sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Sexo seguro, com Bocage brincando a sério

Temo que, em minha ausência, a desventura
Entre em tua cama, que deixo acesa,
Sem as borrachinhas que são defesa
Da vil maleita que inda não tem cura

Temo que uma singular mordedura
Leve na veia a vida d’asas presa
Esquecida na gaveta da mesa
Que, à cabeceira, mais vida, murmura

Temo, ainda mais por ti que por mim,
Já que o uso sempre, mesmo no “cio”,
Quando a razão não acompanha o sim…

Olhando, cheia, a caixa, no vazio.
Não quero que digas um dia, enfim:
“Era fiel, protegia-me e esqueci-o”

Abílio Bandeira Cardoso

Etiquetas: ,