terça-feira, 21 de novembro de 2006

Vida, de Abílio Bandeira Cardoso

Fumarei fumos de fumaça de esperança
Viverei vidas doutras vidas descrentes
Ausentar-me-ei na ausência dos ausentes
Confiarei em confiantes mares de confiança

Iludirei mil ilusões com perseverança
Cantarei mil fados sem fado emergente
Contentarei a dor de amor descontente
E sorrirei em todos os sorrisos de criança

Dedilharei mil cordas de guitarra com vida
Dançarei mil passos de dança desconhecida
E voarei no voo duma garça sem norte

Por cada dor que haja um dia sofrida
Cantarei mais alto e num tom mais forte
E no momento de morrer sorrirei à morte

Abílio Bandeira Cardoso

Etiquetas: ,