Combate a "desertificação" do Concelho de Góis
Com a edição do meu livro "Análise Demográfica do Concelho de Góis", surgiram uma série de questões, sendo a principal "O que podemos fazer para ajudar a desenvolver o concelho de Góis?" esta questão coloca-se pois o concelho de Góis nos últimos quarenta anos perdeu quase sete mil habitantes e de 1991 para 2001 mais de mil. Se este ritmo se mantiver poderá dentro em breve sofrer uma desmesurada desertificação.
Para muitos urbanistas, sociólogos e geógrafos, o século XXI é considerado como o "Século das Grandes Cidades", fazendo com que as pequenas cidades desapareçam e sejam substituídas por um conceito novo, um conceito de cidade que remete para um espaço geográfico, delimitado e referenciado e conceptualmente aceite pelo cidadão, quer em termos culturais quer em territoriais e até de vivência urbana, desde os finais do século XX que os geógrafos chamam as alterações geográficas que aconteceram com as cidades como "cidades sem limites".
Nos anos 60 em Portugal só 30% da população vivia nas cidades, hoje em dia a população urbana atinge os 70%.
A par do decréscimo das pequenas vilas como Góis e a par do crescimento demográfico das cidades, emerge fortalecer o papel político das vilas e das regiões como este concelho, criando processos de descentralização de poderes, puxando mais poderes para o poder local.
O desafio está em o poder local ser capaz de encontrar no plano político, formas de governação adequadas, a luta contra a desertificação, e isso também passa pela eleição de governantes, mais qualificados e mais preparados, para as lutas futuras, anti-desertificação, intervindo a uma escala que deverá superar a realidade desenhada nos limites políticos administrativos do território, enquadrada no Poder Local.
Os fenómenos urbanos, hoje em dia criam uma nova cultura territorial, uma nova concepção de "pertença".
Hoje ser Goiense não é só morar em Góis, é viver em Góis, em Arganil, na Lousã e Coimbra, é uma "vila funcional" alargada ao futuro espaço metropolitano de Coimbra, um Goiense pode viver em Góis, trabalhar em Arganil e a esposa na Lousã e ter o filho a estudar na Universidade de Coimbra e ir à Figueira da Foz à praia.
Para este tipo de "vila funcional" não podem existir fronteiras entre os vários Municípios, urge encontrar um novo modelo de governação, que se ocupe das matérias de verdadeiro interesse que ultrapassam a escala local, como a criação de empregos entre outros, mas que por vezes não atingem uma dimensão nacional, e que assim possam ser realizadas pelo Poder Local, respondendo assim aos interesses dos cidadãos que habitam certa região e que até hoje não tem uma resposta.
A Constituição da República Portuguesa de 1976 (art.º 237º) assumiu as Autarquias Locais, como elementos integrantes na organização democrática do Estado, definindo-se como pessoas colectivas territoriais, dotadas de órgãos representativos que visam a prossecução de interesses próprios das populações.
O Poder Local, sofreu uma das mais importantes reformas no pós de 25 de Abril de 1974, assim sendo está na altura dos autarcas, lutarem pelas suas autarquias com toda a força e com todas as armas, para não deixarem desertificar as mesmas, como acontece em Góis.
No meu ponto de vista é necessário apostar em:
Um Centro Tecnológico, que permita a criação de condições para uma iniciativa empresarial, para a geração de postos de trabalho e para formação profissional, num modelo inovador de gestão e parcerias, que permitirá manter no concelho a indústria tradicional, representando um benefício e aliado a isso a introdução de novas tecnologias, numa nova centralidade do concelho de Góis, e para isso acontecer deverá começar-se por:
- Dinamizar a actual indústria, procurar fixar novas iniciativas, num contexto de mudança do padrão existente;
- Contribuir para a manutenção e crescimento do emprego e (re)qualificação dos recursos humanos;
- Preparar o concelho para uma economia e uma sociedade baseada no conhecimento, pela mobilização de recursos no âmbito das ciências e das novas tecnologias;
- Estimular a cooperação entre empresas e instituições de inovação tecnológica.
