quarta-feira, 2 de maio de 2007

À beira do abismo, de Abílio Bandeira Cardoso

Vagueio em rotas de mantas rotas, esventradas
No mato, mato ou deixo morrer
Sonhos ensonados, sem alento

Alimento alimentos desnutridos
Assumo o sumo de uma alma inerte
E não vivo

Morro nesse morro que criei,
Cria que não queria mas mantenho,
E não vivo

Choro o choro que me não pertence
Grito um grito que não é meu
E não morro

Abílio Bandeira Cardoso

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