quarta-feira, 28 de março de 2007

ARS Centro garante que SAP só fecham com "condições alternativas"

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro afirmou ontem que na região os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) “não serão encerrados sem existirem condições alternativas” para o atendimento dos doentes. Condições que, de acordo com Fernando Regateiro, passam pela alteração do horário de funcionamento dos centros de saúde, que ficarão abertos até mais tarde, de modo a atender as situações agudas, nomeadamente através da criação de Unidades de Saúde Familiar, e pela reorganização da rede de urgências e de transportes.
Dentro desses pressupostos, Fernando Regateiro admite que serão efectuadas alterações no funcionamento dos centros de saúde – alargamento do horário até à noite e encerramento do SAP – nas unidades situadas a menos de meia hora de caminho de uma urgência médico-cirúrgica, desde que estejam reunidas as condições para o transporte de doentes nas situações urgentes e emergentes.
Nos casos em que a urgência médico-cirúrgica fica a mais de meia hora de distância “será necessário assegurar que existe um conjunto de respostas antes de se avançar para as alterações de funcionamento dos centros de saúde”, como por exemplo o transporte e a reorganização das urgências, acentuou o presidente da ARS Centro, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS.

Lista desactualizada
Fernando Regateiro reagia à divulgação, pela TVI, de uma lista do Ministério da Saúde sobre os SAP que serão encerrados, mas datada de 2006. “Essa lista está desactualizada, não tem valor nenhum e aponta como serviços a encerrar alguns que já não estão em funcionamento”, reiterou o médico.
“Levamos as coisas muito a sério”, sublinhou ainda Fernando Regateiro, afirmando que antes de qualquer alteração a efectuar no funcionamento dos centros de saúde haverá “diálogo prévio com os autarcas, para identificação das necessidades”. Como aconteceu recentemente na Guarda, exemplifica o responsável, onde, “quando se analisavam as condições que existiam se verificou que havia dificuldades em ter tripulação para uma ambulância no Sabugal, pelo que se decidiu adiar as alterações até estarem reunidas as condições”.
Fernando Regateiro frisa ainda que “hoje muitos dos SAP instalados em localidades distantes já não funcionam durante a noite, porque não existem recursos humanos suficientes”, como acontece por exemplo nos casos de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Penedono. “A manter-se a actual situação, com o funcionamento dos SAP, que não são uma verdadeira urgência, os cuidados de saúde vão progressivamente degradar-se”, afirmou, defendendo que, em alternativa, “é preciso melhorar a qualidade e equidade da assistência dentro dos centros de saúde”.
Na região Centro encerraram os SAP do Centro de Saúde Norton de Matos (Coimbra), Penacova, Condeixa-a-Nova, Vila Nova de Poiares, Soure, Montemor-o-Velho, Penela, Lousã, Miranda do Corvo, Mealhada, Aveiro, Vagos, Santa Maria da Feira, Albergaria-a-Velha, do Centro de Saúde Gorjão Henriques (Leiria), da Extensão de Saúde Sangalhos do Centro de Saúde de Anadia e dos centros de saúde da Guarda e de Viseu 3.
in Diário As Beiras, de 28/03/2007

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