Turismo, o sector que mais tem crescido em Góis, assim deve insistir-se na necessidade de apostar nele, promovendo a região, assim como o investimento no mesmo, que passa por desenvolver uma oferta com componentes diferenciadas a partir dos recursos que o concelho já possui (rio, floresta e a Montanha), reforçando a capacidade de atracção global estimular, consolidar e integrar produtos de animação turística.
Tendo como objectivos principais:
- Contribuir para a diversificação da base económica concelhia;
- Contribuir para a valorização económica enquanto componente do produto turístico Goiense;
- Contribuir para uma melhoria da imagem externa do concelho;
- Fomentar a competitividade de Góis enquanto área de recepção turística e local privilegiado para praticas culturais e de recreio de curta duração;
- Integrar Góis nos circuitos turísticos;
- Criação de infra-estruturas para receber os turistas.
Um arquivo Municipal, onde estejam disponíveis, todos os dados, actas, sensos e informação importante relativa ao concelho.
Acção Social e Modernização, o concelho de Góis regista grupos, sociais e económicos e culturais bastante distintos, facto pelo que se deve ter um quadro de medidas específicas de intervenção que passam por exemplo pela criação de uma Universidade Sénior, um projecto dirigido aos munícipes, com idade igual ou superior aos 65 anos, onde poderiam ter acesso a novas aprendizagens e à aquisição de novos saberes numa perspectiva de formação ao longo da vida, assim como ocupação de tempos livres; Rastreio de Saúde, um projecto onde uma carrinha devidamente equipada deveria circular pelo concelho de Góis fazendo rastreios e despistagens ou ainda abordagem de temas para a população sobre questões de saúde tendo em conta as dificuldades dos mais idosos de se deslocar ao centro de saúde; Postos de atendimento público, algumas freguesias do concelho de Góis, são bastantes distantes da sede do concelho, por isso a criação de uma carrinha de atendimento para as pessoas mais necessitadas, tratarem de pequenas coisas seria uma enorme mais valia.
Criação de parques automóveis, tem existido verdadeiros atentados arquitectónicos neste concelho a aliados a isso, o desaparecimento de lugares de estacionamento, por isso a criação de lugares alternativos é urgente.
Estas são apenas algumas de muitas outras linhas estratégicas que os autarcas do Concelho de Góis podem promover para terem um desenvolvimento sustentável neste concelho para que se possa combater a desertificação, pela qual o concelho está a atravessar.
Henrique Tigo (Geógrafo)
in Jornal de Arganil, de 20/09/2007
Para muitos urbanistas, sociólogos e geógrafos, o século XXI é considerado como o "Século das Grandes Cidades", fazendo com que as pequenas cidades desapareçam e sejam substituídas por um conceito novo, um conceito de cidade que remete para um espaço geográfico, delimitado e referenciado e conceptualmente aceite pelo cidadão, quer em termos culturais quer em territoriais e até de vivência urbana, desde os finais do século XX que os geógrafos chamam as alterações geográficas que aconteceram com as cidades como "cidades sem limites".
Nos anos 60 em Portugal só 30% da população vivia nas cidades, hoje em dia a população urbana atinge os 70%.
A par do decréscimo das pequenas vilas como Góis e a par do crescimento demográfico das cidades, emerge fortalecer o papel político das vilas e das regiões como este concelho, criando processos de descentralização de poderes, puxando mais poderes para o poder local.
O desafio está em o poder local ser capaz de encontrar no plano político, formas de governação adequadas, a luta contra a desertificação, e isso também passa pela eleição de governantes, mais qualificados e mais preparados, para as lutas futuras, anti-desertificação, intervindo a uma escala que deverá superar a realidade desenhada nos limites políticos administrativos do território, enquadrada no Poder Local.
Os fenómenos urbanos, hoje em dia criam uma nova cultura territorial, uma nova concepção de "pertença".
Hoje ser Goiense não é só morar em Góis, é viver em Góis, em Arganil, na Lousã e Coimbra, é uma "vila funcional" alargada ao futuro espaço metropolitano de Coimbra, um Goiense pode viver em Góis, trabalhar em Arganil e a esposa na Lousã e ter o filho a estudar na Universidade de Coimbra e ir à Figueira da Foz à praia.
