domingo, 13 de abril de 2008

Plano estratégico: Património natural e humano é ponto forte de Góis

Fortalecimento do capital humano, inovar no turismo e valorizar a floresta como pilar da economia local são as linhas de orientação estratégica para o concelho de Góis, apresentadas no PD-ICE

“Góis, um território acolhedor por natureza” é o mote inspirador que deve servir de base para se «olhar para o futuro do concelho goiense». Esta é pelo menos a convicção da empresa que apresentou o Programa Director de Inovação, Competitividade e Empreendedorismo (PD-ICE) para o município de Góis, documento que contou com a participação de mais de cinquenta agentes locais e que, de acordo com o presidente da autarquia, resultou num trabalho «excelente que captou muito bem as nossas ideias».
Agora «é preciso implementá-las no terreno», referiu Girão Vitorino, afirmando tratar-se de um documento «fundamental para os próximos anos, para que quem vier a seguir possa efectuar candidaturas ao QREN».
O edil assegurou que a autarquia ainda vai efectuar algumas candidaturas aos fundos comunitários, destacando como candidatura prioritária a apresentação de um projecto para a implementação da Casa Municipal da Cultura, uma obra que considerou prioritária, pois como enfatizou, «todos sabemos em que estado é que se encontra a nossa associação».
Girão Vitorino lamentou, no entanto, a ausência dos munícipes e de alguns autarcas na apresentação do programa. «Gostaria de ver aqui mais autarcas, porque é um assunto que interessa a todos, uma vez que se trata de um programa para o desenvolvimento do concelho e que teve a colaboração de muitas pessoas», disse.

Ferramenta estratégica

O PD-ICE, segundo o administrador da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), que elaborou o documento, servirá fundamentalmente como «uma ferramenta estratégica de preparação do período de programa financeiro 2007/2013», bem como «uma abordagem pragmática e suportada em melhores práticas, ou seja, termos a ousadia de propor caminhos». Outro dos objectivos passa, segundo Pedro Saraiva, pela «criação embrionária de redes de cooperação» e pela «inovação, competitividade e empreendedorismo equacionado numa óptica territorial e participativa». Este trabalho, cuja versão final estará concluída em finais deste mês, apresenta também algumas conclusões referentes ao concelho de Góis e que, segundo Pedro Saraiva, deverão ser exploradas, como é o caso do seu património natural e humano, assim como as características paisagísticas onde o município de Góis se situa. A rede das Aldeias do Xisto é outra das potencialidades do concelho, assim como o conjunto de eventos que vão decorrendo no município ao longo do ano, como é o caso da concentração motard, que leva a Góis cerca de trinta mil pessoas. Outra das conclusões obtidas a partir do estudo é que Góis tem um factor que o diferencia dos outros concelhos: «atrai população estrangeira com capacidade empreendedora muito interessante», concluiu o administrador da SPI.
Como pontos fortes, Pedro Saraiva destacou a localização estratégica do município, a riqueza do património natural, histórico e arqueológico e a existência de produtos endógenos. Por outro lado, e como áreas a melhorar, enumerou a qualificação dos recursos humanos, as acessibilidades internas e regionais, escassez de capital humano, envelhecimento populacional bem como os riscos de incêndios florestais.
As oportunidades do município passam assim por uma «aposta regional e nacional na fileira florestal», uma «aposta no sector do turismo» e numa aposta na «expansão da Rede das Aldeias do Xisto». Desta forma, o município futuramente deve trabalhar na frente da educação, formação e cultura, na inclusão da população emigrante, na apresentação sustentável dos valores naturais, devendo distinguir-se, segundo o documento, pela «existência de serviços de apoio social e promoção da qualidade de vida».
Assim, como linhas de orientação estratégica, o programa apresenta o «fortalecimento do capital social e humano», «inovar no turismo» e «valorizar a floresta como pilar de uma economia local».
in Diário de Coimbra, de 13/04/2008

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