sábado, 12 de abril de 2008

Cortes, Passado, Presente, Futuro

Vamos começar pelos antigos estabelecimentos, moinhos de moer cereais para fabrico de pão e lagares de moer azeitona, fabrico de azeite. Existiam tabernas de venda de bebidas a copo ou a litro que são hoje chamados bares ou cafés, enfim coisas modernas; estabelecimentos comerciais com marcearias, lojas de tecidos a metro (fazendas, lãs, serrobeco, cetim, bombazina, flanelas e vários tecidos), para camisas, saias, vestidos, blusas, meias, panos para todos os fins. Um talho que funcionava semanalmente com carnes frescas, mortas na própria altura, que eram de porco, cabra, borrego e cabrito. Nessa época não era proibido matarem-se as chamadas "reses" para se seguir serem vendidas às populações. E havia muita saúde. Não se comia mais porque não havia tostões suficientes para se gastar, nessa altura a fartura não abundava, para a maior parte das pessoas havia muita miséria. Mas havia uma coisa que abundava às toneladas, que era a educação e o respeito pelos seus semelhantes coisa que hoje , infelizmente, se vê muito pouco, que me perdoem quem não gosta, mas esta é a realidade.
Toda esta história de Cortes e não só, existiu antes da Guerra de França, ano de 1914, até cerca de 1948. Ainda hoje um dos estabelecimentos dessa época existe que é estabelecimento misto do sr. Manuel dos Reis, hoje conhecido pelo Café da Rosa.
Hoje, sou homem com 65 anos, nascido em Cortes de Alvares, e baptizado em Alvares no ano de 1943 e com muita honra de ser Goiense.
Tudo o que aqui vou citar me foi dito, no ano de 2005, por pessoas com cerca de 100 anos de vida, nascidos e vividos em Cortes. São factos verdadeiros e históricos. Começo por citar os estabelecimentos do passado: (Os Costas, Cimo do Lugar Misto), (Joaquim Antão, Curral da Burra Misto), (Africana, Largo Taberna), (Folgosa, Romeira Taberna), (Chiu, Chiu, Passos Taberna), (Chumeco, Cabeço Mista), (Manuel dos Reis Central Misto), (José Simões, Largo da Eira Misto), (Ivo Lopes Cortes, largo da Eira Taberna), (Manuel do Ivo Cimo do Lugar Mista). Passando aos Moinhos de moer cereais, fabricar farinha (Artur Simões Retendia 2), (Zarelho Cona do Mundo 1), (Dos da Vinha Cova do Munho 1), todos alagados pela Barragem do Cabril.
Continuando agora pelos lagares de moer azeitona (fabricar azeite), foram dois: um mais antigo movido a bois e um mais moderno já motorizado que eram do sr. Artur Simões, hoje propriedade do sr. António Arnault tudo já degradado. No presente, as antigas tabernas e estabelecimentos comerciais desapareceram para dar lugar a três cafés modernos, um do sr. Artur Barata, outro do sr. José Valentim, outro o Café da Rosa. Qualquer um deles digno de se poder tomar o pequeno almoço e refrescar-se com umas cervejas, refrigerantes ou cafés. Quanto aos moinhos de moer a sua tutela para uma enorme padaria de fabrico de todos os tipos de pão e pastelaria, sendo uma das grandes padarias do Concelho de Góis.
Para o futuro temos a zona industrial que está a funcionar em grande plano com grandes profissionais no ramo da indústria e do comércio. Como Serralharia de Alumínios, Serralharia Mecânica Torneio, Serralharia de Ferro, Oficina Mecânica Auto, Armazém de Vendas de Material de Construção Civil Sanitários, Fábrica de Fabrico e Montagem de Mobiliário. Continuando no ramo da construção com dois grande empreiteiros de grande fama, o sr. Jorge e o sr. Nuno que, pelos seus bons trabalhos, não têm mãos a medir tanto em Cortes que a construção não pára de aumentar, como fora de Cortes, inclusive em outros concelhos. Aqui fica o meu pedido à divina providência que lhes dê muita saúde a todos estes aventureiros para que o seu bom nome continue a dar uma grande honra a Cortes de Alvares.
Continuando no presente e no futuro não podia de maneira alguma esquecer o Lar e Centro de Dia em Cortes que é uma grande alegria e satisfação para a Terceira Idade do concelho de Góis e não só, como a satisfação e o descanso para os familiares dos seus queridos internados que tão bem são tratados por todos os funcionários; e aqui não podemos esquecer e agradecer ao grande amigo Prof. Dr. Padre Manuel Martins, como agradecer também ao 2.º obreiro e continuador até à data de hoje o sr. Padre Ramiro Moreira, pela sua grande coragem. Que Deus lhes dê aos dois muita saúde e um bom lugar no Céu.
Carlos Manuel Barata (Da Ângela)
in Jornal de Arganil, de 10/04/2008

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