neste local, foi-lhes também explicado o malefício de fogo, e mostrando as diferenças da vegetação e como é bom e belo preservar a natureza, até porque, os animais também são afectados pela destruição e como seres livres também gostam dos espaços verdes.
Quando pensámos que as baterias dos nossos "lobitos" estavam completamente gastas, foi interessante vê-los chegar ao acampamento e começaram a jogar futebol, no campo onde tinhamos as tendas. depois do jantar houve direito a uma "lambarice", tinhamos feito gelatina e todos comeram. Cada um lavou e arrumou o seu pratinho, mas ainda houve tempo para fazer um Fogo-Conselho onde se contaram anedotas, se leu uma história e se chamou a atenção para algumas regras que não estavam a ser cumpridas.
No domingo, quando acordámos e nos estavamos a arranjar, apareceu-nos um elemento com uma carita ensonada que vinha para vir fazer xi-xi, mas rapidamente lhe pedimos que fosse acordar todo o pessoal do acampamento, pois já estava na hora. Ela primeiro não acreditou, mas foi obrigada a acreditar, pois, um escoteiro está sempre pronto a ajudar e não mente. A sua ajuda era mesmo necessária. Rapidamente se lhe abriram bem os olhos e ela saltou a correr para as tendas a fim de acordar o pessoal.
Depois foi uns a desmanchar tendas, outros a fazerem e darem pequenos-almoços e lavarem as louças, porque rapidamente se apressavam as horas do combóio. Como ainda era distante o apeadeiro onde íamos apanhar o combóio e só tinhamos uma carrinha para levar as crianças até lá, a Cristina fez o trajecto por diversas vezes e lá levámos as crianças em cadeirinhas e em segurança.
No apeadeiro abrimos a bandeira de Portugal, cantámos o Hino Nacional e o nosso Hino. As crianças regressaram de combóio até Coimbra, mas para se fazer esse trajecto foram obrigados a mudar várias vezes, pois o dinheiro era pouco, e foi mesmo no regional que se viajou, mas sinceramente foi engraçado vê-los correr de combóio para combóio com as mochilas às costas, mas sempre em brincadeira pegada.
De Coimbra até Góis, regressaram na camioneta da Câmara Municipal, que os esperava na estação. Vinham felizes, contentes e cá já estava a carrinha novamente carregada de mochilas para entregar. A carrinha tinha sido trazida pela Chefe Célia, pois o Zé Rui que é um escoteiro "SEMPRE PRONTO", tinha cá uma outra missão a cumprir na Banda Filamónica de Góis.
Apesar da entrega dos "Lobitos" aos seus pais estar feita, a história e o trabalho do acampamento ainda não tinha terminado: no sábado seguinte foi o dia de lavar e esticar, no terraço da "avó Deolinda", as tendas, e no domingo dobrá-las e arrumá-las para as entregar à Trans Serrano, que nos as houvera cedido, por todos aqueles dias.
Queremos agardecer a todas as pessoas que nos apoiaram nesta actividade, à Câmara Municipal de Góis pela cedência da camioneta que nos ajudou no transporte, à Junta de Freguesia de Góis pelo subsídio que nos deu um bom jeito para os pagamentos dos transportes: camionetas e bilhetes de combóio. À Trans Serrano agradecemos pela colaboração, pela carrinha e pelas tendas. Muito obrigado!
Esta foi mais uma aventura, de entre as muitas, que esperamos vir a realizar.
Célia Sanches
in O Varzeense, de 30/04/2007
Primeiro foi necessário tirar-se um sábado e percorrer os caminhos para elaborar o programa que pretendíamos fazer com o grupo. Foi a chefe Cristina "akelá" com a Tita Moura que partiram à procura do sítio onde ficar e tudo o que seria necessário para que a viagem fosse feita com sucesso.
As dificuldades foram algumas, mas, como para um grupo de escoteiros, dificuldades não metem medo, foi arregaçar as mangas, trabalhar e as coisas que pareciam difíceis foram de dia para dia superadas e o nosso sonho foi fazendo sentido e tornando-se realidade.
Partiu-se no dia 23 de Março, sexta-feira, por volta das dezoito horas, numa camioneta que nos foi cedida pela Câmara Municipal para levar os nossos meninos até Coimbra, aí eles apanharam um autocarro que alugámos e partiram com destino ao acampamento. Aí já se encontravam a chefe "Akelá" e a chefe Célia com uma carrinha cedida pela Transserrano carregada de mochilas, alimentos, utensílios de cozinha e também as tendas, pois elas tinham partido primeiro, para já terem alguma coisita adiantada para quando o seu pessoal chegasse.
A viagem de autocarro foi engraçada, cantou-se muito, dormiu-se pouco e até houve tempo para quem tivesse improvisado uma mesa e "sacasse" do garfo e faca e do seu belo taperware e comesse como "gente" grande.
