Os grandes escritores de Góis
Mais de uma dezena de poetas e prosadores participaram da XI Feira do Livro que se realizou em Maio na vila de Góis sob o signo dos "Escritores de Góis".
Infelizmente, não conheço todos os que levaram os seus trabalhos literários e participaram das discussões culturais que na oportunidade aconteceram na Biblioteca Municipal António Francisco Barata – que é, sem dúvida, um dos grandes autores da bela terra do Ceira.
Consideramo-lo grande, embora não seja único, porque outros há, conforme testemunha a escassa obra de D. Luís da Silveira. Escassa mas tão valiosa que figura com destaque no Cancioneiro Geral, que podemos situar entre as panorâmicas mais representativas das Letras Portuguesas dos séculos XV e XVI. Garcia de Resende, que também foi Poeta, entendeu catalogá-lo entre os mais significativos, apesar de não ter deixado (que saibamos) nenhum livro publicado.
Não pudemos incluí-lo na primeira antologia dos Poetas da Beira-Serra, publicada em 1997 pela revista cultural da Beira-Serra "Arganilia": haviam-nos prometido reunir alguns textos de D. Luís da Silveira, mas a distância também é responsável pela omissão, que tentamos reparar na edição consagrada ao município de Góis, no ano 2000. E apresentamos, então, o Poeta Goiense... nascido em Évora.
Consideramos de uma região ou de uma terra não somente aquele que lá nasceu mas também o que lá viveu. E esse foi o caso flagrante de D. Luís, cuja memória cultural vai permanecer eternamente ligada à vida e ao espírito de Góis. Tão junto ficou que nesta vila deixou perpetuada a sua figura e a sua alma na escultura tumular renascentista da Igreja Matriz que os Mestres Reinaldo dos Santos e António Nogueira Gonçalves estudaram com a maior atenção, conforme documentou a "Arganilia" de nº. 11.
Não esquecerei que D. Luis foi não apenas Poeta, mas também valoroso guerreiro, hábil diplomata e prudente conselheiro do Rei D. Manuel I (que nem sempre foi justo). Seja como for, D. Luís da Silveira, que escreveu pouco mas bem, perdurará como Poeta através dos séculos. E esta é a maior glória que o ser humano pode conquistar. E o Poeta Goiense marcou indelevelmente as páginas da História Literária de Portugal, mas a sua Poesia ainda é pouco conhecida, não obstante a excelente análise do ensaísta João Nogueira Ramos, no livro Ao longo desta ribeira.
Outro autor notável de Góis foi certamente António Francisco Barata, que fez da Lembrança da Pátria Góes" um poema de boa valia literária, editado no ano de 1899 em Évora e que teve merecida reedição na aludida "Arganilia" (cremos que foi então publicado pela 2ª. vez). Conhecemos o estudo acurado que fez da obra de António Francisco Barata o ensaísta Mário Paredes Ramos, autor dos Subsídios para a História de Góis, em boa hora reeditados por iniciativa do Dr. José Cabeças.
Enfim, as homenagens prestadas recentemente aos escritores contemporâneos de Góis foram mais do que justas, porque as suas obras jamais perecerão. Não as conhecemos todas mas F. Barata Dias, Clarisse Barata Sanches, Adriano Pacheco, Lisete Matos, João Alves Simões e João Nogueira Ramos (mencionamos apenas aqueles cujos livros conhecemos) continuam a lição de D. Luís da Silveira e António Francisco Barata – os dois autores goienses de ontem e de sempre.
João Alves das Neves
in Diário dos Açores, edição electrónica
Infelizmente, não conheço todos os que levaram os seus trabalhos literários e participaram das discussões culturais que na oportunidade aconteceram na Biblioteca Municipal António Francisco Barata – que é, sem dúvida, um dos grandes autores da bela terra do Ceira.
Consideramo-lo grande, embora não seja único, porque outros há, conforme testemunha a escassa obra de D. Luís da Silveira. Escassa mas tão valiosa que figura com destaque no Cancioneiro Geral, que podemos situar entre as panorâmicas mais representativas das Letras Portuguesas dos séculos XV e XVI. Garcia de Resende, que também foi Poeta, entendeu catalogá-lo entre os mais significativos, apesar de não ter deixado (que saibamos) nenhum livro publicado.
Não pudemos incluí-lo na primeira antologia dos Poetas da Beira-Serra, publicada em 1997 pela revista cultural da Beira-Serra "Arganilia": haviam-nos prometido reunir alguns textos de D. Luís da Silveira, mas a distância também é responsável pela omissão, que tentamos reparar na edição consagrada ao município de Góis, no ano 2000. E apresentamos, então, o Poeta Goiense... nascido em Évora.
Consideramos de uma região ou de uma terra não somente aquele que lá nasceu mas também o que lá viveu. E esse foi o caso flagrante de D. Luís, cuja memória cultural vai permanecer eternamente ligada à vida e ao espírito de Góis. Tão junto ficou que nesta vila deixou perpetuada a sua figura e a sua alma na escultura tumular renascentista da Igreja Matriz que os Mestres Reinaldo dos Santos e António Nogueira Gonçalves estudaram com a maior atenção, conforme documentou a "Arganilia" de nº. 11.
Não esquecerei que D. Luis foi não apenas Poeta, mas também valoroso guerreiro, hábil diplomata e prudente conselheiro do Rei D. Manuel I (que nem sempre foi justo). Seja como for, D. Luís da Silveira, que escreveu pouco mas bem, perdurará como Poeta através dos séculos. E esta é a maior glória que o ser humano pode conquistar. E o Poeta Goiense marcou indelevelmente as páginas da História Literária de Portugal, mas a sua Poesia ainda é pouco conhecida, não obstante a excelente análise do ensaísta João Nogueira Ramos, no livro Ao longo desta ribeira.
Outro autor notável de Góis foi certamente António Francisco Barata, que fez da Lembrança da Pátria Góes" um poema de boa valia literária, editado no ano de 1899 em Évora e que teve merecida reedição na aludida "Arganilia" (cremos que foi então publicado pela 2ª. vez). Conhecemos o estudo acurado que fez da obra de António Francisco Barata o ensaísta Mário Paredes Ramos, autor dos Subsídios para a História de Góis, em boa hora reeditados por iniciativa do Dr. José Cabeças.
Enfim, as homenagens prestadas recentemente aos escritores contemporâneos de Góis foram mais do que justas, porque as suas obras jamais perecerão. Não as conhecemos todas mas F. Barata Dias, Clarisse Barata Sanches, Adriano Pacheco, Lisete Matos, João Alves Simões e João Nogueira Ramos (mencionamos apenas aqueles cujos livros conhecemos) continuam a lição de D. Luís da Silveira e António Francisco Barata – os dois autores goienses de ontem e de sempre.
João Alves das Neves
in Diário dos Açores, edição electrónica
Etiquetas: adriano pacheco, clarisse barata sanches, d. luís da silveira, góis
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