Para este tipo de "vila funcional" não podem existir fronteiras entre os vários Municípios, urge encontrar um novo modelo de governação, que se ocupe das matérias de verdadeiro interesse que ultrapassam a escala local, como a criação de empregos entre outros, mas que por vezes não atingem uma dimensão nacional, e que assim possam ser realizadas pelo Poder Local, respondendo assim aos interesses dos cidadãos que habitam certa região e que até hoje não tem uma resposta.
A Constituição da República Portuguesa de 1976 (art.º 237º) assumiu as Autarquias Locais, como elementos integrantes na organização democrática do Estado, definindo-se como pessoas colectivas territoriais, dotadas de órgãos representativos que visam a prossecução de interesses próprios das populações.
O Poder Local, sofreu uma das mais importantes reformas no pós de 25 de Abril de 1974, assim sendo está na altura dos autarcas, lutarem pelas suas autarquias com toda a força e com todas as armas, para não deixarem desertificar as mesmas, como acontece em Góis.
No meu ponto de vista é necessário apostar em:
Um Centro Tecnológico, que permita a criação de condições para uma iniciativa empresarial, para a geração de postos de trabalho e para formação profissional, num modelo inovador de gestão e parcerias, que permitirá manter no concelho a indústria tradicional, representando um benefício e aliado a isso a introdução de novas tecnologias, numa nova centralidade do concelho de Góis, e para isso acontecer deverá começar-se por:
- Dinamizar a actual indústria, procurar fixar novas iniciativas, num contexto de mudança do padrão existente;
- Contribuir para a manutenção e crescimento do emprego e (re)qualificação dos recursos humanos;
- Preparar o concelho para uma economia e uma sociedade baseada no conhecimento, pela mobilização de recursos no âmbito das ciências e das novas tecnologias;
- Estimular a cooperação entre empresas e instituições de inovação tecnológica.
Turismo, o sector que mais tem crescido em Góis, assim deve insistir-se na necessidade de apostar nele, promovendo a região, assim como o investimento no mesmo, que passa por desenvolver uma oferta com componentes diferenciadas a partir dos recursos que o concelho já possui (rio, floresta e a Montanha), reforçando a capacidade de atracção global estimular, consolidar e integrar produtos de animação turística.
Tendo como objectivos principais:
- Contribuir para a diversificação da base económica concelhia;
- Contribuir para a valorização económica enquanto componente do produto turístico Goiense;
- Contribuir para uma melhoria da imagem externa do concelho;
- Fomentar a competitividade de Góis enquanto área de recepção turística e local privilegiado para praticas culturais e de recreio de curta duração;
- Integrar Góis nos circuitos turísticos;
- Criação de infra-estruturas para receber os turistas.
Um arquivo Municipal, onde estejam disponíveis, todos os dados, actas, sensos e informação importante relativa ao concelho.
Acção Social e Modernização, o concelho de Góis regista grupos, sociais e económicos e culturais bastante distintos, facto pelo que se deve ter um quadro de medidas específicas de intervenção que passam por exemplo pela criação de uma Universidade Sénior, um projecto dirigido aos munícipes, com idade igual ou superior aos 65 anos, onde poderiam ter acesso a novas aprendizagens e à aquisição de novos saberes numa perspectiva de formação ao longo da vida, assim como ocupação de tempos livres; Rastreio de Saúde, um projecto onde uma carrinha devidamente equipada deveria circular pelo concelho de Góis fazendo rastreios e despistagens ou ainda abordagem de temas para a população sobre questões de saúde tendo em conta as dificuldades dos mais idosos de se deslocar ao centro de saúde; Postos de atendimento público, algumas freguesias do concelho de Góis, são bastantes distantes da sede do concelho, por isso a criação de uma carrinha de atendimento para as pessoas mais necessitadas, tratarem de pequenas coisas seria uma enorme mais valia.
Criação de parques automóveis, tem existido verdadeiros atentados arquitectónicos neste concelho a aliados a isso, o desaparecimento de lugares de estacionamento, por isso a criação de lugares alternativos é urgente.
Estas são apenas algumas de muitas outras linhas estratégicas que os autarcas do Concelho de Góis podem promover para terem um desenvolvimento sustentável neste concelho para que se possa combater a desertificação, pela qual o concelho está a atravessar.
Henrique Tigo (Geógrafo)
in Jornal de Arganil, de 20/09/2007
Etiquetas: góis
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