segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lagares de Azeite do Povo da Freguesia de Cadafaz

Não se sabe ao certo quando foram construídos os lagares de azeite do povo da freguesia de Cadafaz, mas sabe-se que foram construídos pelo povo que os entregou à gestão Paroquial, mais concretamente ao Santíssimo Sacramento da Igreja da freguesia de Cadafaz.
A Igreja colocou-os à venda pública em conjunto com outros bens em 1853 e não apareceram compradores. De novo colocados à venda em 1876 foram então comprados pelo Sr. José Francisco Ribeiro Martins, do lugar da Sardinha, pela quantia de 472.100 réis, sendo o da Candosa adquirido por 72.050 réis e o lagar da ponte da Cabreira e o moinho por 400.050 réis.
Depois de 6 anos o Sr. José Francisco Ribeiro Martins doou ao povo da freguesia os mesmos. Em 1886 já se faz referência a uma Comissão de Lagares, como entidade administradora dos mesmos. Mas no ano de 1945 na ausência de uma disposição legal que regulamentava a sua administração foram elaborados uns estatutos e aprovados pela Junta de Freguesia e pela Liga de Melhoramentos da Freguesia de Cadafaz.
Dos seus artigos só tenho conhecimento de dois.
Artigo n.º 1 que dizia: "durante o mês de Agosto, são afixados editais em todas as povoações da freguesia, convocando os chefes de família, para no primeiro dia de Setembro se reunirem afim de elegerem dois membros para gerirem os lagares do povo da freguesia do povo da freguesia durante a laboração dos mesmos".
Artigo n.º 10 que dizia: "o azeite recolhido nas pias de decantação das águas russas dos lagares reverterá a favor da Liga de Melhoramentos da Freguesia de Cadafaz e o produto da sua renda será empregue nas obras de mais necessidade da freguesia, especialmente na aquisição de material cirúrgico e medicamentos".
No passado existiam, na ponte de Cabreira, dois edifícios: o actual que espremia o azeite e outro entre o moinho e a estrada onde a azeitona era moída, creio que na década de 40 foi actualizado o que hoje existe passando a ter a total função do fabrico do azeite. Em Outubro de 1953 uma tromba de água que caiu na zona levou o antigo e destruiu o actual quase na sua totalidade voltando a ser reconstruída lá uma Comissão dos Lagares.
Adelino Veiga
in O Varzeense, de 15/09/2007

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