sexta-feira, 20 de junho de 2008

Para quê construir se não se pode usufruir?

Eu, como cidadã de Góis e contribuinte neste município resolvi tomar esta atitude para pedir a quem de direito que corrija uma situação que, quanto a mim, e tenho a certeza que será de opinião de muitos contribuintes também, não está correcta e que precisa de ser olhada com atenção.
Num destes dias, estando eu na paragem do autocarro, à espera deste, em frente aos bombeiros, fui acometida de uma súbita dor de barriga, fiquei muito aflita e não sabia o que fazer. Então lembrei-me que haviam casas de banho logo ali ao lado e depressa me dirigi até lá, mas qual não foi o meu espanto e completo desalento ao verificar que estas se encontravam fechadas. Não queria acreditar no que me estava a acontecer, fiquei ali parada e a sentir-me horrivelmente mal, não imaginam o que sentia, por breves momentos pensei que evacuava ali mesmo, desculpem o termo, tal não aconteceu, mas fui obrigada a fazer a viagem de autocarro na mais pura das aflições, está bem que a viagem não era muito longa, eram apenas 8 km, mas foi sem dúvida nenhuma a viagem mais longa que fiz até hoje, acreditem, não via a hora de chegar a casa.
A mim, felizmente, não aconteceu o pior, mas depois de contar esta minha história a alguém tomei conhecimento de que não fui única, fiquei a saber que também uma senhora ao passar pelo Cerejal foi ela também acometida de uma forte dor de barriga, dirigindo-se de imediato às casas de banho existentes no local, como é óbvio, e também esta senhora "deu com os burros na água", pois estas instalações também se encontravam fechadas. Coitada desta senhora, não teve a mesma sorte que eu, pois ficou toda suja mesmo em frente às casas de banho e não teve outro remédio senão dirigir-se ao rio para ali se lavar, é triste não é? Imaginem só como esta senhora não se sentiu!
Uma outra senhora, também no Cerejal, sentiu uma forte necessidade de urinar e como as casas de banho se encontravam fechadas, baixou as calças e urinou ali mesmo em frente a elas. Melhor que dar um passeio até ao rio, não?
Acho que é impensável que se tenham boas condições em Góis neste sentido, e que não deixem os seus munícipes usufruir delas, as casas de banho deviam, quanto a mim, manterem-se abertas diariamente, pelo menos durante do dia.
Com tudo isto, apenas deixo umas perguntas no ar, «Nós por acaso não pagamos as nossas contribuições? Trabalhamos cá, vivemos cá, e é cá que deixamos o nosso dinheiro, e então não merecemos usufruir do que também temos direito? por acaso estas instalações são só para os turistas que vêm de fora ou para serem usadas em dias especiais para fazer ver que tudo funciona bem? o que têm os turistas mais do que nós? Dinheiro? Dinheiro esse que só deixam cá no Verão? Mas... e nós? Não deixamos cá o nosso dinheiro durante o ano todo? Não merecemos usufruir também?»
Mais valia seguirem o exemplo de Vila Nova do Ceira que ao menos não contam com aquilo que não têm o que não é o caso de Góis. Então porque não manter as casas de banho a funcionar em pleno? Ponham também a tomar conta, há tanta gente a receber rendimento mínimo ou social e não faz nada, porque não utilizar essas pessoas para fazer algo? Limpar casas de banho é um trabalho tão digno como qualquer outro, e eu respeito quem o faz.
Peço desculpa por esta minha observação mas quero acreditar que será corrigida.
A quem de direito eu peço mais uma vez que reflicta sobre este assunto e que nos deixe usufruir daquilo que temos que já é tão pouco, mas este pouco é bom e faz falta.
Grata pela atenção e esperando que não tenha chateado ninguém com esta observação, fico aguardando uma resposta ou uma atitude, tal como: ver as casas de banho abertas. Obrigada!
M. F. M.
in O Varzeense, de 15/06/2008

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