domingo, 13 de abril de 2008

Grupo Onomástico "Os Mistos" de Cortes de Alvares - Conturbada confraternização da Páscoa

Ao fim de 33 anos a grande maioria dos Mistos continua a "responder à chamada" e como vai sendo tradição, no passado dia 22 de Março, Sábado da Páscoa, a Casa Claudino Alves de Almeida esteve repleta com "mistos" com os nomes de A a Z dos três aos oitenta. Apesar do dia invernoso, a mega grelhada (nova ementa adoptada) decorreu e foi acima da expectativas.

Após o repasto a Direcção dirigiu-se aos presentes, como habitualmente o faz, começando por agradecer a presença e confiança da grande maioria dos associados do Grupo que tem depositado nos membros da Direcção. Foi guardado um minuto de silêncio pelos "Mistos" falecidos e também por Manuel Mateus (da Laura) que foi Presidente da Comissão de Melhoramentos de Cortes tendo sido anunciada a Missa para Domingo de Páscoa às 10.15 h pelo P.e Ramiro Moreira. Seguiu-se uma breve exposição da vida do Grupo, das suas dificuldades mas também da sua permanente afirmação em prol da nossa terra, bem como o esforço feito pela Direcção para manter um grande grupo de amigos coeso e a funcionar, como tem sido o caso, sempre aberto aos cortenses e amigos da terra. Foram lembrados os primeiros anos desta Direcção há quase uma década a falta de meios, muitos percalços, ausência. Apesar destas e doutras dificuldades, este Grupo seguiu em frente devido ao apoio sempre demonstrado pelos associados. A Direcção foi incentivada e acompanhada por alguns antigos membros da direcção como foi o caso do nosso António Tomé Antão (do Balseixo), antigo tesoureiro, que disponibilizou desde logo todos os documentos e nos orientou; sócios fundadores com as suas famílias que nunca faltaram às iniciativas do Grupo e ainda do António Cadima Antão (o nosso Pataco) que, em momento algum deixou de acompanhar a nova Direcção e é hoje merecidamente o Presidente deste grande Grupo. Estes homens foram reconhecidos com uma salva de palmas de todos os presentes. Foi reiterada a proposta da Direcção expressa na carta enviada que consistia na atribuição simbólica de um valor às instituições da terra, consubstanciada no seguinte (Comissão de Melhoramentos de Cortes 50,00€, Capela de Cortes, 50,00€; Centro dia/Lar de S. João Baptista, 50,00€; Bombeiros Voluntários de Góis - Secção de Alvares 50,00€ e ajuda às obras do espaço de São Cristóvão 50,00€).
Posto isto, foi passada, a seu insistente pedido, a palavra a um associado, cuja intervenção ostensiva e modos nunca vistos, em tom desesperado, seguido em coro por dois não associados, se dirigiu a um elemento da Direcção "...és um ditador... vai-te embora... etc". Ao tentar dialogar sem sucesso, a Direcção viu-se desrespeitada e o membro visado optou por não entrar numa discussão sem sentido e de nível a que, sinceramente, não está habituado em lado algum, optou por abandonar a mesa. Tentando seguir com os trabalhos/convívio, os restantes membros da Direcção deram a palavra à convidada Comissão de Melhoramentos de Cortes, que se fez representar pelo seu presidente, João Reis Antão. Sendo presença habitual, fez o ponto de situação dos desafios da Comissão e do Regionalismo, na perspectiva de melhores dias, com a construção assegurada pela Câmara Municipal de Góis e Junta de Freguesia de Alvares, do Polidesportivo da Freguesia de Alvares, no espaço da Escola; os melhoramentos da Fonte do Casal, bem como a futura zona lúdica de Cortes em debate, deixando a mensagem de que Cortes vale mesmo a pena.
Pelo Grupo foi deixada à Comissão de Festas de S. João Baptista 2008, um conjunto de troféus, para atribuição aos classificados nos jogos tradicionais que ocorrem nesses dias de Festa.
Terminado o convívio, e após ouvir diversas opiniões, os membros da direcção, fizeram um balanço positivo deste convívio, mas entenderam que, face ao inédito caso, manterem-se em funções correntes, deixando, no entanto, suspensa a distribuição de donativos da terra, até realização de eleições. Para o efeito convocará para data oportuna (ocasião em que estejam mais "Mistos" em Cortes) uma reunião só de sócios, para eleger, em condições normais, uma nova equipa de Direcção que por sua vez passará a coordenar os futuros Encontros deste grande grupo e decidirá manter ou não a distribuição de donativos às instituições da terra.
Ao terminar, apenas uma breve nota: as comissões, as associações, os grupos de amigos foram, ainda são e continuarão, certamente a ser, nos respectivos níveis, um eco contra a desertificação e pelo desenvolvimento, procurando juntar pessoas e vontades. Muitos activistas do regionalismo, não vivem na aldeias onde nasceram, cidadãos que são nos locais onde residem, trabalham, educam os seus filhos (Lisboa, Cartaxo, Coimbra, etc.). Mas não deixam de exercer uma cidadania regionalista e, por vezes a muito custo, pela manutenção dos laços (cada vez mais dispersos) e valores. O reencontro com as suas infâncias e amigos compensam sacrifícios.
Mas alturas há em que é preciso parar e repensar, nomeadamente quando alguém nascido (1960) e criado em Cortes que, por indicação ou escolha de equipas se envolveu no trabalho do regionalismo de forma natural, de boa fé, modesta e séria, ouve insistentemente de alguém, por muito importante que possa ser na sua terra, se achar no direito de usar expressões agressivas e desrespeitadoras da sã convivência "...vai-te embora" como uma ordem de expulsão se tratasse.
De facto, é algo de perverso pois nunca lhe passou pela cabeça ser expulso, ainda que apenas por 3 pessoas, porque se o adivinhasse, nunca teria aceite qualquer lugar de responsabilidade nos "Mistos". Agora, por se sentir destratado, tem motivos mais que suficientes para não continuar na futura Direcção. Com certeza surgirão equipas para escolha dos sócios dos Mistos, por sua parte, dará todo o apoio imparcial à escolha da nova Direcção de um Grupo Onomástico de quase 80 sócios activos, muitos amigos, interventivo (mensagens positivas de Cortes e das suas gentes), que tem colaborado com as Festas, a Comissão, outros Grupos e com mais de 1.800,00 euros (sobras das suas iniciativas) e, até há pouco, com muita lisura e respeito.
Ramiro Mendes - Pel' A Direcção em exercício
in Jornal de Arganil, de 10/04/2008

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