Movimento de Cidadãos e firma Probus-Sigma criam “bureau” de atendimento
Góis começou a receber, nos últimos tempos, grande número de casais estrangeiros, sobretudo ingleses, que ficam encantados com o concelho. Atento, o Movimento Cidadãos por Góis quis criar mais condições para os “receber e braços abertos”
O fenómeno é recente e está a mexer, pela positiva, com o concelho de Góis. Ou seja, «um grande número de casais estrangeiros, com boas condições económicas, estão a procurar Góis para aqui viver». Palavras de Ivone Soares, do Movimento Cidadãos por Góis, que regista com «agradável surpresa» este fenómeno que, recorda, contrasta com o que era prática corrente há algum tempo. Aquela responsável, também ela “retornada” ao concelho há cerca de seis anos depois de uma vivência urbano-citadina, lembra que, nessa época, os estrangeiros que demandavam Góis tinham parcas possibilidades económicas, eram, na sua maioria, hippies, e viviam em caravanas. Uma realidade que contrasta com o que se vive hoje em dia.
«Quase todas as semanas chegam novos casais, com dois ou três filhos pequenos», afirma, adiantando que, na sua maioria, se trata de ingleses, residentes na Área Metropolitana de Londres, que «se queixam de insegurança». «Temem pelos filhos, quando estes estão na escola, queixam-se de assaltos, em suma, não querem que os filhos cresçam naquele clima de insegurança».
Neste universo, Góis tem-se apresentado, cada vez mais, como uma alternativa de vida e de futuro. «Amigos chamam amigos, familiares chamam outros familiares», refere Ivone Soares, que enfatiza ainda a vontade de integração na comunidade que estes imigrantes revelam. «Contrariamente ao que acontece no Algarve», onde os ingleses vivem entre si, num circuito próprio e seu, em Góis «vão aos cafés, restaurantes, ao comércio, não se fecham no seu lobbie, procuram integrar-se na comunidade».
Por isso, a esta simpatia britânica Góis quer dar resposta, com muitos sorrisos. «Entendemos que, quando chegam, têm de tratar de um conjunto de formalidades tendentes à legalização, que não são fáceis para quem não conhece a língua». Há ainda questões a tratar com as Finanças, serviços de assistência médica e outros. «Várias pessoas têm procurado ajudar», adianta Ivone Soares, mas o Movimento Cidadãos por Góis entendeu que esta era uma oportunidade para fazer uso do seu sentido cívico e de solidariedade social.
Assim, assinou ontem uma carta-acordo, com a empresa Probus-
-Sigma, Lda., que tem como objectivo a criação de um “bureau” de atendimento aos estrangeiros que residem no concelho e, ao mesmo tempo, funcionar como “porta aberta” para a fixação de novos, porquanto esta “lufada” de estrangeiros é, também, uma “arma” para combater a desertificação crescente que se tem feito sentir naquele território. Com a presença de tantas crianças, Ivone Soares já pensa, inclusivamente, na possibilidade de algumas escolas poderem não fechar.
O objectivo deste “bureau” é criar um sistema integrado de apoio, sem fins lucrativos, que ajude à perfeita integração da colónia de estrangeiros na sociedade de Góis. «Também procuraremos que sejam tratados com equidade por parte dos diferentes agentes económicos e da administração com quem se terão de relacionar», salvaguarda ainda o Movimento.
No que se refere à “captação” de novos residentes estrangeiros, o “bureau de atendimento” vai operar com recurso à Internet, através da criação de um website próprio, processado nas línguas inglesa, alemã e holandesa. Neste momento um jovem do concelho já está a trabalhar a tempo inteiro, de segunda a sexta-feira, no projecto, adianta Ivone Soares.
in Diário de Coimbra, de 13/06/2007
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home