segunda-feira, 4 de junho de 2007

Encontro, em Cortes, sobre alimentação saudável alertou para riscos de saúde

Comer mais vezes ao dia, mas em menos quantidade, comer mais sopa, menos doces, beber muita água, etc, etc, etc. Conselhos que toda a gente sabe, mas poucos cumprem. O Encontro "Alimentação Sã, Coração Saudável", que decorreu em Cortes, no dia 26, serviu precisamente para alertar e lembrar mais uma vez os cuidados a ter com a alimentação e assim viver melhor do coração. O encontro foi organizado pelo Centro Paroquial de Solidariedade Social da Freguesia de Alvares, e realizou-se na Casa de Cultura e Recreio Claudino Alves de Almeida.
João Breda deu a conhecer alguns dados e segundo o nutricionista, em cada três crianças, uma tem peso a mais. Além dos portugueses estarem a comer "pior e cada vez mais", mais de metade não pratica exercício físico durante a semana. "Têm de fazer 5 km por dia!", realçou, dizendo que se pode escolher entre fazer um bocado todos os dias, ou mais tempo, três vezes por semana. Insistiu para o facto de que "a alimentação mexe com a saúde do coração", e por isso devem ser seguidos alguns hábitos alimentares. Reiterou a necessidade de serem ingeridos legumes ao almoço e jantar, deve ser comida sopa também nas duas refeições principais, comer estre três a cinco peças de fruta ou reduzir para metade o sal que se come. João Breda revelou que os portugueses comem o dobro do sal que deviam e aconselhou a diminuir o consumo a pouco e pouco. "Se for de maneira drástica [a comida] não sabe bem", no entanto se a redução for feita de uma forma mais lenta, de início a comida vai saber "um bocadinho a insonso", mas "daí a umas semanas já não sabe mal", sustentou. Lembrou que comemos carne a mais, bastando numa refeição o equivalente à palma de uma mão e frisou a importância de comer todos os dias. De qualquer forma, advertiu para o facto de, por exemplo, quando se frita um peixe, este perder o valor nutritivo. A forma como se cozinha é "muito importante" e incentivou a fazê-lo não só à base de cozidos, mas também grelhando e estufando, sempre quando necessário com o que disse ser a melhor gordura, o azeite.


Quando se come mal e quase não se come

A quantidade ingerida e a forma como se come foram evidenciados por João Breda, sendo que Joana Marta explicou o que acontece quando estes factores não são tidos em conta de forma correcta. A anorexia e a bulimia são as doenças mais conhecidas em termos de distúrbios alimentares, em que os comportamentos são marcados pela "sobrevalorização do peso e da imagem corporal, levando a graves alterações e perturbações alimentares", interferindo "negativamente" no seu quotidiano ao nível das relações familiares, de amizade e de trabalho. Quanto à anorexia, a psicóloga afirmou que a doença afecta sobretudo as mulheres e que estas, quando doentes, "nunca se sentem magras". Joana Marta explicou que comem muito pouco e como consequência é "alterado o natural processo de crescimento e desenvolvimento corporal", o ciclo menstrual é "interrompido" ou mesmo "impedido" de surgir. Relativamente à bulimia a doença caracteriza-se pela ingestão compulsiva de alimentos num curto período de tempo, acompanhada de seguida pelo vómito induzido da própria pessoa. A psicóloga enumerou algumas consequências fruto do tipo de comportamento, como fadiga, irregularidade menstrual, problemas no estômago e esófago, sendo que nos dois casos verifica-se a degradação das relações interpessoais.
Perante a informação exposta, Victor Marques, enfermeiro do Centro de Saúde de Góis, preconizou os estilos de vida saudável, partilhando assim a opinião do nutricionista João Breda, de ter o corpo em forma e evocou outros pilares para se viver saudavelmente, como não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas, ressalvando porém que um copo de vinho à refeição "faz bem".
Diana Duarte
in A Comarca de Arganil, de 31/05/2007

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