A chegada ao acampamento foi por volta das vinte a três horas. Os meninos vinham cheios de energia, felizes e com muita curiosidade. Depois foi dividir a chefia, o Zé Rui e a Tita com os meninos a fazerem jogos, a Cristina e a Silvia a montarem as tendas, a Célia a montar a cozinha e passadas duas horitas estavamos já todos a distribuir leitinho, fazer xi-xi e cama.
Para muitos, era a primeira vez que dormiam em tendas, foram agrupados, em bandos, por tendas. Estavam muito agitados, acendiam e apagavam as lanternas, calavam-se para tentarem ouvir o que a chefia dizia, mas depois de muita brincadeira lá adormeceram à pressa, pois iria haver muita coisa emocionante, para viverem no dia seguinte.
Pelas sete da manhã, o pessoal começou a acordar com as baterias carregadas, e com muita vontade de se divertirem. Foi engraçado vê-los todos em fila com os pratinhos na mão para comerem os seus cereais. Podem crer que fome não passaram. Depois de todos terem enchido bem a barriguinha, seguiu-se a bela caminhada até ao Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, one eles conheceram a história do lobo e apadrinharam o "Zimbro" ficando todos a saber que as histórias do lobo mau, apenas existem nas histórias aos quadradinhos, pois eles, de verdade, até têm medo do homem. Foi interessante ver os meninos super atentos e até notar que havia uma menina que a mãe lhe devia dar de comer enciclopédias em vez de comida, pois "magrita" é, mas com um saber de cultura geral já bastante elevado para a sua idade.
O almoço foi servido no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. De seguida, fomos até à Tapada de Mafra, onde vimos uma natureza muito bela mas, em algumas partes já queimada, vimos porcos-espinhos, javalis. Neste local, foi-lhes também explicado o malefício de fogo, e mostrando as diferenças da vegetação e como é bom e belo preservar a natureza, até porque, os animais também são afectados pela destruição e como seres livres também gostam dos espaços verdes.
Quando pensámos que as baterias dos nossos "lobitos" estavam completamente gastas, foi interessante vê-los chegar ao acampamento e começaram a jogar futebol, no campo onde tinhamos as tendas. depois do jantar houve direito a uma "lambarice", tinhamos feito gelatina e todos comeram. Cada um lavou e arrumou o seu pratinho, mas ainda houve tempo para fazer um Fogo-Conselho onde se contaram anedotas, se leu uma história e se chamou a atenção para algumas regras que não estavam a ser cumpridas.
No domingo, quando acordámos e nos estavamos a arranjar, apareceu-nos um elemento com uma carita ensonada que vinha para vir fazer xi-xi, mas rapidamente lhe pedimos que fosse acordar todo o pessoal do acampamento, pois já estava na hora. Ela primeiro não acreditou, mas foi obrigada a acreditar, pois, um escoteiro está sempre pronto a ajudar e não mente. A sua ajuda era mesmo necessária. Rapidamente se lhe abriram bem os olhos e ela saltou a correr para as tendas a fim de acordar o pessoal.
Depois foi uns a desmanchar tendas, outros a fazerem e darem pequenos-almoços e lavarem as louças, porque rapidamente se apressavam as horas do combóio. Como ainda era distante o apeadeiro onde íamos apanhar o combóio e só tinhamos uma carrinha para levar as crianças até lá, a Cristina fez o trajecto por diversas vezes e lá levámos as crianças em cadeirinhas e em segurança.
No apeadeiro abrimos a bandeira de Portugal, cantámos o Hino Nacional e o nosso Hino. As crianças regressaram de combóio até Coimbra, mas para se fazer esse trajecto foram obrigados a mudar várias vezes, pois o dinheiro era pouco, e foi mesmo no regional que se viajou, mas sinceramente foi engraçado vê-los correr de combóio para combóio com as mochilas às costas, mas sempre em brincadeira pegada.
De Coimbra até Góis, regressaram na camioneta da Câmara Municipal, que os esperava na estação. Vinham felizes, contentes e cá já estava a carrinha novamente carregada de mochilas para entregar. A carrinha tinha sido trazida pela Chefe Célia, pois o Zé Rui que é um escoteiro "SEMPRE PRONTO", tinha cá uma outra missão a cumprir na Banda Filamónica de Góis.
Apesar da entrega dos "Lobitos" aos seus pais estar feita, a história e o trabalho do acampamento ainda não tinha terminado: no sábado seguinte foi o dia de lavar e esticar, no terraço da "avó Deolinda", as tendas, e no domingo dobrá-las e arrumá-las para as entregar à Trans Serrano, que nos as houvera cedido, por todos aqueles dias.
Queremos agardecer a todas as pessoas que nos apoiaram nesta actividade, à Câmara Municipal de Góis pela cedência da camioneta que nos ajudou no transporte, à Junta de Freguesia de Góis pelo subsídio que nos deu um bom jeito para os pagamentos dos transportes: camionetas e bilhetes de combóio. À Trans Serrano agradecemos pela colaboração, pela carrinha e pelas tendas. Muito obrigado!
Esta foi mais uma aventura, de entre as muitas, que esperamos vir a realizar.
Célia Sanches
in O Varzeense, de 30/04/2007
Etiquetas: escuteiros, góis
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