segunda-feira, 12 de março de 2007

Imortal, de Abílio Bandeira Cardoso

De mil rosas mil cheiros são um só
De mil amores o sentimento é igual
De mil sofrimentos, lágrima brutal
Que em mil caras rola e arde sem dó

Mil rios de mil moinhos, viva mó
Por mil correntes accionada, és real
Vida tão viva porque és imortal
Pois em vida renasce no neto a avó

Vida una, vida prenhe de nada
Abortas e fecundas em cada alvorada
Interrompes e prossegues a toda a hora

Vida una, vida viva ensanguentada
Pelo parto constante pela vida fora
Como água que empurra perpétua nora

Abílio Bandeira Cardoso