domingo, 15 de abril de 2007

Às vezes no coração sopra-me a agonia
como se fossem rosas negras a desfolhar
Rosas negras que escurecem todo meu dia
Rosas negras que escurecem todo meu olhar

Às vezes a rosa de vida que eu queria
A rosa do desejo com que tendo a sonhar
é singela e cor de canto de cotovia
uma cor que invento so para te dar

E nessa rosa de desejo inventada
projecto tudo o que sonho para ti
e afirmo cores dum sorriso que perdi

Porque nessa rosa, meu desejo, sou nada
sou arvore de raiz solta e arrancada
sou sonho dum sonho que não vivi...

Abílio Bandeira Cardoso

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