quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Manjão e Vale de Moreiro - Regadio leva água às aldeias

Com a dificuldade dos terrenos e com a aparente falta de água, havia a necessidade de aproveitar a água que estava a ser desperdiçada na Serra do Rabadão. Assim, oito anos depois do início do projecto, foi inaugurado o regadio que serve as duas aldeias, cujo tanque comporta mais de 100 mil litros. Trata-se de uma obra de cerca de 30.000 euros, que vai permitir à população usufruir da água gratuitamente, tendo ainda a mais valia de ser um reforço para o combate a incêndios.
De acordo com o presidente da Junta de Agricultores do Regadio de Manjão e Vale de Moreiro, Manuel Bandeira, com o empreendimento, "é hoje possível regar junto à povoação sem deslocações a poços ou barrocos onde o perigo era eminente". A acrescentar esse facto, as culturas de milho, feijão, batata e os pastos "estão garantidos", pelo menos, "enquanto houver regras e estas forem cumpridas por todos os beneficiários desta infra-estrutura". Importante para a qualidade de vida dos habitantes das duas localidades, o dirigente sustentou ainda ser vital para a preservação da floresta. "A dura realidade dos fogos florestais nesta zona, onde a riqueza passa pela floresta, é associada a este projecto, bem como a defesa das populações, garantindo reservas de água e zonas verdes que servirão de tampão entre a população e a floresta", focou, agradecendo a todos os que contribuíram para o regadio se tornasse uma realidade, entre entidades oficiais e pessoas anónimas. "A construção desta infra-estrutura só foi possível com o empenho de populares que disponibilizaram muitas das suas horas livres de forma voluntária, enfrentando todas as dificuldades e entraves que iam surgindo", sublinhou, designando o dia da inauguração como "memorável" para as aldeias.
A obra foi enaltecida pelo presidente da Câmara e pelo representante da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro. José Girão Vitorino enumerou as vantagens da construção do regadio, como ter água "à porta de casa", ser um motivo de fixação de população, bem como, funcionar como "tampão" no que respeita aos incêndios. "É uma obra que não se vê, por estar enterrada, mas é de grande utilidade para quem dela precisa", frisou. Alcindo Cardoso deu relevo ao impacto económico que o regadio pode ter, em complemento dos outros benefícios enunciados pelos presidentes da Câmara e Junta de Agricultores. Uma das vantagens, disse, "é ter carga natural", pelo que desejou que seja utilizada convenientemente.
in Jornal de Arganil, de 25/09/2008

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