sábado, 14 de julho de 2007

GóisArte aposta na descentralização

Durante este fim-de-semana Góis está em festa. Trata-se da XI edição do Góis Arte - Mostra Internacional de Arte que reúne cerca de 80 obras patentes na Casa do Artista, bem como teatro, literatura e música

Ontem decorreu a cerimónia inaugural, que contou também com o lançamento de um livro intitulado, “A coroa de Góis”, de Ana Filomena Amaral, apresentado pela docente Assumpta Coimbra, e um concerto de guitarra clássica com Silvestre Fonseca, eventos que prenderem a atenção, apesar do atraso de quase duas horas no começo da cerimónia.
Este ano, o GóisArte, é dedicado a Monsenhor Nunes Pereira, o que no entender de Girão Vitorino é mais do que justificável. «Não é muito habitual encontrar uma personalidade que nasceu e percorreu a região da Beira Serra, misturando-se com a população e dedicando-se-lhe de alma e coração, tanto pela sua faceta de homem da igreja como de artista», declarou. Sobre o livro, que tem como protagonista Alice Sande, o presidente da autarquia disse que a sua leitura representa «uma introspecção na procura das nossas raízes e simultaneamente olhar o futuro, ciente da riqueza do nosso passado e do mundo em que vivemos».
Algumas das obras patentes na exposição são provenientes de Oroso, localidade com a qual Góis vai assinar domingo um acordo de geminação. Em representação daquela localidade da Galiza esteve Manuel Mira Franqueira, presidente do Conselho de Oroso, que se congratulou com a aproximação das duas terras e pelas semelhanças que os municípios têm. «Ambos se encontram muito perto de cidades tão emblemática, respectivamente Santiago de Compostela e Coimbra». O autarca assumiu mesmo estar «enamorado de Góis» e sublinhou as muitas iniciativas culturais que irá desenvolver. Jorge Cosme considerou que vir até Góis «começa a ser fácil», uma vez que segundo o chefe de gabinete do governador civil, «a autarquia tem-nos habituado que a capital do Ceira, que é Góis, venha a ser falada pelo facto de fazer cultura».
Por seu lado, António Pedro Pita, fez questão de referir que «não há muitas autarquias que durante vários anos centrem a sua atenção nas artes plásticas», o que acontece em Góis, sublinhou, afirmando ainda que o GóisArte é «a afirmação de Góis no campo da cultura e a sua projecção também no exterior». Segundo o director regional da Cultural do Centro, «não se trata de agir para dentro, mas de projectar uma imagem de Góis e do município que, apesar de pequeno, desenvolve uma grande política de afirmação nas artes plásticas projectando-se mesmo ao nível internacional», referiu recordando o acordo de geminação com Oroso.
Isabel Duarte
in Diário de Coimbra, de 14/07/2007

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