sexta-feira, 6 de julho de 2007

A estrada das complicações...

As obras de regadio e caminho vicinal que têm estado a realizar-se em Vila Nova do Ceira, situadas nas Quintas, juntas ao lugar do Rojão, transformaram-se numas autênticas novelas. Primeiro, o seu alinhamento, quer da linha de água de rega, quer do caminho, que demonstra uma falta de gosto e de critérios que brada aos céus.
Estas atitudes fazem-nos lembrar o feudalismo, que foi regime até 1789. A palavra feudo vem do baixo latim e quer dizer concessão territorial que um vassalo nobre obtinha de um outro senhor igualmente nobre, em troca de certos favores e encargos a cumprir. Luís XI e Richelien deram os últimos golpes ao feudalismo como poder político e social, mas pode dizer-se que este subsistiu até àquele ano - 1789.
Mas vamos directos ao assunto que nos traz graves problemas: o descontentamento das pessoas com esta obra é geral, a ponto de um dos proprietários, que fez as suas sementeiras, a contar que tinha água para regar, chegou à conclusão que a nova linha de água não estava em condições de ser utilizada para o efeito.
Indignado, pegou num tractor com charrua e abriu uma vala paralela à nova, pelo meio das quintas dos vizinhos.
Por outro lado, havia nesta velha linha de água um regueiro, que podia ter sido aproveitado para fazer o caminho vicinal; pelo contrário, não só se não fez este aproveitamento, como não se puseram manilhas, ficando esta nova linha de água por concluir, agora cheia de silvas.
Deixamos a pergunta: -Como irá fazer-se o aproveitamento da água naquele sítio?
O caminho vicinal, em lugar das curvas serem feitas a facilitar o trânsito, ficaram à esquadria... Mas não ficamos por aqui. Como o rio Sótão transbordou em dia de cheia, a água correu um pouco por cima do caminho referido; e como não tinha a caixa de segurança do piso, ou seja, a gravilha, saiu debaixo da pelica de alcatrão e o piso ficou completamente destruído.
Senhor Director Regional da Agricultura do Centro, o que acabamos de dizer é uma pequena amostra da realidade. Em nossa opinião, na qualidade de proprietário neste contorno agrícola dos melhores em área, a par da qualidade das terras que temos aqui, e depois do que acima fica escrito, como o tempo vai passando sem conhecermos qualquer notícia com o propósito de corrigir estas e outras irregularidades, é nosso entendimento ser nossa a obrigação de dar conhecimento a V. Ex.ª do que se está a passar no terreno. Para nós é imperativo, urgente e necessário que mande fiscalizar, por técnicos competentes, estas obras, em tempo útil.
Por isso, ficamos gratos que acolha, de forma aberta e positiva, este nosso pedido, que a sua resolução é para bem de todos.
António Fernandes
in Jornal de Arganil, de 5/07/2007

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