quarta-feira, 28 de março de 2007

Movimento cívico analisa crise política

O fecho do SAP, as acessibilidades e o turismo foram os temas em destaque na sessão-debate que o Movimento Cívico “Cidadãos por Góis” promoveu na Casa do Artista.

O Movimento Cívico “Cidadãos por Góis” completa os primeiros seis meses de actividade. Segunda-feira, promoveu, na Casa do Artista, uma reunião para debater os principais problemas do concelho, concretamente, o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), as vias de comunicação e o tipo de turismo que se pretende implementar.
Chris Yates-Smith, da firma Probus Sigma, com sede em Góis, deu a conhecer a sua experiência como empresário, actuando ao nível mundial. Para Góis, anunciou que tem em curso os estudos relativos a uma candidatura ao programa Agenda 21 das Nações Unidas. Um elemento do movimento cívico referiu que estes estudos são uma oferta da Probus Sigma, que pretende materializar um projecto de desenvolvimento no concelho. “Dada a experiência da firma Probus Sigma, do interesse e experiência do sr. Chris, e do facto de viver entre nós, acreditamos que este projecto possa ser uma pequenina luz ao fundo do túnel”, defende.
Tratou-se de um debate “bastante participado”, uma vez que “não é tradição nacional haver muita participação”, revelou, ao DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente de direcção do Movimento “Cidadãos por Góis”. José Barros enalteceu a presença de jovens, que “geralmente não estão muito ligados a este tipo de encontros” e defendeu ser necessário que “as pessoas tragam para a praça pública os seus problemas”, de forma a “procurar novos caminhos e ideias”.
A iniciativa visou, ainda, tomar conhecimento dos problemas sentidos pela população, para que “se tente encontrar uma solução”. “Este movimento não tem cor partidária, não está, nem será nunca colocado ao serviço de qualquer partido”, frisou, no início do debate, José Barros, pedindo que as ideias fossem formuladas “com um sentido estritamente apartidário”.

A Quinta do Baião e as queixas
O presidente do movimento referiu-se, depois, à “grave crise política” no concelho, sublinhando que “não se refere às normais querelas entre políticos e partidos”. “Para nós, grave crise política é o facto de ver que um assunto como o da Quinta do Baião, que a câmara adquiriu por elevada soma, andar há sete ou oito anos sem ter uma solução condigna”, sustentou. Também o facto de “ouvir um vereador, em plena sessão da câmara, dizer que não tem o apoio da sua concelhia” e saber de “acontecimentos que visam enfraquecer um partido e preparar a ascensão do seu opositor”.
Em contrapartida, para José Barros, “normalidade política” é “ver os responsáveis políticos colaborarem entre si, ouvirem a sociedade civil, estarem atentos ao que os seus pares fazem noutros municípios, serem combativos e frontais no diálogo com o poder central”. Para além disso, “é também ver uma oposição coesa, bem estruturada e vigilante, que critica quando entende criticar e apoia quando algo é bom e construtivo”, sublinhou, apelando aos participantes neste debate que sejam “imbuídos de um espírito construtivo”, propondo soluções positivas, com ideias criativas e “jamais” com um espírito de “bota abaixo”.
Após o debate, e ao DIÁRIO AS BEIRAS, José Barros referiu que o movimento vai implementar um conjunto de reuniões com as restantes freguesias do concelho de Góis, porque “os problemas são diferentes da vila, de algumas aldeias, e de uma aldeia para outra”. “Queremos fazer uma auscultação directa das populações e saber quais os seus problemas e sermos, algumas vezes, porta-voz desses problemas”, acrescentou.
Relativamente aos seis meses do movimento cívico, José Barros faz um balanço positivo, revelando que, desde a sua criação, foi feito um portal que “vai apontando pistas e soluções para determinados problemas”, uma acção que pretende contribuir para a formação da opinião pública, bem como “interessar as pessoas pelos seus problemas”.
in Diário As Beiras, de 28/03/2007

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